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História O Capítulo Final - Unidos, venceremos. Divididos, cairemos


Escrita por: LordeUnderworld

Notas do Autor


Olá, galeta!
Finalmente estou de volta, com a cabeça um pouco mais dolorida do que antes e vendo o quanto as coisas mudaram por aqui desde que entrei em coma. Mas, claro, tudo tem o seu tempo. Não gosto de dar spoilers igual ao NICO, por isso fiquem calminhos aí porque vamos voltar um pouco, ir com calma, até o momento em que eu acordo kkkkkkk.

Boa leitura!

Capítulo 19 - Unidos, venceremos. Divididos, cairemos


Fanfic / Fanfiction O Capítulo Final - Unidos, venceremos. Divididos, cairemos

POV Thomas

 

— Viu? Eu disse que era no mesmo lugar que o ferimento do Lorde - contei, jogando a minha blusa em um canto enquanto Jessie se abaixava para olhar a cicatriz em meu peito. - Juro que isso não estava aí antes, olha o tamanho dessa cicatriz! Se eu tivesse mesmo levado um golpe desses eu teria morrido, na certa. Essa coisa nasceu em mim e parecia que estava queimando minha pele.

Jessie tocou a cicatriz, perguntou se doía, mas não senti nada. Olhei para o peito do Lorde e vi que o ferimento dele ainda estava recente e coberto de gaze, Jessie afastou um pouco a gola da blusa do Lorde para ver melhor e comparar nossos machucados.

— Acha que vou ficar em coma igual a ele? - perguntei, apreensivo.

— Olha, Thomas… Isso é bem estranho, mas é só uma cicatriz. Não vejo como pode significar um perigo pra você - ele mordeu o lábio, afastou a mão e jogou a minha camisa de volta pra mim. - Te levo ao médico depois da reunião, okay? Não precisa ficar preocupado, tenho certeza que está tudo bem.

— Obrigado. Isso me assustou pra caramba. Eu não conheço o Damon igual a vocês, na hora pensei que ele estivesse me atacando com algum tipo de magia.

— Na verdade o Damon tem um método bem menos sutil de ataque, você o veria de longe e com certeza haveria requintes de crueldade.

— Ah, tá. Isso torna a situação bem menos arrepiante.

Ele riu, achando graça do meu desespero.

— Vai ficar tudo bem, Thom. Se o Damon atacar eu te dou cobertura.

— Putz, agora que eu tô ferrado mesmo.

Ele se sentou do meu lado. Era a minha vez de ficar vigiando o Lorde, já que a reunião seria da Força-Tarefa e tecnicamente eu era apenas o namorado (talvez) de um deles. Jessie me deu uma arma e me ensinou rápido como eu deveria usar, acrescentando que aquilo seria inútil contra o Damon e que talvez o melhor seria simplesmente gritar mesmo. Apesar disso não fiquei chateado. \estava mais preocupado era com a marca no meu peito. No momento em que ela nasceu algo ruim passou por mim. Algo que eu não entendia o que era.

Nunca tive tanto medo antes.

Jessie percebeu como eu estava, pegou meu ombro e me lançou um sorriso de afeto.

— Te prometo, vai dar tudo certo.

— Obrigado - e olhei em volta, um pouco constrangido.

— E então, alguma notícia do Nico? Precisamos dele de volta o quanto antes.

— Ele deveria voltar amanhã, mas não tive nenhuma notícia. Além do mais acabei quebrando meu celular no meio de toda a confusão… Tive que juntar os cacos do chão, mas depois compro um novo.

— Ah, sim, entendo. Você jogou ele de raiva.

— Ei. Sem julgamentos. Acontece que liguei para o Nico e um rapaz atendeu no lugar dele. O que queria que eu pensasse?

— O Nico não é assim, ele não te trairia. Se bem que eu estava torcendo por isso quando ele foi para a Alemanha.

— Ah, obrigado por me lembrar!

— Não é por nada não, mas ele merece alguém menos explosivo.

— Vamos voltar à esse assunto?

— Claro que não - e sorriu para mim. - O que eu quero dizer é que quando o Nico voltar tente relaxar um pouco, escute ele, não vá berrando e fazendo aquela manha toda de moleque mimado. Senão só vai criar confusão e nós dois sabemos como ele lida com esse tipo de coisa.

— Ele se isola.

— E você vai acabar perdendo ele.

— Sinceramente, acho que não me importo mais. - suspirei. - O Nico e eu… Nós não vamos dar certo.

Jess pôs a mão em meu ombro e ficou um pouco mais próximo.

Não sei ao certo o que deu em mim, talvez fosse a cabeça cheia e o fato de toda a desconfiança envolvendo o Nico, mas agi por impulso e coloquei minha mão por cima da sua perna.

