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História O dono da festa - Cada casa, um caso


Escrita por: Coisasde1Maria

Capítulo 92 - Cada casa, um caso


POV AMBER

Meus pais são as pessoas mais incríveis que já conheci, depois, seguem os pais da Lottie, que são como meu segundo lar. Meu pai é mega inteligente e acredito que puxei isso dele, minha mãe é cheia de amor e pra mim, são um casal perfeito. Claro, sabemos que nada é tão perfeito, mas ainda assim, eles são perfeitos pra mim.

Em partes, mesmo com toda a história dele antes desse casamento, dou graças a deus que podemos ter um bom relacionamento com a mãe de Harry, mesmo com o fato dela ser ex do meu pai. Antes de se casarem, meu pai era casado com a mãe do Harry que vive no centro de Londres. Ela é uma boa mulher, transpira amor e gentileza. Ao contrário do Harry, que é um poço de chatice.

Me lembro de conhecê-la próximo ao aniversário dele, quando tivemos que ir até sua casa para comemorar. Meu pai e ela têm um bom relacionamento, embora seja alguém mais maluco do que pareça.

Talvez Harry tenha puxado isso dele.

Ele fica entre a nossa casa e a casa da mãe, sempre que viemos pra cá, mas ele prefere ficar por aqui - afinal, aqui ficamos perto de coisas bem legais também. Todos sabemos que é por causa da Charlotte, sempre foi. Todos sabem que ele é apaixonado por ela, mas não quer assumir.

Enfim.

Eu sou como a protetora e aquela que vive com os pés no chão. Sempre fui na minha, a nerd esquisita - como Harry me chamava - mas não tão nerd assim. Sou ótima com TI e simplesmente apaixonada por tudo isso e por design. Bem diferente do Harry, que parece só pensar em encher a cara, viver rodeado de mulheres e do futebol, que pelo menos, isso ele não passa vergonha.

Assim que chegamos em casa, minha mãe preparou o almoço, Harry pegou o carro e foi visitar a mãe dele, enquanto meu pai ficou instalando câmeras por toda casa e falando sobre um tal invasor no bairro.

Claro que, eu, como uma garota protetora, ainda vou pesquisar sobre esse tal invasor e saber o que está rolando no bairro. Eu não sei bem se aconteceu algo por aqui, nem mesmo qual casa a pessoa invadiu. Mas, se posso ser bem sincera, nessa cidade as pessoas estão acostumadas a inventar história e quando se vê, já virou um grande tumulto.

Por não ficar aqui, prefiro me certificar de que meus pais estão em segurança.

Minha mãe fica preparando o almoço e meu pai ajustando a tal câmera na sala, Harry voltará em breve e eu gostaria de pesquisar mais sobre essa história de invasor. Subo para meu quarto, deixo a mochila na cama, vejo que minha mãe têm alimentado minha iguana (e também penso que ela pode ter matado o Zord e comprado outra pra colocar no lugar), mas o importante é que ela quis que eu pensasse que está tudo bem.

Me sento bem na frente do meu computador. Lutei muito tempo pra conseguir montar minha estação de trabalho, não é porque temos condições, que meus pais me dão de mão beijada, né?

- Vamos lá! - estico os braços e estalo os dedos - Invasão de casas em Cheshire... Invasor... casas invadidas...

Começo a pesquisar, mas não encontro nada, nenhuma informação. Continuo pesquisando, mesmo sabendo que pode ser invenção do pessoal desse lugar, quero ter certeza que meus pais ficarão bem quando eu for embora.

Com meu computador, consigo encontrar o que quiser. FBI deveria me contratar para ajudar nas coisas que eles não encontram.

- Não é possível que ninguém publicou sobre isso na internet - falo alto insatisfeita com nenhuma notícia - publicam tanta merda e logo sobre isso  ninguém fala?

