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História O Doador de Sementes - O Segundo Ato


Escrita por: LanaFan

Notas do Autor


Oi gentee!

Mais um capítulo para vocês :))


(Thuaneeee chata, não vou mandar beijo aoiehaoisehasoie)

Capítulo 4 - O Segundo Ato


Fanfic / Fanfiction O Doador de Sementes - O Segundo Ato

Sean

 

 

Chego na empresa passando mal. Quando consigo sair do elevador para ir até minha sala, acabo parando no meio do caminho e abraçando o primeiro lixeiro que vi, pois precisava colocar “tudo” para fora (“tudo” que na verdade é nada, porque estou vomitando desde que acordei). Estou com o rosto amaçado, olhos quase fechados, cabelo bagunçado, estou até com a gravata jogada nas costas.

─ Como vou aguentar trabalhar hoje? Não sei! ─ Penso comigo mesmo.

Consigo chegar até a sala de reuniões. Pego um copo de água e jogo dois efervescentes dentro, respingando água na mesa, nem me atrevo a levantar e pegar um guardanapo, acabo secando com a manda do meu terno mesmo. Não demora muito e o Colin chega, soltando algumas pastas sobre a mesa fazendo barulho.

─ Minha cabeça, por favor?! ─ Falo baixo, cruzando os braços e debruçando-se sobre a mesa.

─ Está demitido. ─ Diz ele. ─ O que você aprontou na noite passada? Olha o seu estado. Está deplorável. ─ Puxa uma cadeira e senta do meu lado.

─ Do que está falando? ─ Levanto a cabeça passando uma das mãos no rosto.

─ Apareceu na minha casa, às 4 horas da manhã, muito bêbado, e acho que drogado. O que foi aquilo? ─ Diz ele levantando e pegando um copo de café.

─ Ahm... É... Estive na sua casa? ─ Pergunto completamente atordoado. ─ Traz um café para mim.

─ Sim, e começou a falar um monte de coisas que não faziam sentindo algum. Fiquei até com medo. ─ Fala e volta a sentar ao meu lado, me entregando um copo de café bem forte.

─ O quê? O que eu falei? ─ Digo ficando esparramado na cadeira e fecho os olhos. Não tenho certeza do que aconteceu na noite passada. Algumas coisas devo ter sonhado, não devem ter acontecido.

─ Um papo estranho sobre um investimento de risco... Vikings... E você falava com uma voz estranha. ─ Apoio os cotovelos na mesa e seguro minha cabeça com as duas mãos, ainda não acreditando nisso tudo. Não me lembro de ter ido até a casa dele. ─ Te coloquei em um táxi, então me deve 40 pratas.

─ Colin, não me lembro de nada disso. ─ Balanço a cabeça em negação.

─ Como pode não se lembrar? Você ficou gritando que teve um caso com a Sophia Loren!

─ Sophia Loren? Aquela Sophia Loren? Meu deus! Não me lembro de nada disso. Você está inventando isso, Colin? ─ Digo descrente de tudo que ouvi. ─ Fui à festa da Lana e depois... ─ Começo a me enrolar todo. ─ Depois tive um apagão. ─ Me levantei e fui até a janela.

─ Apagão, é? Você vomitou na porta da minha casa. O cheiro está lá ainda se quiser conferir. ─ Os outros acionistas chegam para a reunião e volto para o meu lugar. ─ Sean, você precisa se tratar. ─ Diz ele, arrumando alguns papéis sobre a mesa.

 

 

***

 

Lana

 

 

Acordo com uma dor de cabeça terrível. Me mexo com calma na cama, demoro um pouco e resolvo abrir os olhos lentamente e vejo meu quarto cheio de enfeites e  velas.

─ Não foi um sonho?! ─ Digo esfregando as mãos nos olhos. Sento na cama e vejo que dormi de vestido. E no mesmo instante, como um filme, lembro-me de tudo que aconteceu na noite passada. Resolvo ir tomar um banho, pois preciso ir trabalhar.

Depois do banho, vou escolher uma roupa confortável e pesada, pois estava muito frio. Diante do espelho já me vestindo, paro de abotoar a calça e fico olhando para minha barriga e passando a mão, viro-me de lado estufando a barriga.

─ Lana, para com isso. Pode nem ter dado certo. ─ Falo voltando a me vestir.

Vou até a cozinha para preparar meu café e levo um tremendo susto.

─ Rebecca! O que faz aqui? ─ Digo assustando-a.

