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História O Cheiro da Lua - Nosso lar


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Hey, mais um capítulo fresquinho!

Boa leitura, e teremos notas finais importantes.

Capítulo 66 - Nosso lar



- Pareço um zumbi. - afirmei assim que saímos do avião.

- Não exagere, Kristine. - Eliza continha um riso.

- Mas não entendo porquê você não conseguiu dormir. - Stefany estava pensativa.

Jura mesmo que ela não fazia ideia? Bom, não era hoje que eu iria reviver aquela viagem de avião com eles. Até mesmo o Triton havia ficado surpreso.

- Bom... Nós só precisamos andar até Madoch agora, certo? - ainda estava enjoada.

- Parece que está grávida, filha. - minha mãe comentou.

- Grávida? - Eliza arregalou os olhos e me encarou.

- Não estou... - declarei, mesmo que grande parte de mim quisesse ter um pequeno lobo.

- Então... Um dia terei que vir te visitar para ver meus netos. - ela falou com um sorriso.

Fiquei estática e depois pulei em seu pescoço... Ela estava declarando que viria me visitar!

- Ah!!! Mãe, que linda! - comecei a rir e ela me acompanhou.

- Bom... Agora que você parece mais viva, vamos ver sua família? - Stefany piscou para mim.

Havia tido muitas emoções em pouco tempo, toda a minha mente estava prestes a explodir e eu me sentia complemantente feliz, ainda mais que agora eu estava em casa.

*

Como sempre, a floresta nos recebeu bem, o cheiro das árvores e da terra me fez relaxar, meu corpo parecia estar sendo revigorado, ainda mais que o frio daqui estava delicioso.

E tudo isso só nos fazia andar mais rápido, a saudade de ver as pessoas que amávamos. Minha mãe estava bem atrás de nós e Eliza estava a minha frente, e foi quando vímos a entrada da alcateia um pouco danificada, que nós corremos.

Não tinha voz, apenas corria, usando meu olfato e audição para achar alguém, de repente, perdi Eliza de vista nem me lembrava onde minha mãe ficara.

Quando dei por mim, estava na frente da minha casa, nossa casa... Ela estava intacta, ainda bem, isso significava que o que tivesse ocorrido não havia conseguido ultrapassar a defesa.

De relance, lembrei-me do que ocorrera minutos antes de nos transformamos em loba... A alcateia tinha sido atacada por uma alcateia novata, e só estávamos nos defendendo... Pedia que o único ataque que haviam sofrido fosse esse.

Então ouvi passos vindo de trás das casas, larguei o medo e corri mais uma vez, o som ia ficando mais alto e meu coração mais disparado. Entrei na outra parte da floresta e ouvi um barulho de algo sendo arrastado.

Desliguei o pessimismo da minha mente: não seria um corpo sendo arrastado, não um corpo de um lupino pelo menos. Continuei correndo até que senti um cheiro bem forte de sangue e depois de melância. Será que alguém havia machucado o Fernando?

Por um instante meu corpo quis parar, eu tremia, mas mantinha o ritmo, o que poderia fazer com alguém que machucara o alfa? Mas eu não ficaria parada, muito menos fugiria, por isso prossegui até que consegui enxergar quem vinha.

- Kristine?! - sua cara de surpresa era algo que eu nunca havia visto. 

Tenho certeza de que ele diria mais alguma coisa, mas eu o impedi na hora que pulei em cima dele. Um pouco inapropriado de se fazer isso com o alfa da alcateia, mas se ele estava bem, significava que ninguém havia conseguido tomar posse da minha família.

- Ahh... Me desculpa. - soltei com vergonha. - É que a gente estava tão preocupada que...

- A Eliza também voltou? - agora ele sorria. - Graças a Amaterasu!

E ele me abraçou... Eu fiquei dura de surpresa, o alfa, o Fernando, aquele que dava medo, mesmo que eu nunca admitisse.

Quando ele me soltou e começou a falar como todos estavam aflitos, notei que ele estava carregando um corpo de um veado morto.

