Londres, 11 de fevereiro de 2017.
Você não tem muito que saber de mim, mas a principio acho apropriado dizer que sou autentica e por isso estou começando a escrever essa carta, não posso te prometer um numero exato, ou quando elas vão acabar, mas espero que saiba que daqui pra frente você é meu confidente.
Sou uma típica adolescente de 18 anos, terminei o ensino médio e estou indo para faculdade depois de muito esforço. Minha família tem a típica ideia de que tudo que temos deve vir de nossos próprios esforços e sinceramente? Eu agradeço por isso, assim aprendi a dar valor as coisas e acreditar no meu potencial. Dei duro durante todos esses anos, e finalmente consegui a tão sonhada vaga de direito, não sei como as coisas vão acontecer daqui pra frente, mas algo me dá frio na barriga, alguma coisa que já me forcei a aceitar que é bom.
Tenho uma melhor amiga de infância e as vezes acho que Verônica me conhece melhor que eu mesma, e por sorte o prédio de engenharia é do lado do de direito, não que eu dependa dela, diria que sou bem social inclusive, mas é bom ter alguém verdadeiramente conhecido por perto, nos mudamos essa semana para um novo apartamento, ele não é grande coisa mas é o suficiente.
Acho que não é apropriado começar uma nova vida sem ter se quer fechado os olhos por uma noite inteira, a ansiedade tomou conta de mim e com ela o mau humor também, ótimo primeiro dia S/N (seu nome). Era o típico dia que você levantou porque foi obrigada, o típico dia que nem o banho faz você melhorar, é o típico dia que você agradece a ansiedade por já ter separado uma roupa (Link 1).
Verônica – Eu até diria bom dia, mas pela sua cara você me responderia “só se for pra você”.
S/N – Quando eu digo que você me conhece melhor que qualquer pessoa no mundo eu nunca estou exagerando.
Verônica – Pelo menos tenta se animar, você quis tanto isso, não deixa um noite ruim estragar, é dia de renovação.
S/N – Não sabia que minha mãe tinha vindo morar com a gente.
Saímos uma hora mais cedo, eram exatos 10 minutos até o campus, mas tinha toda aquela bagunça de primeiro dia, então era melhor esperar alguns minutos lá, do que o carão de ser a primeira atrasada do curso. Tivemos que ouvir um veterano explicar sobre como tudo é incrível e o quanto vamos amar, mas a melhor parte foi ouvir ele dizendo pausadamente: “sou estudante de engenharia!”, aproveitei a oportunidade para me despedir e deixar uma Verônica furiosa para trás.
Agradeci o vento fresco que batia no meu rosto enquanto eu terminava de curva e entrei completamente no prédio, não precisei andar muito, nem pedir informação para achar a enorme sala que me esperava, entrei e me assuntei quando só um aluno sorridente e aparentemente simpático.
... – Oi, bem eu sou o Thomas, e você é?
S/N – S/N, você é o único por aqui?
Thomas – Aqui dentro sim, quis me poupar daqueles veteranos babacas da comissão de festa.
S/N – Se são babacas aposto que o resto da classe está lá babando.
Thomas – Já que você tem uma péssima percepção, sou homossexual, e as piadas já começaram, não quis ser mais um babão deles, então me retirei com classe antes de socar um deles.
Era estranho, mas o sorriso dele me lembrava algo bom, ele era bom.
S/n – Gostei de você!
Thomas – Tirando sua péssima percepção, estou te elegendo minha melhor amiga desse campus.
Não demorou muito para os outros alunos entrarem e as aulas finalmente começarem, mas foi tempo suficiente para que eu e Thom, nos tornássemos “íntimos”. Já perto do final de aula antes da pausa os veteranos entraram para explicar os trotes.
Thom – São eles!
O líder entrou com imponência e com passos tão fortes que poderiam tremer o chão, então levantei lentamente o rosto para “aqueles babacas”, e então pude enxergar todas a maldade reluzindo naqueles olhos azuis.
Beijos e até a próxima carta.
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