Toquei a campainha novamente a fim de entra de uma vez.
–Calma. – disse o Taye ao destrancar a porta – Aaa Jú, é você. – ele disse sorrindo ao me ver.
–Oi. – disse o cumprimentando e entrando – E o Apolo, como está?
–A febre não baixa e ele continua te chamando. – ele disse diminuindo o sorriso aos poucos.
–Cadê ele? – perguntei olhando ao redor.
–No quarto. – ele disse fechando a porta – Vamos subir.
Subimos a escada e caminhamos até o quarto dele. Assim que o vi deitado na cama coberto até o pescoço e totalmente suado, eu me aproximei e coloquei minha mão sobre o seu rosto.
–Julieta. – ele chamou baixinho e de olhos fechados.
–Shh… - disse sentindo a sua pele queimando – Já cheguei. Estou bem aqui.
–Ele está delirando. – Taye me avisou – Desde que eu acordei ele está assim.
–Ele precisa levantar dessa cama. – disse colocando minha bolsa no chão ao lado da cama.
–Mas ele não acorda. – Taye disse se sentando em uma poltrona.
–E o seu pai? – perguntei preocupada.
–Ele não viu nada até agora. Ontem mesmo tivemos que entrar pelos fundos.
–Apolo. – chamei enquanto o balançava com cuidado – Apolo, acorda.
–Ele não acorda, Jú. – Taye disse relaxando os ombros.
Fui até o banheiro, tirei as flores de dentro de um pequeno vaso que tinha lá e enchi de água. Voltei para o quarto e joguei um pouco no rosto do Apolo.
–O que você está fazendo? – Taye disse se levantando assustado enquanto o Apolo acordava totalmente atordoado.
–O que é isso? – Apolo perguntou tentando se recuperar do susto.
–Você precisava acordar logo. – disse limpando a água do seu rosto.
–Julieta. – ele disse sorrindo e olhando dentro dos meus olhos.
–Você está bem? – perguntei preocupada.
–Estou um pouco estranho. – ele disse com uma expressão confusa – Parece que participei de uma maratona de tão cansado e fraco que estou.
–É que você está com febre. – disse acariciando seu rosto.
–Minha garganta também está seca.
–Eu já vou buscar um copo de água. – Taye disse saindo do quarto.
–Julieta. – ele disse segurando na minha mão em seu rosto – Eu sonhei que você tinha voltado com o Justin.
Engoli em seco e arregalei meus olhos com a sua fala.
–Mas parece que foi tão real. – ele disse confuso.
–Você está fervendo. – disse ignorando o que ele disse e puxando a sua coberta.
–Não. – ele disse puxando ela de volta – Está frio.
–Apolo, você não pode ficar assim. – disse voltando a tirar a coberta – Precisa baixar sua febre.
–Aqui está a água. – Taye disse vindo até nós com uma jarra e um copo já cheio.
Peguei o copo de sua mão e entreguei ao Apolo que tomou tudo em questão de segundos. Olhei surpresa para o Taye que também estava achando tudo muito estranho.
–Preciso de mais água. – Apolo disse pegando a jarra e enchendo o seu copo.
Depois que ele terminou de entornar mais uns quatro copos eu peguei a jarra de sua mão e coloquei no criado mudo.
–Vem. – disse ajudando ele a tirar a camiseta ensopada – Você precisa ir tomar um banho.
–Por quê? – ele perguntou confuso.
–Você está totalmente suado e também vai ajudar a baixar sua febre. – disse ajudando a se levantar.
–A toalha já está no banheiro. – Taye disse vindo até mim e me ajudando a levá-lo.
Colocamos ele sentado em cima do vaso sanitário fechado e liguei o chuveiro, o deixando em uma temperatura morna.
–Agora tira essa roupa e entra. – disse a ele e sai do banheiro acompanhada do Taye - Ele precisa comer alguma coisa quando sair. – disse ao Taye.
–Julieta, eu estou muito assustado. Nunca o vi desse jeito antes. – ele disse preocupado.
