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História O Enigma do Príncipe - Lembranças


Escrita por: stormary

Notas do Autor


Aloha!
Desculpem a demora e boa leitura!

Capítulo 76 - Lembranças


Snape estava sentado em sua cama enquanto encarava o frasco com as lembranças de Narcisa em sua mão. Quando voltou para seus antigos aposentos para organizar as coisas no dia anterior, no retorno da Torre de Astronomia, havia os deixado de lado, como forma de tentar distrair seus pensamentos da curiosidade que se negava em sentir para saber as coisas que haviam ali. Passou o tempo ajeitando pelo menos o quatro, já que Papoula o havia permitido ficar ali, pois sabia que o escritório daria muito mais trabalho para ser organizado. Mas estava cada vez mais difícil de negar que queria saber o motivo de Narcisa tê-las entregado e do que esperava por ele ali.

Ouviu batidas na porta e largou sobre a cama o frasco, mexendo nas mãos uma vez ainda antes de levantar e ir em direção a entrada, para abrir a porta. Minerva estava do lado de fora, com um traje mais formal do que o normal. Resmungou consigo mesmo, havia ficado tanto tempo ali e perdido em pensamentos que esquecera da homenagem aos mortos de Guerra que haveria naquele dia e que McGonagall o havia convencido a ir. “Será bom para ver que não só você foi afetado por essa Guerra, Severo.” – dissera entre todos os discursos que tentou para convencê-lo.

- Não me diga que desistiu? – a mais velha o olhou.

- Na verdade eu havia me esquecido. – ele deu passagem para ela entrar. – Desci da enfermaria e acabei me distraindo.

- Está na hora de irmos. – ela disse. – Logo irá começar a cerimônia, e talvez seja importante a nossa presença lá.

Severo assentiu e seguiu até a cama, pegando a capa e jogando-a sobre os ombros para em seguida pegar o vidro com a lembranças e indo até a cômoda para larga-lo.

- São lembranças? – Minerva perguntou, espiando por cima do ombro do professor.

- Narcisa as entregou para mim ontem. – ele respondeu, fechando-as em uma gaveta.

- E sobre o que são? – perguntou.

O mestre em poções deu de ombros.

- Eu não as vi.

- Por que não, Severo? – franziu a testa. – Por Merlin, isso pode esclarecer muito para você.

- Não sei se devo fazer isso. – disse. – Talvez eu não queira ver o que ela quer me mostrar.

- Está sendo cabeça dura. – contrapôs. – Pensei que quisesse saber das coisas, isso seria uma forma de entender o que nós já entendemos.

- Para vocês foi claramente mais fácil de perdoar e entender a situação de Narcisa, Minerva... afinal vocês não...

- Não a amamos como você ama. – respondeu.

O professor trincou o maxilar.

- Não sabe do que está falando. – disse.

- Quer um conselho, de quem talvez já tenha sofrido tanto quanto você por amor, Severo? – o olhou. – Dê uma chance para que as coisas se arrumem, nem que seja de uma maneira diferente da que está imaginando, porque quando menos esperamos a vida pode tirá-las de nós.

Snape foi até a porta e a abriu, olhando para a professora de transfiguração em seguida.

- Vamos de uma vez, ou pretende se meter muito mais na minha vida?

A mais velha assentiu, enquanto os dois deixavam o lugar até o pátio da escola, onde todos estavam usando para aparatar até Godric’s Hollow. Todos da Ordem e de fora dela que haviam sido vítimas na Guerra haviam sido enterrados ali, marcados como heróis de igual forma, assim como Lílian e Tiago haviam sido marcados.

Narcisa havia ido mais cedo que os demais de Hogwarts direto para a casa dos Weasley, onde ficou um pouco conversando com Molly e organizando as coisas já que depois da cerimônia que ocorreria no cemitério, o Ministério faria as homenagens e entrega dos títulos póstumos ali n’Toca, onde seria o mais reservado de possíveis imprevistos que seria no Ministério. Os tempos ainda estavam instáveis, era incerto em quem poderia se confiar e em quem não.

