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História O diabo veste terno - Capítulo 20


Escrita por: MikaVecha

Capítulo 20 - Capítulo 20


Itachi olhava o relógio em seu pulso incessantemente, enquanto batia o pé no chão, em sinal de descontentamento.

 

— Itachi, se não parar de bufar, e não parar de bater com o pé no chão a cada um minuto, juro que arranco seus pés fora. — Mikoto dizia entredentes. Já estava aborrecida.


— Sasuke já deveria estar aqui, mãe. — Disse fazendo um bico aborrecido.


Embora fosse um homem adulto, e responsável, haviam vezes as quais Itachi se comportava como uma verdadeira criança.


— Ele já deve estar chegando. Não seja tão impaciente. — Repreendeu.


Quando o jovem Uchiha ia dizer alguma coisa, calou-se ao avistar seu irmão mais novo.


— Ele chegou! — Abriu um sorriso largo. — Sasuke!


Chamou alto, pondo-se de pé, acenando para o irmão. Que ao notá-lo abriu um sorriso tão grande quanto.


Sasuke até aquele momento, não havia dado-se conta do quão saudoso esteve de sua família. Era tão bom revê-los.


— Nīsan! — Abraçou-o fortemente, quando aproximou-se.


Definitivamente não fazia ideia do quanto sentiu falta daquele abraço. O abraço de seu irmão mais velho sempre seria o melhor, e mais seguro de todos.


— Como você está? — Afastou-se, segurando o rosto do irmão mais novo em suas mãos. — Tem comido bem? Você parece ter perdido peso, desde a ultima vez que o vi.


— Eu estou bem, Nīsan. Não precisa se preocupar. — Assegurou.


— Tem certeza? Você parece meio pálido.


— Eu sou pálido. — Sasuke revirou os olhos.


Era sempre assim, seu irmão era um poço de exageros. Sempre super protetor.


— Itachi, deixe-o respirar. — Mikoto se aproximou, afastando os irmãos, para que pudesse abraçar seu filho mais novo.


— Oi, mamãe. — Sasuke a abraçou, enterrando seu rosto no pescoço da mãe.


Sinceramente, sua mãe e seu irmão tinham uma disputa acirrada no melhor abraço.


Talvez fosse algo de sua família, terem abraços tão gostosos e reconfortantes.


— Eu senti sua falta, meu bebê. Você cresceu tanto. — A mais velha dizia alisando o rosto jovem e macio do filho.


— Gente, e eu? não ganho nem um abraço? — Hinata proferiu chorosa, fazendo drama.


— Sempre dramática. Não é, Hyūga? — Itachi dizia se aproximando para abraçá-la.


— Estou acostumada a ser invisível. — Dramatizou ainda mais. — Nem meu próprio pai veio me ver.


— Seu pai teve um problema no trabalho, querida. Mas ele queria muito estar aqui, para receber a princesinha dele de volta. — Mikoto, a abraçou também.


— Acho bom mesmo.


— Deixa de drama Hyūga. Nem faz tanto tempo que você foi embora. Nem ao menos deu tempo de sentir saudades. — Itachi disse. E a boca de Hinata se abriu. — Que foi? Ficou ofendida?


— Eu fiquei muito ofendida!



E lá se iniciou mais uma discussão. Era sempre assim. Itachi e Hinata disputavam para ver quem conseguia ser mais implicante um com o outro.


Talvez Itachi devesse ser o mais maduro da relação, já que era o mais velho. No entanto não conseguia evitar, sempre que podia irritava a mais nova.


Tudo deu-se inicialmente por ciúmes do mais velho. Ele sempre fora apegado ao irmão mais novo. E quando seu irmão e a Hyūga se aproximaram, sentiu-se muito enciumado, e o resultado disso eram as provocações.



— Já deu, né? — Mikoto falou, entrando do carro.


— Foi ele quem começou. — Acusou.


— Entra logo nesse carro, docinho. — Sasuke revirou os olhos.


A viagem até a casa dos Uchihas foi bem tranquila, embora houvessem as pequenas discussões.


