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História O Encanto da Cerejeira - Capítulo 41 - ITACHI - Encontro


Escrita por: HatakeLiah

Capítulo 108 - Capítulo 41 - ITACHI - Encontro


Um longo e relaxante banho foi a primeira coisa que a rosada fez ao chegar em casa e nesse momento hidrata sua pele e se perfuma. Quando o processo chega ao fim, abre o guarda roupas e o observa por um momento não demorando a escolher uma bela peça de lingerie vermelha e um vestido preto rodado abaixo da cintura. Ao observar seu reflexo, percebe que fez uma boa escolha.

Sakura calça os sapatos, por não saber onde vão opta por um confortável scarpin de salto baixo, pegando a bolsa e seguindo para a sala logo depois. Ao chegar, com o celular em mãos, ouve o toque da campainha.

A Haruno segue para a porta e a abre, fazendo um belo sorriso surgir nos lábios do homem que a observa. Ele está lindo, traja um terno preto que tem um belo contraste com a gravata vermelha, mas o mais bonito no moreno é o sorriso que leva no rosto.

—        Linda como sempre.

Ela sorri agradecida.

—        Obrigada.

—        Pronta?

—        Sim.

Ele dá um passo atrás e a rosada deixa a casa trancando-a. Quando se vira para o moreno vê que ele a observava com bastante atenção, isso a faz corar.

—        Então, onde vamos?

—        Pensei muito sobre isso e acho que um pouco de arte ajuda a descontrair.

Sakura se surpreende ao ver um carro em frente a sua casa, mas principalmente ao ver Itachi abrir a porta do passageiro.

Quando escolheu o vestido não se lembrou que o moreno tinha apenas a moto, mas agora que se dá conta disso, percebe que foi descuidada.

Itachi percebe a surpresa da rosada e apenas sorri.

—        Achei que um carro seria mais ideal para um encontro. Não me enganei já que o vestido em seu corpo não combina com uma moto.

Ela sorri.

—        Agradeço por pensar assim, eu sequer me lembrei.

—        É por isso que estou aqui, para facilitar sua vida. Eu já não tinha dito isso?

Ela ri e entra no carro. O moreno entra logo depois e eles se afastam da casa da rosada.

—        Então, que tipo de arte veremos?

—        Alguns tipos.

Ele diz somente e ela mantém os olhos sobre ele.

—        Não vai me contar mesmo?

Ele sorri.

—        Você é muito curiosa sabia.

—        Não é curiosidade, é um direito.

—        Não vai me convencer fácil assim.

—        Certo.

Ela bufa fazendo o sorriso dele aumentar.

—        Como está a obra no rio Naka?

A feição dela se transforma de uma maneira que Itachi acreditava que apenas sua mãe conseguia.

—        Está tudo uma loucura, mas estou gostando de como está ficando. Não vou lá com tanta frequência quanto gostaria, porque tenho outro projeto em mãos, ainda assim tenho parceiros no projeto e eles me dizem como andam as coisas por lá. Claro que prefiro ver com meus próprios olhos, por isso fui lá hoje e vi como estão as coisas. Na verdade, mesmo que me dissessem como a obra estava indo não pensei que estivesse ficando tão bom. O vilarejo está exatamente como imaginei, acho que até melhor. Talvez por isso eu esteja tão ansiosa para que as crianças vejam o que estamos fazendo sei que vão amar cada pedaço daquele lugar.

—        Sei que meu tio vai querer a imprensa em peso para anunciar a inauguração do lugar.

—        Bom, ele é o CEO de uma empresa de mídia então é compreensível.

—        Sim, realmente.

Eles estacionam em frente a um restaurante ao qual Sakura não conhece e o manobrista abre a porta dela que sai logo em seguida. Itachi surge ao seu lado depois de entregar as chaves ao manobrista.

—        Pensei que íamos ver arte. Não estou reclamando do jantar, - ela diz rapidamente - apenas pensei que iríamos a um lugar diferente.

—        Existem muitos tipos de arte.

