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História O Capítulo Final - O elevador e mais gosma


Escrita por: LordeUnderworld

Notas do Autor


Mais um capítulo, postando aqui rapidinho ;)

Capítulo 33 - O elevador e mais gosma


Fanfic / Fanfiction O Capítulo Final - O elevador e mais gosma

POV Bernardo

 

                — Vão! – gritou Lorde, passando pela cobertura do Ben e trancando as portas e janelas do lugar – Precisamos fechar a ventilação, os Kinoons conseguem passar por lá. Garantam que todas as passagens estejam trancadas e as que não estiverem guardem com armas! Lembrem-se que um Kinoon só morre se atingirem a cabeça, mas nosso alvo principal é o Damon. Não tentem lutar com ele! Levem para mim e eu mesmo cuido dele.

                Fiquei ao seu lado, vendo Felipe e Liam pegando armamento, Hugo se concentrando para usar sua magia, James e Symon tentando arrumar a pulseira, enquanto Nico e Lucas saíram do andar para realizarem suas tarefas. Chris e Thomas foram direto para o cofre, e Thomas estava bem armado para proteger o menino. Todos se concentravam, correndo de um lado para o outro enquanto as câmeras nos alertavam que o portão da entrada estava prestes a ser invadido. Destruidor e Damon lideravam o ataque.

                Percebi que o Lorde parecia estranho, pressionando a cabeça, e me aproximei dele.

                — Está tudo bem? – perguntei, preocupado.

                — Sim, sim. É só que... O Damon fez algo comigo enquanto estive lá, sentir uma dor que vinha de dentro do meu crânio e apertava minha cabeça. Acho que ainda não me recuperei.

                — Acha que conseguirá lutar?

                Ele confirmou, mesmo que seu semblante ainda mostrasse um pouco de dor. Pedi que viesse comigo até o painel de armamento que ficava em um pequeno escritório escondido dentro de uma das paredes. Lá estavam diversas pistolas, silenciadores, explosivos e armas de diferentes calibres. Movi o painel e mostrei para ele uma bazuca.

                — Uau! – ele falou, surpreso. – Pretende usar isso?

                — Com certeza!

                Lorde parou para admirar a arma e quando me virei meu pai entrou no cômodo. Ele estava bem deslocado diante de tudo o que estava acontecendo. Lorde percebeu nossas trocas de olhares e decidiu nos dar espaço.

                Assim que ele saiu meu pai se aproximou.

                — Me diga que isso não é o que estou pensando.

                — Estamos encurralados, pai. Armas são nossas melhores chances de sobrevivência, e acho melhor você também pegar uma se quiser viver.

                Girei o painel e peguei uma pistola para ele. Filipe aceitou, mesmo um tanto a contragosto. Quis sair para ajudar os outros, mas ele me pegou pelo pulso e me levou para perto. Seus olhos... Acho que conseguiam ser ainda mais penetrantes que os meus.

                — Por favor, tome cuidado – e falou tão perto de mim que cada palavra parecia tocar meus lábios. – Prometa que não fará nenhuma loucura.

                — Desculpe, mas não posso prometer isso. Preciso proteger essas pessoas, eles são importantes para mim.

                Meu pai sorriu, parecendo gostar do que ouviu. Passou sua mão devagar pelo meu rosto, me acariciando.

                — Meu filho... – ele disse, tristonho. – Sinto tanto orgulho de você. 

                — Pai, eu...

                — Preciso te contar uma coisa. Algo que venho guardando dentro de mim há muito tempo. Essa pode ser a última chance de eu dizer.

                Mordi meus lábios, nervoso. Não gostava de ficar naquela posição, meu corpo suava e não era pelo nervosismo do Damon. Queria enfrentar mil Damon’s do que ter aquela conversa, mas ele continuava segurando meu pulso e não tinha forças para me soltar.

                — Há alguns meses estava caminhando pela mansão quando ouvi você e Nico conversarem – ele coçou a nuca antes de continuar. – Sei que estavam juntos naquela época, havia algum tipo de relação entre vocês e torcia para que aquela relação aumentasse, mas não foi o que acontecer. Naquele dia, quando fui para o seu quarto e ouvi vocês conversarem, eu entendi porque suas relações nunca mais deram certo depois que o David morreu.

                — Pai, não é o momento para isso.

