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História O Conto Vermelho - Biscoito com Café


Escrita por: Poodie

Notas do Autor


Olá sz
Eu não planejava escrever esse capítulo tão cedo, mas tava jogando The Sims, de boas, QUANDO ELE FECHOU DO NADA E MINHA LINDA FAMÍLIA NÃO FOI SALVA
Aí vim descontar minha raiva na Isabelle EJAOPKEJAOPKEPAOKE
Enfim. Boa leitura! ^^

Capítulo 12 - Biscoito com Café


Fiquei o resto da viagem ansiosa, batendo o pé compulsivamente e pensando no que Símaco devia estar fazendo naquele momento. Provavelmente planejando formas diferentes e dolorosas de me matar.

Quando o ônibus finalmente chegou em minha casa, pulei do banco com minha bolsa e o livro, quase caindo. Todos riram, mas estava ocupada demais correndo em direção à minha casa.

— Oi filha. – minha mãe (infelizmente) estava na cozinha, sorrindo – Por que está correndo tanto?

Se ela não estava gritando nem tinha chamado a polícia, significava que ainda não tinha visto nenhum dos dois. Dei um sorriso sem jeito e tentei disfarçar:

— Nada, é que eu preciso fazer um trabalho. – disse, subindo as escadas rapidamente, mas não rápido o bastante para ela suspeitar – Ah, eu gabaritei a prova de Inglês!

Ela fez uma cara surpresa, mas antes que pudesse falar algo, entrei no meu quarto e tranquei a porta.

— Isabelle... – começou Símaco, atrás de mim. Continuei virada para a parede, com medo de olhar para ele, e me encolhi - ...alguma coisa pra me contar?

Fechei os olhos.

— Ela está aí, não está? – perguntei.

— Está.

Tomei coragem e olhei para trás, vendo exatamente o que esperava ver.

Keyra – a mulher baixa e simples do livro – me encarava com curiosidade, me olhando de cima à baixo. Ele, por outro lado, parecia estar prestes a quebrar algo, com as mãos no rosto, tentando se acalmar.

— Então... – ele começou – Você achou que, depois do que aconteceu ontem, depois do príncipe idiota ter aparecido aqui...que era uma boa ideia ler o livro de novo?

Engoli em seco.

— Desculpa.

Ele suspirou, parecendo contar até cem. Ela sorriu.

— Você é muito bonita.

Me virei para o seu rosto feliz, e fiquei sem saber o que dizer. Ela parecia ter sido sincera, e não havia nenhum sinal de maldade na voz dela. Aquilo não era muito comum.

— Hm...que gentileza a sua. Obrigada. – sorri, sem jeito – Eu sou Isabelle. Suponho que você seja a Keyra, não?

Estendi a minha mão para ela, mas ela não parecia saber o que fazer, olhando-a com confusão. Presumi que o ato de se cumprimentar com as mãos não era muito comum há milhares de anos.

— É. Sou. – ela respondeu, encarando o colar de prata que eu usava, o que Sofia havia me dado quando nos conhecemos. Apertei os olhos, me lembrando das joias que ela roubara na história. – Belo colar.

— ...obrigada. – agradeci, avaliando sua expressão com desconfiança – Certo. Acho que vamos ter de esperar até meia noite, não?

Olhei para Símaco, e ele ainda parecia querer me bater.

— É. – respondeu, frio – Vai ser muito interessante te assistir tentando esconder duas pessoas no seu quarto até meia noite. Enquanto sua mãe está em casa.

Engoli em seco. Aquilo seria mesmo um problema. Até que tive uma ideia.

— Não precisamos ficar aqui. Podemos sair.

— Sair pra onde? – ele perguntou, apertando os olhos.

— Ei, Keyra. – chamei, sorrindo – O que acha de visitar o mundo de hoje?

~*~

Descemos as escadas, passando pela sala em silêncio, com cuidado para não chamar a atenção de minha mãe na cozinha. Respirei fundo, olhando para os dois.

