1. Spirit Fanfics >
  2. O Ceifador >
  3. Capítulo Onze

História O Ceifador - Capítulo Onze


Escrita por: Asukahime-sama

Notas do Autor


Bjus vejo vcs lá embaixo! *---*

Capítulo 11 - Capítulo Onze


 

 

 

- Pode ir Juvia estou encerrando por hoje – anunciou Gray enquanto colocava os últimos papeis em sua pasta preta, Juvia acenou com a cabeça se despedindo com um breve “Até amanhã Gray-sama” e se retirou da sala.

Soltando a maçaneta respirou fundo e colocou a mãos sobre o coração tentando manter a calma enquanto caminhava até suas coisas para poder ir embora.

Ficar perto de Gray durante o dia todo sempre fora um grande desafio para ela, conciliar o trabalho com seu amor não era nada fácil, varias vezes se via perdida em pensamentos o fitando e acabava esquecendo-se do que tinha que fazer, quando resolveu se declarar pela primeira vez e foi recusada achou que finalmente conseguiria trabalhar direito, só que não foi o que aconteceu, claro que teve uma melhoria significativa já que não precisava esconder mais o que sentia, mas o problema era exatamente esse! Não conseguir esconder o que sente… Não dava para apagar os sentimentos que nutria pelo seu chefe, não quando o sentimento era tão forte como os de Juvia.

O amor nós torna mais fortes, fortes a ponto de fazer com que nunca desistamos e continuemos com esperança, mesmo quando o caso era o dos mais extremos como o dela, que nunca conseguiu nenhum avanço mesmo após tanto esforço, até aquele momento é claro.

Pegou sua pasta guardou alguns papeis arrumou sua mesa e enlaçou a bolsa sobre o braço para seguir em direção do elevador. Ainda conseguia sentir os dedos gelados de Gray sobre seu rosto e por mais que tentasse não sorrir com aquilo seus lábios pareciam se movimentar sozinhos, bateu o cartão e entrou no elevador, era a primeira vez que Gray a tratava com carinho, um carinho diferente dos outros que ele dava quando estava de bom humor, era um carinho especial! Ela sabia disso tinha certeza que daquela vez fora diferente! Gray parecia pela primeira vez querer com que Juvia entrasse na sua vida não de um jeito profissional.

- Bye Bye Mira-chan!

- Bye Bye Juvia! – se despediu da recepcionista e continuou a trajetória até a entrada da empresa quando parou surpresa, não imaginava que iria vê-lo parado na porta a esperando.

- Juvia não esperava lhe encontrar aqui – confessou surpresa indo em direção do homem com cabelos prateados, ele apenas deu um sorriso sem graça antes fita-la.

- E quando é que você me espera Juvia? – indagou, com as mãos atrás da costa – Esta sempre esperando pelo meu irmão idiota. – deu um passo em sua direção.

- Lyon-sama, por favor, não fale assim – pediu ao ficar em sua frente – Juvia gosta muito de Lyon-sama também.

- Mas prefere o “Seu Gray-sama”. – Juvia se calou e quando Lyon percebeu que a azulada não o responderia suspirou – Esqueça, desculpe-me não foi para aborrecê-la que eu vim aqui hoje, tome – Lyon lhe entregou um buque pequeno de rosas azuis, Juvia ficou sem graça e as recolheu – Nem para implicar-lhe com o fato de você preferir a ele não a mim, vim aqui porque queria te ver de novo.

- Obrigada Lyon-sama, são lindas. – Juvia aproximou o buque do seu rosto e sentiu o cheiro das rosas.

- Assim como você – galanteou-a, Juvia ficou sem graça e segurou o presente como se fosse uma criança – Te liguei pela manhã e você não me atendeu.

- Juvia trabalha muito durante a manhã não tem tempo de atender ao telefone. E você sabe que Gray-sama não gosta quando converso com Lyon-sama.

- Porque é um idiota e ainda acha que quero quebra-lhe a cara por ser culpado pela morte da minha mãe – Lyon deu de ombros pegando a mão de Juvia – Será surpreendido quando souber que ligo apenas para ouvir sua voz, não para saber como anda as coisas com ele.

- Lyon-sama, por favor, - Juvia soltou sua mão delicadamente – Juvia já lhe disse.

- Que ama Gray, que não pode retribuir meu sentimento – ele se aproximou e acariciou ao rosto dela – Que eu não posso toca-la sem permissão.

- Exatamente – soou firme dessa vez, tirando-lhe a mão do rosto.

