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História O Colecionador de Lágrimas - Semeando ilusões


Escrita por: Deux

Notas do Autor


Me desculpem pela demora, pelo capítulo pequeno, e por enrolar tanto. huh.
Boa leitura! ♥

Capítulo 3 - Semeando ilusões


 

‒ Ei, não chore Kayu...

Foram horas e horas de lágrimas.

Horas e horas que Takanori passara consolando a amiga, que chorava desesperadamente. Aquela não era a primeira vez, e estava longe de ser a última. Lembrava-se das inúmeras vezes que passara a noite apenas ao seu lado, cuidando para com que ela não fizesse alguma besteira depois de uma briga com o marido.

Takanori não sabia como eles aguentavam aquilo.

Não sabia como Yuu aguentava, para ser mais exato.

Conhecia Kayuya há anos, foram criados praticamente juntos, e conhecia as complexidades dela tal como o Shiroyama conhecia. Ou quem sabe até mais.

Via que aquele casamento estava desgastado, e que ela tentava a todo custo segurar as pontas de forma errônea, mas que parecia surtir pouco efeito. Sabia o quanto ela amava o marido, e tentava a todo custo fazer aquilo dar certo, mas era unilateral...

Sem reciprocidade, não tinha como dar certo.

‒ Eu tenho medo... Medo que ele me deixe.

‒ Não precisa ter medo. ‒o de cabelos castanhos segurou a mão da morena e ajeitou-se na cama ao se lado. ‒ Ele ama você, Kayu.

‒ Eu não sei se ama mais, Taka. O Yuu não parece mais o mesmo homem com quem me casei.

‒ Talvez ele precise de espaço.

‒ Espaço? Taka... Eu nem o entendo mais. ‒ela limpou as lágrimas e abraçou o baixinho. ‒ E se ele não me amar mais? E se ele quiser ir embora e... E se ele tiver outra?

E se, e se... Você não tem que pensar no se, Kayuya. Se você acha que está perdendo o Yuu e o quer de volta, apenas tome alguma atitude e faça por onde ele mudar. Conquiste-o novamente.

‒ Como? Não se posso fazer isso...

‒ Como não pode? ‒Takanori levantou-se, mirando o rosto da amiga e sorrindo logo em seguida. ‒ Faça a mesma coisa que fez quando se conheceram. Faça-o se apaixonar por você de novo, Kayu.

‒ Acha que dará certo?

‒ Tenho certeza.

Ela sorriu, abraçando o mais velho ternamente e sorrindo. Iria fazer tudo de novo.

Por eles.

A porta da sala se abriu, revelando um homem bonito e sorridente.

Sorridente como nunca esteve nos últimos anos.

Jogou a chave em cima do aparador e seguiu para o quarto, onde encontrou a esposa e seu amigo deitados sobre a cama, assistindo um filme qualquer.

‒ Yuu! ‒ela levantou-se ao notar sua presença, indo até ele e parando à sua frente.

‒ Takanori. ‒o moreno o cumprimentou sem dar atenção à morena.

‒ Eh, olá, Yuu. ‒o baixinho sorriu, indo até a amiga. ‒ Eu vou indo agora, certo? Se precisar de qualquer coisa me ligue. Se cuide. ‒beijou a testa dela e saiu, desejando do fundo do peito que a conversa que aqueles dois teriam servisse para eles se acertarem de vez.

‒ Está tarde... ‒ela iniciou, apertando a barra do short que usava. ‒ Onde esteve até agora?

‒ Pensando. ‒ditou, caminhando até o banheiro enquanto tirava a roupa no caminho.

‒ Yuu, espera. ‒ela segurou seu braço, impedindo que ele se afastasse. ‒ Me... Me desculpe por aquilo mais cedo.

O moreno a fitou por algum tempo, focando principalmente em seus olhos avermelhados por conta do choro. Não queria magoá-la, mas já estava cansado daquilo tudo.

‒ Tudo bem.

‒ Não, Yuu... Não está tudo bem. Você e eu sabemos perfeitamente que não tem nada bem entre nós.

‒ Eu realmente não quero conversar sobre isso agora. –voltou a caminhar para dentro do banheiro e sentiu os braços de Kayuya o abraçarem.

