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História O Chamado - Círculo Infinito - Não veja isto!


Escrita por: TBorghi191

Notas do Autor


Hi spiriters!

Volto com mais um capítulo antes do fim de semana procurar fazer mais. Enquanto que Samara continua atacando suas vítimas das formas mais imprevisíveis, as coisas começavam a clarear para Daniel após ser ajudado por Yamato em sua casa, ele e Becca testemunham a força de habilidade da ESP do professor, porém, o imponderável e o inesperado se fizeram presentes na mesma noite.

Capítulo 13 - Não veja isto!


Fanfic / Fanfiction O Chamado - Círculo Infinito - Não veja isto!

Passou-se a tarde. No Galaxy S9 de Daniel marcava 16:55, ele e Becca estavam à espera de Yamato. Daniel já tinha entregue a fita para Trevor antes aproveitando a tarde livre.

- Está quase na hora. – disse Daniel.

- Será que ele vem mesmo? – perguntou Becca tomando água.

- Acredito que sim. Mandei mensagem a ele, e ele respondeu que estava a caminho.

Lá fora começava a chover de forma tímida.

- Ishi! Lá vem a chuva! – Becca preocupada.

- Tomara que ela não atrapalhe os planos do Yamato.

Logo a campainha toca, e Julia descia as escadas como um raio se aventurou em abrir a porta.

- Deixa que eu abro. – Julia disse.

Ao abrir, notou um senhor de paletó marrom com olhar frio e sério contrastando com alguns raios cortando o céu de Astoria. Por um instante, os dois se encararam e uma estática de energia pairou entre eles, como que se estivessem medindo forças, Julia fria e olhos esboçando emoção nenhuma e Yamato com olhar compenetrado e visivelmente mais agitado, uma troca de piscadas foi o suficiente para perceber quem podia mais. Daniel percebeu sua chegada.

- Professor Yamato! Entre por favor!

- Vou para meu quarto. – Julia se retirando.

Yamato entrou assim que Julia saiu de cena, e com dificuldades pois quase titubeou. 

- Essa é minha irmã Julia. Está tudo bem?

- Está sim! Só uma leve tontura.

- Deixe que estendo o guarda-chuva. – Becca ofereceu ajuda.

Becca guardou num canto que não atrapalhasse.

- Quer um pouco de café para esquentar? – perguntou Daniel.

- Não, obrigado. – agradeceu Yamato já indo na direção dele. - Vamos ao que interessa.

Ele vai até Daniel que estava já sentado perto de frente para a TV segurando a fita.

- Está com a fita?

Daniel mostra em destaque, Yamato olha com certa emoção e tensão porque já conhecia a sua história, porém, nunca se aventurou na maldição. Lembrou logo de seus amigos que partiram desta vida por não sobreviverem após os sete dias. Ele a segura em suas mãos, e sente uma onda negativa e de pura maldade emanando desse simples objeto, chega a desviar os olhos e devolve rapidamente a ele.

- Isso é mais do que uma maldição. É a pura manifestação do mal.

- Eu sei como é. Esta semana está sendo diferente das outras para mim, mais longa, mais difícil, mais extenuante.

- Ligue a TV e o cassete.

Daniel fez isso.

- Como que vamos fazer?

Becca voltava para sala para escutar como seria feito o processo.

- Você asseste ao vídeo, e eu vou tentar sentir pela minha ESP o que realmente vejo ou sinto.

- Mas, não é perigoso? E se você for amaldiçoado também?

- Eu não vou ver as imagens do vídeo. Eu vou ficar de costas de olhos fechados apenas com minha mão sobre seu ombro canalizando a energia que sair de você ao observar as imagens.

- Hum, entendi. Porém, professor, e se for intenso demais?

- O que intenso demais? – Yamato perguntou curioso.

- A fita.

- ... Vamos ver ao quanto.

Yamato repara Becca curiosa ouvindo toda a conversa.

- Se quiser participar disso, pode vir. Sei que está doida para vivenciar uma experiência como essa.

- Você leu minha mente de novo? – Becca perguntou irritada.

- Não, só foi uma opinião.

Becca vai até ele com cara de poucos amigos.

- Agora, fique de costas como eu e feche os olhos e segure na minha outra mão.

Becca obedeceu segurando a mão dele e fechando os olhos.

- ... Podemos? – perguntou Daniel.

- Sim, ah, só mais uma coisa.... – disse Yamato.

Logo sem virar a cabeça e o olhar ele diz:

- ....Ah, Julia. Se quiser ir à cozinha beber água, vá logo!