Pesquiso mais um pouco e enfim encontro uma única informação no Twitter: "Invasor rouba casas em Chesire", é o que diz no tweet, mas ainda assim me parece bem vago, quem acredita assim no Twitter? Me parece uma fofoca, invenção de adolescentes e começo a pensar que deve ser mesmo.

- Amber, querida - ouço minha mãe batendo na porta - o almoço estará pronto em breve.

- Ok mãe, já vou descer! - digo.

Ela entra no quarto e vem até mim. Depois de ver o que estou pesquisando, ela diz:

- Você sabe que estamos bem e que é mania do exagerado do seu pai, né? - ela diz sobre o fato dele estar colocando milhares de câmeras pela casa.

- Não custa averiguar sobre isso, ne?!

- E as meninas, porque não as convida para o almoço? - ela pergunta.

- Mona está na casa da mãe, acho que logo aparece por aí e Lottie está com os pais - digo - Ocean ficará noivo no jantar de hoje.

- Ocean? Uau! - ela fala animada - ele sempre foi um garoto e tanto.

- Pra mim é só um garoto comum, o mais normal daquela casa - digo rindo e ela caminha para a janela - Pelo menos disseram que a garota é legal.

- E você, filha - disse - nenhum namorico na faculdade?

- Namorico? - pergunto e dou risada - não tenho tempo pra isso, mãe. Só quero me formar e poder voltar pra cá.

- Achei que você quisesse ir pra Nova York, sempre foi seu sonho trabalhar naquele lugar - ela fala - Não vai me dizer que desistiu?

Esse era um assunto que não falava muito, nem mesmo com as meninas. Mas isso era exatamente meu objetivo, quero ir para Nova York e tirar meus pais dessa cidade de merda, com invasores meia boca e vizinhos fofoqueiros. Ok, não quero ficar longe das minhas amigas, mas sei que Nova York seria uma ótima escolha para a carreira de moda de Mona e até para Lottie trabalhar em jornais incríveis e famosos e eu, talvez até pudesse trabalhar com algo na minha área, mas queria mesmo trabalhar com investigação.

Porque não irmos juntas?

- E ainda quero, mas talvez fosse legal eu voltar pra casa e ficar aqui por um tempo.

- Não vai desistir dos seus sonhos por causa de nós - ela diz - você pode ir aonde quiser, mas nós sempre estaremos aqui por você e por Harry.

É bem legal esse carinho que ela têm pelo Harry, mesmo não sendo filho dela. 

- Eu sei, mãe. Eu sei - digo me virando para encará-la - Mas talvez o sonho atrase só um pouquinho.

Ela sorri do jeito mais doce, me fazendo pensar o quão sortuda sou por ter os pais que tenho.

- Mãe, qual é a desse invasor?

- Ah, Beer... - dou risada quando ela fala isso, ela mal me chama de Beer - Você sabe como seu pai é,  ele ouve uma coisa e já transforma na maior notícia do mundo.

- Sei bem - digo rindo.

Me preocupa saber que ha alguém invadindo casas por ai e que nem se quer sabemos quem é. Talvez meu pai esteja certo em colocar câmeras ou eu mesma não precise me preocupar.

- Bom, vamos almoçar - ela diz - te espero lá embaixo.

Fecho a pesquisa e percebo que meu pai - mais uma vez -está exagerando com esse lance das câmeras, mas sei que é porque quer cuidar da nossa família, ele só está preocupado, assim como eu e por isso pesquiso essas coisas. Minha família é incrível, eu os amo. Parece que faltam alguns parafusos, mas eu os amo assim mesmo.

...

POV MONA

Quando dizem que família a gente não escolhe, é uma grande verdade. Mas quando penso que tenho direito de gostar de conviver, não acho que seja mentira.

Não sou muito de falar, mas se eu pudesse, escolheria outro pai. Infelizmente, nunca tive um bom relacionamento com ele. Meu pai é alcoólatra e todas as vezes que ele bebe, fica agressivo e agride minha mãe. Sim, mais em palavras, mas ainda assim, é algo horrível.

