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História O casamento da neta do Führer - A noite de pôquer


Escrita por: Yelenna

Capítulo 17 - A noite de pôquer


As noites de pôquer na casa de Grumman costumavam reunir as principais personalidades do país, sendo um evento regado a uísque, charutos e altas apostas. Riza entrou na sala um pouco constrangida, cumprimentou os homens presentes e procurou pelo avô.

- Ele está na biblioteca com Mustang - respondeu Vessner, entregando-lhe um copo de uísque.

Riza tomou a bebida em um só gole, soltando um suspiro cansado.

- Obrigada pelo que fez hoje. Imagino que não deve ter sido fácil

Hawkeye balançou a cabeça constrangida.

- Por favor, general, me diga que isso está acabando... 

Vessner soltou uma gargalhada e fez um sinal para Riza acompanhá-lo até o sofá, sentando-se ao seu lado.

- Quando anunciamos sua relação com Grumman, humanizamos a figura política do Führer. Você ajudou muito nesse processo: as pessoas estão encantadas com você, Capitã. Seu rosto está em todos os jornais e revistas, as pessoas comentam sobre suas aparições públicas em todos os lugares e, nos últimos três dias, o número de mulheres se alistando ao exército amestrino cresceu cerca de vinte por cento. Em tempos de paz e redemocratização, isso significa muito. 

Riza parecia um pouco chocada, permanecendo em silêncio.

- Agora que você se tornou um ponto de interesse, precisávamos direcionar a atenção do público ao seu relacionamento com Mustang. Sei que parece que estamos tomando vocês como peões na arena política, mas ele precisa dessa projeção. A história que você compartilhou é sensível, inocente e despertou a curiosidade da população. Nos últimos trinta minutos, recebi oitenta ligações de jornalistas querendo saber se vocês estavam juntos. As pessoas precisam de uma história de amor e, por mais que seja difícil acreditar, seu envolvimento com Mustang parece ter saído de um livro. 

Riza engoliu seco.

- Veja, Capitã, histórias de amor não apenas vendem edições de revistas. Elas também sustentam governos. O casamento do Príncipe Claudio com a Princesa Anastásia, de Drachma, por exemplo, permitiu que a monarquia se mantivesse no poder, mesmo durante uma crise institucional sem precedentes. Aerugo estava a ponto de se tornar uma República; mas, com o anúncio do casamento real, a população foi inebriada com a promessa de acompanhar um conto de fadas. Resultado: a opinião pública se tornou novamente favorável à manutenção da monarquia, enfraquecendo o movimento republicano. 

O homem fitou a expressão cansada em seu rosto, soltando uma risada.

- Eu me empolguei na aula de história, desculpe - Riza riu. - Mas, o que quero dizer com isso tudo é que estamos seguindo um caminho similar. Aproveitaremos a imagem pública que você construiu em período recorde, diga-se de passagem, e utilizaremos isso para apresentar o próximo Führer. Mustang é brilhante, mas a imagem de solteiro invicto não o levará muito longe. Ele precisa de alguém como você para suavizar sua imagem e, considerando que vocês de fato estão em um relacionamento, não teremos que nos preocupar com farsas e contradições. Vocês nasceram um para o outro... As pessoas só precisam descobrir isso.

- E como iremos proceder daqui para a frente? - perguntou Riza, pensativa.

- Hoje você plantou a semente da dúvida. As pessoas começarão a prestar atenção em você e em Mustang, sobretudo quando estiverem juntos. Amanhã teremos o jantar beneficente dos Armstrong, o que pode ser uma ótima oportunidade para vocês serem vistos e fotografados juntos. É claro que precisaremos de uma matéria provocativa, mas Rita pode conseguir isso sem muitas dificuldades...

- O senhor a conhece?

- Eu sou a fonte dela no Exército - disse rindo. 

"Nunca confie em jornalistas e chefes de gabinete, Riza", pensou, incrédula. 

- Não se preocupe. Você já fez a parte mais difícil do trabalho. Agora, Mustang precisa provar que é um cavalheiro e conquistá-la aos olhos do público. 

Riza sentiu as bochechas corarem.

- Por que não apenas assumimos nosso compromisso? Estamos noivos há uma semana...

- Ah, querida... Não podemos privar nossos compatriotas dessa história de amor. Até a minha esposa está fissurada na relação entre vocês, desde que Mustang lhe cedeu o sobretudo na coletiva de imprensa com Grumman. Pensamos que não, mas as pessoas estão atentas a cada detalhe - disse piscando para Riza.

- Riza! Não a esperava tão cedo - disse Grumman, aproximando-se e beijando-a por trás. - Você foi magnífica hoje, como sempre.

Riza apertou a mão enrugada do avô, esboçando um sorriso tímido.

- Queria que o senhor tivesse me acompanhado. Aparentemente, foi o General Vessner quem me atirou aos lobos. 

Os homens riram.

- E você foi esplêndida - respondeu rindo, levantando-se e indo em direção à mesa onde o jogo de pôquer estava sendo preparado. 

Grumman sentou-se ao lado da neta, acariciando seu cabelo.

- Você estava bebendo?

- Depois do dia que eu tive... - disse aninhando-se no peito de Grumman, buscando conforto.

- Eu sinto muito... Deve ter sido difícil compartilhar seu noivado secreto com o pequeno Mustang - riu. - Ele era um garotinho assustado, mas sempre gostei dele.

Riza o fitou sorrindo.

- Ele era tão espontâneo e estabanado... 

Grumman beijou sua testa.

- Ele está na biblioteca, finalizando uma ligação. Por que não vai até lá e lhe faz uma surpresa?

Riza abriu um sorriso.

- O senhor realmente sabe jogar pela equipe.