Keyra usava uma calça jeans, um tênis e uma blusa delicada que eu a dera. Infelizmente, tinha de admitir que ficava bem melhor nela do que em mim.

Eu tentara dar algumas roupas do meu irmão para Símaco, mas ele era muito maior e quase as rasgara. Então me resignei e o dei minha camiseta de banda e a minha maior calça jeans (que, mesmo sendo um modelo feminino, também caía melhor nele do que em mim). O que era triste.

Analisando-os de cima a baixo, aprovei com a cabeça. Apesar de terem milhares de anos, pareciam ter a minha idade.

— Certo, fiquem quietos e deixem que eu fale. – pedi, em voz baixa. Então entrei na cozinha, com meu maior sorriso.

— Hm...mãe. – chamei.

Ela virou o rosto do limão que espremia na bancada e olhou para os dois ao meu lado. Embos sorriram.

— Olá. – ela disse, tentando ser gentil, mas podia ver em seu rosto que estava pasma – Quem são eles, querida?

— Símaco e Keyra. – disse, nervosa demais para inventar um nome normal – Eles são do intercâmbio. Meus amigos.

Ela fez uma expressão de “Meu Deus, minha filha tem amigos” e abriu um grande sorriso.

— Ah, os amigos da Isabelle, que bom conhecê-los! – foi até eles e os abraçou desajeitadamente – Sabe, ela nunca me apresenta ninguém, às vezes eu acho que ela tem vergonha de mim! – então se virou para Keyra – olha, que engraçado, a Belle tem uma blusa igualzinha à essa!

Então ela começou a tagarelar, e eu olhei para os dois, que pareciam estar se divertindo.

— É ótimo finalmente conhecê-la, senhora Farah. – Símaco sorriu, e o lancei um olhar de “cala a boca”. Apostava que ele só fazia aquilo para me irritar.

— Olha, que educadinho você. – ela riu – Mas...”finalmente”? Há quanto tempo se conhecem?

— Não muito. – respondi, rapidamente, e ela me olhou com suspeita – Sério. Ok, poderia me dar minha mesada adiantada? Nós queríamos ir num café.

— Café? Você não disse que tinha um trabalho pra fazer? – ela perguntou, levantando uma sobrancelha.

Ah, droga, eu era péssima com mentiras. Por que eu tinha de ter achado aquele livro?

— É, eu termino de noite. – disse – Nós não vamos demorar, juro.

Ela suspirou.

— Tudo bem, venha comigo, vou te dar sua mesada. – então se virou para eles e sorriu – Podem sentar, queridos. Tem limonada ali na bancada, se quiserem.

Ela foi para a sala e eu a segui, ansiosa. Quanto mais rápido saísse de lá, mais fácil seria não ter um colapso e sair gritando.

— Eu não sabia que você tinha amigos. – ela comentou, abrindo sua bolsa.

— Nossa, obrigada, mãe. – revirei os olhos – Realmente, você achava o quê?

— Que você era uma leitora solitária que só tinha Sofia como amiga. – ela respondeu, cantarolando, e fiz uma careta. Tá, eu realmente era um pouco assim – Falando nisso, onde ela está? Não a vejo faz um tempo.

— Ela anda meio ocupada com os namorados. – respondi, suspirando. Minha mãe soltou um riso e olhou pra mim com uma cara estranha.

— Eu bem que gostaria se você tivesse um namoradinho ou dois.

— Mãe.

— Esse garoto aí é bonitinho. Seria legal se ficassem juntos.

— Mãe.

— E ele tem um cheiro bom, parece cravo. – então fez uma cara de surpresa e riu ainda mais alto – Ai meu Deus, seu quarto estava cheirando à cravo hoje de manhã!

— MÃE! – pedi, aborrecida. Ouvi risinhos vindos da cozinha e imaginei que o sádico do Símaco devia estar ouvindo tudo. E rindo de mim.

