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História O Dragão Ladino (CANCELADA) - Uma Confissão Inesperada


Escrita por: CeddedChaor

Notas do Autor


Depois de 4 anos cá estou eu de novo na categoria de DxD.

Entrei no site por meio dessa categoria, mas depois de um tempo eu migrei para a categoria de Fairy Tail.

Espero que gostem dessa fanfic, estou colocando bastante esforço para fazer algo bom :v

Esse capítulo também serve como prólogo/introdução, então vou deixar a capa da fanfic (Inclusive fui eu que fiz hehe :v) como a capa desse capítulo.

Um alerta: Se você tem sensibilidade a temas como suicídio, homicídios, tortura e coisas do tipo, recomendo que não leia essa fanfic.

Agora, sem mais delongas...

Boa Leitura a Todos!

Capítulo 1 - Uma Confissão Inesperada


Fanfic / Fanfiction O Dragão Ladino (CANCELADA) - Uma Confissão Inesperada

Hyoudou Issei - Esse é meu nome.

Sou um aluno que começou o segundo ano do ensino médio duas semanas atrás, e que no momento está aproveitando o tempo de sua juventude… Ou é o que eu queria dizer.

Houve uma época quando um estudante, que eu nunca tinha visto antes, disse: “Aquele não é o Issei?”. Então, na verdade, eu apenas não sei o quanto o meu nome é conhecido pelos outros.

Você acha que eu sou totalmente popular?

Esse não é o caso. Na academia Kuoh eu me tornei realmente “famoso” por meio de boatos.

Aaah… Academia Kuoh, vista como a particular de maior prestígio da região. Antigamente ela era exclusiva para alunas, mas após um tempo começaram as aparições de alunos também, apesar de que ainda não se compara com o número de alunas, por exemplo, na minha classe a medida seria algo como a cada 7 alunas tem 3 alunos. 

A forma de entrada é por meio de um teste de admissão bastante difícil, então apenas os “melhores” conseguem entrar por assim dizer. 

Quando fiz o teste de admissão junto dos outros, fiquei bem conhecido por ter tido a maior nota dentre todos os alunos que fizeram junto comigo, para ser franco, foi o melhor desempenho dentre todos que fizeram aquele teste idiota.

Apesar de achar aquilo bastante fácil, acabei errando uma questão de propósito. Por quê? Basicamente para não levantar suspeitas. 

Com o passar dos anos percebi que as pessoas suspeitam de resultados perfeitos, então uma das minhas marcas é errar de propósito uma questão em tudo que eu faço. 

Eu me considero a definição da “injustiça” da criação. Nunca tive dificuldade em nada a nível de conhecimento. 

Cansei de ver pessoas se matando de estudar, se esforçando ao máximo, enquanto eu por outro lado, apenas preciso olhar uma única vez para “captar” a mensagem. 

Talvez seja por eu não ter um grande desafio? Talvez seja mais por causa da burrice dos outros que eu me sinta assim? 

Não faço ideia, mas as pessoas ao meu redor me odeiam por isso. Eu não sou alguém que fale muito, nunca fui para ser sincero, e esse pode ser um dos motivos pelo qual as pessoas podem pensar que eu sou soberbo. 

No fim das contas eu nunca tive com quem conversar além de mim mesmo.

Eu sou um completo anti-social, não… um Hikikomori (“monge” moderno, alguém que rejeite contato com a sociedade) pode me definir melhor.

Minhas habilidades físicas são muito boas. Eu não possuo um corpo bombado, mas ele é definido e de padrões elevados se comparado com alguém do ensino médio, mas nada muito extravagante. 

Na realidade eu nasci naturalmente forte e também pratiquei treinos diários durante um bom tempo para me fortalecer e conseguir me defender, as circunstâncias fizeram isso algo necessário. 

Com tudo isso eu adquiri um corpo de um “top” atleta do ensino médio. Eu sou bom nos esportes mas não sinto vontade de jogar nem nada do tipo, não vejo sentido nisso. Eu sou um completo vagabundo.

Quando entrei na Academia Kuoh com a maior nota de admissão, acabei recebendo bastante atenção de todos ao meu redor, mesmo eu sendo alguém que odeia isso. 