                — Quando você ama alguém, Ben, você ama pra valer. Você se dá por inteiro, de corpo e alma, e é capaz de tudo pela pessoa. Se sacrifica, se sujeita, faz das tripas coração e sofre todo o sofrimento destinado ao outro – ele enxugou uma lágrima – É por isso que para você é tão difícil se abrir, entregar seu coração para alguém.

                Ele me soltou, mas continuei ali ouvindo tudo o que dizia, com meus olhos marejando e um sentimento terrível de culpa.

                — Eu sei que você é apaixonado por mim. Acho que sempre soube, desde que você era um jovem recém adotado que precisava de ajuda. Não é o sentimento que eu esperava, não é o amor que um filho deveria sentir por um pai...

                — Eu sinto muito...  

                — Não sinta! De jeito nenhum, jamais se sinta culpado ou repreendido, o amor é a maior dádiva que Deus nos deu. É dele que nasce tudo, com ele a vida prospera e nunca deixa de existir... Mas quero que você seja feliz, meu filho.

                — Eu nunca vou ser feliz, eu não sou o tipo de pessoa que é foi destinada à ser feliz.

                Ele pegou meu rosto, ficando ainda mais próximo e me fitando de cima para baixo como se eu ainda fosse uma criança que precisava aprender uma lição

                — Eu te amo, Bernardo – ele disse – Não é o amor que você quer, não é o amor que você busca de mim, mas eu te amo com todas as minhas forças. Daria a minha vida por você, enfrentaria mil inimigos, viveria na miséria, faria TUDO! Absolutamente tudo para você ser feliz. E se for necessário, abro céus e terras para isso, me entendeu? Você me entendeu, meu filho?

                Não segurar e comecei a chorar. Filipe também, mas ele me abraçou forte e ficou junto comigo, como sempre esteve. Meu “pai”. O herói que eu tive desde que perdi tudo e tive que reconstruir minha vida. Ele me apoiou, ficou perto de mim ainda que eu estivesse no caminho errado, me salvou e trouxe para a minha vida um traço de luz.

                Acho que teria me transformado em um monstro igual ao meu irmão se não fosse por ele. A Força-Tarefa nunca teria existido se ele não tivesse me passado aquele senso de dever e bondade que superou o desejo de vingança.

Ainda estávamos abraçados quando recebi uma mensagem no meu celular e tive que desfazer o abraço para ver o que era. Filipe ficou enxugando as lágrimas e os olhos inundados complicaram um pouco para eu ver o que havia na tela. Só quando, naquele momento, vi o vídeo do Caleb que todo o momento se desfez.

                Saí daquele escritório batendo a porta.

                — Lorde! – gritei, indo até ele e mostrando o vídeo – Vê isso? O Damon matou o meu irmão! Era para EU ter feito isso!

                — Eitaaaa – disse o Lorde, olhando para mim e para o vídeo.

                — Isso foi para criar esses Kinoons?

                — Sim... O Damon criou os Kinoons com o sangue do Caleb – Lorde fechou o vídeo e me entregou de volta o celular. – E é exatamente isso que ele fará comigo me capturar.

 

POV Damon

 

                Falei para o Destruidor enviar o vídeo. Assim que fiz isso olhei para os Kinoons que tentavam derrubar a porta e mandei que se afastassem. Estava na hora de entrar e não ter piedade daqueles que insistiam em me desafiar.

                Ergui uma das mãos e mirei o portão.

                Quase que imediatamente uma força foi contra a porta e ela foi esmagada como um pacotinho de suco apertado com força. A porta foi parar na frente da recepção, arrancando o mural de boas-vindas e fazendo o sininho de chegada soar.

                — Entrem! – ordenei, em alto e bom som – Peguem os escolhidos e matem todos os outros!

                Os Kinoons me obedeceram e correram como feras desgovernadas, indo pelas escadas. Dali para frente eles seguiriam o cheiro dos membros da Força-Tarefa e destroçariam aqueles que fossem indesejados.

                Destruidor se aproximou de mim, já com a espada empunhada.

                — E eu? – perguntou. – Qual é o meu papel?

                — Você não disse que se sentiu incomodado pela cópia do Liam? Pois bem, pedi aos Kinoons para deixarem ela só para você.