- Tudo bem – lamentou erguendo suas duas mãos – Não farei mais isso, prometo.

Juvia olhou Lyon para lhe dizer algo grosseiro que fizesse com que desistisse dela de uma vez, mas se calou. Era mais um dos efeitos colaterais do amor, fazer com que se colocasse no lugar de outros apaixonados, ela não teria coragem de dispensar Lyon com brutalidade, ficaria muito magoado com Gray se ele fizesse o mesmo com ela, não queria imaginar Lyon sofrendo, por mais que não retribuísse o amor do albino.

Não era de hoje que vivia aquela situação com Lyon, desde o dia que o irmão mais velho de Gray colocara os olhos nela há um ano - em uma discussão que os dois tiveram ao se encontrarem na rua que ela mesma havia separado - Lyon começara a ligar para ela e mandar mensagens, no começo Juvia achou bom, seria uma oportunidade de ela fazer com que Gray voltasse a falar com o irmão, até saiu para jantares com Lyon no intuito de mostras que não era culpa do irmão mais novo a morte de Ur, porém tudo havia ficado claro quando o albino se declarou para ela.

Juvia dispensou Lyon, mas ao fazer isso sugeriu que os dois ainda podiam continuar amigos ao mesmo tempo em que fez uma péssima decisão, era o que Gray havia sugerido a ela quando a mesma se declarou, assim não viu problema algum, só que Lyon era muito mais insistente do que parecia.

Então começara aquele triangulo amoroso, melhor dizendo, aquela reta mal organizada, onde Lyon a amava, ela amava Gray e de Gray poderia surgir infinitas possibilidades. 

- Seu carro ainda está no concerto? – Lyon perguntou, Juvia assentiu – Ótimo, vim no intuito de lhe dar uma carona até em casa mesmo, vamos? – ele ergueu a mão para ela pegar, depois abaixou se lembrando de que não deveria toca-la.

Juvia suspirou, ela não queria ter que esperar um taxi mesmo, e não conseguia ver malicia em uma simples carona com um amigo, pois Lyon era um amigo, nada mais que isso.

- Juvia aceita! – e sorriu seguindo Lyon na direção que o albino havia estacionando o carro, ele abriu a porta para ela, e depois foi a ate seu lugar dando partida.

- Como foi o trabalho hoje? – perguntou ele enquanto seguiam sobre as ruas.

- Gray-sama teve uma discussão com Ceifador-sama, mas tudo foi resolvido – Juvia olhava para a janela – Fora isso o dia de Juvia foi igual ao de sempre.

- Ceifador é aquele amigo estranho de Gray que tem sérios problemas com mulheres não é? – ela concordou - Soube que ele esta namorando e que tudo aquilo que diziam sobre mortes e tal são apenas histórias bobas que inventaram sobre ele.

- Juvia deseja que seja mentira também – admitiu fitando Lyon – Mas como Lyon-sama sabe de todas essas coisas?

- Eu trabalho com jornalismo Juvia – deu de ombros – O que não me falta é pessoas que podem me dar qualquer tipo de informação, principalmente da empresa do meu irmãozinho já que acreditam ser apenas preocupação de família. – soou irônico na ultima frase – Você poderia para de se referir a mim usando sama, isso faz com pareçamos estranhos, e não quero me sentir assim em relação a você.

- Tudo bem, Lyon-sa… Lyon.

- Assim é melhor – Lyon sorrio ao fita-la no semáforo vermelho – Eu sei que disse que não falaria sobre faz minutos, mas… – suspirou sorrindo de canto – Juvia tem certeza que é isso que você quer para o resto da sua vida… Correr atrás de alguém que nunca colocou você como primeira opção durante cindo anos – os dois se encararam e Lyon continuou – Não estou dizendo que não esteja na mesma situação que você, mas só que durante esse ano eu só tenho pensado em você, feito as coisas para você, enquanto ele sai com outras mulheres e continua colocando você em segundo lugar, e eu só peço uma chance para coloca-la em primeiro – o semáforo ficou verde e Lyon continuo a trajetória, a fitando de vez em quando pelo quanto dos olhos.

Juvia brincou com os dedos sobre o seu colo enquanto seu coração doía ao escutar as verdades de Lyon.

- Não estou dizendo para esquecê-lo, pois sei que é difícil – continuou prestando atenção na estrada – Se fosse fácil não estaria aqui fazendo mais uma vez papel de palhaço – riu amargo apertando o volante entre os dedos – Só para me dar uma chance de fazer com que siga em frente, e é a ultima vez que lhe peço, se quiser dizer não e continuar correndo atrás dele enquanto ele corre atrás de outras e às vezes de ninguém eu vou entender, e não insistirei mais, nunca mais.