–Ele estava drogado, é normal que sinta muita sede e fome. – disse indo tirar a roupa da cama que estava encharcada. – A sorte é que ele não teve uma overdose.
–Overdose? – Taye perguntou mais assustado ainda enquanto me ajudava a trocar a roupa da cama.
–Ele misturou bebida alcoólica com droga. – disse o olhando séria – Podia ser fatal.
– Julieta, você precisa me ajudar a tirar ele dessa. – Taye disse retribuindo o olhar.
–Eu vou tentar ajudá-lo. Se ele também quiser me ver. – disse meio envergonhada.
–Mas ele não se lembra de ontem. Ele acha que sonhou que você tinha voltado com o Justin.
–Eu não voltei com o Justin, mas nós nos beijamos e mais cedo ou mais tarde o Apolo vai se lembrar disso. – disse terminando de arrumar a cama.
–Eu já te falei que acho que o Apolo está criando sentimentos por você. – ele disse movimentando a cabeça – Não acho que um beijo vai ser motivo de te abandonar.
–Mas ele sabe que se desfazer o trato vai estar punindo a mim e ao Justin. – disse preocupada.
–Trato? Que trato? – ele perguntou confuso.
–Taye eu já te considero um grande amigo e sei que posso confiar em você, não posso?
–Claro. – ele assentiu.
–Bom… eu e o Apolo estamos namorando por causa de um acordo que fizemos. – disse baixinho.
–Acordo? Que acordo? – ele perguntou enrugando a testa.
–Eu aceitei namorar com ele se me ajudar a fazer com que a mãe do Justin ganhe a guarda no julgamento. Já que o juiz que vai julgar é conhecido pela família de vocês, ele disse que tinha como fazer isso.
–Julieta, você é louca? – ele perguntou no mesmo tom de voz que o meu.
–No dia que você se apaixonar vai entender porque estou fazendo isso. – disse dando um sorriso contido.
–Então o Apolo está te subornando? – ele perguntou perplexo.
–Que água fria. – Apolo disse saindo do banho vestindo uma camiseta de gola V verde e uma calça moletom.
Encarei o Taye a fim de que ele ficasse quieto e guardasse esse segredo. Acho que ele entendeu o meu olhar, pois assentiu levemente logo em seguida.
–É normal você achar a água fria. – disse virando meu rosto para olhá-lo e indo até ele – Como está?
–Melhor. – ele disse abraçando a minha cintura.
–Vou pedir alguma coisa para você comer. – Taye disse levando a roupa da cama suja e nos deixando sozinhos.
–Eu queria mesmo conversar com você. – Apolo disse olhando para a cama feita dele – Quem arrumou a minha cama?
–Eu, na verdade o seu irmão me ajudou. – disse olhando também para a cama – É que você transpirou tanto que os lençóis estavam úmidos.
–Porque não chamou uma empregada? Ela vinha e fazia isso. – ele disse voltando a me olhar.
–É só uma roupa de cama. – disse dando de ombros – Está com fome?
–Muita. – ele disse sério – Julieta, nós precisamos conversar.
–Diga. – disse engolindo em seco.
–Aquilo não foi um sonho. – ele disse caindo em si – Eu vi você e o Justin se beijando ontem no bar.
Mordi meu lábio inferior e olhei desconcertada para o chão.
–Porque você fez aquilo? – ele perguntou tentando controlar sua raiva.
–Apolo, eu não sei bem o que te dizer.
–Você namora comigo. O trato é ficar comigo e não sair beijando o Justin. – ele disse derrubando as roupas que estavam penduradas em uma cadeira – Você sabe que isso pode custar muito caro.
–Eu desisto. – disse me afastando bastante dele – Se quiser me bater ou sei lá o que você tem na sua mente, pode fazer, porque eu nunca menti para você. Eu amo o Justin e só aceitei ficar com você por causa do que sinto por ele. Não sei se você já sentiu o mesmo por alguma pessoa, mas saiba que é difícil ver quem você ama machucado e tentar fingir que não sente nada quando está por perto. – disse um pouco alterada – Então se quiser me torturar, vai em frente.