Sasuke sentia-se feliz por estar em meio aquela bagunça novamente. Sua mente nem ao menos havia se voltado para um certo loiro inglês, e isso era magnífico. Estava realmente precisando de uma folga. Sem pensar naquele beijo idiota.


Em casa, reencontrou o mascote da família, um poodle chamado Mr. Prince. O bichinho já era um idosinho, mas ainda era seu xodó. Havia crescido com ele, eram grandes amigos.


— Como você 'tá velhinho, amigo. — Beijou o pelo macio, deixando um carinho no canto da orelha. O bichinho sempre se derretia com aquele carinho. Sasuke era seu humano favorito.


— Cachorro traíra. — Itachi balançou a cabeça em negação. — Eu quem cuido desse velhote. Limpo o xixi que ele não consegue segurar. E no final, ele prefere você.


— Você é muito ciumento, Nīsan. Como seu namorado te aguenta?


— Talvez, ele seja igual ou pior que eu. — Sorriu.


Seu namorado era tão ciumento quanto ele. Se alguém respirasse perto de Itachi, pronto. Aquele era motivo suficiente para odiar a pessoa.


Ciúmes demais costuma desgastar o relacionamento. Mas levando em consideração que eram dois malucos namorando, de certa forma, aquilo alimentava o ego de ambos. Saber que se adoravam na mesma intensidade era excitante.


— Não quero nem imaginar como é essa relação super saudável.


— Ah, tá. — Debochou. — Querido, você é meu irmão. Faz parte da família Uchiha. Você também é doente de ciúmes quando gosta de alguém.


— Isso não é verdade! — Defendeu-se.


— É sim, Sasuke. — Hinata intrometeu-se. — Quando éramos crianças, você raspou parte do meu cabelo enquanto eu dormia, só porque eu disse que tinha feito um novo melhor amigo na escola.


— Quem manda ser uma traidora! Você sabia que eu não gostava daquele tal Sai! E ainda teve a pachorra de dizer que ele era seu novo melhor amigo!


— Ele era legal, tá bom?


— Hyūga, eu acho bom você dormir com a porta trancada.


É... Talvez fosse um pouco ciumento.


— Ainda teve a vez em que estávamos brincando de "adivinha o que é?" e ele deu amendoim para minha namorada. — Itachi falou.


— Não tem nada demais nisso.


— Claro que não teria. Se ela não fosse alérgica.


— Em minha defesa, eu era apenas uma criança. Tá legal? Eu não sabia que ela poderia morrer.


Aquilo era verdade. Quando deu amendoim para garota, achou apenas que ela se coçaria e que seria uma cena engraçada de se ver. Não tinha a mínima noção de que poderia ter matado-a. Tanto que passou tempos se sentindo a pior pessoa do mundo.



— Ah, tá bom. — Itachi revirou os olhos.



— Eu imagino que estejam famintos. A comida de avião não é tão boa quanto uma caseira, com sustancia. Então vou preparar algo pra vocês comerem. — Mikoto disse, se aproximando do filho mais novo dando-lhe um beijo na testa.


— Eu ajudo! — Hinata se animou.


Quem via, jurava que ela sabia cozinhar.


— Sei bem a ajuda que quer me dar, pirralha. — Mikoto Riu da mais nova.


Hinata com certeza apenas iria "ajudá-la" beliscando as comidas.


— Vou ser sua degustadora particular, Tia. — Sorriu travessa. — Sinta-se honrada. Não é qualquer um que tem esse privilégio.


— Imagino que sim, querida. — A mais velha passou o braço em volta dos ombros da jovem, seguindo para cozinha.


Quando deixados sozinhos, Sasuke resolveu tirar uma dúvida que estava assolando-o desde o aeroporto.



— Nīsan, mudando de assunto. Onde está o nosso pai? Achei que ele já tivesse saído da clínica.


— Ele saíu. — Restirou seu sobretudo e o prendeu no gancho, e sentou-se no sofá.


— E onde ele está? — O mais novo indagou olhando ao redor, tentando achar algum possível sinal do velho.