O resultado foram olhares de inveja em minha direção, principalmente dos alunos que além de possuírem inveja de minhas boas notas, também invejavam minhas habilidades físicas que eram obrigadas a ser demonstradas nas aulas de Educação Física. 

Ao ver alguém melhor que eles em qualquer sentido e que não faz nenhum esforço para isso, pelo contrário, dorme nas aulas, não tira os fones de ouvido em nenhuma situação, as pessoas se sentem inferiores e farão qualquer coisa que possa fazê-los se sentir melhores.

Nesse ponto você já deve ter entendido tudo.

Para se sentir melhor as pessoas tendem a fazer com que os que estejam ao redor se sintam piores. 

Nas minhas primeiras semanas na Academia Kuoh ocorreu algo que reflete até os dias de hoje. Um grupo de alunos invejosos percebeu que as garotas olhavam muito para mim, então eles se juntaram e tentaram me espancar na volta para casa. 

O resultado?

Derrotei todos sem muitos problemas, o que eu não esperava é que havia um deles que estava fotografando tudo. No dia seguinte houve um boato sobre eu ser um delinquente que trapaceou no teste de admissão.

Apesar de tudo, eu consegui convencer a diretoria de que eu era inocente, mas quando um boato se espalha não há volta.

Uma academia que é frequentada principalmente por garotas, ao ouvir sobre um boato sobre um delinquente, e com provas forjadas, obviamente iria apontar o dedo e direcionar o ódio, além de querer manter distância para estarem “seguras”.

Os alunos não são muito diferentes, eles não aceitavam que alguém com a fama de delinquente continuava com as melhores notas, além do fato de que se envolver comigo seria o mesmo que aceitar o ódio direcionado por todos.

Resumindo tudo: Um boato.

Um boato foi o suficiente para influenciar uma instituição inteira… Isso é algo engraçado.

O conselho estudantil simpatizou comigo, tentando de alguma forma fazer com que eu entrasse em algum clube da academia, mas além do fato de eu não ser bem-vindo em nenhum clube, também não me interessei em nada. Não importa o ângulo, seria apenas mais trabalho e responsabilidade nas costas.

O conselho até mesmo me ofereceu uma vaga, mas eu recusei sem pensar duas vezes. Se um clube já seria um saco de se lidar, as tarefas do conselho estudantil seriam um patamar completamente diferente.

Mas isso não é nenhuma novidade. Eu sempre estive sozinho, excluso de qualquer grupo ou círculo social. Desde o fundamental essa situação se repete… sempre a mesma coisa de sempre - Pessoas com inveja fazem algo que acabe com a minha imagem e eu me torno um receptor do ódio alheio. - Já nem me estresso tentando me justificar nem nada do tipo, afinal, não devo satisfação a ninguém.

Eu moro sozinho. Meu passado possui algumas variáveis mas isso não vem ao caso. O fato é que eu estou sozinho desde sempre e não me incomodo com isso, pelo contrário, eu definitivamente prefiro estar sozinho. A solidão é altamente treinada, depois de mordido, fica duas vezes mais tímido.

Falso… relações falsas… amizades falsas… a falsidade é mútua… as pessoas vivem algo muito fingido e isso é irritante.

Mas o que dizer? A realidade é cruel, então tenho certeza que mentiras são um tipo de bondade. Por isso, eu digo que a própria bondade é uma mentira.

As relações são formadas com um único intuito… Interesses. Se alguém se aproxima de você, tenha certeza de que esse alguém quer algo vindo de você. 

E então podemos ver que todas as relações dessa sociedade podem ser facilmente quebradas no momento em que os interesses não são alcançáveis. 

Por observar as diversas situações eu posso ver diversos desfechos, formular diversos caminhos. Com isso eu posso ver a vida como um jogo, e eu como um programador que formula “rotas” na base da tentativa e erro, porém eu faço isso baseado no erro dos outros.

Um solitário vai observar tudo ao redor, e com isso aprender coisas sem precisar vivenciar, podendo obter uma perspectiva imparcial, neutra… algo eficiente.

Eu sou um “monstro” da razão… ou melhor, da autoconsciência.

Eu não pretendo mudar.