— Tudo bem, eu me rendo. – ela levantou as mãos, desistindo, e depois me entregou o dinheiro – Só quero que me conte se algo estiver acontecendo entre vocês.

Por que todos faziam essas carinhas pervertidas pra mim quando Símaco aparecia? Estava começando a ficar irritante.

— Nada está acontecendo, mãe. – nada além de ter achado um livro mágico e estar libertando um monte de príncipes e gênios mágicos no meu quarto, eu queria dizer.

— Certo. Vá com cuidado. – ela disse, passando a mão no meu cabelo – Te vejo à noite.

— Ok. Tchau. – acenei, indo até a cozinha.

Símaco e Keyra estavam sentados na mesa, tomando limonada. Ele olhou pra mim e sorriu como se dissesse: “eu ouvi tudo”.

— Vamos logo. – suspirei, enquanto saíamos pela porta da frente.

Fora uma longa, longa caminhada até o café, apesar de só precisarmos atravessar a rua e virar duas esquinas.

Keyra parecia muito assustada pelos carros, e – em compensação – Símaco nem parecia notá-los. Perdi a conta de quantas vezes tive de salvá-lo de ser atropelado, e de quantas vezes tive de parar para acalmá-la.

— Sair foi uma péssima ideia. – comentei comigo mesma, quando finalmente chegamos ao Vita, meu café preferido.Sentamos na mesa perto da janela, olhando as pessoas que passavam. Luís me viu lá de trás e foi direto para a nossa mesa, sorrindo. Ele era apenas um ano mais velho, aluno da última série. Seu cabelo loiro estava sempre desarrumado, e os óculos redondos escondiam os olhos cor de chocolate, que me lembravam um biscoito.

— Oi, Isa. – ele cumprimentou. Era a única pessoa no mundo que me chamava de “Isa”, e não de “Belle”. Fazia parte do seu charme.

— Oi. – sorri, sem jeito.

Antes que comecem a especular – tá, ok, eu tinha uma queda por uns óculos redondos. Tá, ok, eu tinha uma queda por loiros. E, tá, ok, ele era muito legal. Mas não, eu não era apaixonada por ele. Por favor.

Ele encarou os dois ao meu lado na mesa – encarou Símaco com uma curiosidade especial – e depois os cumprimentou também.

— Bem-vindos ao café Vita. Sou Luís.

Então ele sorriu pra mim de novo, e ficamos em um silêncio estranho. Símaco pigarreou.

— Então, Isabelle. – ele pediu – O que viemos fazer aqui?

Voltei à realidade.

— Ah, certo, tudo bem. – disse – Esses são meus amigos, Símaco e Keyra. Pessoal, esse é o Luís.

— Já entendemos essa parte. – Símaco resmungou e (felizmente) ninguém além de mim ouviu. O repreendi com um olhar, então me virei para o loiro novamente.

— Eu não costumo trazer convidados. Então o que acha que eu deveria pedir para três pessoas? – perguntei à ele, e ele nos entregou alguns cardápios.

— Vocês não parecem ser daqui, então não devem estar acostumados ao nosso café. – ele disse, e concordei mentalmente. Eles realmente não eram daqui – Posso trazer alguns chocolates quentes, biscoitos e seu café especial, Isa.

Assenti.

— Ótima ideia. Obrigada, quatro olhos. – ele riu e dei um soco fraco em seu braço. Então foi em direção ao balcão. O observei indo embora até sumir atrás da porta de trás.

— Interessante. – Símaco assentiu, me estudando.

— O que exatamente é interessante? – perguntei, curiosa.

— Você parece ter uma clara preferência à esse garoto. – ele comentou, apertando os olhos, pensativo – Mas você já tem dezesseis anos. Por que ainda não se casaram? Sua mãe não o aprova?

Engasguei com meus próprios pulmões, me enrolando para responder.

