Busan, Hotel Signiel, Sábado 00:32h
POV NAMJOON
— Não gosto muito de ir a campo com você, não — disse segurando o riso
— Eu também odeio. Você me olha como se fosse meu marido, arg! — ele fez uma careta fofinha, tão lindo o meu marido!
— Hoseok disse que prenderam a mulher.
— Graças a Deus, o flagrante deu certo — ele concordou, suspirando aliviado.
Entramos no hotel luxuoso, próximo da orla da praia de Haeundae, mostramos nossos distintivos e a moça que estava na recepção já colocou as mãos onde podíamos ver e assumiu um rosto mais sério.
— Boa noite, senhores, no que eu posso ser útil?
— Senhorita Hyun, por favor… já viu uma dessas duas moças por aqui? — Mostrei a foto das duas no meu celular e ela engoliu em seco.
— Senhores…
— Por favor, não fique assustada, está tudo bem. São mulheres muito perigosas, se elas te ameaçaram ou fizeram qualquer coisa…
A recepcionista ficou com os olhos cheios de lágrimas e isso quebrou nosso coração, ela parecia desesperada.
— E-eu aceitei… aceitei o dinheiro, porque… porque ela me ameaçou! S-senhores… minha mãe… está… muito doente, eu… não posso ser presa, por favor.
— Não vamos prendê-la, pode ficar tranquila, só colabore com a gente, por favor — pediu Jin — Elas estão aqui?
— Vou pegar a chave reserva — ela anunciou e devagar pegou a chave — Quarto 1290, ela está armada a maior parte do tempo, só deixou eu entrar no quarto para fazer tudo… e ameaçou a minha família, por favor…
— Fica tranquila, vamos dar um jeito nisso — pedi para ela — Hoseok, pode mandar alguém aqui para cuidar da moça, ela está muito abalada.
“Mandando agora mesmo Jackson Wang” — ele retornou.
— Ué, o Jack?
“Ele e o Bam estão próximos daqui, eu chamei o Bam para a viatura e o Jackson foi ajudar vocês” — explicou Hoseok pelo rádio.
— Obrigado, Hope — Agradeci e, com Jinie, subimos pelo elevador.
Lentamente, calmo e com as armas em punho, nós cercamos o corredor e nos aproximamos do quarto dela. Cada um ficou de um lado da porta, Jin me deu o Ok.
— Shin Mina, você está presa, saia com as mãos na cabeça, sem resistência.
Nada. Nenhum som.
— Shin Mina, vamos arrombar se você não abrir.
Ouvimos alguma coisa, alguns resmungos que chamaram a nossa atenção. Mais do que rápido, eu abri a porta com a chave extra e invadimos rapidamente, encontrando uma mulher com roupas rasgadas, muito machucada, com um saco na cabeça e caída no chão, amarrada a uma cadeira.
— Checando o local — rapidamente disse Jin enquanto eu me abaixei do lado da mulher e tirei o capuz, me assustando com quem vi ali.
— Você…
Tirei a mordaça que estava nela, mais do que rápido ouvimos o grito.
— DESGRAÇADA! EU VOU MATAR ESSA PUTA, ME SOLTA! ME SOLTA!
— Moon…
— Quarto limpo. Moon? Caralho, você está bem?
— Bem… ÓTIMA, AINDA MELHOR QUANDO A CABEÇA DAQUELA ARROMBADA ESTIVER NO MEU COLO! MALDITA!
Moon estava em desespero, machucada, irritada, ela parecia presa há muitos dias, mais magra e com os cabelos bagunçados. Ela gritava a plenos pulmões e, quando isso já não bastou, ela começou a chorar.
— Meus pais… tudo… que eu tinha… essa louca… levou tudo que eu tinha. Tudo… tudo… então eu também vou levar ela… e tudo que ela tem… tudo que é importante.
— Ok, você está delirando, há quanto tempo está aqui? — perguntei, colocando luvas para desamarrar ela.
— Três dias… três…
“Uma equipe está indo, ambulância e perícia, vamos tirar ela daí.”.
Só que a gente não tinha ideia de que porra estava acontecendo.
Busan, Hospital Central, Sábado 02:25h
POV HOSEOK
— Lindo… incrível! Eu falo grego nessa porra, né? — perguntei irritado, olhando para a cara do Jimin que estava na enfermaria, recebendo alguns pontos no ombro por causa do ferimento de raspão.
— Hoseok, me desculpa, e-
— Você podia ter morrido, e aí, eu vou fazer o que com o seu primo, o seu marido, o seu cunhado, os seus pais, todos eles do nada querendo comer o meu cu e com razão?
— Mas eu estou bem, Hope!