Não é sempre culpa sua. A humanidade, a sociedade, o mundo a sua volta… alguém está errado na maioria dessas coisas. ‘eu posso mudar’ significa se ajustar a esse podre, frio e cruel mundo. Significa admitir a derrota e a subordinação. É um eufemismo que você usa para enganar a si mesmo.

Com as minhas ótimas habilidades de observação, eu consigo encontrar o padrão das coisas que um estudante de ensino médio vivência e aprendo a lidar com isso sem dificuldades.

Mas há um problema…

Ideias são só ideias, não a realidade.

Não é um problema para ser sincero. Um problema não é um problema se você não o considerar como um.

Eu diria que é um desejo.

Eu quero paz! 

Os olhos são a janela da alma… Meus olhos estão mortos.

Eu estou vivo por 16 anos mas eu não tenho um pingo de vida em mim… Essa é a realidade.

Durante 16 anos tudo parece falso e eu só sinto tristeza e dor, não é algo que eu possa controlar, sem nenhuma razão eu sinto lágrimas descendo de meu rosto e meu peito apertando, como se estivesse ansiando por algo. Eu aprendi a segurar a vontade, então eu libero tudo quando estou completamente sozinho. 

Não tomo remédios, não faço consultas… eu acho isso uma grande enganação. 

Psicólogos só servem para escutar você falar sobre seus problemas. Depois eles vão falar coisas clichês para te aconselhar e após isso vão te mandar ver um psiquiatra que vai te recomendar um remédio com compostos que vão fazer algumas mudanças hormonais no seu corpo, te dando um sentimento falso de alívio.

Eu não quero isso… 

E isso me fez chegar a uma solução. 

Qual? 

Todos temos nossas imagens pessoais que são ditas pelos outros - uma que não está sempre à mostra. Nós desejamos continuar sendo sinceros com nós mesmos, mas quem tem que decidir quem somos como pessoas? 

Quando nossa imagem nunca anda de mãos dadas com a realidade, onde podemos achar algo genuíno?

Onde podemos achar nosso verdadeiro eu?

…O que poderia ser mais real do que a morte!?

Eu já estou morto por dentro, vivo no automático. Não sinto orgulho, não sinto inveja, não sinto felicidade, não sinto nenhuma dessas merdas. 

O que me manteve vivo durante tanto tempo é algo que agora me impulsiona a querer me matar.

Durante meu longo período de solitário eu acabei conhecendo o mundo dos jogos e dos animes/mangás/light novels. 

Joguei diversos jogos, mas no fim das contas eu sempre acabei me tornando um solo player, criava minha guilda e era o único membro, mesmo assim conseguia entrar nos ranques regionais. Até mesmo nos jogos de time eu acabava fazendo tudo sozinho.

O mundo Otaku me trouxe uma nova perspectiva quando eu ainda era uma “criança”. Com minhas habilidades de observação eu me vi em um universo amplo em que eu poderia desenvolver meu conhecimento sobre diversos tipos de situações, personalidades, e ao mesmo tempo uma fonte de entretenimento.

O que me fez afundar foi quando eu conheci os gêneros ‘psicológico’ e ‘slice of life’. Foi então que eu voltei a realidade e percebi que essas coisas de Otakus não passam de uma forma de me esconder da realidade. 

Eu me envolvo em algo que nunca vai acontecer, isso é fugir da realidade. Ao perceber isso eu passei a sentir um vazio ao me envolver com jogos e o mundo Otaku que costumavam ser o que me mantinham ‘em funcionamento’.

De que adianta assistir ou ler uma história, me envolver, e depois quebrar a cara ao lembrar que isso nunca vai acontecer? Ou me esforçar para ser bom/forte em algum jogo mas lembrar que isso não altera em nada a minha pessoa real?

A minha luz se tornou minha escuridão… Ou melhor… Um buraco negro que me absorve pouco a pouco.

Mas não posso negar que esses mundos me fizeram aprender bastante sobre diversas situações e personalidades, além de aprender a criar diferentes rotas. 

Isso seria bastante útil se eu decidisse colocar uma máscara e entrasse nesse jogo que todos participam, mas é algo que não concorda com meus princípios ou desejos.

Não quero viver algo falso, quero algo real.

E é por isso…

Que hoje irei encontrar a paz que tanto procuro.