─ Que susto! ─ Diz ela andando até onde eu estava e não deixo de notar um sorriso sapeca no seu rosto. ─ Como você está se sentindo, mamãe?

─ Ah, Bex nem sei se isso deu certo ainda. ─ Ando de cabeça baixa até a mesa, puxo uma cadeira e me sento. ─ Mas preciso lhe dizer que já fiquei analisando no espelho quando estava me vestindo. ─ Digo sorrindo e olhando para minha barriga. ─ Ei, ainda não me disse o que faz aqui. Dormiu na minha casa?

─ Não, cheguei faz pouco. Fiquei com uma de suas chaves para lhe fazer uma surpresa. ─ Diz ela apontando para o balcão da cozinha.

─ Fez tudo isso? ─ Fico admirada com a variedade de comidas sobre o balcão. ─ Estou chocada. Não sabia que você cozinhava. ─ Ela me mostra a língua e sorri. ─ Mas muito obrigada, estou faminta. ─ Levanto-me e vou até o balcão me servir.

─ Seu café da manhã deveria ser especial, não é mesmo? ─ Diz ela andando até ficar do meu lado e bater o quadril no meu.

─ Não sei o que faria da minha vida sem você. ─ Em seguida, corto uma quantidade generosa de panquecas que estavam na minha frente. ─ Amo panquecas com calda de chocolate e morangos.

─ Eu também. Ou acha que todas essas panquecas são para você? Tá certo que logo vai começar a comer por dois...

─ Para com isso. ─ Digo rindo. ─ Acho que vou ligar para o Sean depois. ─ Mexo o garfo distraidamente.

─ Conversaram ontem? Se entenderam? ─ Me entrega uma caneca de café. ─ Oops! Você toma esse chocolate quente aqui. Nada de cafeína, são recomendações médicas. ─ Fala sorrindo.

─ É melhor não arriscar mesmo. Fico com o chocolate quente. Então... Nós meio que conversamos ontem, mas convenhamos que o momento não era propicio... ─ Termino de comer as panquecas. ─ Preciso dele ao meu lado agora. Se... ─ Olho mais uma vez para minha barriga. ─ Se deu certo, vou precisar do apoio do meu melhor amigo, não consigo passar por isso tudo sem o Sean do meu lado.

─ Parecem duas crianças fazendo birra. Apoio totalmente você ligar para ele. ─ Ela levanta e começa a tirar as coisas da mesa.

─ Deixa a louça comigo. ─ Me levanto e vou até ela.

─ Nada disso, sem esforços. Aproveita que não é sempre que você merece esse tratamento real. ─ Resolvo não contrariar e me sento na outra ponta do balcão enquanto ela começa a lavar tudo. ─ Poderia convidar o Sean para ir naquela peça que ganhamos os convites. É terça da semana que vem né? ─ Concordo com a cabeça, comendo mais um morango. ─ Leva ele, que eu fico em casa dormindo, porque não sou obrigada a assistir um monólogo.

─ É, acho que vou falar com ele mesmo. Fico chateada com algumas coisas que ele fala, mas o Sean é minha família. Depois que perdi meus pais, só sobrou ele. ─ Abaixo a cabeça e balanço as pernas.

─ Ah Lana, eu também sou sua família e vou ficar do seu lado sempre. Mesmo que você me expulse. ─ Ela fala e agita as mãos na minha direção, molhando meu rosto.

─ Esse seria um momento em que te expulsaria sua chata. Sua sorte é que te amo como se fosse minha irmã. ─ Saio de cima do balcão.

─ Vamos começar a ficar sentimentais agora, é isso? ─ Ela começa a rir. ─ Acho bom irmos trabalhar e depois a senhorita liga para o Sean.

 

 

***

 

 

Na semana seguinte...

 

 

Demorou, mas a terça-feira chegou. Estou muito ansiosa, pois hoje tenho uma consulta para saber se a inseminação deu certo. Acordo agitada, inquieta, não consigo controlar esse nervosismo.

─ Ainda bem que a consulta é daqui a pouco. ─ Falo me olhando no espelho, lavo meu rosto e termino de fazer minha higiene matinal.

Resolvo ligar para a Bex para ela ir comigo na consulta. Gostaria que fosse o Sean, mas independente do resultado, vou contar a ele hoje à noite mesmo.

 

 

Já no consultório, Bex está sentada do meu lado. Ela fica batendo o pé no chão, muito nervosa.