Ele sorri para ela e os dois se aproximam da recepção. Itachi menciona a reserva e a recepcionista logo os leva até sua mesa.

O Uchiha puxa a cadeira ajeitando-a para que ela se sente e vai para o seu lugar logo depois.

—        Um garçom logo virá atendê-los.

Ela se afasta e o moreno olha para a bela mulher a sua frente.

—        Quando ouve a palavra arte, - ele volta a falar - imediatamente um belo quadro lhe vem a mente ou talvez uma escultura, ou uma dança. Mas eu acredito que culinária também é uma arte.

Sakura se surpreende ao ouvi-lo e percebe que o moreno está certo, ela mesma acredita que tudo o que Hinata faz tem um toque de arte, claro que o trabalho com doces ajuda e muito na opinião da rosada sobre isso.

 —       Acho que minha mente é um pouco mais fechada do que eu imaginava, mas acho tem razão tenho uma amiga que é confeiteira e sempre achei o dom dela incrível, apenas não havia visto por esse ângulo.

—        É sempre bom aprender algo novo e fico feliz de ter sido eu a ensinar.

Ela sorri correspondendo ao sorriso que ele leva. Os olhos negros correm por um momento pelo restaurante.

—        August, o chef, é famoso por improvisar seus pratos e tenho que confessar que são tão bons em beleza quanto em sabor. Os pratos dele fazem jus a frase cozinhar é uma arte.

—        Agora estou curiosa.

Ele volta seu olhar a ela vendo-a sorrir.

—        E frequenta esse lugar a quanto tempo?

—        Digamos que é um lugar bem frequentado pela família Uchiha. Desde os doze anos venho aqui, talvez haja um ano ou dois de margem de erro, mas passei perto.

Um garçom se aproxima e eles fazem seus pedidos, Itachi é quem escolhe o vinho pois conhece melhor o cardápio. Eles se silenciam até que o garçom se afaste e quando uma voz volta a ser ouvida é a do moreno.

—        Às vezes volto aqui para jantares importantes, mas para ser sincero nunca vi esse lugar como parte do meu mundo.

Ela se surpreende, mas percebe que realmente não é um lugar que imaginaria vê-lo.

—        Se isso não faz parte de você, por que me trouxe aqui?

Ele sorri.

—        Por que ninguém melhor do que August para mostrar o que é arte.

O garçom serve o vinho pedido e Sakura saboreia o gosto.

—        É muito bom, raramente tomo um vinho diferente.

Ele não a entende, por isso a feição confusa.

—        Diferente?

—        Sim, eu geralmente bebo vinhos em um restaurante que frequento, eles não usam uma safra conhecida e nem sabemos de onde eles vêm.

—        Vocês bebem algo que não sabem de onde vem?

Ela ri ao ver ainda mais confusão no rosto do moreno.

—        Sei que parece estranho, mas os vinhos são realmente muito bons.

—        E vocês não tem ideia de onde as bebidas vem.

—        Não. Quer dizer, sabemos que é uma vinícola italiana, mas não dizem de qual região da Itália ou qualquer outra informação.

—        E você confia na fonte?

—        Os melhores vinhos que já experimentei são de lá.

Ele sorri.

—        Fiquei curioso.

—        Posso te levar lá algum dia.

—        Mal posso esperar. - Ouvi-lo a faz sorrir.

O garçom se aproxima com seus pedidos e Sakura observa o prato surpresa, ela já comeu coq au vin antes, mas nenhuma das vezes tinha essa aparência. A Haruno está acostumada com uma mistura mais condensada, que é diferente do que vê. O frango que não é tão grande, está rodeado pelo que acredita ser vinho, também há uma pequena porção de purê abaixo do pedaço de carne e alguns pedaços de couve de bruxelas que fazem contraste com o purê.

Sakura consegue sentir o delicioso aroma e não demora a começar a refeição. Assim que suas células gustativas tem contato com o alimento, seu paladar o aprecia. Ela consegue sentir o gosto de algumas especiarias as quais apenas algumas lhe são familiares como a canela e a pimenta, o vinho deu um toque adocicado ao frango que tem um gosto inesquecível.