- Ah... Isso aqui? - ele notou que eu estava encarando o animal. - É que alguns lobos se machucaram, aí a carne dá mais energia e força pra eles se curarem.

Alguns lobos? Machucados? Triton!

Não ouvi mais nada depois, Fernando continuava me chamando, mas eu apenas voltei a correr, dessa vez, direto para a enfermaria. E apenas com um pensamento em mente: ele estava sozinho e machucado... Como ele poderia estar agora se o tivessem atacado?

*

A primeira pessoa que quase matei do coração foi o Patrick, ele arregalou os olhos e quando viu que não estava sonhando, deu um enorme sorriso e veio me abraçar.

Mas eu estava tão tensa que não consegui entender muito bem o que estava ocorrendo. 

- Ainda bem que você está bem! - ele me soltou e ficou me observando. - Mas... Você está bem de verdade?

- Onde está o Triton?! - perguntei desesperada.

Patrick notou a minha urgência, e não conseguiu acompanhar o meu ritmo, assim, não esperei que ele respondesse e corri para ver os quartos. A maioria estava ocupado, contudo, nenhum deles havia a ficha dele na porta.

- Por favor, me diga que ele está bem! - virei-me deparando-me com o Patrick tentando me acalmar.

- Kristine, me escute! - ele gritou, o que foi o único jeito de me acalmar um pouco. - Ele está bem... Ele anda meio triste e quieto, mas fisicamente está ótimo.

Ouvi atentamente, mas parei de escutar quando senti um leve cheiro de nozes, só deu tempo de me virar e encarar a porta da enfermaria. Então, ela se abriu e duas pessoas entraram, mas eu só prestei atenção em uma.

Seus olhos estavam no chão e tinha uma expressão vazia no rosto, na verdade, seu cheiro estava cheio de tristeza. Não pensei duas vezes, corri em sua direção, mas o estranho era que eu não possuía voz.

Ou não deu tempo de gritar de tão rápido que pulei em seu pescoço, assim que me sentiu, Triton me segurou e me apertou contra o seu corpo, era tão bom sentir o calor do seu corpo.

- Senti tanto a sua falta. - sussurrou no meu ouvido. - Como eu senti!

- Eu também. - tirei minha cabeça de seu ombro para fitá-lo. - E eu sinto muito.

Triton sabia ao que me referia, e mesmo assim, ele apenas sorriu e me beijou. Um beijo calmo, de início nossas bocas disputavam espaço uma em cima da outra, em seguida senti seus lábios pedindo permissão para aprofundarem o beijo.

Cedi facilmente, logo, Triton tinha total controle do beijo, e confesso que nunca fora tão bom o nosso beijo, aliás, eu ainda estava sem os pés no chão, literalmente.

- Eu te amo tanto. - falei assim que nossos lábios se separaram e ele me colocou no chão. - Te amo demais.

- Eu amo mais ainda. - sua face era totalmente diferente daquela que eu havia visto agora a pouco. - E eu te desculpo.

Ele me conhecia bem demais, Triton sabia que eu jamais sossegaria até confirmar que ele não estava magoado pelo o que eu havia feito.

- Você é o melhor! - beijei-o mais uma vez, só que dessa vez fui eu quem controlou o beijo.

Mantive no meu ritmo, de modo suave, dosando o desejo do meu companheiro, Triton ainda me agarrava forte como se não me fosse deixar escapar. E eu gostaria que ele nunca deixasse, nunca mais.

*

A pessoa, que havia entrado junto com o Triton, era seu mais fiel amigo Charlie. E o engraçado foi quando Triton me soltou e Charlie me abraçou, um daqueles abraços de urso que podem matar.

E imagino que ele tenha me soltado rápido, porque juro que ouvi o Triton rosnando. E depois, ele me agarrou mais uma vez, só que agora não parecia que soltaria tão cedo.

- Deixa a moça respirar! - Patrick que só observava, finalmente falou.

Triton o encarou e deve ter dado aquele olhar mortal, porque Patrick deu meia volta e saiu da nossa frente. Fiquei com dó, mas isso passou assim que Triton me pegou no colo.