─ Para de bater o pé. ─ Seguro sua perna. ─ Tá mais ansiosa do que eu.

─ Impossível! Você está até com a mão gelada e suando frio.

─ Estou com medo, muito medo. ─ Ela aperta a minha mão para me acalmar.

─ Vai dar tudo certo. Ou melhor, já deu certo. Fica cal...

─ Ah meu deus, é o médico! ─ Falo olhando para o meu lado direito.

─ Vai lá, vou estar aqui te esperando. ─ Ela me dá um beijo na testa, respiro fundo e vou até a sala do médico. Entro e fecho a porta.

─ Olá Dr. Scott. ─ Cumprimento-o

─ Bom dia, Lana. ─ Ele responde fazendo sinal para que me sentasse.

─ Está tudo bem? Sentiu alguma coisa de diferente? Algum incomodo? ─ Faz várias perguntas.

─ Não, está tudo normal. ─ Respondo ainda nervosa. ─ Doutor, que tipo de exame vou fazer hoje?

─ O Beta-HCG é o exame de sangue para confirmarmos se a inseminação deu certo. ─ Ele levanta e vai até uma porta atrás de mim, que eu não havia notado. ─ Alguma dúvida? ─ Nego com a cabeça. ─ Vamos colher o seu sangue para fazer o exame, então? ─ Faz sinal para que eu entrasse na outra sala.

Depois de colher o meu sangue, ele pede que eu espere alguns minutos, pois a análise é rápida.

─ Doutor, posso chamar a minha amiga para esperar aqui comigo? ─ Pergunto.

─ Claro, pode sim. ─ Ele fala e sai do consultório. Vou até a porta e faço sinal à Bex.

─ Vem aqui comigo. ─ Falo baixo. ─ Ele deixou te chamar. ─ Ela levanta e entra rápido no consultório.

─ E aí? Já tem o resultado? Vou ser tia? ─ Fala sem parar sentando-se na poltrona ao meu lado.

─ Calma aí, que a nervosa aqui sou eu. O doutor foi fazer a análise do meu sangue agora, e disse que logo volta com o resultado. ─ Falo segurando sua mão.

─ Lana, está aqui o resultado do seu exame. ─ O Dr. Scott me entrega o envelope.

─ Ah, meu Deus! Não consigo abrir. ─ Digo tremendo. ─ Bex, abre?

─ Calma, Lana. Me dá aqui que eu abro sim, pois sou curiosa e não fico fazendo cena. ─ Diz ela pegando o envelope da minha mão.

─ Por Afrodite! Lana você está grávida! Eu vou ser tia? Eu vou ser tia! ─ Bex fala sem parar. Pego o papel das suas mãos e leio “POSITIVO”, começo a chorar e sorrir ao mesmo tempo.

─ Eu vou ser mãe? ─ Olho para o doutor. ─ É isso mesmo?

─ Parabéns Lana! Você está grávida.

─ Eu... eu... vou ser mãe! Bex, eu tô grávida. ─ Digo enquanto abraço minha amiga. Choramos abraçadas e Bex leva a sua mão até a minha barriga, coloco a minha sobre a dela. ─ Muito obrigada por estar comigo nesse momento. ─ Falo e ela enxuga minhas lágrimas.

Agradeço ao doutor e em seguida, nós saímos do consultório e vamos comemorar.

─ Lana, vamos almoçar em um restaurante muito luxuoso. A ocasião merece. ─ Ela diz me abraçando de lado.

─ Vamos. ─ Digo sorrindo. ─ Mas você dirige, porque ainda estou muito nervosa. ─ Entrego-lhe a chave do carro.

─ Tudo bem, sua folgada. Dirijo até lá, mas só porque agora vou ser tia. ─ Diz rindo enquanto entramos no carro. ─ Vai contar para o Alfredo?

─ Alfredo...? ─ Pergunto.

─ O doador?! ─ Ela diz como quem fala o óbvio.

─ Ah, sim, Alfredo! Vou ligar para contar que deu certo, e agradecer...

─ É, tem que agradecer o sêmen premiado dele. ─ Começa a gargalhar.

─ Parece que alguém está muito interessada nele. ─ Provoco-a.

─ Laninha, se ele não fosse casado, já seria meu. ─ Ela diz e liga o rádio.

Nem ouço as músicas, não vejo o tempo passar, só consigo pensar que estou grávida. Me sinto tão feliz como há muito não me sentia.