–Como você pode amá-lo tanto assim? – ele disse bravo – Ele não merece tudo isso.
–Eu não mando no que sinto. – disse baixando meu tom de voz.
–Você é a minha namorada e namorados juram lealdade. – ele disse derrubando dessa vez a cadeira no chão – Eu te disse para ficar longe dele e você me traiu com quem eu mais odeio. O Justin já me roubou a Cloe e agora quer tirar você de mim. Ele vai pagar muito caro por isso.
–Eu nunca fui sua. – disse tentando manter a calma – E fui eu quem te traiu, então seja homem e desconte em mim.
–Julieta…. – ele disse mais o interrompi.
–Vai logo. – disse alto – Me bata de uma vez.
Ele caminhou apressado até mim e eu fechei os olhos sentindo o medo tomar conta do meu corpo enquanto tentava ficar parada me fazendo de forte. Sinto ele puxar meu braço com tanta força que chegou a machucar e então não consegui me conter e gritei.
–AAAAAAAAAAAAA! – gritei em desespero, mas meu grito foi abafado por seus lábios vindo de encontro com os meus.
Espera, ele estava me beijando? Mesmo depois de tudo o que eu disse ele resolveu me torturar com seus beijos.
–O que está acontecendo aqui? – Taye disse abrindo rapidamente a porta e interrompendo o beijo – Você está forçando a Julieta a te beijar?
–Não. – Apolo disse me largando brutalmente.
–Julieta! – Justin gritou o meu nome, parecia que sua voz vinha de dentro da casa.
–Quem é? – Apolo perguntou curioso.
–É o meu vizinho, ele me deu uma carona. – disse indo até a minha bolsa e a pegando antes que o Justin aparecesse – Ele tem um compromisso então preciso ir. Tchau – disse trombando nele e saindo correndo pela porta.
Quando cheguei na escada eu vejo o Justin subindo. Quando ele me viu veio correndo e me abraçou fortemente.
–Você está bem? – ele disse confirmando com suas mãos para ver se eu estava inteira.
–Estou. – disse retribuindo o abraço por estar assustada com tudo aquilo – Vamos embora. – disse nos separando e lembrando que estávamos dentro da casa do Apolo.
–Cadê o Apolo? – ele disse ainda procurando por algum hematoma, mas dessa vez com os olhos – O que ele te fez?
–Nada Justin. – disse o puxando e descendo a escada – Vamos logo.
–Julieta. – Taye me chamou assim que apareceu no topo da escada – Justin? O que ele está fazendo aqui?
–Já estamos indo. – disse o arrastando pelo hall até a porta principal.
–O que está acontecendo afinal? - Taye perguntou confuso enquanto descia as escadas.
–Depois nos falamos. – disse abrindo a porta – O Apolo não pode saber que o Justin está aqui. Por favor, não conta nada para ele – pedi.
–O que o Apolo fez com ela? – Justin perguntou peitando o Taye.
–Eu não sei. – Taye disse erguendo os braços.
–Para Justin. – disse o puxado para fora da casa – Vamos embora.
Assim que saímos eu fechei a porta com força.
–O que ele te fez? – Justin perguntou preocupado – Porque você gritou? Ele por acaso te machucou?
–Eu nunca deveria ter vindo para o Canadá. – disse sentindo lágrimas descendo pelo meu rosto.
–Não diz isso. – ele disse me abraçando.
–Eu era tão feliz no Brasil e agora parece que a minha vida virou de ponta cabeça. – disse afundando meu rosto em seu peito.
–Ele te machucou? – ele disse afagando os meus cabelos – O que ele te disse?
–Nós discutimos. – omiti o restante.
–Jú. - ele disse levantando meu rosto – Se ele tocar um dedo em você eu juro que o mato.
–Shh... não diz besteira – disse colocando meu indicador sobre os seus lábios – Apenas me abraça forte.
–Vem. – ele disse me apertando em seus braços e me levando para fora dali.
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