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História O chamado do Oceano - Epílogo


Escrita por: AyzuLK

Capítulo 20 - Epílogo


Fanfic / Fanfiction O chamado do Oceano - Epílogo

"O mar é a emoção encarnada. 

Ama, odeia e chora. 

Ele desafia todas as tentativas de capturá-lo com palavras e rejeita todos os grilhões. 

Não importa o que você diga sobre ele, sempre há o que você não pode dizer. " 

Christopher Paolini, Eragon

Epílogo

12 de dezembro de 2010,  Ilha de Stradbroke , Austrália

Pequeno Tritão

Não sei como soube do que aconteceu, mas foi só um acidente na balsa,  já estou em casa. Sam está cuidando de mim,  você sabe como ele é. Eu sei o que vai dizer, que estou velho demais para isso. Não quero deixar Dolce Merinda solitária.

Linguado veio visitar, junto com as duas filhas. Sam está impossível, ele piorou com a idade. Sabia que uma delas se chama Ariel? Ele realmente nunca esqueceu,  ainda visita o túmulo sempre que vem aqui.

Sinto sua falta, mas não se precipite. Espero que esteja se cuidando e esteja bem. Eu não faço ideia de onde foi esse lugar no último cartão, mas Sam disse que é suposto ser no meio do nada. Que tipo de coisa vai escrever no meio do nada? Sam adorou a sua última hisstória, mas tinha mesmo que matar meu personagem favorito?

Escritores não tem coração.

Eu te perdoo, mas espero uma redenção.

Eu te amo mais que tudo.

Tab top.

P.S: Em anexo as fotos com a 'pequena Ariel'.

P.S 2: Sei que está franzindo o nariz. Pare.

.................................................

Londres, Inglaterra, 2010

A neve havia começado a cair há apenas alguns dias, tornando o frio mais tolerável. Ainda assim, enfiou as mãos enluvadas nos bolsos enquanto atravessava a rua movimentada, apressando o passo.

Havia esquecido um guarda-chuva. A neve começava a derreter em seus cabelos vermelhos quando finalmente chegou ao lugar.

Parou na calçada do outro lado da rua por alguns segundos, admirando a estrutura ainda um tanto vintage, como um pedaço de história perdido no tempo.

E isso não soava tão familiar?

"Eu queria que fosse para Londres comigo."

O sino tocou ao abrir a porta. O lugar estava aquecido. Removeu o casaco e as luvas na entrada, cumprimentando o garçom,  pegando a mesa do canto, ao lado do vidro que dava visão para a rua.

"Eu queria que conhecesse um café em que sempre ia com minha irmã, sentando perto da janela e olhando a neve caindo."

"Deseja alguma coisa senhor?"

"Um cappuccino na mesa."

"Um Capuccino, por favor."

"Suas bochechas. Corando pelo frio."

O lugar estava pouco movimentado. Removeu a carta do bolso, a lendo novamente com um sorriso leve. Capitão Max sempre achava uma maneira de lhe mandar cartas, mesmo depois de todos esses anos. Ele era cuidadoso com o que dizia, afinal, Ariel, aos olhos de todos, exceto Max e Sam, havia morrido em um acidente na virada do ano 2000.

"Se o humano entregar a sua alma em acordo, as consequências...são completamente diferentes."

Um dia, quando seu pai, Sam e Linguado se fossem, tudo o que Ariel havia sido acabaria desaparecendo de vez. Ninguém lembraria do garoto desastrado filho do capitão.

Eventualmente, ele seria esquecido. Passando desapercebido como vinha nos últimos anos. Diversos nomes, tantos lugares. Nenhum laço.

"Viver para sempre, com a dor da morte pelas próprias mãos de alguém que faz parte de você, é um preço muito alto..."

Sempre seriam apenas os dois.

Tocou no colar em seu pescoço, sentindo o pulsar conhecido. Como uma carícia, mas também como o batimento de seu próprio coração.

Sua mão se moveu suavemente no sinal já conhecido e aprimorado ao longo dos anos.

'É aqui?'

Fixou o rosto em seu reflexo e sorriu quando olhos azuis o fitaram de volta. Assim como ele mesmo, ele nunca mudaria.

"Um viver pelo outro, um com o outro..."

O reflexo de Eric sorriu. A voz dele verberou em sua cabeça como um sussurro.

Como uma onda em uma maré calma.

'Está diferente, mas é aqui,'

Sorriu em resposta, agradecendo pelo café. Podia o sentir feliz. No reflexo, os dois sobrepostos, Eric deu uma pequena risada quando queimou sua língua. Franziu o nariz como de costume de forma desgostosa.

Era uma vida solitária. Onde as pessoas que amava iriam lhe deixar.

Exceto Eric. O que antes via como punição pelo o que tinha feito, aprendera a apreciar. A viver por ele, tanto quanto com ele. Escrever o que ele queria, ver os lugares que os dois nunca tinham visto.

"...A alma sacrificada passa a viver no kagin, com você..."

Eles sempre seriam um do outro, afinal.

"... Para sempre."

'Sopre antes de beber, pequena sereia.'

"Já disse que sou um Tritão."


Notas Finais


Primeiro de tudo

"Eu sei que ele concorda comigo, estou errada?"

Quem tinha pegado essa pista?

Então é, chegado o final. Obrigada a todos que acompanharam. Comecei essa história em 2015, ela entrou em tantos hiatos que não sei nomear, mas cá estamos.

Essa cena de Ariel e Eric: Sim, a alma de Eric está no Kagin. Ele sempre vai estar com ele, como um só. Não, Eric não sabia que isso iria acontecer, mas Ariel e Attina sim. E no último capítulo ele já sabia, mas estava vendo como punição. Acredito que ele aprendeu a aproveitar a música e dançar.

Aos leitores de Seacht: Imaginem Eric como um Aeron na vida de agora em diante, porque é bem isso.

Então é isso, espero que tenham gostado.


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