                Destruidor sorriu de orelha a orelha, satisfeito pela missão. Começou a correr atrás dos Kinoons e eu, sem pressa nenhuma, fui para o elevador.

               

POV Lucas

 

                — O que vou fazer? Merda, o que eu faço??? – me perguntei, olhando para o corpo do Jessie e para a quantidade de sangue que havia ali.

                Não tinha como eu me livrar do corpo, e escondê-lo parecia fora de cogitação com todo aquele sangue. Tinha que haver uma solução! Tinha que haver!

                Minha missão era levar o Jessie para a cobertura, mas ninguém sabia que ele estava morto. E pior! Que fui eu quem matei.

                Meus nervos estavam à flor da pele e vi que precisava fazer algo para que ninguém suspeitasse que fui eu quem fiz aquela barbaridade. O plano tinha que seguir adiante. O Bernardo não podia desconfiar de nada.

                Merda! O Bernardo! Ele tinha câmeras em todo lugar, não tinha? Ou tirou?

                Não me lembrava mais de nada, minha cabeça estava confusa.

                — Fique calmo, Lucas, fique calmo! – gritei. – Pensa! Pensa! Pensa!

                Bati na minha testa até me lembrar da explosão que o Lorde planejava. Se ela acontecesse não haveria corpo do Jessie, não haveriam imagens das câmeras, e com certeza não haveria nada que me incriminasse. Seria tudo perfeito, eu só tinha que permanecer calmo!

                Peguei a chave da porta e vi que o melhor a fazer era trancá-la e deixar que as coisas se concertassem naturalmente. Saí do quarto, mas assim que me virei dei de cara com o Nico.

                — Oi! – ele falou, suando como se tivesse acabado de sair de uma maratona – Consegui preparar os fios, está tudo certo para a explosão. O Jessie vem com você ou prefere que eu converse com ele?

                Nico quis entrar no quarto, mas eu me coloquei na frente abruptamente. Ele estrou minha reação.

                — Não, não, não é uma boa ideia.

                — Lucas! – ele falou, zangado – Estamos sendo atacados! Jess é nosso melhor atirador, então não importa o que aconteceu com vocês ele tem que vir e nos ajudar!

                Ele tentou me contornar novamente, mas segurei seu braço e mostrei a chave.

                — Já tranquei.

                — Por quê?

                — Porque... O Jessie não está mais aqui – pensei rápido. – Ele já subiu, não queria ir junto comigo por que ainda está com raiva então eu esperei ele ir e saí em seguida. Tranquei a porta assim que saí.

                Ele ficou me olhando, como se me analisando.  

                Nico abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompido por um baque nas escadarias que fez com que nós dois tremêssemos de cima a baixo. Sabíamos o que era, e ele me pegou pela mão para me tirar dali.

                — Vamos, corre!

                Entramos para as escadarias e ele travou a porta da passagem assim que passamos. Os Kinoons estavam bem atrás de nós, ouvi quando entraram pelo corredor e com certeza eram mais rápidos. Nico pegou a arma da cintura e me entregou. Tirou outra do coldre no tornozelo e se preparou.

                — Temos que chegar à cobertura! – gritei. – Sou o único que pode ativar a explosão.

                — Nesse caso é melhor acelerar o passo.

                A porta que havíamos trancado se partiu ao meio quando os Kinoons entraram. Vi os rostos apodrecidos e a gosma que saía deles. Parecia uma cena de The Walking Dead, só que os mortos eram rápidos e corriam com tudo.

                Passamos por outra porta, em outro andar. Nico foi para fechá-la e uma espécie de molusco apareceu na parede, uma lula que levou seus tentáculos para o rosto dele. Atirei naquilo quando a coisa pulou no ar e a atingi em cheio.

                A coisa caiu no chão, morta, e Nico me olho agradecido.

                — Nesse ritmo não vamos chegar a tempo.

                — Precisamos de uma outra saída.

                Entramos em um novo corredor e parecia que não havia nada por lá que pudesse nos auxiliar. Até que vi o extintor de incêndio na parede.

                — Perfeito.

                Peguei o extintor e olhei para a saída de ar. Bati nela até a grade ceder e a abertura ficar grande o suficiente para passarmos.

                — Vem! – gritei.

                Nico me seguiu e entramos pelos dutos. Aquele lugar era bastante complicado, mas seguimos caminho. Ficamos assim durante alguns minutos até nos aproximarmos da cobertura.

