História O Esquecido - A decisão

E então? O que vamos fazer?

Perguntou Hades, inquieto:

Eu não sei.

Disse Héstia com um certo ar de tranquilidade, parecia que ela havia aceitado sua condição e tudo o que aconteceu, em situações como essa a calma é bem-vinda.

Pois eu tenho uma ideia, que pode resolver nossos problemas, por hora.

Afirmou Hades, esperançoso.

E o que seria? 

Respondeu Héstia, intrigada. Hades abriu um portal, entrou, e antes de ir disse:

Espere alguns dias, eu voltarei.

Héstia se apossou de raiva e gritou:

Se fores covardes a este ponto, não voltes mais!

Hades entrou totalmente no portal e sumiu.

Héstia, que não sabia bem o que fazer por estar sozinha e sem ajuda, se deitou e dormiu. Ao acordar, Hades estava ao seu lado, com um cálice em mãos. Héstia o olhou de cima abaixo para saber do que se tratava e disse:

Por um momento achei que me abandonaria, pensei que seria um escroto como nossos irmãos.

Hades então se senta, respira fundo, sabe que aquela não é a primeira vez que o julgam dessa maneira, e diz: 

Meus irmãos... Eles são muito diferentes de mim, só considero eles como irmãos porque temos o mesmo sangue, mas são totalmente diferentes, egoístas, e em alguns momentos... Assassinos. Mas isso não vem ao ponto, eu trouxe esse cálice porque nele tem uma bebida característica do submundo, é do rio do Esquecimento, é um rio em que as almas que vão reencarnar ou esquecer de algo muito ruim, ele purifica a alma e a torna nova. Beba isso e nosso filho nascerá dormindo, e ficará assim por séculos. Mas lembre-se, não é definitivo, um dia ele irá acordar, sem memória de nada, mas irá acordar. E naturalmente ele se tornará quem ele deve ser.

Héstia estava surpresa nesse momento, nunca achou nem por um momento sequer que Hades traria algo que ajudasse ela daquela maneira, de fato não era a solução, mas daria tempo necessário para tentar resolver. Ela se levanta e toma o conteúdo do cálice, e tomba. 

Hades coloca ela numa cama de pedra, e a deixa dormir, indo embora definitivamente dessa vez. Ao acordar, algumas semanas tinham passado, e sentia um grande peso na barriga. Sua gravidez era notável, e aparentemente já estava prestes para acabar, o filho queria nascer. Em trabalho de parto, Héstia sozinha pariu a criança com muita dor e sofrimento. As dores em seu corpo à traumatizaram, porém, seu filho nasceu dormindo, como Hades havia prometido. Ela criou um buraco no chão e logo o encheu de água fria, que residia na própria caverna e colocou o menino lá dentro. Ela olhou o menino dormindo embaixo d'água e pensou em chamá-lo de Illequi Submersus, que significa aquele que se afogou, porém, não condizia com sua natureza, pensou em chamá-lo de Cêcasmenos, porém esse nome o mundo lhe daria mais tarde, e então pensou em chamá-lo de Finis Omnium, o fim de todos, pois assim sua irmã havia profetizado. E dali Héstia foi embora, e nunca mais retornou àquela caverna. Assim, Finis Omnium ficou dormindo durante muitos anos, até que um dia ele acordou.