Quando termina seu primeiro contato com o sabor da refeição observa o moreno.

—        Tinha toda razão, isso é muito bom.

Ele sorri.

—        Eu sempre tenho razão.

Ela ri e volta a focar no jantar.

—        Como disse, a imprensa em peso estará na inauguração, também vai fazer parte deles?

—        Ah não, não é minha área. Mas com certeza estarei lá para ver o quão boa é.

Ela sorri sem graça.

—        Não sou tão convencida assim, aquele trabalho não foi apenas meu, teve várias pessoas envolvidas, além do engenheiro que aliás é seu irmão.

Itachi se surpreende. Até então acreditava que o único contato que Sasuke tinha com a rosada era em relação ao casamento, inclusive nem se perguntou como o caçula havia a feito perder sua promoção. Ele também soube do seu tio que havia uma aliança temporária entre as construtoras Senju e Uchiha, mas sequer cogitou que seu irmão era o encarregado da empresa da família. Foi ingênuo de sua parte e ele se arrepende de ter deixado um fato como esse passar despercebido.

—        Todos fazem um ótimo trabalho, - ela continua - inclusive acho que vamos terminar tudo antes do que esperávamos e assim as crianças terão um lugar maior para morar. Mas é bom saber que a imprensa estará lá, talvez isso ajude para que elas tenham mais chances de serem adotadas.

—        Sim, tem razão.

—        Eles são incríveis.

—        Os conhece? As crianças.

—        Sim, os conheci por meio de um amigo e depois disso passamos a visitar o lugar com certa frequência. Minhas amigas também vão lá, Hina inclusive leva um bolo para as crianças toda sexta feira, a alegria deles é algo indescritível.

Ele sorri ao ouvi-la, provavelmente é o olhar que ela leva, ou talvez o sorriso singelo que adorna seus lábios, ele não sabe descrever exatamente o motivo pelo qual seu peito se aquece ao ver a expressão que a rosada leva nesse momento, mas as palavras, o tom de voz e a feição que a compõem são simplesmente magníficas.

Ela ri.

—        Aqui estou eu divagando de novo.

—        Eu realmente não me importo.

Ela cora com o comentário e foca em seu jantar.

—        Então, o que faz no seu trabalho. Sei que é fotógrafo, mas o que você fotografa?

—        Bom, meu trabalho é bastante variado, considerando que as capas das revistas da editora são minha responsabilidade, às vezes vou em eventos para registra-los mas isso não é comum.

Itachi percebe que Sakura também já terminou seu jantar.

—        Quer mais alguma coisa?

—        Ah, não. Estou saciada.

O Uchiha pede pela conta e eles não demoram a sair do restaurante, ele pede o carro ao manobrista.

—        Então essa foi a primeira parada.

Ele sorri para ela ao ouvir a afirmação enquanto esperam pelo carro.

—        Sim, ainda há um pouco mais de arte para essa noite.

Considerando que ele estava certo sobre a culinária ser uma arte e ter conseguido provar isso a ela, Sakura percebe que não tem como se decepcionar com o que o moreno escolheu com o próximo destino.

O carro chega e eles entram nele, não demorando a se afastar do restaurante.

—        Então, que tipos de eventos você fotografa?

—        Geralmente os que têm grandes nomes, como o evento do Instituto Senju, por exemplo.

—        Então se eu não tivesse te chamado para ser voluntário você teria ido a trabalho?

—        Ah, não. Provavelmente outra pessoa iria, não fotografo esse evento a anos.

Ela se lembra que ele mencionou que a viu pela primeira vez em uma das edições anteriores do evento.

—        Foi em um desses trabalhos que me viu?

—        Sim, foi acho que algum tempo depois de conhecer Deidara, era meu primeiro grande trabalho, foi por causa dele que meu tio me ofereceu a vaga do fotógrafo mais importante da editora. Não peguei o trabalho dele, afinal ainda não sabia tanto sobre o assunto, mas fui seu aprendiz, ele estava a alguns anos de se aposentar e fiquei com o cargo dele quando o fez.