 Lyon parou em frente de sua casa e a fitou, Juvia mordia o lábio e respirava fundo nervosa. Tudo que ele dissera era verdade, nunca recebera nada em troca de Gray durante esses últimos cinco anos o amando a não ser a caricia no rosto, nem uma chance, nem uma palavra de incentivo para que ela continuasse a ama-lo, contrario de Lyon, Gray nunca se quer lhe deu flores, mesmo no dia do seu aniversario.

 Fitou Lyon, os olhos do albino estavam fixos nela esperando uma resposta. Ao mesmo tempo em que queria dar uma chance para ele parecia tão errado tentar algo com alguém que não amava, pousou a mão sobre a de Lyon e o fitou.

- Juvia não acha certo mentir para Lyon – os olhos tremeram – Ela ama Gray-sama e acha que não vai deixar de ama-lo dando uma chance para Lyon – afogou-lhe a mão gelada – Mas se é tão importante para Lyon uma chance, Juvia concorda – pois Juvia quer que Gray-sama de uma chance para ela também, terminou a frase somente em pensamento.

- Obrigada Juvia – Lyon beijou a mão da garota – Até amanhã, te ligo na hora do almoço.

 Ela assentiu e saiu do carro e esperou que o albino desse partida, acenava enquanto via o carro sumir na esquina

Talvez dar uma chance para Lyon não fosse tão ruim assim, afinal seus dedos eram tão frios quantos os de Gray-sama.

 

 

Diga que me ama, na minha cara

Eu preciso disso, mais do que o seu abraço

 

19º - Dia

 

Lucy terminou de colocar os pratos na mesa e bocejou ainda com sono, ela não precisava acordar aquele horário, não tinha nada marcado para as duas horas seguintes, e querendo ou não duras horas de sono faziam muita diferença em seu dia corrido, mas nada lhe dava mais prazer do que saber quem iria tomar aquele café da manhã.

Olhou o relógio.

- Está na hora de acordá-lo – disse levantando-se da cadeira.

 Ela que passara a acordar Natsu naqueles dias que se seguiram, após sua – quase – primeira vez, não podia negar que as coisas entre os dois estavam muito melhores depois que ele voltou a falar com ela, e quando sua vergonha pelo que tinha acontecido finalmente passou.

- Lucy… – escutou o murmuro rouco e seguiu a voz com o olhar – Bom dia.

Natsu estava encostado na entrada da cozinha, o cabelo todo revolto e ainda usando somente o shorts que dormira, os braços cruzados sobre o peitoral nu e com o seu lindo sorriso sexy de bom dia, Lucy engoliu em seco e desviou o olhar corada, era ridículo o jeito que ainda Natsu conseguia afeta-la, após dezenove dias morando junto a ele, mas parecia impossível evitar aquela palpitação que tinha no peito sempre quando o via pela primeira vez no dia ou o fato de sempre querer sorrir e nunca ficar enjoada de seus beijos e esperar por eles suando frio de ansiedade.

- O que foi Lucy? – Natsu indagou caminhando até a loira e segurando seu queixo para que ela o fitasse – Aconteceu alguma coisa.

- Não… - sussurrou, seu coração acelerando – Bom dia.

Natsu sorriu então se curvou e deu um breve beijo em seus lábios, e a sensação que mais gostava do dia e que sempre repetia quando se beijavam aconteceu, aquela eletricidade percorreu seu corpo deixando-a extasiada e depois sumiu para percorrer o de Natsu. Mesmo que fosse somente por um breve momento, como aquele, sempre acontecia aquilo.

Natsu se distanciou como se aquilo só ocorresse com ela e assobiou ao olhar a mesa.

- Parece que você caprichou hoje Luce! – sorriu ao ver o bico que a loira fez ao chama-la pelo apelido, que apenas para ele, soava carinhoso.

- Não foi nada demais… Precisa de mais alguma coisa? – perguntou se levantando, ele negou com a cabeça – Então eu vou voltar a dormir.

- Bom descanso - desejou se sentando-se à mesa pra comer, sem olhar para ela.