Ele é descontrolado.

Meus pais são divorciados e todas as vezes que bebe, vêm até em casa para pedir dinheiro para a minha mãe e até jogar algumas coisas na cara dela devido ao passado. Ele a ajudou muito e acha que tem o direito de jogar na cara dela tudo o que fez. E por isso, meu sonho é tirá-la desse lugar, sair dessa cidade é a melhor coisa que eu poderia fazer por mim e por ela.

Sim, claro que penso em tudo que construímos aqui, mas ninguém merece viver nessa situação.

Desde pequena, via a cena frequente dos meus pais brigando e eu sempre me escondia embaixo da cama por medo do meu pai, quando fiquei maior, passei a ficar no telhado esperando que tudo aquilo acabasse. Foi então que cresci e enfrentei meu pai por tratar a minha mãe daquele jeito.

Foi a primeira vez que aquilo aconteceu e depois daquilo, dei a opção para que minha mãe o denunciasse ou eu iria embora dali. Para não me perder, ela o denunciou e eu passei a colocar ordem ali - ou tentar.

Claro que, a casa não era minha. Eu apenas cresci e me impus naquela casa e deu certo de algum jeito. Sofremos muito no começo, mas logo ela encontrou um trabalho e eu, consegui bolsa na universidade. Mas ninguém merece viver daquele jeito, nem mesmo minha mãe. Mas agora que não estou na cidade,  então ela se vira.

Meu pai começou a frequentar o grupo para alcoólatras numa igreja local e então, veio pedir perdão a minha mãe. Claro que isso é algo que ele sempre faz, quando não tem recaídas.

E toda vez é assim, brigas e mais brigas.

Assim que Harry me deixou em casa, vi que ela estava na varanda - segurando seu braço e aparentemente apreensiva. Corri para abraçar minha mãe, ela estava linda. Seu cabelo escuro já tinham alguns cabelos brancos e ela me parecia muito bem.

- Ramona, que bom te ver - ela disse - o que você faz aqui?

- Vim fazer uma surpresa, o que tá fazendo aqui fora? - disse e ela me encarou.

Então ouço o barulho do armário batendo com força.

- O que ele tá fazendo aqui? - pergunto séria e entro na casa.

Havíamos prometido uma para a outra que ele não viria aqui e que nem mesmo faria visitas enquanto estivesse fora. Mas parece que ele não cumpriu o que me prometeu, ele continua vindo em casa para pegar mais dinheiro dela.

Assim que entramos, notei que a casa continuava a mesma e haviam pelo menos uns quatro gatos pela casa. Entendo, ela deve se sentir sozinha e por isso eles estão aqui. Pelo menos eles a fazem companhia.

- Mas que lixo de casa! - ouvi a voz dele e entro na cozinha - será que você não consegue...

- Tá fazendo o que aqui? - pergunto e cruzo o braço ao entrar na cozinha.

- Ramona, que bom te ver! - ele fala assustado por me ver ali e se aproxima, mas me afasto.

- Tá fazendo o que na casa da minha mãe? - disse novamente e deixo a mochila no balcão.

- Mona, filha - minha mãe disse tentando me acalmar - ele veio...

- Vim buscar umas coisas que deixei aqui - ele disse.

- Veio buscar mais dinheiro dela, né? - digo e encaro minha mãe - será que eu vou ter que chamar a polícia pra você de novo?

- Você é muito dramática, filha! - ele diz debochado.

- Dramática? Não me chame de filha - digo séria - e você tá bêbado! Não são nem onze da manhã e você tá bêbado?

- Não vou discutir isso com você - disse - não pago a faculdade pra você ficar passeando e não tô reclamando.

- Paga? - digo dando uma risada sarcástica - você não paga nada, minha mãe paga, eu trabalho pra pagar e você só explora ela.

- Ramona, tá tudo bem! - disse minha mãe ao segurar meu ombro.

- Tudo bem? Mãe, quantas vezes pedi pra você se afastar dele, não abrir a casa e chego aqui... Veja quem aparece.