— Você sabe que ele não mora mais aqui, né? Pode ser um choque o que vou te dizer, mas nossos pais se divorciaram a quase um ano. — O mais velho brincou.


— Obviamente eu sei — Revirou os olhos. — Mas até onde sei, ele se divorciou da mamãe, e não dos filhos dele.


— Bem, ele saiu da clínica, mas ainda frequenta as reuniões de apoio, e hoje é dia de uma delas.


— Ah, sim. — Acenou com a cabeça indo se sentar no sofá, com o cachorrinho em seu colo. — Como eles estão?


— Eles quem? — perguntou, se distraído, olhando uma mensagem do namorado.


— O papa Francisco e a esposa.


— O papa não tem esposa. — Tirou a atenção do celular, com o cenho franzido encarando o irmão.


— Ah, você jura? — debochou. — É óbvio que estou falando dos nossos pais, cara de fuinha.


—Eles estão bem, na medida do possível. — Guardou o celular.— Você sabe, a mamãe saiu muito magoada e chateada com ele nessa história.


— E com razão.


— Sim. Ele tenta falar com ela, puxar assunto, mas ela é sempre bem curta e grossa com as breves palavras que troca com ele. Ele finge que não, mas eu sei que isso o abala.


Sasuke suspirou. Embora seu pai tenha feito o que fez, ele amava sua mãe e a família que construiu. Isso era notório para qualquer um. Qualquer um que conhecesse a família Uchiha, sabia que Fugaku beijava o chão que Mikoto pisava. Mas foi burro o bastante para perdê-la, mesmo com todos os avisos.


Sasuke acreditava que na verdade sua mãe havia sido era muito paciente com seu pai. Ela lutou até o último segundo, quando viu que não tinha mais pelo que lutar, pois o marido havia jogado tudo que conquistaram no lixo.


A empresa que montaram juntos do começo, anos de esforços e dedicação de ambas as partes, foram pro ralo. Apenas porque Fugaku era um maldito viciado em apostas.


Suas mansões espalhadas pelo mundo, as filiais de suas empresas, sua própria empresa. Absolutamente todas essas coisas haviam sido tomadas da família. E se não fosse por seu filho e seu sogro, estariam na sargeta. Pois foi lá onde Fugaku os deixaram.


— O velho fez a cama, agora o que resta é deitar e dormir nela. — Sasuke disse por fim.


— Eles se amam, Sas


— Eu sei. Mas o que o papai fez é inadmissível, e se a mamãe não quer perdoá-lo, está no direito dela.


— Pessoas merecem segundas chances.



Para Itachi, era difícil aceitar que sua tão amada família havia se separado. Não conseguia acreditar que sua família, que era considerada pela mídia um modelo a ser seguido, havia chegado ao fim. Sua família não era só aparências, era muito mais. Era amor, cumplicidade, felicidade, era tudo. 


Quando criança, seu sonho era se tornar adulto e construir uma família tão linda quanto a que seus pais haviam construído. 


E ver que aquilo tinha acabado, era sua maior decepção. Então se apegava a esperança de que seus pais voltariam a estar juntos, e que voltariam a ser a família perfeita. Sasuke voltaria para o Japão, e tudo estaria em seu devido lugar.


— Pessoas merecem segundas chances, mas o papai jogou todas elas no lixo.


— Você não quer que nossos pais voltem?


— Eu quero o que a mamãe quer. Se ela quiser voltar para o papai, eu apoio. E se não quiser, tá tudo bem por mim também. 


— Eu não entendo como você pode ser tão desapegado. — passou a mão no rosto.


— Não é que eu seja desapegado. Eu só não sou egoísta o bastante para quere-los juntos apenas porque é minha vontade.


— Então eu sou egoísta por querer minha família de volta?


— Se isso afeta nossa mãe, sim. Você não tá olhando a situação como ela é.


— E como ela é?