—        Seu tio foi para você o que minha madrinha foi para mim. Se ela não tivesse me recomendado para o senhor Senju talvez não tivesse tudo o que tenho agora.

—        Tenho certeza que você daria um jeito.

—        Eu era boa, mas ninguém queria uma estagiária. Felizmente a construtora Senju segue uma política muito generosa e sempre está contratando pessoas.

—        Hashirama com certeza é assim, mas tenho minhas dúvidas sobre Tobirama.

Ela se surpreende

—        O conhece?

—        Minha família e a família Senju tem uma história juntas.

—        Por que parece que isso não é bom?

—        Porque não é. Tobirama e meu pai se odeiam, nunca entendi exatamente o motivo por isso, mas é assim que as coisas são. Essa é a principal razão pela qual a amizade entre meu tio Madara e Hashirama não é bem aceita pelas famílias.

—        Talvez seja rivalidade empresarial.

—        Ah não, isso é muito mais antigo.

Ela se surpreende sem saber o que pensar.

Itachi estaciona o carro perto de uma grande praça e ao observar o lugar Sakura percebe que está bastante movimentado. Ao focar na área aberta, percebe o porquê da movimentação.

Ela desce do carro mantendo os olhos à frente, focando em uma pequena área da grande praça onde vê inúmeras estátuas ao longo do caminho.

—        Uma exposição ao ar livre.

O moreno sorri ao ver o brilho nos olhos claros e a acompanha alcançando logo a primeira escultura.

—        Esses são os meus gostos, - ele diz - me desculpe se não te agradar.

—        Está brincando? Isso é lindo.

O sorriso aumenta um pouco mais ao ouvi-la.

Ainda que busque aumentar cada vez mais seu conhecimento sobre arte e seu repertório cultural, não havia se deparado antes com tão belas esculturas.

A rosada as observa com admiração, ela sempre foi apaixonada por arte, qualquer tipo de arte, dança, música, pintura, escultura, qualquer coisa que envolva criatividade a encanta. Sempre foi assim, talvez por isso grande parte de seus amigos são artistas. Deidara é pintor, Sasori escultor, Hinata confeiteira, Ino estilista e ela própria é arquiteta. É uma paixão pessoal que simplesmente não consegue abandonar.

Itachi a observa com um sorriso no rosto, ele sabia que ela gostaria desse lugar, apenas não imaginou que gostaria tanto. O brilho que ela leva no olhar é uma das coisas mais belas que já viu, o sorriso que é desenhado em seus lábios a deixa ainda mais linda do que já é e sua animação é contagiante.

Eles andam por entre as grandes esculturas perfeitamente detalhadas e Sakura se encanta com cada uma delas.

Ao chegar a última, parada em frente a uma bela mulher que observa o horizonte, Sakura volta seu olhar para o moreno.

—        Como soube dessa exposição?

—        Tenho alguns contatos.

—        Não sabia que gostava tanto de arte.

—        Meus pais sempre nos levavam a lugares assim, galerias, exposições, peças de teatro, minha mãe sempre gostou de arte ela foi uma bailarina famosa a alguns anos, mas parou de dançar quando eu nasci.

Ela o observa.

—        Por escolha?

—        Sim, ela preferiu criar seus próprios filhos, diferente do que aconteceu com ela. Meus avós eram muito dedicados ao trabalho, ela raramente os via e foi criada por babás e em colégios internos. Não queria isso para mim e para o Sasuke.

—        É bonito pensar que ela deixou o que mais amava para estar perto de quem mais amava.

Ele sorri.

—        Sim, sempre a admirei porque nunca faz o que não quer, acho que herdei isso dela, foi provavelmente o que irritou meu pai.

Sakura se lembra da última conversa que tiveram, mas não quer mencionar aquilo, afinal hoje é uma noite alegre.

—        Fico feliz que tenha sido assim. - ele a observa ao ouvi-la - Foi por causa disso que nos conhecemos.