Lucy caminhou até o quarto e deitou-se sobre a cama agora vazia e se encolheu entre as cobertas, tudo estava perfeito, perfeito demais para ser verdade… Ela ainda conseguia se lembrar do motivo que havia vindo para aquela casa, tirar a magoa de Natsu e talvez ter pela primeira vez um amor, estava fazendo a coisa certa quanto ao primeiro problema, só que o segundo… Sentiu seu coração ser exprimido aos pouquinhos isso sempre acontecia quando pensava naquilo… Quando pensava que deixara de ser tratada como uma fantasma para começar a interagir com um robô.

Finalmente admitira que amava Natsu para si mesma, deixara no mesmo dia que ele voltara a falar com ela que aquele amor a incendiasse e a possuísse, era estranho admitir aquelas coisas, mas não conseguia mais se ver sem Natsu, ou deixar de pensar nele, tudo estava perfeito exatamente do jeito que ela queria antes de morrer, se apaixonara e iria partir sem que ele se sentisse culpado por sua morte, tudo perfeito, até descobrir que era egoísta.

Lucy se virou de lado e enterrou a cabeça no travesseiro. O mesmo travesseiro que Natsu dormia, inalando, sentiu o aroma dele uma deliciosa combinação de madeira e canela. O aroma era tão intenso que ele parecia estar ao seu lado.

Porque até quando esta tudo dando certo ela tinha que se sentir daquele jeito? Deu um soco no travesseiro e suspirou irritada. Ela estava completamente errada, errada quando pensou que conseguiria amar Natsu e não se importar em o sentimento não ser recíproco, errada ao pensar que não era egoísta a ponto de querer ser amada quando estava prestes a morrer. Ela estava completamente errada em achar que o amor vinha com um manual e que ela poderia controla-lo do jeito que queria.

O peito apertou novamente e aquela agonia a atingiu, não saber se Natsu a amava do mesmo jeito era uma tortura, ter que vê-lo todos os dias sorrindo para ela e lhe dando beijos pensando que ele só fazia aquilo porque tinha pena dela e queria lhe dar mais dias de vidas partia seu coração em vários pedaços. Tinha medo de descobrir a verdade e tinha medo de morrer sem saber o que ele sentia.

Natsu entrou no quarto ela fechou os olhos fingindo que já estava dormindo, ele foi ao closet se trocou e saiu endireitando a gravata que tanto lhe incomodava no trabalho, Lucy abriu os olhos novamente.

Ela estava muito enganada sobre o amor e quem ela se tornaria quando amasse.

Inalou mais uma vez sentindo o cheiro de Natsu. Ela odiava ser egoísta, mas não conseguia parar de desejar que ele a amasse do mesmo jeito, mesmo sabendo que no final, apenas Natsu ficaria para sofrer as consequências daquele amor.

Escutou o barulho da porta principal se fechando e apertou o travesseiro.

- Itte rashai – sussurrou para o quarto vazio.

 

 

Apenas diga que você me quer, isso é o bastante.

Meu coração está se despedaçando pelos seus erros

 

26º Dia

 

Lucy olhou o relógio e sorriu, finalmente poderia dar uma pausa no trabalho, minimizou os programas que estavam abertos os relatórios que montava para Erza e colocou o computador para hibernar. Depois se espreguiçou na cadeira para relaxar os músculos.

- Natsu você vai dar uma pausa agora? – se esgueirou sobre o canto da mesa para ver quem estava falando com Natsu – Eu e os rapazes vamos descer para tomar um café. Gostaria de vir?

- Não ainda tenho uns rascunhos atrasados, mas obrigada – Natsu deu sorriso rápido e voltou a teclar o rapaz o toco-lhe no ombro e saiu.

 Lucy sorriu, ficava feliz de ver como as coisas na empresa haviam mudado para Natsu quando descobriram que os dois estavam juntos, no começo com os rumores espalhando-se que ela morreria fez com que todos abominassem ainda mais Natsu, mas como passar das semanas e nenhum acidente estranho acontecer com ela, às pessoas começaram a desconfiar da maldição alegando que não passava de boatos maldosos, então a maioria das pessoas agora não tinham mais medo da “maldição do ceifador” e ate se sentiam culpados por terem ignorado Natsu durante todos aqueles anos.

As mulheres também não atormentavam mais Lucy por estar com Natsu, e começaram a olha-lo até de um jeito que desagradava à loira, tudo o que não precisava era de competição durante aqueles últimos meses.

As únicas pessoas que continuaram a agir do mesmo jeito eram aquelas que tinham certeza de a maldição ser real, como Levy, Cana, Juvia, Mira, Erza, Gray e o próprio Natsu, que apesar de estar em um ambiente de trabalho totalmente novo e agradável, sabia que quando Lucy morresse as coisas ficariam muito piores, então simplesmente ignorava os esforços dos colegas que tentavam começara uma nova amizade com ele.

