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História O Conto do Assassino - Mistérios revelados


Escrita por: MiissMarte

Notas do Autor


Hey hey! Capítulo novo cheios de mistérios hahaha
Boa leitura!! ^^

Capítulo 12 - Mistérios revelados


Quinta feira, 20 de julho, 9h13 da manhã

- Seja o que for que você vai fazer com isso, não precisa! – ouço a garota dizer do lado de fora das cortinas que envolvem a banheira. Eu acabava que engatilhar minha pistola, acoplando o silenciador.

Viro-me para ela. Está de pé. Suas mãos estão voltadas para frente como se quisesse se defender. Ela usa o roupão do hotel ,que geralmente fica ao lado da banheira, e uma toalha menor na cabeça prendendo os cabelos molhados. Pergunto-me se ela colocou a roupa de baixo que eu havia comprado.

- Sente- se. – digo apontando a pistola em direção à poltrona champanhe em frente à mesa de centro.

Cruzo os braços em frente ao corpo como de costume. Ela se senta, mas seu rosto está pensativo.

- A quanto tempo estava lá? - mais uma vez aquela mesma expressão de quando fui sair e ela agarrou meu pulso.

- Eu faço as perguntas aqui. – respondo sem emoção.

- 47... posso te chamar assim ne?

Não respondo.

– Embora seja de forma meio bruta, você é minha melhor chance de ficar viva no momento. Eu estou totalmente disposta a cooperar com você, pode deixar pra lá esse lance de tortura. Mas antes eu preciso saber se você é um tarado ou algo do tipo porque aí não vai ter jeito e eu vou ter que fugi...

- Eu cheguei, você não estava na sala, fui verificar o banheiro pra ver se tinha tentado se matar na banheira. – interrompo-a.

Foi uma boa resposta. Inventei na hora.

- Isso... é sério ? – ela parece surpresa e prestes a cair na gargalhada.

- Sim... ? – minha voz soa meio confusa.

O que estou fazendo?

Aponto a arma na direção da garota.

- Conte-me tudo que você sabe.

- Prometa que nunca mais vai me espiar! – ela se levanta de repente.

Não estava espiando. Só não achei necessário desviar o olhar. Estava entretido com a cena dela tendo um pesadelo enquanto dormia na banheira.

- Se não prometer não vou dizer nada!

- É aí que entra isso aqui . – mostro a pistola.

A garota subitamente da um pulo sobre a mesa na minha direção. Estou com a pistola apontada para sua direção. Ela a agarra e pressiona meu dedo no gatilho. A arma dispara.

Quinta feira, 20 de julho, 11h40 da manhã

- Se fizer algo assim de novo vou te deixar cair de cima do hotel. – digo para a garota.

Ela começa a despertar. Está jogada em cima da mesinha. A bala atravessou sua cabeça, manchando a toalha de sangue. Ela me olha surpresa.

- Tem certeza que isso não vai fazer mal pros seus componentes internos de robô? – ela diz se levantando.

Percebo que a cara de surpresa era pelo fato de eu estar comendo um dos bolinhos franceses que ainda havia restado sobre a mesa, mesmo depois dela ter caído sobre a maioria deles.

- Então você gosta de doces... – ela diz se aproximando – e gosta de ficar olhando garotas nuas...

Ela começa a abrir o roupão e o deixa cair até os pés.

- Então se for olhar, olha direito!

Abro os olhos. Outro sonho? Me pergunto o que está acontecendo comigo. Percebo que estou na poltrona em frente à mesa. A garota ainda estava jogada sobre ela. Eu havia me sentado para esperar ela acordar e acabei cochilando. Preciso descansar.

- Aai...droga... – a garota diz se remexendo sobre a mesa.

Ela se levanta. A toalha da cabeça e o roupão estão manchados de sangue. Ela se vira demonstrando uma expressão dolorida. Leva uma das mãos até as costas. Ouço o som de carne se rasgando. Ela faz uma careta e puxa um pedaço de vidro das tigelas de doce que ela caiu por cima. Ela joga no chão ao nosso lado. Faz um movimento como se espreguiçando. Quase posso ouvir o som de sua pele se curando. Não podia deixar de achar aquilo intrigante.

Percebo que seguro um bolo francês. Dei uma mordida nele antes de pegar no sono.

- Então quer dizer que você gosta de doces...

- Pode parar por aí! – digo evitando que o sonho se torne realidade. – Se fizer outra gracinha dessas...

- Já entendi... vai me jogar de cima do prédio ou algo assim... – ela diz quase que como estivesse dentro de meu sonho.

Pergunto-me diversas vezes se aquilo não aconteceu mesmo. A garota se senta na poltrona ao meu lado.

- Você mereceu... isso foi por me espiar. – ela cruza os braços e faz um bico. Seus cabelos, já sem a toalha, estão jogados desordenadamente. Ela limpa a marca arredondada de sangue em sua testa. – Vai... pode me perguntar. O que quer saber?

Ajeito-me na poltrona deixando o doce na mesa, embora eu ainda queira come-lo.

- De onde você veio. E eu saberei se estiver mentindo.

Ela da um suspiro como se fosse começar a contar uma longa história. Vira-se para mim.

- Eu nasci e fui criada nas Indústrias Científicas de RECA.

Penso por um momento. Nunca sequer tinha ouvido falar.