─ Não vejo a hora de contar para o Sean. ─ Digo colocando as duas mãos na minha barriga.

─ Como será que ele vai reagir? ─ Ela diz e vejo que já chegamos.

─ Espero que fique feliz, assim como eu estou.

─ Vou bater nele se ele surtar. Já pode descer mamãe. ─ Ela fala rindo.

 

 

O restante do dia passa tão rápido que nem vejo. Mas me pego olhando para minha barriga ou acariciando-a com muita frequência. É tão estranho, e tão mágico. Sei que não dá para notar nada, mas já me sinto diferente. Fico com medo, porque estou só de uma semana e os riscos são grandes na minha idade.

─ Vai dar tudo certo, viu? ─ Falo para minha barriga. Pareço uma boba falando “sozinha”.

Termino logo de me arrumar, pois já está quase na hora do Sean chegar para irmos ao teatro. Não sei como vou contar a ele, mas não vai ser agora. Acho que vou contar quando estivermos lá já. Estou perdida em meus pensamentos quando ouço a campainha.

─ Oi. ─ Ele diz assim que abro a porta.

─ Vejo que aprendeu a usar a campainha. ─ Digo sorrindo e dando espaço para que ele entrasse.

─ Pois é, não vou mais arriscar usar aquela chave, prefiro preservar a minha vida. Acho até que vou lhe devolver. ─ Ele mexe no seu molho de chaves e pega a minha.

─ Não, pode ficar. Ela já é sua mesmo. Vem, senta aqui um pouco. ─ Pego na mão dele e puxo-o até o sofá. Sentamos um do lado do outro.

─ Então... Como você está? ─ Pergunta-me.

─ Bem. ─ Olho para ele. ─ Sean, não vamos ficar nesse clima estranho, né?

─ Não. Já passamos por tantas coisas não é mesmo? ─ Diz ele.

─ Seu castigo acabou. ─ Bato meu ombro no dele.

─ Já era hora. ─ Ele respira fundo e recosta sua cabeça na minha. Ficamos assim por um tempo. O nosso silêncio dizia tantas coisas.

─ Vamos? ─ Passo minha mão no rosto dele e me levanto.

─ E esse monólogo que você está me arrastando é bom? ─ Ele diz andando até a porta.

─ É sim. Pelo menos as críticas foram boas. ─ Pego meu casaco e saio logo atrás dele fechando a porta.

─ Posso dirigir? ─ Ele me pergunta.

─ Claro que pode. ─ Dou de ombros sorrindo.

─ Por que está sorrindo tanto hoje? ─ Diz ele ligando o carro.

─ Nada não. Ou melhor, vou pensar se até o fim da noite lhe conto. ─ Mostro a língua fazendo graça.

─ Sabe que sou curioso. Isso não se faz! Vou ficar a peça toda pensando no que você tem para me contar. ─ Ele cruza os braços como uma criança.

─ Coitadinho. Vem aqui. ─ Me estico até ele, segurando sua cabeça e lhe dou um beijo na bochecha. ─ Se você se comportar direitinho lhe conto, ok?

─ Tudo bem. Prometo me comportar, mãe. ─ Ele diz de forma natural, mas eu arregalo os olhos e fico em choque. Será que ele... Não, não pode ser. Afasto o pensamento.

           

 

Agora entendi todas aquelas críticas que li falando sobre o desempenho espetacular do ator. Durante todo o primeiro ato ele fica nu, peladinho, como veio ao mundo, segurando uma espada e falando que é o único que conseguirá falar com o rei. Temos um curto intervalo até que o ator se prepara para o segundo ato.

─ Temos que assistir a segunda parte? ─ O Sean pergunta enquanto andamos até um café.

─ É a melhor. ─ Digo andando na frente dele.

─ Jura? Sem brincadeira, nunca vi nada mais constrangedor. ─ Fala e eu começo a gargalhar. ─ O que esse cara quer provar, Lana? ─ Ele anda mais rápido ficando do meu lado.

─ Achei muito impactante. ─ Digo, ainda rindo.

─ Não é verdade. Só fez ter outro personagem, um muito pequeno, minúsculo personagem que, convenhamos...

─ Estou grávida. ─ Interrompo-o falando logo de uma vez.

─ O rei não vai querer ouvir esse cara, sabia? ─ Ele continua falando e observo que ele faz uma de suas caretas. Então, obviamente ele ouviu o que eu disse. ─ Ele está sem calças. É muito desnecessário. ─ Falou rápido.

