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História O caçador, o elfo e o lenhador. - Deveria ser apenas uma caça


Escrita por: BlindGuardian

Notas do Autor


Essa história me veio em um sonho e tive que escrever.
Nela contem palavras em Gaélico, Irlandês Gaélico escocês e por ai vai.
Também tem elementos do mundo de Tolkien Até game of thrones.
Se quiserem que eu continue me falem pois farei com muito prazer, poderei trabalhar mais os personagens se gostarem e quem sabe não os torna algo a mais no futuro.

Capítulo 1 - Deveria ser apenas uma caça


Fanfic / Fanfiction O caçador, o elfo e o lenhador. - Deveria ser apenas uma caça

O ar estava frio contudo era uma brisa gostosa de se sentir na pele, o verde da floresta trazia um ar quase mágico e o sol que mergulhava nas folhas das árvores.

O arco de madeira de ébano já desgastado pelo tempo, estava no chão junto da aljava com as poucas flechas que restara. O caçador cujo os cabelos era tão ruivos que poderia ser comparado ao fogo, observava atrás de uma árvore sua presa. Um cervo completamente branco, tão puro. O animal olhava de um lado para o outro a procura de um som em específico.

O jovem caçador não pretendia matar o animal, queria apenas ter a oportunidade de tocar naquele pelo branco. Ouviu-se um som um pouco a frente em uma pequena clareira.

O animal dotado de galhadas se pôs a correr na direção do local. Em um movimento rápido o ruivo pegou seu arco e aljava e seguiu furtivamente o animal, poderia ser seus filhotes? Um predador de porte maior? Pois nunca vira outro humano passar por aquela floresta.

Algumas pessoas de seu vilarejo diziam que na floresta habitavam fadas, elfos e até mesmo ninfas. Já em uma taberna ouvira de um grupo de homens que algumas vezes caçavam elfos, não importava o sexo, e os prendiam para serem escravos de seu divertimento. Infelizmente aquela floresta poderia ser a única em que não tinha um reino, portanto não tinha nenhuma forma de proteção para as criaturas que viviam ali.

Se esgueirou atrás de uma moita ao lado de uma árvore, depois que o animal pulou por cima dela de forma apurada. Ao olhar para onde o cervo parou viu um ser, tinha forma humana mas sua pele era quase puramente lívida, poderia ser comparada a papel ou neve, seus cabelos compridos eram pura caligem de tão negros. O ser estava desmaiado no chão e em sua perna direita, especificamente na canela, uma flecha atiginda, de penas negras e ribeira pontuda ou seja eram de caçadores, do tipo que o ruivo odiava pois eles eram brutos e não se importavam se matavam ou não.

Saiu da moita onde estava e se aproximou do ser, o cervo que estava ao lado o protegendo apontou suas galhadas para o jovem caçador que deixou seu arco e aljava no chão. A criatura então baixou a guarda permitiu que se aproximasse, com um olhar de desconfiança. Ao se aproximar se ajoelhou ao lado do ser, ele tinha orelhas pontudas, era um elfo, seus traços assim como de qualquer criatura élfica era quase engelical, pequenas tranças feitas com perfeição atrás de suas orelhas se destacavam, o mesmo vestia roupas de viagem que mesmo sendo familiares ao olhos do caçador tinham detalhes muito diferentes para uma roupa normal. Desenhos de folhas que espalhavam pela parte do peito, detalhes em puro prata, a capa era negra com um broxe de árvore que conectava as pontas, braçadeiras negras com os mesmos detalhes de folhas desenhadas, calças simples da mesma cor que eram mais coladas ao corpo e por fim botas de couro com árvores desenhadas em torno.

O ruivo rasgou a própria roupa fazendo uma faixa, levou a mão até a flecha e a tirou com pressa e com aquilo ouviu um grito vindo do elfo que desacordou repentinamente. O pálido gemeu de dor se encolhendo até perceber a presença do caçador ali. Em um pulo o mesmo começou a ir para trás com medo de que aquele homem lhe machucasse.

– calma, eu não irei lhe ferir, quero ajudar. – falou mansamente, sua voz era um tanto grave para um rapaz de sua idade mas tinha um tom emotivo.

– quem... É você? – a voz harmoniosa do elfo saiu, estava baixa contudo audível.

– Onadairem, alguns me chamam de Dìonadair. E você? – dizia se aproximando lentamente do Elfo, precisava estancar aquela ferida ou ele perderia a perna pois iria putrificar.

– Cywllch CervoNegro, por que quer me ajudar? – perguntou se encolhendo contra a árvore.

– Está ferido, eu não tenho a intenção de lhe machucar ou matar. – disse se ajoelhando na frente do elfo. – Vai deixar-me ajudar ou prefere que a ferida acabe com o resto de sua perna?