Ele se surpreende, mas sorri.

Itachi fez fotografia na escola de artes onde Deidara estudou, por isso se tornou amigo do loiro o que o levou aquela festa onde conheceu Sakura tanto tempo atrás. Toda a vida de agora, existe por causa dessa escolha que ele tomou a muitos anos e ao observar a bela mulher ao seu lado e se lembrar dos amigos e de quanto é apaixonado por sua profissão, percebe que não se arrepende de ter escolhido não seguir os passos do pai. Inclusive deixou isso claro ao seu progenitor e talvez por isso conseguiu convencê-lo, ele não sabe dizer.

—        Sim, - ele sorri - eu não trocaria minha vida por nada.

O olhar do moreno se volta para a bela mulher ao seu lado e ele ainda leva o sorriso no rosto.

—        Tem mais um lugar que quero te levar, mas está ficando tarde e acredito que saltos não sejam tão confortáveis então...

—        Não se preocupe comigo, - ela o interrompe - aguento um pouco mais.

—        Tem certeza?

—        Desde que eu não tenha que escalar nada, tenho.

Ele sorri.

—        Não, sem escaladas.

—        Então eu gostaria de ver o que quer me mostrar.

 

O carro sobe uma estrada inclinada que a leva para um lugar alto, provavelmente uma das montanhas que cercam Konoha. Ela nunca veio para essa área da cidade, mas pela estrada bem formada, é visível que grande número de carros passe por aqui. Quando estão perto do topo, Itachi para o carro estacionando-o em frente a mureta e mesmo dentro do veículo Sakura já pode perceber o quão incrível esse lugar é.

—        Nossa.

Itachi sorri ao perceber que a agradou. Ela não demora a descer e assim que o faz se aproxima aos poucos da mureta simplesmente admirada. O lugar tem a vista completa do centro de Konoha, não se pode ver tudo, obviamente, mas boa parte da cidade é visualizada e, por causa da intensa luz da lua, até mesmo o rio Naka é visto ao longe, apesar de eles terem que forçar o olhar para conseguir vê-lo.

—        Sempre soube que você conhecia os melhores lugares, mas consegue me surpreender cada dia mais.

Ele sorri.

—        Que bom.

Eles focam na paisagem a frente em silêncio por algum tempo, apenas sentindo o sopro da brisa, sendo banhados pela lua e vendo-a banhar toda Konoha.

—        É incrível, - ela diz - até às estrelas parecem mais próximas.

É inegável que essa seja, uma das melhores vistas as quais já presenciou e se o lugar já é assim normalmente, imagina em uma chuva de meteoros, ou durante o hanabi.

Sakura está maravilhada com o cenário, Itachi percebe isso e não consegue evitar um sorriso. Esse gesto simples expressa o quão contente ele está por tê-la ao seu lado nesse instante, o quão feliz está por poder admira-la.

Os detalhes no rosto da rosada não seriam bem vistos se a noite fosse um pouco mais escura e ele agradece por isso, caso contrário não conseguiria perceber o brilho único que o reflexo da luz da noite causa nos olhos jade que pertencem a ela, esse é sem sombra de dúvidas um cenário ainda melhor do que o que ela está focada.

Os olhos brilhantes descem um pouco focando-se na área da floresta a qual os cercava algum tempo atrás.

—        Aquilo é uma trilha?

—        Sim, - ele diz - há dois caminhos para chegar até aqui o que pegamos e esse. A maioria das pessoas preferem subir pela trilha e pensando bem, por esse cenário, vale a pena a escalada.

—        Vem aqui com frequência?

Ela foca nele e vê as orbes negras focadas na cidade.

—        Vinha mais. Não sei bem porque parei, mas faz um tempo que não venho até esse lugar. Talvez estivesse acostumado a vir acompanhado de Shisui e Sasuke, essa deve ser a razão de eu ter parado.

—        Por quê?

—        Sasuke e eu não somos os irmãos mais unidos do mundo, nós éramos, muito, mas não somos mais. Acho que esse lugar me lembrava isso, então apenas parei de vir.

