História O diário perdido - Sozinho No Mundo

Passou-se uma semana, ainda não caiu a ficha. Toda a escola tava de luto. Estava um vazio, aquelas pessoas eram estranhas, parecia que nunca tinha as visto na vida. Percebi como Jeniffer fazia falta.

Tocou o sinal do intervalo, a escola não estava muito movimentada, eu olhava nos olhos das pessoas e algumas pareciam assustadas, outras sem entender como foi possível e outras estavam felizes. Não entendia a cabeça das pessoas felizes, quem fica feliz pela morte dos outros?

Não aconteceu muita coisa na escola, ainda bem. Voltei para casa e me joguei na cama, meus pais me chamaram para comer, mas eu não estava afim, só conseguia pensar no que tinha acontecido. Começou a chover, só porque eu estava pensando em sair de casa para tentar me distrair, fui assim mesmo. Subi num morro que tinha um pouco fora da cidade, lá dava para ver a cidade inteira. A chuva começou a ficar mais forte, até que caiu um raio muito forte no prédio mais alto da cidade. Deu um clarão enorme de cegar as vistas, por algum motivo aquilo me deixou menos mal.

Passei muito tempo na chuva e estava começando a ficar frio, eu iria voltar para casa, mas no meio do caminho eu comecei a sentir uma tontura e desmaiei. Comecei a ouvir sussurros “Peter, Peter, Peter, o que você faz parado aí?” “Peter, volta aqui, não me abandona” quando acordei não estava mais no mesmo local, estava em uma casa escura, parecia estar abandonada. Levantei da cama e, ainda tonto, fui até a sala, lá tinha uma mulher sentada na sala assistindo televisão. Sentei do lado dela e perguntei:

-Olá, como eu vim parar aqui?

Ela se virou e respondeu:

-Encontrei você desmaiado no caminho para o morro e o trouxe até aqui. Qual seu nome? Eu sou Elizabeth.

-Eu sou Peter, acho que tenho que voltar para casa, já está tarde.

-Fique mais um pouco. – Respondeu ela com um sorriso suspeito.

-Obrigado por tudo, mas eu tenho que ir. – Respondi e saí o mais rápido possível daquela casa.

Aquela mulher me parecia estranha, vivia sozinha no meio da estrada. Até aí eu estava um pouco mais esquecido do que tinha acontecido, mas quando chego em casa, mais uma coisa para me deixar abalado. Minha casa estava pegando fogo, já tinha até bombeiro lá, desesperado fui falar com eles. Eles disseram que tinha duas pessoas lá dentro, mas infelizmente já estavam mortas. Olhei para o lado e vi dois corpos no chão, cheguei perto, me ajoelhei e comecei a chorar. Havia perdido as pessoas mais importantes da minha vida em menos de um mês.