─ Você ouviu o que eu disse? ─ Digo ficando na frente dele.

─ Ouvi. ─ Ele diz depois de respirar fundo e olhar para o chão.

Ficamos um tempo naquele silêncio assustador até que ouvimos o sinal sonoro indicando que o segundo ato começaria em breve.

─ Sean, você não vai me dizer nada? ─ Digo segurando seu queixo, fazendo com que me olhe.

─ Sim... Vou... Só não sei o que falar... Ahm... Parabéns. ─ Ele diz todo enrolado.

─ Estou feliz. Fique feliz comigo, ou por mim, tá legal? ─ Digo olhando em seus olhos.

─ Estou feliz, estou sim. Acredite. Só não esperava por isso agora entende? ─ Explicou ele.

─ Posso ganhar um abraço do meu melhor amigo? ─ Olho para ele com os braços abertos e olhos marejados.

─ Vem aqui. ─ Me abraça. Um abraço apertado.

─ Que saudade de estar dentro desse abraço. ─ Me aconchego mais a ele esfregando meu rosto no seu peito. ─ Promete que vai se esforçar para ficar feliz do meu lado? Vou precisar muito de você. ─ Aperto meus braços ao seu redor e me afasto. ─ Vamos, não quero perder o segundo ato. ─ Estendo minha mão para ele, que aceita de bom grado.

Voltamos aos nossos lugares em silêncio. Sento-me cruzando as pernas. Olho para o Sean e ele está com o olhar fixo em algo no chão, completamente alheio. Encosto minha cabeça no seu ombro e dou um tapinha em seu joelho.

─ Vai começar. ─ Digo olhando para o palco.

─ Não estou preparado para ver aquilo de novo. ─ Apoia sua mão sobre a minha, que ainda está em seu joelho.

           

 

***

 

Sean

 

 

Não tinha gostado do primeiro ato, agora é que não vou conseguir prestar atenção. Fico pensando no que a Lana me contou. Ela está grávida! E grávida do Alfredo. Minhas chances acabaram. Agora que eu estava começando a aceitar que a amo. Sim, agora sei que amo Lana Maria Parrilla.

As nossas mãos juntas sobre o meu joelho me chamam atenção, fico olhando-as por um longo tempo até que noto Lana subindo sua mão e fazendo carinho na minha coxa. Solto um sorriso fraco, gostando do gesto. Levo minha outra mão até o seu braço, lhe fazendo um carinho também.

─ Está tudo bem? ─ Pergunto a ela.

─ Está sim. ─ Ela diz sorrindo e colocando a sua outra mão sobre a minha que está em seu braço.

Volto a olhar para o palco, mas não presto atenção em nada... A não ser naquela sensação boa de estar assim com a Lana. Faço carinho no braço dela, assim como ela faz na minha coxa. Ficamos desse jeito até o fim da peça.

─ Que sono. ─ Ela diz bocejando. ─ Vamos? ─ Fala erguendo sua cabeça e separando nossas mãos.

─ É, que sono mesmo. Mas não sei se vou dormir bem essa noite... ─ Ela me olha tristonha. ─ Não! Não é isso. ─ Digo rápido, antes que ela pense que estou falando sobre sua gravidez. ─ É que vai ser difícil dormir bem, porque quando fechar meus olhos acho que verei esse atorzinho aí. ─ Digo me levantando e estendendo a mão para ela.

─ Pois eu acho que vou dormir e nem vou sonhar com nada. Ou, não vou dormir nada e ficar agitada a noite toda, depois de saber que... ─ Ela para de falar olhando para sua barriga.

─ Você vai dormir bem sim. Na verdade, vocês vão. ─ Me atrevo a levar minha mão até sua barriga. Ela deposita sua mão sobre a minha e começa a chorar. ─ Ei, não chora. ─ Digo abraçando-a pelos ombros.

─ Não estou triste. Essas lágrimas são de felicidade. ─ Ela diz ainda com nossas mãos em sua barriga. Enxugo suas lágrimas e dou um beijo em sua testa.

─ Vamos madame. Já está tarde para criança estar na rua. ─ Tiro lentamente minha mão da sua barriga.

─ Engraçadinho. ─ Diz ela procurando minha mão para irmos de mãos dadas até o carro. Gosto da atitude e fico sorrindo.

Chegamos até o estacionamento e vamos até o carro, abro a porta do carona para ela entrar.