Grumman riu, dirigindo-se aos amigos, que o aguardavam para começar a partida.

.

Riza foi em direção à biblioteca do avô, tomando cuidado para não despertar a atenção de Roy. O encontrou de costas, falando ao telefone e com um tom de voz grave e preocupado:

- Preciso ser informado com urgência se houver algum movimento suspeito. Tenente-Coronel, não podemos ter falhas na segurança, entendeu? Isso não será tolerado, principalmente amanhã. Então, reúna seus melhores subordinados, nem que precisemos de um exército de Alquimistas Federais em posição. 

Riza o fitou assustada: ele se referia ao jantar beneficente de amanhã? Pela postura rígida que assumia ao telefone, a situação rebelde havia se tornado ainda mais delicada. Estaria ele sendo ameaçado, assim como o avô?

- Aguardarei sua escala. Se precisar de mim, estou na residência do Führer. Passar bem, Tenente - disse, desligando o telefone e soltando um suspiro cansado.

Riza aproveitou a oportunidade para abraçá-lo por trás, sussurrando em seu ouvido:

- O senhor estava com as costas desprotegidas, General.

Ao ouvir sua voz, Roy sorriu, acariciando seus braços.

- Quando você está por perto, eu não tenho por que me preocupar.

- Como foi o seu dia?

- Menos interessante que o seu, aposto. 

Riza riu.

- Você ouviu a transmissão?

Mustang se virou para encará-la, acariciando seu rosto.

- Cada palavra. Confesso que fiquei surpreso por você compartilhar sobre a nossa promessa.

- Eu tive de dar a eles alguma coisa... - disse revirando os olhos. 

Roy beijou seu rosto.

- A promessa da goiabeira... Eu lembro como se fosse hoje: você sentada debaixo da árvore, chorando porque beijou um sapo e ele não virou um príncipe - gargalhou.

- Não seja idiota... Eu só tava seguindo as instruções do livro.

- Eu tive de segurar o meu riso naquele dia.

- Engraçado, porque eu me lembro que você ficou bastante sentido. Me ofereceu colo e ainda prometeu se casar comigo, quando tivéssemos idade parar fugir de casa - disse rindo.

- Você lembra daquele anel de capim que eu te fiz? 

- O que me causou uma alergia dos diabos? - eles soltaram uma gargalhada.

- Seu dedo ficou mais inchado que um pepino.

- Eu lembro... Ainda assim, eu o guardei. Acho que ainda está dentro daquela coletânea de contos do Hans Andersen. 

- É sério? - Roy a fitou com um sorriso.

- Uhum. Os livros que guardei estão cheios de páginas com flores... Foi a forma que encontrei para sempre me lembrar de você.

Roy sorriu, depositando beijos leves em seu rosto.

- Falando assim, você quase me faz esquecer o fato de que criticou meu bigode em rede nacional.

- Posso te ajudar a esquecer esse pequeno detalhe de outras formas, quer ver?

Roy soltou um risinho malicioso, agarrando-a pela cintura e aproximando seus lábios. Ah como ele sentia saudade de tê-la em seus braços, sentindo seu cheiro e o calor de seus lábios. Acariciou seus cabelos, massageando as madeixas loiras enquanto sua língua explorava a boca da amada. Riza o pressionou contra seu próprio corpo, deslizando a mão por baixo da jaqueta de seu uniforme e sentindo o coração acelerado do homem a beijava como se não houvesse amanhã.

Sentindo a excitação percorrer o seu corpo, Roy afastou seus lábios, beijando a testa de Riza antes de tomá-la em um abraço apertado.

- Eu te amo, Riz.

Ela ergueu a cabeça para fitá-lo, beijando seu queixo no processo:

- Eu também te amo, Mustang. E não me diga que vai me trocar por um bando de idosos bêbados.

Roy riu, acariciando seus cabelos.

- Óbvio que não. Pensei em passarmos a noite aqui, juntinhos... Conversando e rindo e se beijando e se beijando de novo e se beijando mais uma vez - disse enquanto deixava beijos estalados em sua bochecha, fazendo-a rir em seus braços.

- Você se importa se eu tomar um banho antes? Eu preciso tirar esse salto alto.

- Que injustiça dizer isso a um homem apaixonado e que não pode acompanhá-la...

- Eu já lhe disse que não tenho apego às normas sociais, tão pouco à opinião pública. Somos adultos e sexo não é motivo de vergonha - disse em um tom sério.

Roy ergueu a sobrancelha.

- Senhora Modernidade, contenha-se, por favor. Eu sou um homem conservador.

Riza riu, beijando seus lábios mais uma vez.

- Quando eu a tomar em meus braços, Riza Hawkeye, quero sentir a aliança em seu dedo arranhando a minha pele - disse com os lábios sobre os dela. - Eu quero selar o nosso ciclo: você, que foi a primeira, também será a última.

Hawkeye sentiu as bochechas corarem, deslizando as mãos sobre os cabelos negros de Roy.

- Você ainda se lembra?

- Como eu poderia esquecer? Você foi a minha primeira, Riza. A lembrança do seu corpo sobre o meu... ainda faz a minha pele arrepiar.

Riza abriu um sorriso, beijando seus lábios mais uma vez. 

- Se eu fechar os olhos, ainda posso senti-lo dentro de mim.

Roy a apertou contra o peito, pressionando sua pele com veemência.

- Vai tomar banho, Riza Hawkeye, você está cheia de fogo - disse afastando-a e soltando uma risada.

- E você está duro, palhaço - saiu da biblioteca rindo, seguindo para o quarto a fim de tomar um banho.

Roy soltou uma risada, acompanhando-a com o olhar. "Essa mulher ainda vai me deixar louco", pensou, voltando sua atenção ao telefone que tocava.



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