—        Então também tem problemas com ele?

Ele ri.

—        Sou complicado, não sou?

Ela volta a focar a sua frente.

—        E quem não é?

—        Você não parece ser tão complicada assim.

—        Isso porque você só me pegou nos dias bons. - ela sorri - Todos temos algum tipo de complicação na vida eu, por exemplo, ganhei uma a algumas semanas, ou acha que ser madrinha é fácil?

Ele sorri.

—        Acredito que não.

Ela suspira.

—        Acho que era fácil até descobrir que tinha que dançar.

Ele ri.

—        Não acho que esse seja um problema para você.

—        E por que acha isso?

—        Tenho uma boa fonte.

Ela se surpreende e o observa curiosa.

—        E que fonte é essa?

—        Ela fala muito bem de você e considerando que é uma professora de dança isso é um elogio e tanto.

Sakura cora ao perceber a quem ele se refere.

—        Sua mãe falou de mim?

—        Um pouco.

Ela desvia o olhar envergonhada e ele acha isso gracioso para dizer o mínimo.

Eles ficam em silêncio por mais algum tempo e o olhar do moreno se volta a Konoha.

—        Conversei com meu pai.

Ela se surpreende com o que ouve e volta seu olhar para Itachi.

—        Você tinha razão, mexe com o orgulho.

Sakura não diz nada por alguns segundos, esperando, mas isso não demora muito.

—        E como foi?

—        No começo foi como eu esperava, ele disse coisas idiotas e me estressei com ele. Aparentemente a única coisa que conseguia ver era o quanto eu estava necessitado da herança dele, mesmo que tivesse deixado claro que não a queria.

—        No começo foi assim, o que aconteceu depois?

—        Ele se desculpou.

Ela se surpreende ao ouvi-lo, mas abre um pequeno sorriso focando seu olhar na Konoha banhada pela lua.

—        Nunca pensei que ele faria isso, mas acho que nós dois estávamos apenas sendo orgulhosos demais.

—        Fico feliz que tenham conseguido se resolver.

—        Minha mãe também ficou feliz, inclusive começou a chorar quando soube.

O sorriso dela aumenta ao pensar na matriarca Uchiha.

—        Imagino.

—        Ela ficou contente também por saber que você foi a causa disso.

Há surpresa no rosto da rosada.

—        Ganhou mais um ponto com a senhora Uchiha, ela já gostava de você antes porque é muito boa na dança então podemos dizer que a conquistou.

Ela volta a desviar o olhar.

—        Bom, acho que agora seus pés estão cansados.

—        Um pouco. - ela confessa.

—        Vou levá-la para casa.

Ela o acompanha e eles seguem entrando no carro seguindo caminho.

 

Sakura foca no caminho repleto de árvores que os cercam, se lembrando com perfeição o belo cenário que viu a pouco. Um cenário único e esse já é o terceiro que ele a mostra, sem contar que a noite como um todo foi incrível.

Ela está feliz em estar aqui, está feliz em estar com ele. Sakura não se lembra de sentir que apenas a presença de alguém pudesse lhe ser suficiente como sente agora.

—        Nunca pensei que ficaria tão feliz por não poder organizar algo.

Ele sorri.

—        Considerando que as coisas pelas quais é responsável nunca são menos do que incríveis, não acho que seria ruim.

Ela o observa um pouco confusa.

—        Que coisas?

—        Bom, o evento dos Senju, o chá de panelas, além dos seus projetos como o hotel Kikyō, o Museu de Artes de Konoha e o centro de esportes da cidade.

Sakura tem os lábios entreabertos e sente seu rosto corar. Assim que sua pele começa a queimar, ela desvia o olhar dele.

—        Como sabe dessas coisas?

O moreno sorri ao ver que a deixou desconfortável.

—        Digamos que sou um fã do seu trabalho.

Ela se surpreende um pouco mais e volta seu olhar para o moreno.

—        E desde quando se tornou um fã?

Ele dá de ombros.