Nesse exato momento estou no meio da aula, ouvindo música com meus fones de ouvido enquanto a professora fala alguma coisa, provavelmente o conteúdo no quadro que eu assimilei apenas por ter dado uma lida rápida, então não dou importância.

Já estou habituado com olhares feios dos outros alunos em minha direção, mas eu simplesmente ignoro e encaro a janela ao meu lado com um olhar preguiçoso.

Espero calmamente o tempo passar enquanto escuto a playlist que eu mais gosto, provavelmente pelas últimas vezes já que pretendo me matar depois que acabarem as aulas hoje. Também preparei o meu sanduíche favorito para o intervalo de hoje, será minha última refeição de qualquer forma.

Como vai ser? 

No caminho para casa eu passo por uma ponte que fica em cima de uma pista bastante movimentada. Planejo pular de cabeça de cima daquela ponte, e de preferência quando um carro estiver próximo de passar. 

Pular de cabeça vai reduzir consideravelmente minhas chances de sair vivo, mas se por algum acaso eu não morrer instantaneamente por traumatismo craniano eu posso ter a sorte de ser atropelado por um carro e então vai acabar sendo bem rápido.

Ninguém vai sentir minha falta, também não tenho nada a perder com isso, pelo contrário, obterei a paz que eu tanto desejo.

Enquanto perdido em pensamentos, nem mesmo percebi que o horário de intervalo havia chegado.

Coloco minha mochila nas costas e então saio da sala depois de todos.

Um fato interessante é que eu devo ser o único de toda a Academia que usa uma mochila de costas. Todos os alunos usam algo como uma bolsa, na verdade é mais parecido com uma maleta, porém eu sou o ‘diferentão’. 

Temos um uniforme bem elegante. O uniforme das alunas é uma camisa social listrada preto e branco com mangas longas e algo que eu não faço ideia de como chamar, mas que se parece com um “blazer” preto com alguns detalhes brancos, que é usado por cima da camisa social, uma saia que eu julgo como vermelha com detalhes brancos, e também possui um laço preto no colarinho. É uma combinação bem estimulante de fato.

O uniforme de nós garotos é uma camisa social listrada preto e branco com mangas longas, um blazer preto com detalhes brancos e uma calça social preta. Também temos o laço preto no colarinho.

Eu uso isso um pouco diferente, uso uma camiseta preta de manga comprida e deixo tanto a camisa social quanto o blazer abertos, me deixando bem estiloso. A camisa preta de manga comprida possui uma malha fina, porém flexível, sendo ideal para fazer exercícios, então não tenho problemas com calor em excesso.

Vou andando pelo campus sem pressa nenhuma. Parei em frente a uma máquina de bebidas e comprei um energético Monster. Eu devo ser o único que compra isso. Meus hábitos alimentares são meio diferenciados também, a ponto alguém facilmente me julgar como estrangeiro.

Peguei o energético e fui andando para a floresta do campus, sendo mais preciso, praticamente na frente do prédio antigo da escola.

O motivo?

Não tem movimento, posso comer tranquilo e sem me preocupar com olhares feios. Não é como se eu me importasse, mas aqui eu posso ficar menos alerta. O maior movimento que pode ter por aqui é alguma aluna saindo do edifício do clube de Kendô (um clube que treina habilidades com espadas) que fica do lado.

Sendo assim, tiro minha mochila das costas e me sento no chão com as costas apoiadas em uma árvore, deixando minha mochila entre minhas pernas. Tiro meu sanduíche da mochila, abro meu energético, mudo a música e coloco o volume no máximo.

Antes de iniciar minha refeição eu faço uma pequena oração agradecendo pelo alimento. 

Sim, eu acredito em Deus.

Apesar de tudo, eu tenho um lugar para dormir, tenho o que comer, o que vestir, não passo necessidades nem nada do tipo, e sou bastante grato por isso. Teoricamente eu não tenho nada que realmente eu devesse reclamar, é apenas um ato egoísta da minha parte.

Saboreio tranquilamente a minha última refeição, aproveito ao máximo o gosto do meu precioso energético enquanto escuto músicas de qualidade… Satisfatório. Posso sentir uma brisa de ar vindo para me refrescar.