- Sei o que está pensando. Nunca ouviu falar ne ? – ela diz lendo meus pensamentos mais uma vez – Eles se garantem em serem invisíveis. A RECA é quase uma indústria fantasma.

Me pergunto se é até mais secreta que a minha Organização.

- Eles estavam estudando um tipo de ser humano superior, como sempre essas empresas fazem. – ela continuou como se aquilo fosse a coisa mais tediosa que ela estivesse fazendo – Mas a pesquisa deles deu resultado. Então surgiram os primeiros OS - RECA.

Pensei novamente por um momento. Aquelas siglas faziam um certo sentido em minha mente. Então me lembrei.

- Organismo Superior de Regeneração Celular Aumentada. – eu digo, me lembrando do que o chefe a chamou aquele dia na sede dos Dragão Dourado. Parecia ter sido uma eternidade atrás que aquilo havia acontecido.

- Exatamente. No começo eles tentavam criar homens fortes. Soldados. Mas a capacidade de um organismo masculino não era suficiente para manter a regeneração. Durante anos, muitos morreram com os testes terríveis que eles nos faziam passar naquele lugar. Antes de descobrirem que o verdadeiro problema era no gênero dos organismos. Então começaram a tentar em organismos femininos. Mais especificamente, organismos jovens.

- Foi aí que você foi criada. – eu interrompo, começando a colocar as peças no lugar.

- Não somente eu. Eles perderam tempo demais testando em organismos masculinos que quando realmente encontraram o problema quisera acelerar anos de pesquisa de uma vez. Então foram criadas, de uma vez, cem garotas como eu.

Me espanto. Isso era realmente possível?

- Quando diz “criadas” você quer dizer...

- Não criadas em laboratório literalmente. Cem mulheres foram sequestradas apenas para servir como barrigas de aluguel. O DNA delas em nada foi passado para os bebês. Tudo era controlado no laboratório para que as crianças fossem geradas ao mesmo tempo enquanto todas as cem mulheres ficavam em uma espécie de coma induzido.

Não podia ser. Começo a me perguntar freneticamente se aquilo era realmente possível. Uma empresa desse porte, deveria ter recursos infindáveis para criar algo dessa magnitude. Tecnologias avançadas e as mentes mais brilhantes nos laboratórios. Essa empresa com certeza era bem mais secreta que a minha Organização.

- Espera, não chegou a pior parte ainda. – a garota diz parecendo saber que estou em um conflito interno. – Quando os bebês chegaram aos nove meses de gestação, uma espécie de injeção de adrenalina modificada foi inserida neles. Isso gerava uma explosão de crescimento repentino. E os bebês de nove meses cresciam seis anos em apenas doze horas.

- Mas assim as mulheres...

- Sim. Eram rasgadas de dentro para fora, até não sobrar nada delas. Nosso primeiro assassinato...

Em meus anos de Organização eu já havia presenciado vários atos de crueldade em frente aos meus olhos. Mas por alguma razão as palavras daquela garota me causaram enjoos só de imaginar aquela história.

- Confusos e vorazes de fome, as crianças devoravam as próprias mães. Isso completava o primeiro estágio de desenvolvimento.

Ela fez uma pausa, olhou para as cortinas da sala balançando ao vento que entrava calmo na cobertura. A marca da bala que atravessara a cabeça dela mais cedo estava em uma das cortinas. Eu não a julgaria se quisesse chorar. Mas ela não o faz. Ao invés disso vira-se para mim. Seu olhar está feroz, como no dia em que nos conhecemos e eu tive certeza de que ela iria atirar.

- Durantes doze anos eu tive que passar por tantos testes que eu não conseguiria me lembrar deles mesmo que quisesse. Nos torturavam de tornas as formas que um agente como você pode imaginar. Eu as vi, uma por uma, morrerem por não terem regeneração celular suficiente. Algumas delas simplesmente não aguentaram mais e pararam de tentar sobreviver... Até sobrar só uma.

- Você. – eu disse e minhas palavras soaram tão fortes naquela sala que eu pude senti-las ecoando pelas paredes.

- No último dia de testes pelo qual passei, ainda havia uma gêmea minha. Era eu ou ela. Mas uma certa funcionária da empresa sabia, assim como eu, que a outra não ia sobreviver. Então ela me ajudou. Me deu a bolsa com o dinheiro e o passaporte. Me disse para onde ir, que eu estaria segura.

- Quem era essa mulher?

- Não importa mais... quando eu venci o teste e fugi, ela se explodiu, junto com a Indústria inteira...

Lamento por um segundo. Eu não poderia confirmar se aquela história era realmente verdade se as provas foram eliminadas. Então só haveria um jeito.

- E que lugar era esse para o qual ela te mandou ir?

- Estação de trem 967. – ela disse me olhando, seus olhos estavam cheios de lágrimas que ela não podia segurar. – Ela disse que haveria um agente me esperando. E que ele me manteria viva a qualquer custo!

Eu? Me pergunto em um momento de confusão. Então eles sabiam! Nossa Organização já estava exposta a mais tempo! Todas as informações sobre a garota passadas a mim pela Organização eram falsas. Mas os peritos nunca erravam. Alguma coisa estava realmente muito errada. E era isso que eu precisava descobrir.


Notas Finais


O que acharam da história da "garota" ?
Obrigada por lerem e até o próximo!!


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