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História O caminho para uma alma perdida - O pedido de socorro


Escrita por: beeTurner

Notas do Autor


HEEEEY, GENTEEE!
Então estou trazendo mais um capítulo para vocês e devo dizer que ele tem bastante diálogos, diferente dos outros que foi mais focado em descrições.
Perdoem os erros, mas a pressa é a inimiga da perfeição, cês sabem né :(
Gostaria muito de pedir que meus leitores fantasminhas mandem pelo menos um "legal", "gostei", "continua" ou algo do tipo, porque pequenos detalhes como esse podem fazer o dia de um escritor!
Enfim, é isso.
Boa leitura!

Capítulo 7 - O pedido de socorro


 

"Porque eu tinha o melhor dos piores lados"

 

Era óbvio que o último lugar em que Kaori gostaria de estar depois do ocorrido, seria no escritório da Hokage. Contudo, por insistência de Naruto e dos outros que se mostraram preocupados — duvidava muito que Neji se importasse, mas ele também estava ali em frente à Tsunade junto da menina.

A mulher mais velha ouvia com atenção a versão da história que Naruto contava, com alguns comentários que Lee fazia uma hora ou outra, mas Kaori se mantinha calada o tempo inteiro. Sentia-se nervosa, tanto com a possível reação da Hokage quanto com o que havia acontecido no campo de treinamento. Seus olhos pararam de formigar, mas ela os sentia mais secos que o normal e alguns objetos que estavam mais distantes perdiam o foco de imagem rapidamente. A sensação ia embora aos poucos, mas as dúvidas que a morena tinha permaneciam.

— Entendo… — falou Tsunade finalmente, ajeitando-se na cadeira em que estava sentada sem tirar os olhos de Kaori. — Neji, você poderia fazer o favor de nos dizer o que viu quando olhou para Kaori usando o seu byakugan?

— Uma intensa, mas confusa rede de chakra. Como se buscasse se restabelecer, mas… — o garoto de cabelos longos pausou e olhou novamente para a menina nova, antes de prosseguir — Havia algo estranho sobre o fluxo de chakra dela.

— Algo estranho? — indagou Naruto — Como assim estranho? O que você quer dizer com isso, Neji?

— Quero dizer que ela possui uma espécie de cobertura protetora sobre a rede de chakra dela. — explicou ele e todos continuaram prestando atenção— Meu byakugan pode ver seus pontos, mas duvido que um golpe do meu punho suave consiga fazer o mesmo efeito nela, como faz com qualquer outro shinobi.

— E quando ela salvou Naruto, qual era o comportamento dessa proteção?

— Eu não… Eu não a vi, Tsunade-sama. Tudo aconteceu de uma maneira muito rápida.

E com isso um silêncio constrangedor voltou a se estabelecer na sala, onde todos olhavam para uma Kaori calada e sem jeito. Entenderia se, por acaso, fosse expulsa da vila por ser considerada um risco desconhecido aos moradores de Konoha. Não saber do que era capaz representava um perigo até mesmo para si própria.

— Garotos, vocês já podem ir. — a loira com um charmoso losango na testa finalmente falou. Kaori sentiu Naruto ao seu lado já se preparar para protestar sobre o pedido de Tsunade. — Quero conversar sozinha com Kaori.

— Você não vai expulsar ela da vila, não é? — o garoto mais baixinho começou a falar de maneira alvoroçada como sempre fazia. — Ela não fez nada demais. Está tão perdida com tudo isso quanto a senhora e…

— Já chega, Naruto! — a voz de Neji cortou o Uzumaki. Kaori percebeu o amigo fechar as mãos com força e então dar as costas para a Hokage, saindo da sala. Os outros dois jovens ninjas o seguiram, fechando a porta ao passarem e assim deixando as duas sozinhas.

— Você não falou nada desde que cruzou aquela porta. Não quer dizer alguma coisa em sua defesa?

— Não. — respondeu Kaori sem enrolações. Tsunade arqueou as duas sobrancelhas como reação, mas a morena explicou. — Não posso me defender de algo que não sei como aconteceu. Tudo que eu falasse seriam desculpas e não quero enganar a senhora, Tsunade-sama.