Dou uma olhada em tudo ao meu redor para admirar a paisagem e também checar se alguém se 'perdeu' e apareceu aqui. 

Fiz um movimento rápido com o pescoço e vi um vulto vermelho. No mesmo instante eu voltei meu olhar para a direção do vulto, que estava alto a ponto de eu inclinar o pescoço para cima para conseguir ver com clareza.

E lá estava, na janela daquele edifício antigo, uma bela mulher de cabelos vermelhos. Não um vermelho qualquer, o cabelo dela é mais carmesim que loiro morango, é um vermelho carmesim, da cor de sangue. Esse é um vermelho bastante popular aqui em Kuoh.

Aquela mulher é Rias Gremory, uma das Onee-sama da academia. Uma terceiranista popular e admirada entre todos. Seu corpo possui proporções incríveis, mas não é só isso, ela é extremamente inteligente e sofisticada.

A razão de ela estar olhando para mim é a real questão.

Estamos nos encarando… A brisa movimenta seus belos cabelos carmesim. Seu rosto possui um olhar… Sério? Desdenhoso? 

Não sei definir, mas sinto que estou sendo analisado.

Meus olhos mortos e inexpressivos se encontram com seus belos olhos azuis. Continuamos nos encarando olho no olho, mas isso não durou muito. 

Nossos olhares se desviaram quando escutamos uma gritaria vindo do edifício ao lado. Gritaria essa que me permite escutar mesmo com a música no máximo.

Se trata da dupla pervertida da academia Kuoh. Dois retardados que vivem de olho nas garotas, eu diria que eles são os mais odiados depois de mim, porém eles só recebem o ódio das garotas mesmo. 

Atrás deles estavam algumas alunas com kimonos e espadas de madeira na mão os perseguindo em fúria.

“Quando os pegarmos, vocês dois irão pagar!”

Gritou a garota que estava mais perto de alcançar os dois.

“Corra por sua vida Motohama!”

Gritou um careca que parecia ter um físico aceitável, ao que parece se direcionando ao seu outro amigo de óculos.

Voltei meu olhar a janela do edifício antigo e novamente aquela beldade de cabelos carmesim estava me encarando. Nos encaramos por mais alguns segundos até que outra das Onee-sama apareceu.

Seu nome é Akeno Himejima, outra terceiranista com um incrível corpo, além de ser a única do campus com um belo e grande rabo de cavalo que dava contraste aos seus belos cabelos negros. 

Ela seguiu seus olhos na direção que Rias Gremory encarava, dando de encontro diretamente comigo, e assim soltando algo como uma risada abafada enquanto possuía um sorriso contido em seu rosto.

Normalmente eu não me importo de ser observado, mas sentir essas duas me encarando descaradamente é algo que me deixa incomodado. 

Como posso explicar? Não é vergonha, mas sim uma pressão forte que não me permite simplesmente ignorar isso. 

“...Tsc.”

Me levanto colocando minha mochila nas costas, já terminei de comer meu sanduíche. 

Com meu energético em mãos virei as costas e passei a andar de volta para a parte 'populosa' do campus, mas eu pude sentir olhos me observando até o momento em que eu sumi entre as árvores.

Chegando perto do fim do intervalo dei o último gole do energético.

“Enfim… Agora é apenas questão de tempo.”

Sussurrei para mim mesmo, já na porta da sala.

Apenas tomei meu lugar e dormi de cabeça baixa até o fim das aulas.

 

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Seguindo o caminho para casa, enfim cheguei na ponte e fui para o seu meio, descansando meus braços na borda enquanto observava o movimento abaixo.

“Enfim aqui estou…”

Disse e respirei fundo.

“Deus… Apesar de não frequentar igrejas nem nada do tipo eu te sigo, e agradeço por sempre ter suprido minhas necessidades. É doloroso ver pessoas passando necessidade, o egoísmo humano não é brincadeira… Me pergunto por qual motivo fomos criados assim. Se quer minha opinião, a humanidade foi o único erro da sua criação perfeita. Claro que isso também me inclui.”

Dou uma pequena pausa e observo se alguém está por perto. Vendo que estou completamente sozinho eu sigo.

“Ossan, também te peço perdão… No fim das contas você não pôde me salvar, mas talvez, só talvez... Eu vá te encontrar novamente.”

