Cissa subiu a mão pelo peito do homem até chegar a sua nuca, acariciando de leve o lugar. Snape não sabia exatamente onde estava sua sanidade, e sabia que se puniria por aquilo depois, mas não estava ligando. Puxou o rosto da mulher para o seu e prensou os lábios contra os dela. Desceu as mãos para a cintura de Narcisa e puxou-a contra si, pedindo passagem com a língua entre os lábios dela.
Cissa entreabriu os lábios e aprofundou o beijo junto ao homem, arfando ao senti-lo explorar sua boca em todos os cantos. O beijo era calmo, mas não tinha nada de delicado. Sentiam cada parte da boca um do outro e se seguravam com firmeza. Sentiram o ar ser totalmente necessário e se afastaram devagar, Narcisa segurando o lábios inferior do homem levemente entre os dentes ppr alguns segundos.
Estavam absortos na situação sem entender muito bem o que tinha acontecido. Snape afastou a mulher lentamente, sem parecer grosseiro.
- Desculpe-me. - Narcisa prendeu o cabelo novamente.
- É melhor voltarmos. - ele disse.
- É... Claro. - concordou.
Segurou o homem pelo ombro e o guiou até onde se calçaram, seguindo novamente para dentro do castelo. Chegaram ainda em silêncio até a Ala Hospitalar e Cissa ajudou Severo a deitar-se. Estava atordoada, sentia ainda os lábios formigarem e era como se seu corpo protestasse contra a faltado toque do professor.
Severo estava quieto, mas mantia a expressão imparcial de sempre.
- Eu vou indo. - Narcisa disse baixo. - Acredito que o jogo já tenha acabado.
Saiu de lá o mais rápido que os seus pés permitiam. Os alunos já começavam a voltar para os corredores e alguns passavam pela a professora e a cumprimentavam. Seguiu direto para o escritório e entrou, escorando-se na porta de olhos fechados para respirar.
- Mãe. - assustou-se ao ouvir Draco. Abriu os olhos e viu o garoto sentando em um dos sofás.
- Querido. - sorriu. - O que faz aqui?
- Queria falar com você, mas não a achei no jogo, então vim pra cá. - respondeu.
- O que você queria? - aproximou-se.
- Tenho um recado do Lord para você. - ele levantou-se. - Está esperando você em uma hora. E acho melhor que vá, por favor.
Sem esperar resposta da mãe, Draco saiu do escritório deixando-a sozinha. Narcisa sentiu-se preocupada, mesmo sabendo que um dia teria que ir prestar esclarecimentos ao Lord sobre como estava indo sua estadia em Hogwarts.
Narcisa entrou no quarto e sentou-se na cama, fechando os olhos. Sua mente tinha que se concentrar no que precisava dizer a Voldemort, mas só reproduzia a cena do beijo que havia trocado com o professor momentos atrás.
Levou a mão aos lábios e sorriu. Não conseguia acreditar ainda, mas sabia que estava perdida de vez. Levantou-se e foi até a penteadeira, pegando um frasco vazio e a varinha, retirou a llembrança do beijo e a guardou ali. Não podia arriscar que Voldemort passasse de sua Oclumência e descobrisse o que havia conseguido.
O tempo pareceu se arrastar até o momento que Narcisa saiu do terreno de Hogwarts e aparatou para a mansão Malfoy. Caminhou até a sala onde o Bruxo das Trevas estava e bateu na porta que foi aberta alguns segundos depois por Bellatriz.
- Entre, Sra. Malfoy. - ela disse sarcástica, segurando um riso.
Cissa entrou e viu a irmã sair, fechando a porte num baque surdo. Caminhou lentamente até onde o Lord estava sentando e a observava.
- Milord. - fez uma leve referência com a cabeça.
O bruxo a olhou alguns segundos.
- Seu filho não está mais usando minha magia, posso saber o porquê? - disse usando um tom baixo na voz chiada.
- Eu... - ela respirou fundo. - Aconselhei ele que fizesse por si, o que deve fazer, Milord. Acredito que meu filho tenha capacidade para isso e que não vai decepcioná-lo.
- Oh, sim... - levantou-se. - E o que me diz sobre a emboscada que ele fez a velha McGonagall?
- Devo dizer que ele não obteve suvesso por termos nosso difarce em risco. - falou calma. - E também, sobre Snape...
- Sim? - aproximou-se.
- Ele interferiu para manter meu disfarce a salvo, mestre. - mentiu. - Creio que o erro foi meu. Não dele e não de Draco.
- Então pelo o que diz. - parou atrás dela. - Eu deveria dar isso a Severo. - mostrou-lhe um frasco com o líquido branco. - Sabe o que é isso?
Narcisa negou com a cabeça, estava tensa com a aproximação.
- É o antídoto do veneno que dei a ele. Aposto que o velho está matando a cabeça para descobrir o que é a base da poção que ele bebeu. - riu-se. - Pois minha querida Nagini deu uma contribuição para eu fazê-la. Por isso só isso a anularia.
Narcisa escutava atenta.
- Enviarei isso a Severo. - chegou ao ouvido de Narcisa. - Mas devo perguntar antes se tem certeza que a interferência foi causada por sua culpa.
- Sim. - respondeu. Faria esse sacrifício por ele. Severo já havia se sacrificado por tantas outras pessoas.
- Então deverei puni-la.
Quanto a mulher percebeu, o bruxo havia segurado sua cintura e tinham aparatado no quarto que um dia foi seu. Ele virou Narcisa bruscamente para si e desprendeu a capa de seus ombros.
- Você vai ficar quieta. Esta entendendo? - usou um tom ameaçador.
Estava assustada, não conseguiu nem assentir. Suas pernas não obedeciam para sair dali.
O bruxo aproximou o rosto do pescoço da mulher e passou lentamente a língua por ali. Ela se arrepiou, mas sentia medo. Voldemort desceu o zíper lateral do vestido dela e o deixou cair sobre os obros até o chão.
- Milord... por favor. - sussurrou sentindo as primeiras lágrimas quentes descerem seu rosto.
- Não mandei ficar quieta? - ele segurou-a pelo rosto.
A mulher reprimiu um soluço e se deixou ser jogada na cama sem resistir.
~*~
Sentia suas pernas tremerem ainda quando aparatou em Hogwarts e seguiu para seu quarto. Seu choro era quase compulsivo e apertava em seus dedos o frasco com o antídoto do veneno. Ainda podia sentir o corpo do homem sobre o seu, enquanto ele gemina de forma medonha em seu ouvido. Assim que chegou em seus aposentos, seguiu para o banheiro e encheu a banheira, se despindo e entrando.
Estava suja. Suja. Não só seu corpo, bem como sua alma. Havia se sacrificado por seu e por Severo, mas o quão baixo teria que ir ainda?
- Você é mais gostosa que sua irmã. - grunhiu em seu ouvido.
Narcisa apertou os ouvidos e encolheu-se na banheira. Abraçando os joelhos. Aquele inferno tinha que acabar logo, não aguentaria passar por aquilo de novo.
Não sabou quanto tempo ficou até sair do banho, sentindo-se ainda consideravelmente impregnada pela mesma sensação de antes. Ouviu batidas na porta e caminhou até ela, sem ânimo algum. Abriu-a e se deparou com a professora de Transfiguração.
- Querida, o que aconteceu com você? - recebeu um olhar preocupado.
Só então percebeu o quão abatida parecia estar. Deu passagem para a velha mulher e fechou a porta. Pensou em inventar uma desculpa, mas foi interrompida por um abraço carinhoso. Permitiu-se ficar ali, precisava. E voltou a chorar.
- Está tudo bem.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.