No caminho de volta para o vilarejo fiquei pensando de novo em encontrar com minha mãe, será com o a Rebeca vai reagir? Eu estava no carro do Raul com o Felipe indo na frente, ele insistiu para ir no mesmo carro que eu. A Marina estava sentada do meu lado no banco de trás segurando na minha mão, o que estava ajudando a me sentir melhor. No carro da frente o Ofélio dirigia com o Otávio, a Manuela, o Joaquim e a Júlia.
Chegando no vilarejo paramos na frente da casa da Rebeca e ela estava com o pessoal esperando na porta, estavam todos lá, até o Téo e os outros, o Otávio disse que ia ligar no caminho para ela para avisar que ele estava com a Manuela e que era para todos irem para lá.
A Manuela saiu do carro primeiro com o Otávio e eu fiquei olhando de dentro. Ela correu na direção da Rebeca e deu um abraço apertado nela. Vi o Joaquim, o Felipe e a Júlia cumprimentarem o Téo, a Dóris e o Mateus.
Então a Marina continuou segurando minha mão e me guiou para fora, senti minhas pernas mais pesadas, por um momento até pensei em ficar no carro, mas me forcei a continuar andando.
Eu parei de frente para as duas juntas com a Marina e a Manuela parou de abraçar a Rebeca.
— Que saudades mãezinha! – Ela disse.
Foi quando ela me viu, ela arregalou os olhos surpresa e olhou de mim para a Manuela várias vezes, a Vó Nina e a Helena também olharam surpresos.
O Otávio explicou:
— Rebeca, essa é a Isabela, você teve gêmeas.
A Marina me fez andar e eu fui na direção dela, ela continuou olhando fixamente para mim.
— Eu tive gêmeas? – As lágrimas começaram a sair dos olhos dela. – Como assim?
Eu continuei andando até ela e ela estendeu os braços e me abraçou.
— Minha filha! – Ela disse emocionada.
— Mãe! – Eu comecei a chorar também a Manuela também se juntou ao abraço.
— Minhas filhas! – Ela disse de novo e a vó Nina e a Tia Helena também nos abraçaram.
E agora eu não estava mais com medo, estava feliz.
Finalmente nos soltamos e a Rebeca perguntou:
— Mas como eu nunca soube que tive gêmeas? – Ela disse segurando na minha mão.
Foi quando o Raul começou a falar.
— Prazer, meu nome é Raul e sou o padrinho da Isabela. - Ela cumprimentou ele. – Eu encontrei a enfermeira que fez o seu parto e ela disse que no dia do parto das garotas ela entregou a Isabela para uma mulher.
A Rebeca e os outros fizeram uma expressão de surpresa.
— Como alguém tem coragem de fazer isso! Roubaram minha filha de mim! – Disse ela ainda assustada e chorando ainda mais. - Mas com quem você viveu por todos esses anos minha filha? – Ela olhou para mim.
— Eu tinha uma família lá na cidade. – Eu disse sem querer dar muitos detalhes.
— Mas onde eles estão? – A Vó Nina perguntou.
— É aí que a minha história fica complicada. Foi a minha “mãe” que eu morei a vida toda que pagou a enfermeira para me roubar de você. – Quando eu disse mãe fiz um sinal de aspas com as mãos. Ela olhou ainda mais assustada.
— E foi ela que sequestrou a Manuela e a manteve presa até hoje. – Eu apontei para a Manuela que estava em silêncio chorando emocionada. – Mas ela já está pagando por tudo que fez.
— Nossa, que mulher horrível! – Ela disse dando um abraço na Manuela. – Oh Manuela, você esteve longe todo esse tempo? – Ela abraçou ainda mais a Manuela que chorou mais também.
— Sim, estava com tantas saudades!
— Mas espera... Era você que estava comigo todo esse tempo então? – Ela olhou para mim. - Por isso você era tão diferente? – Finalmente ela percebeu tudo e eu concordei.
— Porque você não me contou? – Ela me perguntou.
— Eu vim para o vilarejo para escapar da Regina, não queria falar a verdade porque eu achei que você tinha me trocado por dinheiro. – Ela colocou as mãos na boca fazendo a expressão de surpresa de novo.
— Nunca eu faria isso! – Ela disse se defendendo.
— Agora eu sei a verdade, mas antes eu nem te conhecia, porque ia acreditar em você? – Eu disse explicando.
— Eu entendo, era por isso que você me tratava tão mal. – Ela disse ficando tristonha. E eu comecei a me sentir culpada, apesar de não ser culpa minha.
— Desculpe por isso. - Eu disse para tentar fazer ela se sentir melhor.
Ela olhou para os lados e disse:
— E quem são essas crianças que vieram com vocês? – Ela estava se referindo ao Joaquim, o Felipe e a Júlia.
— São nossos amigos da cidade, eles ajudaram a gente bastante. – A Manuela disse.
O Joaquim foi até ela e a cumprimentou.
— Prazer, sou o Joaquim. – Ele sorriu. – E você tem uma filha incrível. – Ele disse olhando para a Manuela, e eu acho que a Rebeca percebeu alguma coisa.
O Felipe e a Júlia também foram cumprimentar ela.
- Mãe, esses são nossos amigos da cidade. Eles me ajudaram quando eu estava presa. – A Manuela disse.
- Obrigada por fazer companhia para minha filha. – Ela sorriu.
O Joaquim e a Manuela trocaram olhares, acho que queriam contar.
- Gostaria de falar algo. – O Joaquim disse.
Todos olhamos para ele.
– É que eu estou apaixonado pela sua filha, ela é a garota mais incrível que eu já conheci. E eu quero namorar com ela. – Ele disse pegando na mão da Manuela que sorriu para ele.
- Eu também sinto o mesmo mãe. – Ela disse porque já sabia que a Rebeca ia perguntar.
Nossa mãe ficou pensativa por um tempo e enfim disse.
- Tudo bem, vocês podem namorar, mas sempre que forem sair me avisem, por favor.
- Obrigada mãe! – A Manu deu um abraço nela.
- Só quero ver você feliz. – Ela disse para a Manu.
Percebi que as duas estavam tendo um momento mãe e filha e resolvi dar uma volta.
Saí andando e fui até a praça e me sentei em um dos bancos.
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