— Eu examinei você, como não encontrei um fluxo de chakra!? — Tsunade se levantou e socou a mesa com uma das mãos. Seu rosto exibia o cansaço de noites que não havia dormido pelas funções de líder de um povo. — E como você salvou Naruto tão rapidamente?

— A senhora deveria saber… Afinal, mandou Neji me observar. — a resposta de Kaori fez a Hokage desmanchar a expressão dura do rosto para uma feição repleta de surpresa. Como aquela menina havia descoberto?

— O-o que?

— Eu notei a maneira como ele me estudava com aqueles olhos. Percebi também como as informações que Neji lhe disse eram meticulosamente detalhadas, como se essa fosse sua missão.

Tsunade sustentou o olhar de Kaori por um tempo, mas então soltou o ar em um longo suspiro e baixou a cabeça. Não queria ter mandado que observassem a menina que havia sido encontrada, mas por segurança da vila designou a missão para o Hyuuga. Acreditava que não encontrariam nada demais e Kaori poderia passar a ser mais uma moradora de Konoha e quem sabe, uma ajudante de Tsunade que simpatizou com a menina nos momentos em que a esteve examinando.

Naquele dia, ambas mantiveram uma conversa serena sobre o que Kaori era capaz de se lembrar. A menina com total educação, mesmo debilitada, respondia que seu cérebro apenas conseguia lhe entregar as imagens do rio em que Naruto a encontrou e nada mais. Tsunade se lembrava das lágrimas silenciosas que a menina deixou cair quando estavam sozinhas na sala e sentiu compaixão por sua situação. Kaori não se lembrava quem era, não se lembrava de onde vinha e muito menos das pessoas que amava e que talvez estivessem esperando ela voltar em algum lugar.

Agora estavam ali, paradas uma na frente da outra. Não havia mais compaixão e sim desconfiança.

— Kaori… Você deve entender que estamos passando por um momento delicado. Qualquer um pode ser uma ameaça.

— Eu entendo, Tsunade-sama. Não posso me defender dizendo que não venho de um lugar ruim, que não fazia parte de um grupo de ninjas bandidos ou algo assim, mas… — a morena pausou, buscando uma melhor maneira de se expressar enquanto olhava diretamente nos olhos da Hokage. — Agora, nesse momento, eu sei quem eu quero ser. Talvez a vida tenha me dado uma segunda chance de consertar os meus erros passados. E eu não vou jogar isso fora!

— Está me dizendo para acreditar em você e em todo esse desconhecido poder que você tem?

— Não… Estou dizendo para acreditar na minha vontade. Meu desejo de ajudar Konoha e Naruto assim como me ajudaram e me acolheram. — e após essas palavras o ambiente voltou a novamente ficar em silêncio. Tsunade não sabia qual decreto dar para aquela situação, pois racionalmente deveria mandar a menina embora, mas seu emocional a fazia olhar nos olhos de Kaori. Via a vontade de fogo brilhar neles como enxergava em Naruto. Aquele menino… Ele era capaz de definir e moldar as pessoas com suas palavras e determinação.

Caindo sentada novamente na cadeira, Tsunade sentiu-se exausta. Não queria prolongar aquela conversa entre as duas se no final acabaria indo pelo caminho de seus sentimentos. Olhava para Kaori enxergando um pedaço de Naruto e isso logo preenchia os pensamentos de Tsunade com a saudade que sentia de seu irmão e de Dan.

— Você pode ficar em Konoha. — falou a mulher e Kaori sentiu seu peito se encher de alívio, mas o semblante sério da Hokage ainda não a permitia comemorar.— Porém, se eu descobrir que você está escondendo alguma coisa e está planejando trair a vila… Eu mesma cuidarei disso, entendido?

— Claro, Tsunade-sama. — Kaori concordou com um aceno da cabeça antes de se curvar diante da mais velha. — Obrigada, a senhora não vai se arrepender.