- Eu não te vejo faz tempo... E é assim que me recebe - ele fala.

- Você é muito cínico mesmo - digo - cai fora da minha casa, antes que eu chame a polícia.

Ouço meu celular tocando, era uma mensagem da Charlotte.

[Vamos passar ai daqui a pouco. Lottie]

Não consigo entender o porque ela faz isso, o porque abre a porta pro meu pai, ainda mais bêbado. Não consigo entender o que eu fiz pra merecer uma família assim, um pai que me faz passar por tanta vergonha.

- Olha aqui, quero você fora da minha casa. Não me ouviu? - digo e aponto pra porta - Anda logo.

Ele passa por mim e pega algo em cima da mesa, percebo e vou atrás dele.

Ele sai pela porta da frente, minha mãe me segue e eu corro na direção dele.

- O que você pegou? - digo abrindo a porta logo atrás dele.

- Não peguei nada! - ele afirma sem me olhar.

- Anda logo, devolve o que você pegou antes que eu chame a polícia.

- Ramona, pára -  minha mãe fala.

- Seja o que for, devolve! - digo e vou pra cima dele. Não suporto a ideia de que ele tenha roubado algo da minha mãe, mais uma vez e bem na minha cara - Anda logo.

- Não peguei nada, foi sua mãe quem me deu - ele diz escondendo no bolso.

- Você não merece nada dela, nem mesmo o amor que ela ainda sente por você - disse nervosa e o empurro - quero você fora das nossas vidas.

Queria que ele saísse daqui antes que as meninas chegassem, não queria que elas o vissem. Ele tá muito diferente, pelo que vejo, parece até estar mexendo com outras coisas.

- É uma foto, filha - minha mãe disse desesperada - Eu dei pra ele uma foto.

Então paro. Me afasto.

- Uma foto? - digo olhando pra ela.

- Uma foto - ela diz.

Encaro meu pai, volto meu olhar para ela e não entendo. Não estou entendendo o que está acontecendo, porque meu pai bêbado está aqui e o porque minha mãe deu uma foto a ele. Fico paralisada quando percebo que a foto em sua mão é uma nossa de quando era pequena.

Fico sem palavras. 

Mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa, vejo as meninas a frente da minha casa. Não queria mais brigar e antes que ele abrisse a boca para falar algo a elas, decidi manter minha postura fria de antes.

...

POV LOTTIE

Os três que estão a porta nos encaram e a mãe dela acena para nós de um jeito tímido, enquanto seu pai fica sem graça encarando o chão e Mona parece estar bem estressada.

Ela respira fundo, nos encara e só de olhar para ela, percebo que ela está nervosa.

- Vou buscar minha bolsa, meninas - ela disse limpando a garganta e entrando em casa rapidamente e saindo com a bolsa.

- Que climão - sussurrou Summer encarando o chão.

Cada casa, um caso. É o que a minha avó diria se pudesse ver as famílias das minhas amigas.

Mona sai da casa e, sem olhar para o pai, segura a mochila nas costas e sussurra algo para o pai. Não ouvimos, mas ele parece não gostar e então segura o braço dela, que o encara séria.

- Você não vai falar com as minhas amigas, não me basta passar vergonha com os vizinhos? - Ouvimos Mona falar com o pai de um jeito grosseiro e puxa o braço.

Ele a encara e a mesma se aproxima da mãe.

- Se cuida, tá? - ela diz e abraça a mãe - qualquer coisa me liga.

- E ai, Ramona - Summer diz e a abraça.

- Tá tudo bem? - disse a ela.

- Claro amiga, tá tudo ótimo e com vocês? - ela disse.

Literalmente, em cada casa, um caso. Cada casa a sua situação! O importante é que temos umas as outras e estamos juntas para aproveitar o dia nessa louca cidade.

 


Notas Finais


Oii, espero que estejam bem e que tenham gostado do capítulo.
Volto em breve.


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