História O diário de um Anjo. - No meu limite

Voltei para o cemitério e Bianca estava deitada em meu túmulo.

-porque não vai para o seu?

- nossa que mal humor... Oque houve?

- não consigo me materializar.

-mas Mateus... Não é bem assim.

-você consegue?

-sim, mas depois de muitas tentativas.

-você... Você pode me ensinar.

-não Mateus... Sem essa, porque ao invés de viver se materializar você não pega o corpo de alguém emprestado?

-como faz isso?

-vem que eu te mostro.

Ela me levou em um colégio, subimos para uma sala onde havia vários adolescentes.

-oque estamos fazendo aqui?

-espere e você verá, esse gatinho aqui vai dança.

Ela entrou no corpo de um menino que estava conversando com o seu colega depois de uns três segundos o menino começa a dançar feito louco.

Vou andando para trás, me distanciando, até que Bianca sai do menino que cai no chão.

-viu, fácil e prático.

-isso que você fez foi errado.

-quer se comunicar com alguém sim ou não?!

-você só pode ser louca.

Saio dali me perguntando se seria capaz de fazer isso com alguém.

-Mateus eu só quero te ajudar, e esse é o jeito mais fácil.

Paro pensando se realmente valeria a pena, eu precisava muito falar com elas... Eu estava desesperado.

-elas?

-que?

-você precisa muito falar com elas?

-você consegue ler meus pensamentos Bianca?

-digamos que... Sim.

-me deixa em paz.

-vou perguntar pela última vez, você quer ou não quer?

-como... Como você faz isso?

-você tem que encontrar os pensamentos dessa pessoa.

-como assim?

-você vai pensar na mesma coisa em que ela está pensando e bummm... Você entra.

-simples assim?

-sim, onde você vai?

-não sei se espíritos descansam, mas eu vou tentar descansar... Estou exausto.

Ela continuava vindo atrás de mim.

-oque foi?! Posso ficar sozinho algumas horas por favor? Preciso de tempo para pensar.

Saio sem olhar para trás, mas com certeza Bianca não estava mas atrás de mim.

Tudo isso está sendo muito difícil, até ontem eu ainda tinha minha vida quase perfeita e hoje não sou nada... Nada além de um espírito invisível.

Cheguei em meu túmulo e me deitei, pensando em como falaria com minha mãe e Beatriz, estou trancado nesse mundo, só preciso de uma solução... Só uma.

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Abri meus olhos e já estava escuro.

Bianca não está aqui, não sei se tinha há magoado mas... Eu preciso de um tempo para mim também.

Soube que minha mãe foi passar um tempo em minha tia, vai ser bom pra ela.

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Subi o morro novamente, Beatriz continuava em seu quarto mas não estava sozinha.

Um menino saiu do banheiro, olho com mas atenção para ele.. eu o conhecia, era o Carlos, um amigo nosso do colégio.

Ele saiu do banheiro e se deitou ao seu lado na cama, mas ele sabia que Beatriz e eu estávamos juntos, oque ele está fazendo?!

-é Bia, quando é pra ser acontece.

-ele não merecia isso.

- também acho, mas aconteceu fazer oque?

-eu poderia ter impedido isso.

-não... não poderia, se ele quis comer essa mulher a culpa foi dele não sua.

Ela chorava feito uma criança, o Carlos estava falando coisas que não tinham acontecido, isso só estava fazendo ela piorar.

-agora a única coisa que você pode fazer é seguir sua vida...

-do que você está falando?

-nós poderíamos tentar... Sei lá, eu e você... Eu e o Mateus éramos muito próximos acho que ele iria preferir ver você comigo do que com outro alguém.

Ele estava muito enganado.

Corro para o lado dele tentando sincronizar nossos pensamentos antes que seja tarde.

Carlos estava há centímetros para beijar Beatriz. 

Sinto um choque em meu corpo e de repente sou humano de novamente.

-... Beatriz...

-que?

-sou eu... Mateus.

-para com essa brincadeira idiota Carlos.

-que?

Já estava me esquecendo de que eu estava no corpo de Carlos.

-desculpa...

-sai daqui.

Saio do corpo de Carlos caindo no chão, eu estava muito fraco.

Carlos sai da casa de Beatriz desnorteado, eu continuo lá... Beatriz pega no sono, eu me deito ao seu lado pensando no plano b.