- Hum? – Julia percebeu que foi descoberta.

Logo todos olharam, Julia estava meio que escondida no topo da escada parecendo espioná-los lá de cima.

- JULIA! O que faz bisbilhotando aí de cima? Isso é um momento muito sério e não quero que veja! Volte para seu quarto agora! – disse Daniel irritado.

- Desculpa! Eu só queria tomar água.

- Então vá depressa!

Julia bateu o recorde, desceu, abriu a geladeira, bebeu água e guardou de volta na geladeira em menos de 15 segundos, e foi retrocedendo para cima, mas a passos vagarosos encarando eles do patamar da escada.

- Se acelerasse os passos, eu agradeceria. – ironizou Yamato sem olhar.

- Julia... – alertou Daniel ameaçando gritar.

Becca foi a única a não se irritar com a presença dela ali, talvez ou por tentar defender a raça ou sentir mais compaixão do que autoritarismo e arrogância dos rapazes ali. Julia finalmente voltou ao seu quarto.

- Agora podemos ir. Fechemos os olhos Becca. Pode rodar, Daniel.

E lá se foi Daniel encarar novamente os dois minutos mais angustiantes de sua vida. Apertou o play e a fita começou a rodar a maldição. 15 segundos. O círculo surge na tela, meio que branco e brilhante.

O círculo... – começou a relatar Daniel.

Yamato sentia e “via” através das sensações, Becca também via o círculo, mas os dois não viam da mesma forma que Daniel, e sim por energias e ondas propagadas em suas mentes que lembravam o círculo. Passaram-se segundos e Daniel retratou outra imagem. 27 segundos.

- A cadeira...

Yamato parecia estável e tranquilo. Aos 33...

- A mulher se penteando no espelho... – disse o professor.

Instantes depois a imagem de uma garotinha se afastando.

- A garotinha. – relatou Becca.

- A mulher sorrindo para ela. – disse Daniel.

45 segundos.

- Um penhasco e uma mosca “circulando” a paisagem. – Yamato sentiu.

A partir dos 50 segundos, imagens bizarras surgiam como a da corda sendo puxada da boca, dedos decepados numa caixa e se mexendo, um dedo sobre a ponta de um prego, cortes na pele, aí Yamato sentiu sensações estranhas, e Becca também, uma súbita dor de cabeça. Aos 1:13...

- Vermes se transformando em pessoas nadando sem rumo amontoadas umas nas outras. – disse Daniel.

1:22... 1:23... 1:27.... 1:29...

- O olho de um cavalo. – disse Yamato.

- Uma árvore em chamas. – disse Becca.

- Alguém sufocado numa sacola plástica. – relatou Daniel.

- A mulher olhando diretamente para você. – disse Becca.

- MMMRRRR... GGGRRRR... – Yamato reagindo as dores.

Yamato começava a demonstrar sinais de fraqueza sensorial, logo começou a apertar o ombro de Daniel e Becca sentindo mais dor de cabeça agora sendo mais forte. 1:37...

- Ca... Cavalos... m-mortos ao mar. – disse Yamato sentindo uma dor extrema.

1:41...

- GGGRRRR... A... mulher.... se jogando... do... preci-pício. – Becca rangendo os dentes tentando segurar a dor.

1:52...

- AAAAAHHH! – grita de dor Yamato.

- Não consigo aguentar mais! – Becca quase desmaiando.

- O poço. – relatou Daniel.

Segundos depois a imagem desaparece. Num momento que lá fora caía um raio, Yamato larga a mão de Daniel ele quase desmaia e Becca bota suas mãos na cabeça tombando a mesma para o chão.

- AI MINHA CABEÇA! QUE DOR! – Becca reclamando de dor.

Daniel tirou a fita e foi socorrê-los.

- Professor! Becca! – Daniel preocupado.

- Tudo bem! Está tudo bem! Vai passar! Becca, não se preocupe! Essa dor vai passar! – tranquilizou Yamato.

Os dois sentindo extrema dor, mas logo depois iam recuperando a consciência e iam melhorando gradativamente. 

Querem um copo de água? – ofereceu Daniel.

- Por favor. – pediu o professor.

- Traz pra mim também. – clamou Becca.

Daniel foi para cozinha pegar um jarro e dois copos, e Julia do alto da escada observou toda aquela cena de dor deles e voltou para o quarto. Daniel retorna oferecendo água.

- Aqui! Tomem!