Não vi nenhuma reação dele, mas afastei bem rápido.

— Desculpe - falei, sem jeito. - Não era isso que eu queria, eu fiquei confuso e…

Ele me beijou em seguida. Foi rápido, delicado e nem um pouco romântico, mas ele me beijou.

Não entendi o porquê, não retribuí o beijo, na verdade apenas me atrapalhei e demorei um pouco para me afastar.

— Isso foi… - tentei falar, sem saber o que fazer. - Eu queria, mas o  Nico…

— Tá tudo bem.

— Não, é sério, eu acho você gato e tudo o mais, mas…

— Já disse que tudo bem, não foi nem um beijo de verdade. Não foi nada demais.

— Ei, era o meu beijo - falei, enquanto ele se levantava e ia para perto do Lorde para checar se estava tudo bem. - Digo, já disseram que eu beijo muito bem!

— Você é gostoso, mas não é tudo isso.

— Hã? Que história é essa de eu “não ser tudo isso”Eu sou tudo isso sim!

— Você é bonito de corpo, já o carisma não é seu forte - ele virou o corpo, andou um pouco de um lado para o outro e então voltou a se sentar do meu lado. - Olha, eu não tinha beijado ninguém desde que o Thiago morreu. E eu quero voltar a namorar, quero encontrar alguém e quem sabe ter uma relação saudável com uma pessoa, diferente da relação sua e do Nico.

— Cara, só você consegue fazer um beijo ser uma coisa bem chata - e comecei a rir, esquecendo o medo da cicatriz e de tudo o que ainda poderia dar errado. Olhei para o Jess, para a forma como ele parecia tranquilo… acho que aquilo tinha sido bom para ele. - Sabe, Jessie. Acho que você deveria convidar o Lucas para sair.

Ele arregalou os olhos quando ouviu minha sugestão.

— Ah, qualé, eu vi como você olha para ele. O Lucas não é tão gato quanto eu, mas deve ser bom de foda.

— Nossa, você é bem nojento às vezes - bufou, se levantou e foi para a porta - Vou para a reunião, fique de olho no Lorde, e prometo que não vou mais te beijar, okay?

— Vou torcer por isso, amigo.

Deixei que ele fosse, que atravessasse a porta e seguisse para junto da Força-Tarefa. Talvez se Nico estivesse aqui eu poderia participar, mas sozinho eu era apenas um estranho ali. Não era eficiente em nada, todos me odiavam e ainda havia o fato de eu ter um passado horrível com o Liam.  Meu ensino médio tinha sido uma loucura, tudo culpa do meu pai, mas eu já era grandinho demais para colocar a culpa na família. Agora eu era responsável pelos meus próprios atos e…

Estava no meio do pensamento quando senti um enjoo repentino. Fechei meus olhos.

As coisas ao redor começaram a rodar e senti minha saliva salgada, meu estômago se agitou e minha garganta ardeu um pouco. Comecei a me sentir doente.

— Merda!

Corri para o banheiro o mais rápido que pude, deixando o Lorde sozinho e indo para a pia do banheiro sem tempo de chegar ao vaso sanitário. Minha cabeça doeu bastante, vi um flashback de quando meu peito começou a doer e a marca da cicatriz nasceu, olhei para a cicatriz sentindo-a arder um pouco. O enjoo logo foi embora, mas fiquei olhando meu corpo imaginando o que havia de errado, o que estava acontecendo ali.

Sem camisa, fiquei olhando para o meu peito e comecei a sentir algo estranho dentro dele, uma pontada esquisita. Vi um calombo, e assim que o toquei ele se mexeu e foi para dentro de mim, sumindo.

— Meu Deus - falei, buscando o calombo, agora eu estava mais assustado dainda. - O que está acontecendo aqui?

Continuei me perguntando isso e quando olhei para o espelho enxerguei sangue escorrer do meu nariz.

Liguei a torneira depressa e passei a mão para me limpar, em seguida passando-a na água para me livrar do sangue. Quando esfreguei a mão que percebi que o que saía do meu nariz não era sangue, era algo mais viscoso e de coloração incomum. Olhei no espelho e fiquei vendo uma espécie de gosma negra escapar de uma das minhas narinas.

— O que está acontecendo comigo?

Passei a mão e limpei tudo jogando meu rosto na água e querendo esquecer que aquilo era real. Que não era fruto da minha imaginação.

Puta que pariu!

Ainda podia sentir algo se mexer dentro de mim.


 

POV Jessie

 

— Isso é sério? - perguntou Lucas, deixando o Chris sentado na cadeira e indo para o canto da sala comigo. - Quer dizer… Isso não parece nem um pouco normal. É alguma piada? Ou armadilha pra me tirar da vida do Chris? Porque eu juro que…

O interrompi antes que continuasse.