                — Lucas, tem algo aqui com a gente! Corre!

                Ouvi um barulho lá atrás e quando me virei vi uma quantidade absurda de gosma. E ela estava mais perto do que nunca.

                — Vamos, Lucas! Rápido!

                Estava atrás dele, mas a distância entre nós começava a ficar grande já que Nico conseguia ser muito mais rápido. Ele chegou ao final da grade e começou a bater, gritando para que alguém abrisse.

                — Ahhh! – gritei, com a gosma quase atingindo meu pé. Senti algo me pegando e fui puxado para dentro da gosma.                

                Parecia água, só que viscosa. Tapei minha respiração quando aquilo me levou para dentro dela e começou a buscar um espaço para entrar em mim. Fiz pressão nas minhas narinas e boca, mas a coisa começou a querer entrar por outros orifícios.

                Senti meu corpo ser puxado de volta e fui contra uma parede, com a gosma sendo separada de mim.

                Fiquei tonto, minha cabeça foi atingida na confusão, e enxerguei o Lorde de pé com as duas mãos erguidas e ao lado dele estava o Symon. A gosma que antes queria me pegar ficou em pé e começou a ameaçar todos nós, criando uma boca no meio de seu estômago.

                — Alguma ideia de onde fica a cabeça? – perguntou Symon para o Lorde.

                — Eu não faço a menor ideia.

                James e Filipe entraram no cômodo, armados.

                — Pode deixar – disse James – A gente improvisa.

                Me encolhi no chão quando uma chuva de balas foi na direção da gosma e ela começou a gritar sentindo dor. Eles atingiram várias partes do corpo da coisa enquanto ela guinchava com um barulho ensurdecedor. Até que caiu no chão, morta, e começou a dissolver.

                — ONDE ESTÁ O JESSIE? – perguntou James, indo até mim e estendendo a mão para me levantar. Nico e Filipe foram até o painel da saída de ar para fechá-lo direito.

                — Ele devia estar aqui! – disse Nico. – Lucas falou que o Jessie já havia subido.

                Todos olharam para mim, esperando uma resposta.

                — Ss-sim... - eu disse, gaguejando. – Ele foi pelo elevador. Já devia estar aqui.

                — Tá tudo bem, ele pode estar a caminho – disse Filipe.

                Quase roí as unhas. Aquilo me deixou muito nervoso.

                Filipe foi para dentro da cobertura, caminhando e passando pelo pessoal que se preparava para lutar. Ele foi até a saída do elevador, destravou a porta e viu que o elevador estava a caminho.

                — Deve ser ele – falou esperançoso.

                O barulho do elevador parando despertou todos nós.

Arregalei meus olhos. Sabia que não era o Jessie, não tinha como ser! Mas se eu dissesse algo todos saberiam...

                O que eu faria? O que eu faria? Todos podiam morrer por minha culpa.

                As portas se abriram e apenas me afastei alguns passos. O suficiente para ficar a uma distância segura enquanto Filipe foi para mais perto. Mesmo estando com a arma em mãos ele não teve tempo de usá-la. Assim que uma pequena brecha do elevador se abriu um jato de gosma foi na direção dele. Ela se tornou sólida como uma faca e atingiu Filipe na barriga.

                James correu para ajuda-lo e começou a atirar contra a porta.

                Um escudo de gosma negra protegeu o elevador dos tiros.

                — NÃOOO! – gritou Bernardo quando viu o pai caído. – Não! Não! Não! Pai!!!!

                James descarregou o pente inteiro na porta. Acabaram as balas e todos ficaram olhando para o escudo. Devagar ele deixou de existir e mostrou quem estava no centro.

Lorde deu um passo para frente assim que viu Damon.

                — Ora, ora, ora... Vejam só os ratinhos que encontrei aqui.

                — Fique longe deles – disse Lorde – Sua luta é comigo!

                James tirou a lâmina da barriga de Filipe e Bernardo ficou vendo o pai revirar os olhos, se contorcer e fechar os olhos.            

                — NÃO! – gritou Ben, quase gritando.

                — Nossa. Já morreu? – Damon pareceu desapontado. – O tempo passa tão rápido quando estamos nos divertindo!


Notas Finais


Próximo capítulo, apenas lutas!


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