‒ Yuu, por favor... –ela sussurrou, aliviando-se ao sentir as mãos do moreno tocarem seu braço. ‒ Por favor.

‒ Tudo mudou Kayu. Você não é mais a mesma, eu também não sou. A gente nem se conhece mais.

‒ Não diga essas coisas! Mudanças são necessárias, não são? Por favor, Yuu, eu não quero te perder... –o mais alto virou-se, abraçando a esposa enquanto a mesma chorava. ‒ Eu não sei viver sem você.

Shiroyama Yuu não sabia o que responder.

Já não mais a amava, e sabia que não tinha mais volta.

Os lábios dele selaram a testa da esposa rapidamente e afastou-se dela.

‒ Deixe-me tomar banho.

 

♦♦♦

 

O loiro caminhava de volta para casa com um sorriso bobo nos lábios e a cabeça longe.

Em um moreno que conhecera na noite passada, para ser mais exato.

Nunca em sua vida pensara que uma coisa como essa fosse acontecer consigo. Ficar louco dessa forma por um moreno que sequer sabia o nome era demasiadamente estranho. Porém, Kouyou gostara daquilo. Era como se tivesse voltado aos seus quinze anos.

‒ Chegou tarde. –a voz de Yutaka o assustou.

‒ O que diabos você está fazendo aqui? –questionou depois de fechar a porta atrás de si.

‒ Você mentiu.

‒ Menti por quê?

‒ Disse que eu era o único... Esse sorrisinho no seu rosto diz exatamente o contrário!

‒ Você não é mais idiota porque é apenas um. –girou os olhos enquanto tirava os sapatos.

‒ Vamos, me conte... Quem é?

Na cabeça de Kouyou apenas uma coisa era nítida: Yutaka tinha o poder de prever cada atitude e passo seu. Isso o assustava em demasia. Era como se o roteiro de sua vida estivesse completamente nas mãos do amigo, e isso não era nada bom.

‒ Conheci um cara. Na Rusty.

‒ Ok. –o moreno respirou fundo e olhou nos olhos de Kouyou. ‒ Quer me dizer que conheceu um cara na Rusty, e agora está louco por ele. Tenho certeza que não sabe o nome do dito cujo, e posso apostar a minha vida que ele está com problemas no casamento.

O mais alto cruzou os braços, ficando em uma posição defensiva.

Odiava quando Yutaka fazia aquilo.

‒ Isso não é da sua conta, é?

‒ Se me disser que aquele sorriso que vi no seu rosto estava lá porque você pensava nesse cara, Kouyou, eu terei que refazer meus conceitos sobre você.

‒ Você não sabe de nada...

‒ Não é assim, Kou. Você sabe que se apaixonar agora só te traria problemas. É tudo muito recente...

‒ Mas que porra, eu não estou apaixonado! –exasperou-se.

‒ Eu acho que deve esperar mais um pouco e...

‒ Escuta aqui, Yutaka... Você não pode dizer que eu devo ou não fazer.

‒ Eu sou seu amigo, Kouyou, e tenho completo direito de opinar.

‒ Não. Você não tem. –retrucou.

‒ Tenho sim, Takashima. E quer saber por quê? –o moreno aproximou-se, com os olhos entreabertos e o dedo apontado para si. ‒ Porque foi o idiota aqui que te emprestou o ombro quando o Akira te traiu. Foi o idiota aqui que esteve do seu lado quando você chorou como um desgraçado depois de ver seu namorado o traindo em sua própria cama! –Kouyou arregalou os olhos, engolindo seco e dando um passo para trás. ‒ Então, Kouyou, não me diga que eu não posso dar minha opinião em relação a você, porque eu tenho todo o direito do mundo. Sou seu amigo, sei de todas as suas manias e defeitos. Se continuar agindo assim, vai acabar ficando sozinho.

O Takashima fora deixado ali, olhando para a parede e com uma imensa vontade de estapear Uke Yutaka.

Suas costas deslizaram parede abaixo, assim como as lágrimas deixavam seus olhos. Por que ele tinha que tocar sempre naquele assunto? Tocar as feridas que ainda se recuperam é a pior coisa que se pode existir.

 

 


Notas Finais


Me desculpem pelo capítulo pequeno... Prometo que os próximos são maiores XD
Até mais ~


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