- Obrigado. – agradeceu Yamato.

- Ai, que sensação de dor horrível foi aquela? – Becca perguntou com a mão na testa.

- Por isso tínhamos que ficar de olhos fechados. Mesmo sentindo por ondas e energias sensoriais, eu nunca vi nada parecido como esta fita. Ódio puro! Maldade que só vai crescendo com o decorrer das cenas.

- E as imagens professor, conseguiu entender o que elas possam significar? – Daniel curioso.

Yamato tomava outro gole de água que Daniel sem hesitar ofereceu na hora.

- Sinceramente... Nada que eu possa sintetizar e canalizar numa lembrança. É como se fosse várias peças de um quebra-cabeça misturadas aleatoriamente sem sentido, onde não tem como encaixá-las porque não temos uma direção uma peça que mostre por onde desencadeia o encaixe perfeito.

- Entendo. – o garoto lamentou.

- Se não minha retrocognição teria funcionado e aí sim poderíamos ter pistas do que estas imagens realmente significam.

Becca assentiu com a cabeça concordando com ele.

- Sem isso, é como nascer sem digitais.

- Então, quem fez essa fita? De onde ela veio?

- É como disse antes:

_ Esta fita não foi feita por mãos humanas. E isso é algo que terão que descobrir por vocês mesmos. Desculpe.

- Yamato, não teria nenhum resquício ou indício de qual imagem a gente poderia pesquisar para reformular um quebra-cabeça sem sentido como este? – Becca tentou dar um fio de esperança ao seu namorado.

- ... Não sei. Realmente não sei.

Ele se levanta e se recosta na parede pensando. Os garotos também.

- E olha que sou bom em Shogi.

- O que é isso?

- A versão japonesa do xadrez que conhecemos. Onde devemos capturar o rei adversário dando o xeque-mate. – Daniel definiu.

- Viciado em Naruto você.

- Estratégia sempre é o ponto crucial para qualquer batalha.

- Desculpe interromper este debate, mas, respondendo sua pergunta Becca, se eu fosse um amaldiçoado tendo ao meu dispor imagens bizarras como estas, tentaria pela mais lógica e simples. A imagem da mulher e da menina no espelho. – opinou Yamato.

- A menina. Eu já tive uma visão dela. Hoje. No quase acidente lá na rua.

- Ela chegou a te atacar ou algo parecido?

- Não. Ela estava parada na rua quando o mesmo Volvo que quase pegou Ryajy ia passar por ela na minha visão.

- Será que elas tem algum tipo de ligação? Tipo amaldiçoadas também? – questionou Becca.

- Amaldiçoadas não. Diria mãe e filha talvez. – contemporizou Yamato.

Os dois o encaram com uma certeza e confiança nos olhos.

- É só uma probabilidade.

- Tudo bem. Vou conversar com o Trevor pedir algumas pesquisas a ele, ver se acha alguma informação sobre elas. – Daniel levando esperanças em seu amigo.

- Bom. Meu trabalho está feito. Agora é com vocês.

- Vou acompanhá-lo até a porta.

Yamato agradeceu. Ao abrir a porta estava chovendo muito forte. Quase chuva de vento.

- Quer esperar a tempestade passar?

- Não! Obrigado! Estou de carro, e tenho que ver como está Ryajy. Se ele já recuperou totalmente.

- Tudo bem.

- Arigatô! Se cuidem! E boa sorte!

- Obrigado!

- Tchau professor. – disse Becca.

- Ah, Daniel. Pegue um pano.

- Por quê?

- Seu nariz está sangrando.

Daniel sentiu algo escorrendo e passou o dedo, e viu que era verdade. Yamato pegou seu carro e saiu, Daniel fechou a porta e Becca já voltava com um pano limpando o nariz dele.

- Obrigado!

- Será que é da maldição também?

- Sem dúvidas.

- Caramba! Essa chuva está muito forte para ir embora!

- Espere um pouco, quando passar te levo até em casa de carro. Mande uam mensagem para seus pais dizendo que vai aguardar a chuva passar.

- Qualquer coisa eu falo que vou dormir aqui.

- Sério? –perguntou sorridente.

Becca percebeu o entusiasmo do garoto após dizer isso, chegou perto dele e cochichou:

- Quem sabe hoje você não descubra minha tatuagem tribal.