Com essa pergunta o elfo deixou o ruivo cuidar de sua perna a esticando enquanto mordia os lábios de dor. Onadairem reparou que o outro possuía orbes azuis suaves, realmente elfos eram criaturas perfeitas pois não vira uma imperfeição em Cywllch. Depois de enrolar a faixa fez um laço no final.

– agora me diga o que os donos dessas flechas estavam querendo fazer com você? – disse pegando a flecha que tirou da perna do jovem elfo, o mesmo olhou para ela com raiva.

– estavam me perseguindo, queriam me capturar para seu divertimento. Não sou daqui, vim do distante Reino das Rosas depois da colinas Congelantes. Estou a procura de um andarilho do Reino de Börgirion. – Enquanto falava o mesmo se levantava segurando nas galhadas do cervo que o ajudava de boa vontade, até porque o mesmo o serviu de montaria até metade de sua aventura.

– Para sua sorte depois dessa floresta fica o reino que procura, moro em um vilarejo e poderei tratar melhor de sua ferida se vier comigo. – o caçador pegou seu arco e aljava. – sempre ouvi histórias sobre o Reino das Rosa, sempre andam bem armados, por que não está armado?.

– Trouxe comigo flechas e um arco provisório mas tomaram de mim e queimaram, apenas este reino tem o material que preciso para fazer armas resistentes. – Enquanto mancava para perto do ruivo o mesmo percebeu o quanto o elfo era alto, o caçador também não era nem um pouco baixo com seus 1,90, o pálido deveria ter 1,88 e seu corpo esguio reforçava isso.

– Deixe-me ajudar ou vai acabar torcendo o pé – disse Onadairem ao ajudar o elfo a subir no cervo albino.

Com um jogar de cabelos o mesmo abraçou a criatura e fechou os olhos, parecia cansado mas estava tão focado em seu objetivo que não iria dormir tão cedo. O jovem caçador os conduziu para um caminho seguro na floresta enquanto com a outra mão segurava seu arco com firmeza caso algo acontecesse.

– Me diga mais sobre esse andarilho que tanto procura. – sussurrou o mesmo olhando para Cywllch que mantinha um olhar pensativo já fazia alguns minutos.

– dizem que é o melhor dos caçadores de seu reino, o chamam de Senhor da cura. – piscou várias vezes saindo de seu transe. – outros o chamam de Protetor, apenas ataca se for atacado ou quando necessário.

O ruivo não evitara soltar uma risada nasal fazendo o elfo se sentir confuso. Ao saírem da floresta o mesmo pos seu capuz o que era inútil pois era possível ver suas características élficas e não era muito normal qualquer pessoa por ai sair andando em um cervo.

Ao adentrarem o vilarejo algumas pessoas que adavam por ai, e os comerciantes que estavam pelo cantos ficaram tão embasbacados com o que viam que chegaram a tirar seus capuzes e chapéus.

A casa do caçador ficava no final do vilarejo, um local  quieto e relaxante.

Cywllch já tinha desistido da ideia do capuz na metade do caminho, durante a caminhada uma garotinha de uns 7 anos se aproximou com uma túlipa nas mãozinhas e estendeu em direção ao elfo, o mesmo pegou a tulipa de coloração azul e fez um gesto de agradecimento para a criança que saiu feliz correndo para os braços de sua mãe.

Antes de por a flor em sua orelha, observou sua beleza e mesmo com aquela dor infernal em sua perna, aquele pequeno jesto de respeito desenhou um sorriso pequeno, contudo verdadeiro, nos lábios finos do rapaz. O caçador sorriu de canto mas não olhou para o elfo, não queria o deixar desconfortável.

– Nunca viram um elfo antes, você agora vai ficar famoso. Apenas tivemos a visita de anões por aqui e isso foi a muito tempo. – Onadairem contou em um tom que apenas o elfo pode ouvir.

Seus olhos castanhos escuros se encontraram com os azuis suaves do outro, talvez naquele azul tinha um pouco de cinza, como uma túlipa morta em meio a várias flores vivas.

Quando chegaram ao destino final o ruivo ajudou o elfo a descer do cervo. A casa era media até porque morava sozinho. Abriu a porta de madeira velha mostrando a sala muito linda apesar de ser humilde, uma lareira no "centro" do comodo e a sua frente duas poltronas surradas, era possível ver um quadro pendurado logo a cima da lareira apagada. Entraram dentro da casa sem muita dificuldade pois Cywllch era realmente muito leve e Onadairem por vezes quase levantava o elfo do chão. Ao chegar perto das poltronas o ruivo deixou o outro sentado nela, largando seu arco e aljava em cima de um baú ali próximo. Correu para fechar a porta, reparando que o animal albino não estava mais ali.