E com isso a conversa se deu encerrada. Kaori estava contente, afinal poderia ficar e ajudar Naruto com seu treinamento como havia prometido. Tinha encontrado em Konoha um lugar para chamar de lar e amigos e não gostaria de ir embora assim tão cedo.

A morena abriu a porta do escritório e com isso Naruto e Lee caíram embolados no chão, aparentemente estavam tentando escutar por detrás da porta. Neji os fitava com total reprovação do outro lado do corredor enquanto os amigos sorriam cheios de culpa. Tsunade ficou com o rosto vermelho de raiva, se levantando para ir até os dois meninos.

Rock Lee e Naruto Uzumaki se arrependeram instantaneamente do que haviam feito quando viram a furiosa Senju.

 

[...]

 

Kaori já sabia se virar no caminho de volta até o apartamento que dividia com Naruto. Ela não se incomodou em ter que ir sozinha quando o amigo lhe disse que iria comer lámen com Lee e Sakura. Não estava com fome, por isso recusou o convite e contou que iria se deitar para descansar daquele transtornado dia. É claro que Naruto ficou preocupado com a garota, mas ela insistiu diversas vezes que estava perfeitamente bem, apenas se sentia desgastada.

Estava absorta em seus próprios pensamentos. Criava tantas teorias para encaixar seus poderes com o pouco que já sabia sobre o mundo shinobi. Havia lido alguns livros da academia ninja que Naruto tinha jogado pelo quarto. Foi de grande ajuda para alguém que estava teoricamente começando do zero no mundo shinobi. Mesmo com informações tão limitadas a menina se via imaginando teorias absurdas e grande parte delas acabavam em um final ruim.

Parou subitamente de caminhar quando sentiu um chakra conhecido. Surpreendeu-se por essa habilidade, pois seu corpo parecia estar aos poucos se recuperando e voltando ao que era habitualmente. Todavia, ela estava no momento mais preocupada em encontrar a pessoa que estava próxima.

— Boa noite, Kakashi-sensei. — falou ela com um sorriso singelo ao ver o homem de cabelos prateados aproximar-se dela na esquina em que ela estava parada. Ele estava concentrado em um livro de capa verde que segurava em mãos, tanto que apenas percebeu a presença da menina quando esta se dirigiu a ele.

— Boa noite, Kaori. —ele retribuiu o sorriso por baixo da máscara que usava.— Como está?

— Esse é o livro que Naruto falou que você lê? — ela fugiu da pergunta dele para não ter que mentir e dizer que sim, estava bem. Kakashi riu sem graça com a observação dela e coçou a nuca, resolvendo usar a mesma tática dela de fugir de uma pergunta.

— Naruto e aquela boca grande… Você está conseguindo se adaptar?

— Me adaptar não está sendo um problema… Isso pelo menos não. — a voz de Kaori soou com um pesar, o que não passou despercebido por Kakashi.

— O que houve? Você parece ter se mantido bem ocupada desde que nos vimos ontem.

— Eu? — ela sorriu amarelo, tentando disfarçar o que quer que Kakashi tenha notado de diferente nela. — Porque está dizendo isso?

— Suas roupas… Elas estão completamente sujas e você está com alguns arranhões no braço esquerdo.

Ela não havia notado esses detalhes até ele falar. Olhou para as próprias vestes e estavam realmente sujas com o que parecia terra e no braço alguns superficiais arranhões cobriam a pele branca dela. Aquilo deveria ter acontecido na queda com Naruto no campo de treinamento, passando despercebido pela menina.

— Isso foi nada demais, apenas acabei caindo. Naruto me levou para treinar com ele e as coisas acabaram saindo do controle. — tentava continuar fingindo que tudo estava ocorrendo normalmente, mas ela não sabia que as palavras “sair de controle” e “Naruto” em uma mesma frase acabavam sempre preocupando Kakashi.

— Saindo de controle? Por acaso Naruto feriu você?