— Nossos pais se casaram muito jovens. Tiveram você muito jovens. Eles eram apenas a dois jovens de dezoito anos, cheios de sonhos. Eles montaram a empresa deles juntos do zero, pra não terem que depender do vovô para nada. Você tem noção do foi eles crescendo juntos profissionalmente? A gente tinha dinheiro pra caralho. E tudo com o esforço de ambos.


— É claro que eu tenho noção.


— Então você deve ter noção também do que é ver tudo que você construiu desmoronando. Foi isso que nossa mãe viu. Anos da vida dela sendo jogados no lixo, pelo marido que diz amá-la.


— Ele tava doente. — Defendeu o pai.


— É, ele tava. — Concordou. — Ele sabia, ela sabia, o vovô sabia, todos sabiam. Todos sabiam que ele precisava de ajuda, inclusive ele. Mas ele não quis, preferiu continuar naquele mundo, até que um dia a corda arrebentou e você sabe no que deu.


Itachi suspirou. Ele sabia que seu pai era culpado. Sabia que estava sendo esgoista ao desejar que sua mãe o perdoasse. Mas aquilo tudo era tão difícil.


Da noite pro dia haviam perdido mais coisa que o dinheiro. Era frustrante.



— Eu entendo você. — Saiu do lugar onde estava e se sentiu ao lado do mais velho pegando a mão dele. — Você sempre foi um cara apegado a família, eu sei o quanto a ama. Mas deixa o tempo consertar as coisas. Se forem pra eles ficarem juntos e nos voltarmos a ser a família de antes, Vai acontecer. Deixa a mamãe se curar primeiro.



Itachi encarou o irmão mais novo, e por um momento, teve um Flash de memória e enxergou o bebezinho que um dia pegou no colo. Ele havia crescido tanto, já era um jovem adulto. E aquilo também era difícil de aceitar.


— Quando foi que você amadureceu tanto? — O mais velho o encarava admirado com os olhos brilhando.


— Andei aprendendo uma coisinha nesse tempo fora. — franziu o nariz.


— Meu bebê. — O mais velho o abraçou e beijou sua têmpora.


—Eu não sou mais um bebê! Você mesmo acabou de dizer que eu amadureci. — resmungou.



— Isso não muda nada. Continua sendo um bebê. — Distribuiu varios beijinhos nos rosto do jovem.


— Nīsan! — Reclamou, só para não perder a marra. Adorava receber carinho do irmão.


— Quanto afeto de irmãos. — Hinata apareceu, botando a língua para fora insinuando que ia vomitar.


 — Isso é inveja, por que você não tem um irmão. — Itachi provocou. 


— é claro que eu tenho. — Se aproximou deles. — Ele tá bem aqui! 


Ela se jogou em cima de Sasuke o abraçando e dando beijinhos no rosto dele.


— Sua mucura, ladra de irmãos! ele é meu irmão!


— Ele é meu melhor amigo irmão! 


E lá se começou mais uma discussão boba. O bom daquela, era que ele tava recebendo muito amor de seus irmãos idiotas.


— Mas o que é isso?! — Mikoto apareceu com a mão na cintura. — Hinata, eu pedi pra você vir chamá-los para comer, e não sair no tapa com Itachi


— Ele que é um ciumento. 


— Ah, sua...


Ia atacá-la novamente lá, mas sua mãe o repreendeu.


— Itachi! Nem parece que é o mais velho! Vamos, chega. Todo mundo pra mesa já!



Notas Finais


E saíu a notícia, que o mundo não acreditou!

Aaaah, sério, que saudade que tava dessa história. Provavelmente não tem mais nem um dos meus leitores antigos aqui , mas é a vida 🥲

Como puderam ver, foi um capítulo mais focado em família, essa viagem em si é mais focada em relação famíliar.

Era pra ele ser bem mais longo, tipo umas quatro mil palavras, mas eu fiquei muito ansiosa pra postar , pois faz tanto tempo que eu atualizei isso aqui. Acredito que só vai ter mais um capítulo no Japão/família. Depois voltaremos para Londres e dar continuidade aos nossos narusasus.

Obrigado aos novos leitores e aos antigos também ❤️

Até logo.


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