– Por que esta sendo tão gentil comigo? –   o elfo falou mais para si mesmo do que para o jovem caçador apesar do mesmo ter ouvido.

– Não faria o mesmo?  – perguntou tirando um pequeno baú de cima da lareira e o abrindo tirando uma flor de calêndula, andava de forma célere para o que parecia ser a cozinha enquanto ouvia o albino.

– Vim com o objetivo de encontrar o Protetor, minha ferida não importa. – Ao tentar se levantar de forma afobada sentiu a mão pesada do ruivo sobre seu ombro o fazendo se sentar novamente.

– Não vai importar até perder a perna. – falou tirando a faixa da perna de Cywllch enquanto com a outra mão largava um pequeno pote de porcelana no chão, que continha uma pasta amarelada. – Se preocupe primeiro em como ficara o estado de sua perna, o Protetor você já achou faz quase duas horas e suas armas veremos com o melhor ferreiro do Reino, certo? Se persistir em sair o amarrarei em uma cadeira. – ao terminar de falar soltou um pesado lamento.

Cywllch se calou ao ver na expressão do caçador que hoje não era seu dia, seus cabelos ruivos davam um ar sério ao jovem e uma aparente barba começava a crescer em seu rosto. O elfo estava um tanto confuso com certa parte da frase " O Protetor você já achou faz quase duas horas", obviamente observando o homem se podia ver que sua habilidade em cura era realmente invejável, a forma como passava aquela pasta xaroposa em seu ferimento não o causava dor, apenas arrepios por estar frio.

– Então você é o Protetor. – concluiu o elfo de cabelos negros. O homem nada disse apenas enrolou sua perna com uma nova faixa.

– Eu era, era muitas coisas antes de me tornar um caçador. – disse deixando o pote na mesa mais próxima, e se aproximando da lareira a acendendo.

– Me conte. – voltou seus olhos para o ruivo que se sentava no chão de madeira perto da fogueira. Estava começando a surpreender o caçador com sua personalidade observadora e curiosa.

– Muito antes mesmo de me tornar um curandeiro, eu era um cavaleiro do reino de Kalrënvël, meu pai era o Rei mas tinha algo nele que eu desprezava. Ele apenas se importava comigo porque sabia que eu era o único da família que herdaria seu trono, sem mim não existe Kalrënvël. Mesmo ele estando vivo está próximo da morte, sua aparência já está muito acabada e não voltarei aquele reino tão cedo. – A voz firme soava tranquila mas era notável certo ódio em suas Palavras. A chama que crepitava deixando o clima mais confortável estava tentando o elfo a dormir, era forte o bastante para resistir as tentações dos sonhos.

Os cabelos de Onadairem pareciam partes daquela chama na lareira que havia se separado e criado vida própria, pois o fogo dançava devassa parecendo querer chamar aquelas belas mechas ruivas para perto. Eram curtas, suas pontas quase chegavam nos ombros largos e possuia fios ondulados assim como os do elfo.

– Você tinha uma mãe? – perguntou passando seus dedos finos e compridos em seu braço.

– Nem mesmo pude a conhecer, ela morreu no dia que nasci, pelo menos é isso que meu pai falava – respondeu levantando do chão e sentando na poltrona ao lado do elfo, ainda com o olhar distante.

– Meu pai morreu em batalha depois do dia que nasci, mas talvez não tenha feito diferença. Meu coração não sente pesar pois fui criado junto dos vários elfos de meu reino. – Tirou a tulipa de seu cabelo e passou a olhar para a mesma, seu olhar aguçado caminhou da flor para o caçador.

- Se se sentires sozinho

Não chore ou apregoe!

Lembre-se que usaras uma coroa de citrino.

E seu legado, melhor que não magoe!


Já ouvira varias pessoas cantarem mas um elfo era diferente, sua fala normalmente era harmoniosa e quando cantava parecia que as histórias a qual citava tão belamente, ganhavam realidade. O caçador ruivo sequer notara que a noite chegara, seus olhos pesavam com a canção do elfo. Se levantara da poltrona e caminhava cambaleante até seu quarto ouvindo a voz do elfo ecoar pela casa. Deixando a porta escancarada se jogou em sua cama e seus olhos sem sua permissão se fecharam o entregando a um sono profundo.

Até mesmo esqueceu de oferecer ao pobre Cywllch um cobertor, mas já era tarde demais para se dar conta de que estava em um sono profundo.



Notas Finais


Anicialemente Cywllch deveria se chamar Blindsowrd (EspadaCega) mas iria entregar muita coisa.
Onadairem deveria dormir na sala com o elfo a cantar para si mas eu achei meio meh e mudei.


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