Subo na borda da ponte, ficando de pé e observando a pista abaixo de mim.

Me pergunto para onde eu irei… suicídio é um pecado que condena.

“A quem quero enganar?… É óbvio que se isso for real eu vou direto pro inferno.”

Dei uma risada forçada.

“Eu sempre quis voar… A sensação deve ser libertadora, fico feliz de poder sentir isso por alguns segundos.”

Disse abrindo meus braços, ficando em forma de cruz.

Agora…

Respiro fundo e fecho meus olhos.

“C-com licença.”

Hm? Uma voz?

Abro meus olhos e encaro a direção da qual escutei essa voz.

Uma linda garota me encarava com seu rosto corado, claramente envergonhada. Bom, tem um maluco em cima da borda de uma ponte, creio que seja a reação normal.

Mas de onde ela saiu?

“Falou comigo?”

Perguntei por perguntar.

“Sim, I-Issei-kun...”

Meu nome… como ela sabe?

Analisando novamente, tenho certeza de que nunca a vi antes, e sua roupa parece com um uniforme de algum colégio da região. 

Não… tenho certeza de que nunca vi esse uniforme antes.

“Desculpe, mas nós nos conhecemos?”

Perguntei enquanto a encarava, ainda em cima da borda da ponte.

“Ah, perdão. Me chamo Amano Yuuma, mas você pode me chamar de Yuuma-chan. Você não me conhece, mas eu venho te observando já tem um tempo. A verdade é que e-eu… Eu...”

Minha face pode estar sem expressão, mas a confusão veio com força na minha mente. 

“Eu estou apaixonada por você. P-por favor, saia comigo!”

Ao dizer essas palavras ela me encarou diretamente nos olhos. Em um flash eu pude ver um brilho roxo em seus olhos… Não… Isso com certeza foi o reflexo do sol. 

Calma...

O quê?

Uma garota linda e desconhecida acaba de se confessar e me chamar para sair?

Ela perdeu uma aposta? Não… Não tem ninguém além dela pelos arredores.

“Foi mal, mas isso não vai rolar, tô no meio de algo importante.” - Ou é o que eu queria dizer.

Sinto um calor em meu peito. Meus olhos retomaram um pouco do brilho, posso sentir isso pois o peso neles está consideravelmente menor. 

Isso não faz sentido… Eu estou reagindo de forma estranha a uma confissão de uma desconhecida?! É isso que chamam de amor à primeira vista?! Nem ferrando, essa baboseira não existe!

Mas por quê? Por que eu estou tendo essa reação exagerada dentro de mim? 

Seria isso um sinal? Deus mandou um anjo para me impedir? Sem chances… Um anjo não iria fazer uma confissão amorosa. 

O que eu estou pensando? Ela está me encarando querendo uma resposta… Mas o que eu deveria responder?

É óbvio que eu devo recusar! 

Mas por que eu não quero recusar? 

“Me desculpe. Isso foi meio repentino…”

Disse para não prolongar ainda mais o silêncio.

Olhei para o céu acima de mim, podendo ver o alaranjado que representa o fim da tarde.

Deus… Isso é realmente o que eu penso que seja? Por quê?

Talvez eu nunca entenda… Mas bom, o que tenho a perder? Eu posso me matar a qualquer hora mesmo.

Desço da borda da ponte, ficando frente a frente com aquela garota.

“... Eu aceito. Vamos marcar!”

Disse sorrindo. Nem mesmo me recordo da última vez que fiz essa expressão.

“S-sério!? O-obrigada. Pode me passar seu número?”

Respondeu com felicidade.

“C-claro.”

Que merda foi essa? Eu gaguejei!

Trocamos mensagens.

“Tudo bem então, vou indo. Podemos marcar tudo certinho depois.”

Disse dando um belo sorriso e então seguindo seu caminho.

Também fui em direção a minha casa enquanto escutava alguma música aleatória da playlist.

Só dessa vez…

Só dessa…

Dessa vez irei em busca dessa “salvação”.


Notas Finais


Esse foi o primeiro capítulo.

Obrigado a todos que leram. Espero que tenham gostado, e caso encontrem algum erro, por favor me avisem para que eu corrija.

Até a próxima! ^^


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