— É só um jantar, um encontro não faz mal à ninguém.

— Um encontro? - ele quase engoliu o seco. - Quer dizer… Você e eu? A gente meio que se odeia.

— A gente nem se conhece! E encontros meio que servem para isso.

— Na verdade encontros servem para um pouco mais do que isso, e minha tendência é não querer nada com você!

— Só tô pedindo uma chance, é só um jantar.

Ele ficou em dúvida, olhou para os outros que chegavam ao escritório e se sentavam para a reunião. Dava para perceber o quanto estava incomodado, mas sua hesitação me deixou esperançoso. Aproximei um pouco meu corpo do dele, pouco ligando para o que os outros pensariam. Lucas ficou totalmente sem jeito, coçou o pescoço e sorriu nervoso.

— Tá bem - cedeu, dando de ombros. - Só um encontro! Nada mais do que isso, me entendeu?

Não me contive, toquei sua mão de leve, só por tocar, e exibi um sorriso largo. Ele não tentou tirar a mão, então a acariciei.

Era estranho, mas depois de beijar o Thomas tomei coragem fácil para tentar de novo, para entrar naquela coisa de conquista e ver se a sorte sorria para mim depois de tanto tempo.

— Então as garotas vão deixar de namorar e vir logo para a mesa ou vou ter que tirá-las daí? - perguntou Bernardo, entrando no recinto e cruzando os braços. Ele estava com roupas simples, blusa de frio e um chinelo velho. Nunca tinha visto ele tão descuidado assim antes, parecia até uma versão pobre de um Bernardo que não deu certo. - Quero começar logo com essa reunião.

— Não está em posição de exigir nada - argumentou Felipe - Sinceramente ainda nem sei porque você está aqui.

— Sou um dos poucos que pode ajudar o Lorde, e liderar essa Força-Tarefa agora que o pior aconteceu.

Symon soltou um riso de escárnio. Ele estava pálido, fraco e bastante debilitado porque não tinha conseguido absorver magia de ninguém. James estava correndo contra o tempo para ajudar seu marido, mas sem seus poderes ele não tinha muito o que fazer. Descobri que mesmo não sendo um dos bruxos que fazia isso, James conseguiu sintetizar sua própria magia para entregar ao Symon, mas seria impossível fazer isso no Chris porque ele ainda era novo, e não conhecíamos nenhum outro bruxo disposto a algo desse tipo. Esse tipo de procedimento costumava exigir muito da pessoa.

— Você é mesmo um cara metido - falou Symon, para o Ben. - Se eu não estivesse com tão pouca magia iria jogar uma bola de fogo bem na sua cara.

— Não seria o primeiro a tentar - ele decidiu ficar em silêncio no seu canto.

Vi que todos estavam ali. Lucas deixou Chris em um canto, numa mesa infantil que tínhamos puxado para ele, deixando-o distante o suficiente com papel e lápis de colorir. Parecia uma criança normal.

Symon e James se sentaram um ao lado do outro, se abraçando. Lucas ficou do meu lado e Bernardo e Felipe ficaram em pontas opostas da mesa. A Força-Tarefa estava totalmente dividida. De certa forma estávamos separados em quem queria o Bernardo fora: Symon, Lucas e Felipe; e quem acreditava que a presença do Ben podia nos ajudar na guerra que estava por vir: James, eu e o Thomas.

— Acho melhor começarmos o debate sobre a presença do Lorde aqui - falei, dando início. - Damon virá atrás dele, devemos protegê-lo e com o Lorde naquele estado fico pensando se o melhor não seria colocá-lo em um esconderijo.

— Damon e ele são ligados - disse James. - Não importa onde o deixemos, essa ligação pode levar o Damon direto para ele, então acho que o melhor a fazer é mantermos o Lorde à salvo junto bem aqui. Somos as melhores pessoas do mundo para protegê-lo.

— Objeções? - perguntei.

Bernardo levantou a mão, mostrando-se oposto a ideia de deixarmos o Lorde perto de nós, mas como no momento ele era voto vencido ignorei, sem dar uma chance de argumentar.

— Próxima pauta, o Liam.

— O desgraçado do Bernardo sabia o tempo inteiro onde o Liam estava e não nos contou - grunhiu Felipe.

— Ele estava em uma antiga casa, mas acreditem, aquele lugar é impenetrável. Se houvesse alguma chance de tirarmos o Liam de lá com vida…

— Não interessa! - gritou Felipe, batendo o punho na mesa. - Seu escroto de merda, sabia o tempo inteiro onde o meu noivo estava e me escondeu isso? Que tipo de monstro você é?