─ Deixa que agora eu dirijo, tenho que te levar em casa, porque não é hora de criança pegar o metrô. ─ Diz ela zombando de mim.

─ Não Lana, você está cansada e com sono. Não vou deixar você dirigir da minha casa até a sua sozinha... Sozinhos ─ Digo sorrindo, ela entende o que quis dizer com isso e retribui o sorriso. Insisto para que ela sente no banco do carona.

─ Tudo bem. ─ Diz ela fazendo bico.

Vamos até a casa dela conversando sobre várias coisas. Há dias não conversamos (eu estava de castigo), então temos muitas coisas para contar um ao outro. Demos muita risada com as histórias que ela me contou do que a Bex aprontou nesses últimos dias. Nem vejo o tempo passar e quando noto já estamos na frente da casa da Lana.

─ Chegamos. ─ Digo pegando o controle do portão para abri-lo.

─ Fica com o carro. Amanhã você me devolve na hora do almoço. ─ Ela diz tirando o controle da minha mão.

─ Não, não mesmo. Vou de metrô como sempre. ─ Pego o controle da mão dela e abro o portão.

─ Teimoso. ─ Ela fala baixo.

─ Eu ouvi! ─ Aperto o seu nariz para provoca-la. Coloco o carro na garagem.

─ Era para ouvir mesmo. ─ Diz saindo do carro.

─ Ei estressadinha, não ganho um boa noite? ─ Saio do carro e vou até ela.

─ Não merece, mas como sou educada... ─ Chego perto dela e ergo minhas mãos indicando que faria cócegas nela. ─ Nem vem. Pode parar! ─ Se afasta rindo.

─ Volta já aqui, você não vai escapar. ─ Corro até ela, que já está dentro de casa.

─ Sean, por favor, ataque de cócegas não. ─ Fala dando gargalhadas. Desisto de fazer cócegas, porque só queria ouvir sua risada e já consegui isso.

─ Dessa vez passa. ─ Me sento no sofá. Ela senta também, mas longe de mim. A princípio não entendo. Até ela colocar seus pés sobre as minhas pernas.

─ Tira pra mim? ─ Pede ela fazendo aquela carinha de manhosa.

─ Folgada. ─ Tiro as suas botas calmamente.

─ Tira as meias também? ─ Diz ela com cara de sapeca.

─ Não, vai ficar de meias. Tá frio. ─ Massageio seus dedos.

─ Ah, isso tá tão bom... ─ Diz deitando a cabeça para trás. Tenho que concordar com ela, isso está muito bom. Fico um tempo fazendo massagem nos pés dela.

─ Sean? ─ Ela ergue a cabeça e me olha.

─ Fala. ─ Digo olhando para ela.

─ Você me carrega até a minha cama? Estou muuuuuiito cansada. ─ Diz rindo, tirando os pés do meu colo e estendendo os braços.

─ Meu deus! Você está impossível hoje! ─ Me levanto e vou até ela. Passo um de meus braços por baixo das suas pernas e o outro apoio nas suas costas. Ela fica fazendo dengo e me abraça pelo pescoço.

─ Você é o melhor amigo do universo todinho. ─ Fala já sonolenta.

─ Fale-me algo que eu não saiba. ─ Falo respirando fundo, e de brinde, sentindo o cheirinho dela.

─ Sean, é sério, leva meu carro. ─ Ela diz quando a solto na cama.

─ Não se preocupa comigo. Vou ficar bem. ─ Digo tirando seu sobretudo e cobrindo-a com o edredom. ─ Dorme bem, mamãe. ─ Dou-lhe um beijo na testa. E antes que eu possa me afastar ela coloca a mão no meu ombro.

─ Você também. ─ Me dá um beijo demorado na bochecha. ─ Obrigada. Sabe que eu te amo né?

─ Também te amo. Agora dorme, está tão cansada que está falando enrolado já. ─ Arrumo novamente o edredom e vou saindo do quarto. Apago a luz.

─ Sean, manda uma mensagem assim que chegar? ─ Pergunta-me já de olhos fechados.

─ Pode deixar que lhe aviso. Até amanhã. ─ Digo isso e não ouço nada em resposta. Vejo que ela já dormiu, fico olhando-a um pouco e em seguida saio fechando a porta.

─ É meu caro, você está ferrado. ─ Penso alto enquanto saio de sua casa. E dessa vez sim, uso minha chave.


Notas Finais


Lana manhosa é totalmente mordível né? Nossinhora! oaisehasoiehasoiehaso


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