E sai para lavar o pano. Daniel era só o sorriso de orelha-a-orelha. Em algum lugar da cidade, uma jovem chamada Karen chegou em casa do seu serviço após um estressante dia de trabalho. A única coisa que ela queria era um senhor banho relaxante em sua banheira. Jogou sua bolsa no sofá e ligou a TV para ver o que se passava. Noticiários sobre roubo, crimes e mortes, nada fora do comum. Logo seu celular vibra. Ela olha no visor e percebeu que era de uma amiga sua.

- E ae Vic. Loira bandida.

- Já chegou em casa?

- Ainda bem, graças a Deus. Ô dia que parecia não terminar.

- E com seu chefe te azucrinando no ouvido, suponho.

- É. E falei ainda com ele que uma hora dessas vou acabar morrendo e ele vai ter de achar outra para me substituir.

- Ficou sabendo da morte de Sarah?

Ela senta no sofá para relaxar e descansar um pouco.

- É. Fiquei sim.

- Você vai no velório dela?

- Sim. Mas estou tão abalada que nem sei.

- Diz a polícia que ela foi encontrada com o rosto todo desfigurado.

Logo Karen levanta num pulo.

- Como assim, desfigurado? – Karen perguntou desconfiada.

- Não só ela, mas seus pais também. O corpo da mãe foi encontrada a caixa d’água. Há boatos sobre o tal vídeo amaldiçoado que ela tinha assistido.

Karen não dizia nada.

- ... Karen? Você está aí?

- ... Preciso tomar um banho. Depois a gente se fala.

- ... Tudo bem. Cuidado para a menina dos cabelos pretos não te pegar hein. – disse Vic rindo.

Karen desliga depois dessa, com uma cara de paisagem e perdida, esboça uma preocupação súbita e medo repentino. Vai para cozinha tomar um copo de água, trêmula um pouco ainda pela notícia. Do nada, engasga e quase caiu no chão, se apoia na beirada da pia. Como se tivesse algo agarrado na garganta põe a mão na goela e sente algo e começa a puxar. E vai saindo algo preto e ela continua puxando, não era coisa pequena, parecia uma corda preta, ela continua puxando e o engasgo não parava. Até que ela finalmente conseguiu tirar tudo, e joga no chão, para seu espanto era um pedaço grande de cabelo preto. Molhado, mas molhado mesmo. Em seguida a torneira se abre sozinha e começa a cair água, Karen assustada fecha rapidamente, mas percebe algo saindo da boca da torneira. Uma mosca. Despretensiosamente ela sai voando, para o espanto da jovem.

- Essa não! É real! Aquilo é real!

De repente, um barulho de chiadeira vindo da sala, Karen lentamente vira seu pescoço já imaginando o pior, era da sua TV vindo o barulho, ela vai até lá e percebe que estava fora do ar e vazando água, ela instintivamente pega o controle e tenta desligar, não consegue. Se agacha e vai na parede tirar da tomada. Deu certo. Porém, ouve uma voz lhe chamando.

- Kaaaaaaaaaareeeeeeeeennn...

Ela olha para cima e tenta perceber de onde veio.

- Quem está aí? – perguntou desnorteada.

Logo um barulho vindo de sua bolsa, ela volta o olhar e percebe que tinha algo de dentro dela se remexendo. Vagarosamente ela vai até lá e observar, o fundo da bolsa e laterais estavam movimentando como se algo ou alguma coisa estivesse viva, Karen colocou a mão no zíper e foi abrindo devagar, com toda sutileza e medo que tinha. Ao terminar de abrir olhou para a bolsa, estava um repleto breu, escuro. Em seguida um olhar esbranquiçado surge nesta escuridão encarando Karen e do nada um braço mais branco ainda agarra a boca de Karen fazendo surgir o mal perante aos seus olhos.

- AAAAAAAAAAAAAAAHHHH... – gritou de forma agonizante.

Karen acorda gritando e se levantando num pulo do sofá, respirando fundo. Viu que a TV estava sintonizada, sua bolsa não se mexia e ela estava viva.

- Graças a Deus! Foi só um pesadelo! Devo ter adormecido no sofá. Vou tomar um banho.

Pegou sua bolsa e foi para seu quarto tirar a roupa. Relógio marcava 19:10. Karen de toalha foi ao banheiro, deixando seu celular na pia. Abriu a torneira esperando encher na medida certa. Aproveitou e viu se tinha mensagens no whats, embora houvesse bastante, ela não queria nada mais do que saborear a água da banheira. Se encarou no espelho e por um momento se assustou ao ver seu rosto desfigurado e o vidro vibrar.

- Isso...