— Bem porque foi de raspão! Aquela louca podia ter acertado mais do que apenas o seu ombro com um revólver, Jimin… bem mais. Ela podia ter acertado seu rosto, ela podia ter acertado seu coração!
— Mas não aconteceu!
— Graças a Deus, né? — Disse rolando os olhos — Seu marido não veio ainda porque ele tá todo estourado também, está sendo costurado na outra sala.
— Ele está bem? Lisa está bem?
— A Lisa que corria maior risco de vida saiu sem nenhum arranhão, vocês dois que se machucaram. Ela está em segurança, com o namorado, vai passar a noite na delegacia, lugar mais seguro para ela agora.
— Ah, ainda bem.
— Encontramos a Moon — eu disse para ele — Amarrada há três dias numa cadeira em um hotel de luxo, sem comida e sem água. Mina deixou ela pra morrer ali.
— Essa mulher é louca…
— É o que o advogado dela vai tentar alegar. Nossa missão é não deixar ela conseguir isso. Em alguns dias, a Moon vai sair do hospital e então a gente vai poder conversar com ela.
— Espero que as coisas façam sentido depois disso.
— Tenho esperança — sorri para ele.
— Você sempre tem esperanças. Esse é o seu apelido!
— Exatamente, meu querido! Exatamente.
Ele riu e parte de mim sentiu que antes tínhamos as mesmas conversas. Eu não me lembrava, mas também não era preciso… eu podia fazer novas lembranças.
Busan, Banco Central, Segunda-feira 11:25h
POV NAMJOON
— Não é certo fazer isso — eu reclamei enquanto estacionava o carro na frente de um banco muito conceituado da cidade — Ela nem saiu do hospital.
— Bom, ela parecia bem desesperada para que a gente pegasse essas provas, né? — comentou Bambam, que veio comigo para analisar.
— Até demais…
E isso era estranho. Entramos no banco desarmados, levando apenas nosso distintivo e a ordem de recolher tudo que estava no cofre da senhorita Moon. Antes de ser medicada e apagar, ela pediu que nós recolhêssemos todos os documentos dela que estavam ali.
— Bom dia, eu sou o detetive Kim Namjoon, este é meu parceiro, perfilador Bambam, nós temos um mandado de apreensão de tudo que estiver no cofre de Moon Byul.
— Vou precisar ver o mandado, senhores.
Havia não só o mandado, mas também um pequeno recado de próprio punho dela permitindo a retirada. Depois de analisar a documentação legal, fomos enviados até uma sala, onde uma moça nos atendeu e nos guiou para dentro do cofre.
— A senhorita que coloca e tira todas as coisas valiosas daqui? — perguntou Bambam.
— Ah, sim, sou eu.
— Faz muito tempo que a senhorita Moon deixou esses documentos aqui?
— Não, na verdade. Eu me lembro dela dizendo que não podia deixar esses documentos com ela, então ela sempre colocava dentro de um cofre, para mantê-los seguros. Ao todo, ela fez passagem por vinte cofres.
— Tudo isso? Wow!
— É fácil de se lembrar dela, uma moça muito gentil, com seus cabelos loiros e longos. Um sorriso gentil também.
A descrição batia, Jungkook também estava checando se apenas a Moon entrou e saiu deste lugar. A moça colocou uma luva, tirou uma maleta prateada de um dos compartimentos, abriu-a com uma chave pequena, apoiou na mesa de vidro do centro e colocou todo o conteúdo dela dentro de um saco de veludo preto.
— Podem confirmar para mim que eu coloquei tudo?
— Posso olhar a caixa? — perguntou Bambam e eu achei esquisito, mas o garoto inteiro era e se ele tinha qualquer desconfiança… com certeza era algo de se prestar atenção.
— Claro.
Ele olhou algumas vezes e voltou a colocar a caixa sobre a mesa de vidro que estava na nossa frente e sacou uma pequena faca retrátil.
— Co-como você conseguiu entrar com ela aqui?
— Ah, não é de metal — respondeu simplesmente — Não se preocupe, eu só quero o que a Moon está escondendo.
E não é que o filho da puta encontrou um fundo falso?
— É costume ter fundos falsos nessas caixas? — perguntei para ela.
— Não, senhor, eu não fazia ideia, mas um cliente fica sozinho para acessar seu tesouro em privacidade.
— A Moon escondeu isso aqui com medo de que outra pessoa viesse buscar — declarou Bambam — São outros documentos… e eu acho que são mais interessantes que os primeiros.
A moça gentilmente colocou os novos adquiridos no saco de veludo e nos entregou, agora, sim, podíamos voltar para o Distrito e tentar entender a história completa da Moon.
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