- Onde pretende me levar? - perguntei rindo.

- Surpresa. - ele sorriu e caminhou para fora da enfermaria.

Charlie não veio conosco, na verdade, ele ficou para ajudar o Patrick com algumas coisinhas. Não perguntei o que era, mesmo que tenha ficado muito curiosa... Já me sentia em casa novamente.

- Você não vai nem me dar uma dica? - brinquei ainda sendo carregada.

- Nenhuma. - seu sorriso nunca desaparecia, e isso era muito bom, amava vê-lo animado.

Então fiquei prestando atenção no caminho, Triton estava indo para a área residencial, imaginei que me levava para ver alguém... Mas quem?

Será que a Giulia havia voltado? Mesmo se tivesse, ele não estaria me levando até ela... Eu acho.

- A Giulia voltou? - indaguei.

- Não... - sua resposta foi bem estranha. - E melhor nem perguntar sobre o Fernando...

- Por quê? 

- Ah... Eu esqueço que o não e o nem são palavras que você entende ao contrário. - ele brincou. - Quer mesmo saber?

- Você sabe que eu quero! - afirmei.

Depois de um silêncio horrível, desisti da ideia.

- Tudo bem, não precisa me contar. - resmunguei. - Mas me diga algo...

- Como assim? - em seguida me colocou no chão.

- Como assim o quê? - ergui uma sobrancelha.

- Como assim você quer que eu diga algo? - sua pergunta foi bem clara agora.

De repente, fiquei bem vermelha, porque também não sabia porque havia falado aquilo...

- Errr... Não sei.. - arrisquei. - Acho que eu só não queria ficar no silêncio. - confessei do nada.

- Tudo bem... Sem silêncio. - ele ergueu meu queixo. - Acho que só agora pode, certo? - e me beijou.

Novamente, uma sensação inovadora e gostosa me encheu, seus lábios conseguiam me fazer querê-lo cada vez mais, e suas mãos passeavam sedutoramente pelo meu corpo.

Quando nos separamos, eu já não sabia o que estávamos fazendo ou para onde estávamos indo, só sabia que estava muito contente. E não me importava mais com o que havia ocorrido no passado, Triton havia me perdoado porque ele compreendia o que havia acontecido.

- Você é o lobo mais perfeito do mundo! - confessei com um grande sorriso. - Correção... Meu lobo.

- Consequentemente, você é a loba mais perfeita e somente minha! - deu sua risada alta, aquela bem gostosa.

Agora de mãos dadas, continuávamos o caminho, sem pressa alguma, se bem que a curiosidade estava me matando. Entretando, notei como Triton estava aproveitando esse nosso momento, assim, segurei o interesse e aproveitei a companhia deliciosa do meu lobo.

O clima estava agradável, pelo menos ao meu ver, o inverno sempre me animava e parecia que Triton também gostava do frio. 

- Você está com sorte, Cerutti. - a voz do meu chefe surgiu logo a nossa frente.

Dylan estava muito bem arrumado, usava um terno preto e tinha um galante sorriso em seu rosto, nada muito diferente do que me lembrava dele. E sua companheira, tão sofistacada quando o lobo, usava um lindo vestido verde comprida, junto com uma daquelas blusas chiques - que não faço ideia do nome - usadas para proteger do frio, os braços de uma dama.

Um casal chique e lindo, eles eram completos.

- Dylan, já expliquei que quando você diz Cerutti, não sabemos se você fala sobre a Kristine ou sobre o Triton. - Verona revirou os olhos e depois se soltou de seu macho e veio até mim. - Você emagreceu!

- Ah... - respondi sem muita reação.

- Ops, me desculpe a grosseria. - Verona se recompôs. - É que não suporto ver lobas tão magras, temos que ser fortes e delicadas, isso sim! 

E depois sussurrou em meu ouvido.

- Além de que os machos amam uma loba que os confronta, mas que também seja "frágil". - e deu uma risadinha.

