2 SEMANAS DEPOIS
- Sophie, vamos no cinema, hoje? Tá passando um filme bem le...
- Legal, não quero ir, não. – ela me interrompe.
- nossa, okay né.
A faculdade já tinha começado. Nicolas não deu sinal de vida desde que foi viajar, encontrei Ian bem poucas vezes e Carla continuava me perturbando.
- Quer fazer o que, então? – insisti.
- Queria estar morta.
Ah, pelo amor.
- Vou à padaria comprar um bolo e uns salgados pra gente comer.
O dia estava quente, socorro. To suando feito cabrita.
- Hazel, que bom te encontrar. – Carla me para.
- HUM... Pena que não posso dizer o mesmo.
Olhou em direção à um moço que estava parado na rua ao lado da padaria. Depois voltou a atenção para mim.
- Escute. Se você ficar se metendo no meu relacionamento com o Ian... você tá morta – e sorriu – Literalmente.
E foi embora.
Ookay né. Cada louco com suas loucuras.
Fui na padaria. Comprei um bolo de queijo com cobertura de creme de limão e uns salgados.
Ao chegar no apartamento, esbarro com quem? Isso mesmo, Ian.
- Eita. Onde esteve? Não te vi a semana toda. – falei
- Não saí muito de casa mesmo. Como você tá?
- Tô ótima. Sua namorada que não tá né. Ela veio me ameaçar, acredita?
- O QUE?! Ela tá passando dos limites. – e saiu rápido.
- Tchau pra você também. – falei quando ele já estava no outro lado da rua.
Entrei, fiz um café, preparei a mesa e fui chamar Sophie que estava deitada na cama ouvindo Born to die da Lana Del Rey.
- Vem tomar café, vou trazer aqui não.
Ela se levantou e foi até a cozinha.
- Por que o Nicolas não ligou até agora? – disse pegando um pedaço de bolo.
- vai ver ele não voltou de viagem ainda.
- É. Foda-se também.
Houve um momento perturbador de silêncio.
- Carla me ameaçou hoje. – contei
- E? – disse simplesmente.
- Nada. Só tava te contando. Falei com o Ian, pareceu irritado quando contei. – dei de ombros
- hum...
Ah cara. Odeio quando ela fica assim e não me responde as coisas direito.
- Eu vou pro banho. – falou.
Meu celular toca.
- Alô?
- Hazel?
- Sou eu, Nicolas. Escute, eu quer...
- SEU NOJENTO! QUE NÚMERO É...
- Shiiiiiii – ele me pediu
- ... esse? – falei mais baixo – onde esteve? Olha aqui, a Sophie tá bem chateada, hein. Ela não demonstra, mas eu sei que tá. Porra.
- Eu perdi meu celular, comprei outro só hoje. Mas não é disso que quero falar. Eu vou pra São Paulo, e preciso da sua ajuda pra fazer uma surpresa pra Soph.
- Uuuuuuia. Tá... Já sei.
35 minutos depois...
- Tomara que ela goste. Porque coração de gelo do jeito que é... Pode até ficar emocionada e muito feliz, só que demonstrar... mas vamos torcer pra que ela se renda. – falei – ahhhh ela tá saindo do banho, tchau.
Desliguei.
- Ah, quer saber? – falou minha amiga ainda enrolada na toalha – quero sair sim. Mas não no cinema. Vamos ao parque comer uns churros e se lá mais o que.
Obrigada, Deus!
O parque tinha bastante gente, compramos o churros e sentamos num banco perto de uma árvore.
- Lembra quando eu tinha 13 anos e tava escrevendo um “livro” sobre o meu mundo secreto debaixo da cama? – perguntei.
- Ham... aquele que um vilão era uma planta louca? – fiz que sim com a cabeça. – lembro.
- Eu o encontrei antes de ontem. E percebi que aquela versão é infantil demais. Eu posso criar um toque a mais de suspense e emoção. O enredo é bom, não é? Só preciso tirar a infantilidade e deixar o livro mais emocionante.
- Boa ideia. Você vai querer que um dia publique esse livro? – perguntou Sophie.
- Ah... eu quero ser escritora. Preciso começar por alguma coisa. Quando eu terminar de escrevê-lo vou dar para umas 3 pessoas lerem e dar sua opinião. Você será a primeira, claro. E se tudo der certo...
- Tem meu apoio.
E ficamos ali. Jogando conversa fora, observando as crianças brincarem...
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