Quando estava perto do horários marcado, todos se encontraram no devido lugar, onde aos poucos foi enchendo de alunos de Hogwarts, professores, familiares e integrantes do Ministério, aguardando o momento em que Kingsley, agora nomeado o novo Ministro da Magia, daria lugar a cerimônia, no púlpito que já ocupava enquanto falava com alguns conselheiros.

Severo havia achado por melhor manter-se afastado dos demais depois que chegou junto a McGonagall, afinal nunca havia gostado de chamar a atenção e sabia que Potter havia contado para todos tudo que ele havia feito, e não poderia reclamar, já que esse era o motivo de não ter sido jogado em Azkaban ainda. Mas mesmo assim, não iria ficar no meio daquilo tudo, principalmente sabendo do show que Dumbledore estava preparando. Achava aquilo tudo ridículo. Escorou-se em um árvore próxima ao túmulo de Eileen e ficou acompanhando as coisas de longe, enquanto via uma ou outra pessoa olhando para ele de longe.

Kingsley deu início ao discurso falando da força que aqueles que ficaram deveriam ter para seguir em frente sem a coragem daqueles que haviam partido. Referiu-se a família de cada um que havia sido morto lutando pela luz, tratando a eles como os heróis que eram. Snape passou os olhos pela multidão, parando-os em Arthur e Molly mais à frente. O patriarca dos Weasley abraçava os ombros da mulher enquanto ouviam atento aquilo que era dito sobre Fred, chorando ainda a morte recente do filho.

Suspirou. “Eu estava esperando um filho seu e Lúcio o matou”. Então era assim perder um filho?

O nome de Tonks e Lupin foram os próximos a serem chamados, seguidas pelas palmas que o tiraram dos devaneios. O discurso sobre o casal que começava agora a vida iniciou prendendo a atenção de todos. Snape cruzou os braços e escorou a cabeça para trás.

Estava entrando na sede da Ordem no Momento em que deu de cara com o ex-professor de DCAT que estava passando um curto tempo hospedado na casa de Sirius, pelo menos depois do retorno de Voldemort durante o Torneio Tribruxo.

Os dois pararam no corredor, de frente um para o outro, e se olharam por alguns segundos.

- Não sabia que era você, Snape. – Lupin disse.

- Dumbledore pediu que o pul... Black deixasse minha entrada como a dos restante da Ordem. Não há porque me apresentar cada vez que venho até aqui.

- Dumbledore realmente confia em você. – ele disse.

- Incrível, não é? – disse sarcástico.

- Deve ter um bom motivo para isso. – Lupin deu de ombros. – Então realmente espero que as coisas possam ficar da melhor forma entre nós. – estendeu a mão para Snape. – E que possa deixar as coisas que aconteceram e que nós dois fizemos, no passado onde devem ficar.

O murmuro que tomou conta da maioria das pessoas, em alto som de espanto, tirou Severo de sua lembrança, fazendo que erguesse os olhos para de onde vinha a agitação. Dumbledore estava ali, entre todos aqueles que acreditavam que ele estivera morto no último ano, espantados de mais até mesmo para pedirem uma explicação concreta. Afastou-se devagar, enquanto via o velho diretor subir ao púlpito onde Kingsley estava, para seguir caminho até a estação de trem que havia alguns quarteirões dali. Não tinha magia para aparatar de volta em Hogwarts e não ficaria ali para acompanhar aquele circo todo, então se daria ao “luxo” de retornar a escola utilizando o expresso que sairia de Londres.

Odiava as formas que as coisas aconteciam de maneira lenta quando se tratava de métodos trouxas para resolverem. Chegou novamente na escola quando já passavam das quatro horas da tarde e seguiu diretamente para seus aposentos, onde uma bandeja com alguns remédios e prescrições aguardavam lá, em cima de uma bandeja. Bebeu elas como deveria fazer e foi até a cômoda, onde pegou o frasco com as lembranças de Narcisa e foi até a penseira.

Coragem.

As derramou dentro do lugar e firmou as mãos nas bordas enquanto respirava fundo mais de uma vez antes de mergulhar nelas.