Foi quando Dylan a puxou e a beijou ali mesmo, e foi parecido com aqueles beijos de cinemas, nunca imaginei que Dylan fosse fazer uma demonstração de amor dessa maneira.

Triton também parece ter ficado surpreso, ele me fitou e puxou-me para mais perto, como se quisesse me proteger de qualquer loucura que estivesse contaminando a alcateia.

- Então... Por que, exatamente, estou com sorte? - indaguei pois sabia que ele havia se referido a mim.

- Muito bem, Kristine. - Dylan arrumou a gravata que havia sido amassada pela companheira. - Você é mesmo uma loba muito atenta, isso é ótimo, admiro quando meus trabalhadores pensam por conta própria, desde que façam decisões certa, claro!

- Fale logo o que você quer. - Triton, sempre curto e grosso quando somos interrompidos.

Dylan ergueu uma sobrancelha, mas deixou para lá o comentário quando Verona lhe beslicou de leve.

- Então, Kristine. - Dylan sorria. - Como sou um ótimo chefe, vou deixar você voltar ao trabalho quando quiser, contudo...

- Você está proibida... Proibida! De ir trabalhar nesta semana. - Verona completou com um olhar de advertência.

- Entretanto, Triton, você ainda tem que ir trabalhar. - Dylan gostava de provocá-lo.

Era assim mesmo que eu me lembrada do tipo de disputa entre os machos mais dominantes da alcateia. 

- Realmente, você é um ótimo chefe. - Triton resmungou. 

E antes que Dylan respondesse e entrasse na discussão, Verona beijou-lhe a bochecha e o puxou para irem embora, pelos trajes o casal ía a alguma festa ou a um jantar particular.

- Tchau, lindos! - Verona sempre gentil. - E Triton, vê se engorda essa garota!

- Pode deixar. - ele respondeu e assim que eles viraram de costas, Triton me puxou para seu peito.

Roçou a sua barba - que estava há pelo menos uma semana sem fazer - no meu pescoço, arrepiei-me inteira e depois grunhi em protesto. Ele riu e tomou meus lábios, bem devagar, começando pelo de baixo, brincado com ele e depois selou minha boca por completo.

- Eu vou te deixar gordinha de tanto amor. - brincou dando-me um beijo na bochecha.

- Olha, eu acho que o sexo não vai me ajudar a engordar. - comecei a rir.

Ele balançou a cabeça e mordeu minha orelha.

- Mas que loba mais pevertida. - nos separou um pouco para me observar melhor. - Eu sei que sexo nunca vai te engordar, na verdade, pelo tanto que a gente faz, deve até te emagrecer.

- Exagerado... - discordei, mesmo que grande parte de mim acreditasse nesse interessante fato. - Mas eu aceito todo o seu amor e mais um pouco. - sorri e recebi um suave beijo em troca.

- Você vai receber, prometo. - então nos desvencilhamos para voltarmos a andar.

Porém, já não estava mais prestando atenção no caminho, porque minha mente havia vagado para longe quando ouviu a palavra prometo.


- Pode me prometer uma coisa? - Triton perguntou.

Fitei-o, seus olhos acompanhavam a brincadeira das crianças.

- Diga. - assenti.

- Me prometa que quando você voltar pra mim... Você e eu pensaremos em criar uma família. - afirmou com um suave sorriso e observando a minha reação.

Sorri e segurei seu rosto.

- Eu prometo! - beijei-o suavemente, como se selasse nosso acordo. 



E só voltei ao nosso mundo quando senti sua mão apertar a minha com um pouco mais de força, ainda não havia entendido o porquê até ver onde estávamos.


Notas Finais


Capítulo pequeno e com um final maldoso, não é? Eu sei, ando sendo uma escritora maldosa demais... Aliás, onde vocês acham que eles estão? Uma dica, é dentro da área residencial da alcateia.

Mas então, como todos sabem, férias acabando, minhas aulas começam dia 17 de fevereiro e até lá vou continuar postando mais rápido, porém assim que elas começarem, os capítulos podem demorar mais tempo a serem postados, sinto muito... Mo-chan só pede o apoio de vocês, leitores divos!


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