—        Sou filho de um engenheiro lembra? Tinha que conhecer construções e admira-las acabou se tornando um hobby, não que eu fosse apaixonado por isso, mas depois de estudar tanto sobre o assunto a gente desenvolve certo gosto por projetos assim. No começo eu apenas gostava de ver os prédios que você construía, são belas obras, mas minha surpresa veio mesmo quando descobri quem era a responsável por eles. Podemos dizer que me encantou antes de eu saber que era você.

Sakura desvia o olhar envergonhada.

—        Não sou tão boa assim.

—        Não seja modesta, você é a melhor arquiteta da atualidade e digo isso não apenas por Konoha, o hotel Kikyō foi o mais bem elogiado no ano passado, a construtora Senju levou o crédito mas sem você como arquiteta eles não teriam conseguido muito.

Sakura sente seu rosto corar ainda mais, ela sabe que é boa, mas não pensou que fosse tanto ao ponto de ser elogiada dessa forma. Quando se trata de seus projetos ela apenas quer fazer o melhor que consegue e no fim tem um bom resultado, mas realmente não acredita que seja a melhor do ramo, afinal Senju Tobirama ainda é um arquiteto e ele sim é o melhor da atualidade. Sem contar que o que a moldou foi seu trabalho na construtora, isso a definiu por quem é e por seu trabalho.

—        Aprendi muito estagiando e trabalhando na construtora Senju, - ela diz sem olhar para o moreno - sem eles eu não seria metade do que sou hoje. A forma como eles trabalham é única, a colaboração entre os empregados, não há competição, não como em outras empresas e talvez seja por isso que é tão gostoso trabalhar lá.

O moreno sorri.

—        Acho que a construtora Uchiha tem alguma coisa a aprender com os Senju.

—        Sou suspeita para falar, afinal é o lugar que trabalho, então não podemos dizer isso.

Ele sorri uma vez mais.

Mesmo que a rosada diga que não consegue ser imparcial, ele sabe que ela pondera tudo antes de dar uma opinião. Além disso, sabe que mesmo que não perceba isso, Sakura sempre vê o melhor nas pessoas então nesse momento está afirmando que a construtora Uchiha pode ser tão boa quanto. Esse é um charme dela que ele admira.

—        Não cheguei a trabalhar lá, - ele diz - na construtora da minha família, mas sei que eles não são fáceis de lidar.

—        Eles são bastante determinados e dedicados, talvez isso os torne um pouco antissociais, mas não acho que isso seja um defeito.

—        E como pode basear sua teoria?

Sakura mantém o olhar sob o borrão passageiro ao seu lado. Ela não conhece muitos arquitetos ou engenheiros de outras construtoras, a Uchiha não é uma exceção, sendo assim não pode afirmar nada do gênero. Entretanto, tem uma pessoa que define perfeitamente o que acaba de descrever e ela acredita que ele seja dessa forma pois foi moldado assim, exatamente como aconteceu com ela.

—        Conheço um engenheiro de lá e acho que assim como eu o lugar onde trabalha o fez ser como é.

Itachi fica em silêncio. Não é difícil saber que ela se refere a Sasuke, engenheiro da Construtora Uchiha que trabalha com ela, é como somar dois mais dois. Ele não gosta que Sakura tenha qualquer tipo de afeição por seu irmão caçula, mas mesmo que estivessem em um relacionamento sério sabe que a rosada não é uma mulher de receber ordens. Então não há muito o que possa fazer.

—        Ele é muito bom no que faz, acho que tanto quanto você seria se tivesse seguido esse caminho.

—        É um requisito ser o melhor apenas por ter o sobrenome Uchiha.

—        Não deve ser fácil realmente. Mas vocês dois fazem muito bem seu trabalho.

Ela sorri para ele e o moreno não consegue evitar sorrir também. O carro para e Sakura observa a entrada de sua casa.

Ainda é muito cedo para convidá-lo a entrar. Sim, ela teve uma noite inesquecível e sim, foi ótimo ter a companhia do moreno, mas da última vez que foi para cama com um amigo não acabou muito bem.