- Lu-chan! – Levy vem saltitando pelo corredor em direção a sua mesa – Você tem uma pausa agora não? – a baixinha conferiu a hora parando de frente a mesa da loira, e o guardou no bolso – Vamos comer alguma coisa?

- Claro!

 Lucy levantou da mesa e pegou sua bolsa, antes de sair em direção do elevado olhou para Natsu, ele esperava com que ela fizesse isso e sorriu para a loira quando os olhos se encontraram, Lucy retribuiu o sorriso e partiu com Levy.

As duas conversavam sobre coisas do dia-dia enquanto procuravam onde iriam comer na rua, já que na empresa só tinha maquinas de bebidas, sempre quando Levy estava com Lucy as duas conversavam por horas, até a amiga chegar sempre ao assunto que deixava a loira aborrecida, já que ela não aceitava o fato de não ter nenhuma solução para quebrar aquela maldição.

- Mas Lucy isso não é possível! Entenda tudo que se tem um começo tem que ter um fim! Isso é logico! – Levy afirmou dando uma mordida em seu pão de Yakisoba, enquanto as duas caminhavam pela rua de volta a empresa – Acho que devemos pergunta alguma coisa para Mira, já que Lisanna era irmã dela, tenho certeza que ela deve ter pesquisado para entender sobre a morte da irmã.

- Não da para resolver isso com logica Levy! Desde quando beijar alguém e morrer tem logica?  - Lucy disse também mordendo seu pão – E não quero fazer com que Mira relembre esse momento triste da vida dela – finalizou com a boca cheia.

- Mas Lu-chan… - a azulada parou na entrada da empresa, as duas já havia terminado de comer o lanche – Eu não quero que você morra…

Lucy sorriu para a amiga então a abraçou, Levy tinha se tornando alguém especial para ela e a loira entendia os sentimentos da amiga, seria desesperador se soubesse que um amigo seu estava morrendo e não podia fazer nada para impedir, e por esse motivo não conseguia explicar para azulada que ela mesma preferia não pensar quando iria morrer assim como fez a vida toda e que tudo estava bem, já que se estivesse no lugar de Levy ela não aceitaria um simples “tudo bem”.

- Não pense nisso Levy está bem – pediu Lucy desfazendo o abraço, as duas passaram por Mira que estava no telefone e acenou, entraram no elevador - Ah, não fique com essa cara Levy! Sorria! Não quero que fique triste por minha causa!

 Lucy repreendeu a amiga que estava de cabeça baixa.

- Mas tem certeza que quer passar seus últimos dias do lado dele Lu-chan? – indagou a azulada, secando os olhos marejados antes que chorasse – Se você quiser podemos ir realizar um desejo seu! Qualquer um! Não importa a quantia vamos juntas! Tenho certeza que Erza não vai se importar já que entende a situação.

O elevador se abriu e as duas saíram, porém permaneceram paradas para conversar antes de ir para sua mesa, Lucy abriu a boca para responder Levy mais se calou quando fitou  Natsu de pé ao lado de sua mesa conversando –discutindo-  com Gajeel, não importava quantas pessoas estivessem naquela ala, sempre que colocava os pés lá o primeiro que encontrava na multidão era Natsu e sempre seu coração disparava ao fazer isso. Levy ficou observando a cena sem comentar nada indo de Lucy para Natsu e vice-versa, então exclamou surpresa, colocando as mãos sobre os lábios.

 Reconheceria aquele jeito de olhar em qualquer mulher, era o mesmo jeito que ela própria olhava para Gajeel quando os dois estavam sozinhos, se sentiu uma burra por não ter compreendido aquilo antes, se gabava tanto da sua inteligência e não percebera que Lucy estava apaixonada por Natsu, era por isso que ela não estava arrependida por estar com o rosado em seus últimos dias, por isso estava abrindo mão de todos seus sonhos.

- Lu-chan… - chamou a amiga em um sussurro, Lucy a fitou – Você esta apaixonada pelo ceifador... – concluiu ainda surpresa.

- Não chame ele assim Levy – reclamou a loira fazendo bico.

 Levy permaneceu atenta esperando a resposta da amiga, Lucy suspirou depois puxou um sorriso torto e voltou a fitar Natsu.