Ela balança o rosto e volta a se encarar, estava tudo normal. Outra perturbação? Pesadelo acordado? Karen achava que era o cansaço do dia-a-dia. Ao perceber que sua banheira estava cheia fechou o registro, tirou a toalha e entrou olhando para todos os lados de forma vigilante.

- Hum, que alívio!

Na medida e temperatura certa. Sentou e relaxou. Encostou a cabeça na quina para buscar mais inclinação quase deitando, fechou os olhos. O único som que queria ouvir era o silencio. Porém, a água começa a se agitar vagarosamente, e entre suas pernas, começa a surgir uma mão totalmente branca e sem vida na água com resquícios de um tufo de cabelo perto logo atrás, e a mão vai se aproximando do corpo de Karen, quando faltava centímetros, Karen do nada acorda e olha para água. Não viu nada, sentiu a impressão de alguma coisa emergir e vindo em sua direção, voltou a relaxar. Ela olhava para o teto e imagens veio na sua mente, a morte de sua amiga Sarah, uma estranha marca no braço alguns pesadelos tidos esta semana, mas o que mais apavorou ela foi a visão de um poço; do qual sempre acreditava que vinha um espírito vindo pegar sua alma. E as imagens surgiam como explosões em sua cabeça queimando ela por dentro, em seguida a água começa a se agitar violentamente.

- Hum. O que é isso?

Ela tentou se levantar mas não conseguiu. Forçou e forçou e não teve sucesso, estava inacreditavelmente travada e isso gerou pânico e desespero.

- AAAAAAAAHHH! EU QUERO SAIR! – gritou desesperada.

Como se não bastasse, surgiam duas mãos brancas surgindo nas laterais da banheira mas de dentro d’água de forma fantasmagórica que violentamente puxaram Karen para baixo. A jovem afundou e estava se afogando, ela tentou se remexer balançando os braços e querendo buscar a superfície, mas a escuridão tomou conta de si, e quando se deu conta não estava mais em sua banheira, a água não estava mais morna e sim gelada. Ela se viu no fundo do poço, literalmente. Ela se debatia mas em vão, as duas mãos continuavam puxando ela para o fundo, até que Karen perdeu folego, perdeu as forças e seu corpo fora totalmente invadido pelas águas. A banheira estava cheia d’água mas sem um corpo, sem mãos esbranquiçadas, sem um tufo de cabelo preto, a única coisa que se ouviu foi uma chamada de celular em cima da pia, e nada mais.

        Na casa dos Foster, Daniel acorda do nada, não consegue dormir. Esfrega as mãos no rosto, sua cara estava horrível como da última noite. Coçava os olhos e estava ardendo, logo algo passa no corredor de forma repentina, e ele vira o rosto. Não viu, mas sentiu.

- Julia... É você?

Estranhamente ele ouve sons nada familiares.

- Becca?

Ele se levanta e vai no corredor. Não avista ninguém, mas nota uma sombra descendo as escadas, apressa os passos, mas ao chegar na base só vê a sombra lá embaixo na sala. Ele desce e relembrando do pesadelo anterior, desta vez no sofá Loren não estava lá. E o engraçado é que ele não ouve o barulho da chuva caindo como antes, estava calmo e claro como o dia. Daniel foi a uma das janelas e notou algo surreal. Seu quintal não existia, não o de gramas dividido ao meio por um caminho de cimento até sua porta, mas sim um quintal estilo fazenda. Grama verde cobrindo até aonde a vista alcançava, o céu esbranquiçado nublado.

- O que é isto? Perdi a noção da realidade? – pensou consigo mesmo.

Logo ele ouve ruídos na porta, rapidamente ele vê pela fresta a mesma sombra que esgueirou pela casa, ele foi até a porta e com uma sensação de incredulidade, insegurança e incerteza do que ia encontrar. Botou a mão na maçaneta.

- ... Vamos Daniel. Vamos. – se  automotivando.

Abriu a porta. Paisagem solitária, ventos fortes e um cheiro de brisa do mar, quando percebeu não estava mais em casa, sua casa nem estava ali mais quando olhou ao redor. Estava numa espécie de morro onde havia o mar atrás dele, e a sua frente um farol, uma pequena casa antiga e um grupo de pessoas em posição lado-a-lado para tirar uma foto em frente ao mesmo, dez pessoas, nove senhoras e um senhor ao centro segurando uma espécie de placa comemorativa. E Daniel observando tudo aquilo de perto quase como se estivesse entre eles.