— Preferência? Casar? – ele assentiu e eu ri, constrangida – Olha, não sei como as coisas funcionavam no seu tempo, mas aqui nós não nos casamos assim tão cedo. E pra sua informação, minha mãe aprova bastante ele.

Ele me lançou um sorriso difícil de decifrar.

— Que droga. Achei que sua mãe me aprovasse.

— Como assim? – perguntei, com a expressão séria para o seu rosto presunçoso.

— Ela não disse que gostaria que ficássemos juntos? – perguntou, e vi que estava quase explodindo de rir por dentro. Aborrecida, senti meu rosto ficar vermelho. Esperava que fosse de raiva.

— Ela só estava brincando! – declarei, assistindo-o gargalhar. Keyra também começou a rir, e notei que ela usava meu colar de prata – E...espera, como você conseguiu pegar isso?!

Puxei o colar de volta, e ela balançou os ombros, parecendo mais orgulhosa de si mesma do que constrangida. Ela era diferente de Fahir. Era muito mais quieta e quase não falava, apesar de ter mãos muito leves. Talvez fosse seu jeito de criada, afinal. Os servos não tinham muito poder de comunicação naqueles tempos.

— Aqui está o pedido de vocês. – Luís apareceu em nossa mesa com uma bandeja de prata e foi colocando a comida na superfície – Um prato de biscoitos de baunilha, dois chocolates quentes...

Então se virou pra mim e sorriu.

— E uma Isa Vita.

Colocou uma grande caneca à minha frente. No ano anterior, ele tinha se esforçado e foi o funcionário do mês doze vezes seguidas. Então ganhou o direito de criar sua própria bebida. Fez uma mistura de leite, café, creme, açúcar, canela, baunilha e menta – meus sabores preferidos – e colocou o nome de Isa Vita.

O que era extremamente doce. Em ambos os sentidos.

— Ah, e eu também trouxe algo pra você. – ele me entregou um bolinho de chocolate com pequenos confeitos coloridos em cima – É por conta da casa.

— Por conta da casa?! – o garçom-chefe passou, rindo – Você é quem vai pagar isso, certo?

— Hm...é. – ele riu, balançando os ombros.

— Você sabe que não precisa fazer isso. – disse, fazendo uma careta.

— Mas eu já fiz. – disse, deixando o prato na mesa e saindo rapidamente, antes que eu pudesse protestar – Então aproveite.

— Obrigada. – disse, tentando parecer um pouco mais séria e menos parecida com um palhaço sorridente – Quatro olhos.

Ele fez uma reverência e saiu andando de novo, em direção à outras mesas.

— Isso é bom! – Keyra exclamou, com um bigode de chocolate quente.

— É mesmo. – Símaco concordou, devorando um biscoito em poucos segundos – Do que é feito?

— Hm...farinha, ovos, açúcar, leite...essas coisas. – beberiquei a caneca de Isa Vita, aproveitando cada nuance de sabor – Vocês não tinham biscoito naquela época, não é? Que triste.

Eles nem ao menos prestaram atenção em mim ou na conversa, parecendo estar absortos em uma competição para ver quem comia mais biscoitos em menos tempo. Keyra provavelmente estava ganhando.

Tudo estava feliz e em paz até ouvir uma voz familiar me chamar:

— Belle?

“Ah, droga”, pensei “Sofia”


Notas Finais


E aí, pessoal?
Pressinto ainda mais gente querendo bater na Sofia no próximo capítulo AKEOAKEOPAKE
E juro que as coisas vão ficar mais sérias depois, tá? ;-; É que esses capítulos bobos realmente estão ajudando a construir a história. Vocês vão entender a importância deles depois. Pra vocês terem uma ideia, eu já planejei a história até o fim :v e vai ter cerca de uns 20, 20 e poucos capítulos. O que significa que já está na metade, praticamente.
O que significa que vai acontecer muita treta em breve MWAHAHAHA
Até sz


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