Narcisa andava a passos firmes por um caminho de pedras até uma casa simples que estava dentro da clareira. Ela mexia de forma nervosa na varinha que estava entre os dedos até chegar a porta do lugar e sussurrar algumas coisas para poder entrar.

Seguiu até a sala do lugar, parando assim que encontrou a figura do velho de roupas extravagantes em frente a lareira.

- Diretor. – ela disse. – Fiquei surpresa em querer me encontrar. Desde que aconteceu tudo só nos comunicamos por cartas.

- Narcisa. – virou-se. – Conseguimos, você fez um ótimo trabalho. Como as coisas estão em Hogwarts, agora que voltaram?

- Severo não está nada bem. – ela disse. – Mesmo tendo voltado. Eu pensei... Será que não podemos...

- Sabe que não há como contar. Não agora. – lamentou. – Ele é forte, vai aguentar o tempo que precisamos.

&

Severo e Narcisa estavam deitados na cama e parecia tarde da noite, a julgar pela escuridão que entrava pela janela dos aposentos dela. Ele tinha a expressão pesada e parecia sussurras coisas sem nexo em meio a mais um de seus tantos aposentos. Ela ergueu o rosto para olhá-lo, enquanto percebia as palavras que eram sussurradas, em sua maioria o nome de Lílian, Dumbledore e suplicas para que ele não precisasse fazer algo que ela sabia bem o que era. Sentou-se na cama e respirou fundo, sentindo os olhos humedecerem.

Situações como aquela estavam sendo cada vez mais comuns nos dias que próximos, e ela não aguentava mais ver a forma que o professor sofria, principalmente sabendo toda a verdade. Levantou-se e vestiu-se, saindo do quarto em seguida. Aquilo precisava parar, nem que ela fosse contra aquilo que Dumbledore havia lhe pedido e dito, ou que viesse lhe dizer e iria contar a ele toda a verdade.

Aparatou na casa em meio a clareira e sussurrou o feitiço em frente a ela, vendo o diretor vir as pressas dos cômodos de dentro, olhando para ela com uma expressão preocupada.

- O que está fazendo aqui? – perguntou. – Aconteceu alguma coisa?

- Eu vou contar a verdade. – disse. – Eu não aguento mais. Ele precisa saber que o senhor está vivo, não consigo mais esconder isso dele. Severo está sofrendo, Alvo, ele não tem mais paz em momento algum. Não consigo mais esconder.

O diretor ficou em silêncio, passando as mãos pelo rosto, com a expressão de pesar.

- Não ouviu o que falei? – Narcisa o olhou.

- Você não pode contar. – disse. – Nem que eu precise fazer com que jure. Não vai contar.

- Como assim, jurar? – aproximou-se. – Qual o seu medo? Sabe que será mais fácil dele entender se contarmos agora, se ver que está aqui e está disposto...

- Você não entende! – o diretor disse mais alto. – Não entende. E nem pode entender.

- Por que faz tanta questão que eu minta? Estamos fugindo da verdade.

- Há uma profecia. – ele disse rápido. – Não podemos contar, porque há uma profecia. Estaríamos interferindo nela se Severo souber a verdade. E não podemos interferir no destino.

- Que profecia? – a voz dela foi ficando baixa assim como a de Dumbledore ao responde-la.

&

Narcisa abriu a carta e passou os olhos por ela:

“Lúcio levou ao Lord as coisas que ele precisava fazer. A morte está sendo premeditada. Severo precisava fugir do destino que a profecia lhe deu.

Só você pode tirá-lo disso. Essa é a hora da sua verdade.”

Severo precisava saber, mas ao mesmo tempo, ainda estava a um passo de Harry Potter e todo o final. O salvaria assim que sua missão estivesse cumprida.

Deixaria a profecia se cumprir, pois sabia que só assim ele conseguiria fugir de seus pesadelos.


Notas Finais


Diz aí, o que esperar? Que profecia?
Vejo vocês no próximo e nos comentários.
Beijo na nuca esquerda e até!


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