- Eu poderia estar realizando todos os meus últimos desejos agora Levy – afirmou Lucy, seu olhar permanecia em Natsu que não notara que estava sendo observado e continuava discutindo com Gajeel – Mas o que eu posso fazer se todos eles foram substituídos… - ela deu uma risada sem graça – Tudo o que eu queria fazer antes de morrer foi substituído… Pelo Natsu - deu de ombros.

Levy arregalou os olhos surpresas, sabia o que Lucy estava sentindo, pois ela também amava alguém, mas por mais que tentasse compreender e aceitar isso não conseguia, não conseguia relevar o fato de que Lucy estava abrindo mão de tudo para a pessoa que, apesar de amar, era o culpado de ela partir.

- Lu-chan… - Levy colocou a mão do ombro da loira.

- Todos os meus desejos agora não podem ser comprados Levy, pois ninguém pode comprar o amor de outra pessoa. – Lucy desviou o olhar de Natsu e fitou a amiga que continuava paralela a ela - Eu quero que o Natsu me ame Levy, mesmo sabendo que é egoísta, mesmo sabendo que no final ele vai sofrer mais do que eu… Eu o amo, mas ao mesmo tempo me odeio por poder dizer isso, pois se eu sinto mesmo amor então não devia querer isso, não é? Querer que ele me ame, sabendo o que ele vai passar depois que eu morrer… - os olhos de Lucy ficaram marejados – Amor não é desejar a felicidade para o outro… Então porque mesmo eu sabendo de tudo e me culpando não consigo mudar de ideia?

A voz de Lucy falhou e ela secou as poucas lágrimas que cairão dos seus olhos, tentando não chorar, afinal estava na empresa, e por mais que Natsu estivesse desatento com as pessoas em volta por causa do atraso dos rascunhos ela sabia que ele perceberia.

- Por que você tem pouco tempo Lucy - afirmou Juvia, as duas garotas fitaram a azulada surpresa, por não terem percebido que a mesma estava ali parada esperando o elevador e escutara a conversa sem querer – E ninguém consegue abrir mão da pessoa que ama tão rápido. Acredite em Juvia.

Levy soltou o ombro da amiga e pegou-lhe a mão apertando tentando passar apoio, Juvia puxou um sorriso triste sem saber mais o que dizer.

- Às vezes eu fico lembrando que antes eu foquei em todos os motivos para ficar longe dele – Lucy sorriu ficando vermelha – Se eu soubesse que sentiria isso teria focado em todas as razões para eu estar ao seu lado, fazemos muito isso não é? Perdemos muito tempo nós mantendo distante de quem é importante e só percebemos que estávamos errados quando não da mais para concertar.  – ela passou mais uma vez no rosto para confirmar se estava tudo seco e sorriu – Bem vou voltar a trabalhar – e saiu andando deixando Juvia e Levy.

 O celular de Juvia tocou ao mesmo tempo em que o elevador chegou, então entrou e o atendeu deixando Levy sozinha.

Levy suspirou fundo e começou a caminhar em direção de sua sala, andava pelo corredor fitando Gajeel e Natsu e enquanto se aproximava do moreno as palavras de Lucy voltaram a sua mente “Perdemos muito tempo nós mantendo distante de quem é importante e só percebemos que estávamos errados quando não da mais para concertar”, quando iria passar pelos dois Gajeel a fitou, mas desviou o olhar depois não falando nada já que sabia que Levy gostava de ser tratada apenas como chefe na Fairy Tail, não como alguém intimo, Levy engoliu em seco e continuou a andar. 

“Perdemos muito tempo nós mantendo distante de quem é importante”, ela olhou para trás e o fitou, Gajeel estava com o típico sorriso convencido enquanto Natsu gritava parecendo nervoso.

Será que eu também estou perdendo tempo?

 Virou-se novamente para fitar Gajeel, ele e Natsu já haviam parado de discutir e o moreno agora conversava com alguma secretaria de outra ala, a mulher sorriu para Gajeel e deslizou o dedo maliciosamente pelo peito do moreno, enquanto ele apenas a fitava mantendo seu sorriso de canto.

- Gajeel! – Levy o chamou, o moreno a fitou, depois disse alguma coisa para a mulher e seguiu em direção da baixinha.

 Levy foi batendo o pé nervosa até sua sala enquanto Gajeel a seguia.

COM TODA CERTEZA EU TO PERDENDO TEMPO!!!  

Pensou esperando que o moreno entrasse na sala para bater a porta atrás de si enraivecida.


Notas Finais


obrigada pela leitura


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...