— O que!? Não, nunca! Claro que ele poderia ter roncado menos enquanto dormia, mas fora isso Naruto tem sido uma pessoa ótima. — Kaori foi rápida em proteger seu amigo, não querendo que ninguém ficasse com uma impressão errado do genin. Kakashi ficou aliviado em saber que não era nada envolvendo a nove caudas, mas ainda estava intrigado com aquela menina. O olho descoberto pela bandana fitava demoradamente o belo e angelical rosto de Kaori, mas ela desviava o olhar para o chão. Sabia que não poderia arrancar nada dela diretamente, então apenas lhe restava descobrir de sua maneira quando encontrasse Naruto.

—  Tudo bem, então eu vou deixar você voltar para onde estava indo. — ele gesticulou rapidamente com a cabeça em despedida, virando-se de costas para ela para sair. — Boa noite, Kaori.

    O homem deu um passo apenas quando sentiu algo segurando, sem usar força, seu colete pelas costas e o impedindo de continuar. A morena com o braço esticado para alcançar a roupa do grisalho com sua pequena e delicada mão, ainda com os olhos direcionados para o chão, mordeu o canto os lábios com o receio do que iria pedir. Mas ela precisava.

    — Kakashi… Você poderia ficar?

    Aos ouvidos de Kaori, aquele pedido soava um tanto indecente para um homem que havia acabado de conhecer, mas todos eram assim agora. Ela só precisava de alguém para lhe ouvir. Ouvir seus pensamentos, suas desconfianças, seu desespero ou até mesmo para escutar seu silêncio, que em alguns momentos queria dizer tudo.

    Kakashi virou-se novamente sem pressa, sentindo a mão da menina abandonar o colete dele rapidamente.

    — Você precisa me falar algo?

    Kaori não sabia se deveria compartilhar suas preocupações com alguém que apenas sabia o nome… Ah, todos eram assim para ela, então quem lhe sobraria? Soltou o ar que segurava nos pulmões e reuniu coragem para contar todo o ocorrido daquela tarde para Kakashi. Notou como era esquisito compartilhar um situação que não sabia dizer como havia realmente acontecido. O jounin foi atencioso o tempo inteiro, guardando o livro em seu bolso para que nada o distraísse da história que a jovem contava.

    Ele notava na maneira como ela falava cada palavra. Havia, é claro, um toque de desconforto por estar se expondo daquela forma para alguém. Kaori não contava apenas o que havia acontecido no campo de treinamento e no escritório da Hokage, mas ela também mostrava através de sua voz e olhos como se sentia sobre cada coisa.

— Quando notei já estava no chão protegendo Naruto. — explicou ela — Foi como se tudo parasse ao meu redor. Meus olhos… Eles ainda estão formigando desde aquele momento. — ao sentir uma leve pontada de desconforto nas orbes, a menina levou os dedos até o local e pressionou em uma leve massagem, buscando alívio. — Tsunade-sama foi muito bondosa em me deixar ficar em Konoha. Já que ela e ninguém sabe quem sou e do que sou capaz. Mas será que ninguém entende o pior de toda essa situação?

Kakashi poderia arriscar um milhão de respostas para a pergunta da morena, mas preferia escutar o ponto de vista dela e entender o que ela considerava de tão ruim em tudo isso. Ficou em silêncio, esperando enquanto ela tirava as mãos de perto dos olhos que agora estavam molhados pelas lágrimas que se acomularam sutilmente ali. Agora havia um toque de desespero em seu rosto, derrubando qualquer serenidade que a menina havia tentado mostrar desde que tinha entrado no escritório da Hokage mais cedo. Era nítido como sua cabeça estava em um turbilhão de pensamentos. Sua voz soou um tanto esganiçada com o choro que tentava segurar quando pronunciou aquelas palavras de dúvida em voz alta pela primeira vez.

— Se eu realmente tiver sido uma pessoa ruim antes… Quantas vidas devo ter tirado com minhas próprias mãos?


Notas Finais


Gostaram? Odiaram? Acharam masomenos? asokdoakd
Não esqueçam de falar o que acharam ou se quiserem só mandar um "Oi" EU VOU AMAR TBM <333
Beijoooos e até o próximo capítulo!


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