Itachi não é apenas um amigo, mas ela não quer estragar tudo, não antes de ter certeza absoluta de que seus sentimentos pelo Uchiha correspondem aos dele.

—        Não se preocupe.

O olhar esverdeado volta a focar no moreno e vê um belo sorriso se formar nos lábios do Uchiha. Seus olhos negros fitam a face da rosada atentos aos seus detalhes, enquanto sua mente tenta continuar a manter o foco. Ele poderia admira-la por horas e não se cansaria.

—        Sou paciente.

A frase é dita mais para si mesmo do que para ela, afinal é bastante difícil se segurar quando ela está tão perto.

Itachi adoraria entrar na casa e fazê-la sua, mas prometeu a si mesmo que esperaria pelo tempo dela. Seus sentimentos pela rosada são mais fortes que seus instintos e desejos, por isso mesmo que não seja fácil, ele consegue esperar.

Sakura está surpresa pelo que acaba de ouvir, não é certo fazê-lo esperar, mas ela não pode ser apressada em uma resposta. Mas por que não pode? Por que se arriscar com o moreno é tão assustador?

Provavelmente pelo histórico de complicações que teve. Ficantes e amigos que dispensou, ela quer fazer isso direito para não falhar consigo mesma, mas principalmente, para não falhar com ele.

Ela solta um pequeno sorriso.

—        Obrigada pela noite, foi inesquecível.

—        Sim, concordo com isso.

Ela ri e apoiada sobre seu braço, se aproxima dele e deposita um beijo em seus lábios. Um toque rápido, mas que faz muito bem ao Uchiha.

—        Boa noite.

—        Boa noite.

Sakura ainda o observa por dois míseros segundos e, após tirar o cinto, abre o carro se afastando do veículo. Seus olhos se voltam ao moreno percebendo que ele não segue, então caminha para casa e apenas quando está na porta o vê se afastar.

Sakura entra na casa e fecha a porta recostando-se sob ela mordendo o lábio enquanto relembra da noite que teve. Depois de algum tempo adentra a casa.

 

A manhã chega e a Haruno acorda com um belo sorriso no rosto se lembrando da noite anterior. Ela está contente por ter deixado que ele planejasse o encontro, se o tivesse feito não teria sido tão bom.

Com essas recordações rondando-lhe a mente, a rosada pega o celular e abre o aplicativo de mensagens na janela do moreno.

*Oi.*

Demora um pouco para Sakura ter uma resposta então se ergue para se arrumar para o trabalho.

Quando está tomando café, ouve o toque do celular e ao desbloquear a tela e ler a mensagem abre um lindo sorriso.

*E eu pensando que não tinha como meu dia melhorar.*

*Está tendo um bom dia?*

*A noite passada foi boa, claro que poderia ter sido melhor, mas sou paciente.*

Sakura ri.

*Parece que acordou de bom humor, gostaria de saber a causa disso.*

*Não é nada de mais, só tive um encontro daqueles.*

Outra risada corre pelo cômodo e ela volta a digitar.

*Ela deve ter gostado também.*

*Do que você está falando? É claro que ela gostou, foi um encontro comigo.*

*Minha nossa, como é convencido.*

*Eu sei que posso.*

Ela sorri. O pior é que pode mesmo.

*Me desculpe por isso, mas preciso ir agora.*

*Não tem problema, também preciso ir trabalhar.*

*Pode almoçar hoje?*

*Sinto muito, vou estar na obra, é um pouco longe.*

*Que pena. Bom, nos vemos.*

*Tchau, espero que tenha um bom dia.*

*Do jeito que ele começou não tem como ser menos que bom.*

Ainda com um sorriso ela guarda o celular para terminar seu café da manhã e seguir para o trabalho.


Notas Finais


Para quem tiver curiosidade para saber como eram as esculturas que tanto fascinaram nossa rosada, esse é o link delas.
https://www.criatives.com.br/2017/09/artista-chinesa-cria-esculturas-incriveis-para-celebrar-a-beleza-feminina/


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