— Os verdadeiros monstros estão livres lá fora - exclamou, descruzando as pernas e olhando com desdém para todos nós. - Fiz o que era necessário, tentei erradicar o problema e por causa de vocês Damon pode começar uma terceira guerra mundial. Então meus parabéns!

— Diga logo a localização do Liam, Ben - pedi, antes que Felipe perdesse a paciência e fizesse alguma besteira.

Ele mordeu o lábio, parecendo pensar. Dava para sentir as engrenagens do seu cérebro trabalhando a todo vapor para bolar algum plano perverso que o colocaria de volta no controle. Detestava quando ele se concentrava daquela maneira.

Felizmente ele colocou a mão sobre a têmpora e deu de ombros.

— Rachel tem a localização, fica no noroeste e podemos dizer que é uma espécie de construção antiga e abandonada. Os prédios em volta estão cheios de snipers e a Rachel identificou seis tipos de minas enterradas pelo lote. Mas nada que vocês já não estejam acostumados já que adoram explodir coisas.

— Ótimo, vamos pra lá o quanto antes - disse Felipe, já se levantamos.

— Espere aí - interrompi. - Não vamos à lugar nenhum sem reforços.

— O Liam já está lá a tempo demais. - disse Felipe, batendo o pé no chão. - Onde diabos vamos conseguir reforços?

Ia responder quando a porta se abriu e duas pessoas entraram.

Uma reconheci como o pai do Bernardo e o outro era um garoto de cabelos brancos e olhos brilhantes. O garoto ficou tímido, atrás de Filipe, que entrou no recinto com um sorriso no rosto.

— Olha, não sou muito fã de entradas dramáticas, mas até dei uma corridinha pra chegar logo que ouvi a palavra “reforços” - ele olhou para o garoto ao lado dele e fez com que metade de nós se levantasse.

— Hugo? - perguntou James, observando o garoto.

— Conhece ele? - perguntei.

— Sim, é um bruxo. Foi um dos meus alunos quando eu lecionava para a comunidade mágica. Ele é metade anjo, seus poderes são extremamente perigosos.

Symon, mesmo doente, revirou os olhos.

— Pera aí - falei, sem acreditar. - Existem ‘anjos’? Nossa. Minha cabeça está até um pouco zonza agora.

— Seja como for não somos só nós dois - continuou Filipe, abrindo espaço e olhando para trás. - Encontramos esses carinhas aqui no aeroporto.

Ouvimos barulho de malas, alguém se aproximou e enxergamos Nico trazendo uma bolsa de rodinhas enquanto equilibrava um saco de Fandangos em uma das mão. Ele não estava sozinho, ao seu lado havia um garoto loirinho de olhos verdes e semblante triste. Já tinha visto ele em fotografias: Era César, o namorado de Oswald. Baixei a cabeça, quando percebi que ele estava prestes a chorar.

James e Symon não hesitaram e correram para abraçá-lo assim que o viram. Os três ficaram unidos, as lágrimas escorrendo e beijos e juras de que tudo ficaria bem circulando o recinto. Achei bonito a forma como eles formavam a própria família, e um facho de felicidade se erguia já que César era uma das poucas pessoas no mundo que podia ajudar o Symon.

Nico ficou em um canto, em silêncio. Me aproximei dele discretamente e disse um oi baixinho para não estragar o momento dos três.

— Então… Não acho que tenha encontrado esse daí na Alemanha. - falei.

— Dei uma passadinha nos Estados Unidos assim que ouvi as mensagens de vocês. O Filipe pagou um jatinho para mim, então cheguei mais rápido do que imaginava.  Ouvi que o Oswald tinha morrido e o James estava sem poderes. Isso significava que o Symon corria perigo, há poucos bruxos de quem ele pode absorver a magia para sobreviver. Logo lembrei do César, seu poder é transferir magia para qualquer um, ele não sente dor e pelo que eu entendi Oswald ensinou ele a lutar. Será uma aquisição e tanto para a Força-Tarefa.

— Esperto como sempre. - e nunca estive tão feliz em vê-lo. - Senti sua falta, Nico.

— E o melhor de tudo é que eu trouxe chocolate! Está dentro da mala, então por enquanto se contente com o Fandangos - ele estendeu o saco e peguei um punhado do salgadinho. O gosto era horrível, mas um tanto viciante. - Também senti sua falta, Jess. É muito bom estar em casa.

Ele colocou a mão na cintura e ficou olhando em volta.

— Agora me conte. Quero saber tudo o que eu perdi.

 


Notas Finais


Nessa Guerra Civil, estariam do lado do Bernardo ou do Felipe?
Difícil kkkkkkkk
Espero que tenham gostado desse capítulo e logo, logo, temos maisssss.


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