- Isso é de verdade? Aonde eu vim parar? – ainda se sentindo perdido.

Daniel estava analisando cada uma das pessoas quando uma lhe chamou atenção em especial. Uma mulher, a única de vestido perto segurando uma vela em meio as demais, Daniel reparou a feição dela e o sorriso bastante peculiar.

- Ela não em aparece estranha. Será que ela é a...

- Sorriem para foto! – gritou o fotógrafo.

Depois disso uma voz ecoou nos ares para somente Daniel ouvir a sua mensagem.

- ... Ilha Moesko...

Abruptamente uma mão surge do nada e agarra o braço direito de Daniel. Ele é levado para uma espécie de dimensão exterior onde se viu numa casa, precisamente num celeiro sentado em frente a uma pequena TV e vendo seu reflexo nela ouvindo os relinches de cavalos ao fundo e tudo isso invadindo sua mente de forma assombrosa.

- AAAAAAAAHHHHH! – Daniel acordou gritando.

Daniel dá uma levantada na cama com olhos arregalados. Respirou fundo bastante. Outro pesadelo. Desta vez bem mais realista do que o anterior, ele põe a mão na cabeça e lamenta por mais uma noite perdida ouvindo o som da chuva lá fora. Mas em seguida ouve outro som, e este era bem familiar. O mesmo de quando viu a fita. Logo seu olhar o remeteu para a sala.

- Não.

E quando pensou em ir viu uma aparição no corredor. Também bem familiar.

- Loren? – perguntou com os olhos arregalados.

Ela estava cabisbaixa de roupa branca, com o cabelo tapando o rosto apontando para frente, ou seja, para a sala. Daniel saiu logo em disparada, e quando chegou na base da escada observou pela claridade forte que a TV estava ligada e aqueles sons da fita emitida por áudio. Alguém estava assistindo, quando desceu às pressas, se deparou com o inacreditável.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÕOOOOOOOOO!

Julia e Becca vendo a fita maldita. Em seguida a imagem desaparece. O estrago estava feito. Ele vai até elas e em sinal de fúria e lamentação tapa os olhos delas e vão e viram elas para buscar explicações.

- CARAMBA! EU FALEI PARA NÃO VER ISSO! – disse olhando para Julia sacudindo sua cabeça. - POR QUE DEIXOU ELA VER BECCA? MALDIÇÃO! POR QUE ME DIZ? – gritando encarando Becca.

Becca parecia fora de sintonia com olhar distante e perdido de boquiaberta, quase que querendo chorar, Daniel estava mais assustado ainda.

- ... Loren. – sentenciou Julia.

Ele se vira para a Julia.

- O quê? – perguntou Daniel com um olhar irrepreensível.

- A Loren me pediu para ver isto.

Daniel lembrou da cena bizarra do corredor minutos antes. Não queria acreditar.

- Eu não conseguia dormir. – disse Becca com medo.

Daniel quase indo as lágrimas não se sabe de tristeza ou raiva abraça as duas. Era o que pôde fazer.

 - O que era aquilo, Daniel? Que imagens eram aquelas? – perguntou sua irmã.

Sem responder, o celular de Becca toca. Estava em cima da TV. Daniel nem queria saber de atender, mas não parava de tocar. Daniel rapidamente desligou a chamada. Ainda no desespero. Julia olhava aquilo de forma estarrecedora. Logo o celular toca de novo, desta vez, Daniel atende.

- VÁ PRO INFEEEEEEEEEEEEEEEEERRRNOOOOOOOO!

- .... Daniel? – surge a voz do outro lado da linha, bem familiar e reconhecível.

Daniel aliviou-se mas caindo no chão em desgraça.

- Trevor. – respondeu chorando.

- ... Eu vi a fita.... Ela é... apavorante. – Trevor dizia pausadamente e quase gaguejando.

Daniel não responde.

- ... Daniel, está me ouvindo?

- ... Elas viram a fita.

- ... Quem viu a fita?

- ... A minha família. - diz olhando para as duas.

Logo Trevor entendeu o recado.

- O furacão está tomando forma meu amigo. Daniel, nós temos um problemão gigantesco agora.


Notas Finais


Espero que não tenha ficado muito grande o capítulo. Não era minha intenção, pensava em dividir em duas partes, mas resolvi arriscar. A foto de capa é de Rachel/Aidan e Reiko/Yoichi no momento que os filhos veem a fita e suas mães entram em desespero, esboçando a mesma reação de Daniel ao ver Julia e Becca vendo a fita maldita.


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