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História O Feio - Capítulo 1 - Baekhyun é feio


Escrita por: flaneur

Notas do Autor


eu sei lá, to morta de sono revisando esse capítulo, sei lá minha gente.........
Eu gosto muito dessa fic, ela é uma short que eu já tava querendo escrever faz um tempo e finalmente consegui colocá-la pra fora, espero que fique bom e legal de acompanhar
boa leitura <333

[levemente baseado em beth, a feia e oh my venus]

Capítulo 1 - Capítulo 1 - Baekhyun é feio


Fanfic / Fanfiction O Feio - Capítulo 1 - Baekhyun é feio

Vamos começar pela ficha técnica:

Meu nome é Byun Baekhyun, 87 quilos bem mal distribuídos em 1,74 de altura. Além disso, possuo atributos extras como um grande problema com espinhas e oleosidade na pele, celulite na bunda e, não menos importante, péssimo gosto para roupas.

Como é que se começa a contar uma história ridícula para as pessoas? Hm... Talvez eu deva começar pelo dia em que meus pais estavam transando e então eu, um mero espermatozoide sem consciência da merda que era nascer, ganhei a corrida da vida e então fui gerado?

Nããão... Isso prolongaria muito essa história de merda, então eu vou contar a partir do momento em que eu fui para a faculdade depois do término das férias e sentei a bunda na cadeira, ficando igual um morto-vivo ouvindo Park Chanyeol falar e falar e falar sobre como era legal ter uma namorada. Este momento eu chamo de agora.

Então, cá estou eu. Com cara de quem queria estar muito morto e enterrado enquanto esse babaca fala trinta mil asneiras das quais não tenho interesse algum em saber.

Sacomé, né? Eu meio que sou homossexual pelo Chanyeol – não que ele saiba –, então eu meio que fico puto da vida quando ele começa a falar dessas otárias que se apaixonam por ele.

Você deve estar aí pensando “ah, mas você acabou de dizer que é homossexual por ele, não pode chamar os outros de otário assim”, mas isso, meus caros, não se aplica a mim. Afinal, eu sou Byun Baekhyun que, ao contrário dessas garotinhas iludidas, conhece Chanyeol desde quando éramos dois fetos e é amigo dele por consequência, então, para mim, estar apaixonado não era ser otário, era ser um babaca, otário, burro, idiota, ou seja, eu era pior que as coitadas dessas meninas.

Porque, veja bem, estou tentando deixar tudo bem claro: eu nunca teria nada com Chanyeol porque eu já estava na friendzone e, acima de tudo – preste atenção agora, pois vou falar a coisa mais importante de toda a minha história de vida –, eu sou muito feio, puta merda.

Sério, eu nem sempre fui feio, maltrapilho e desleixado, eu era bem arrumadinho no pré-escolar, quando minha mãe ainda me arrumava, mas depois que ela deixou por minha conta eu estraguei tudo.

Chanyeol, ao meu lado, continuava a falar e falar sobre como sua nova namorada era boa de cama e eu, particularmente, queria só dar um soco nessa cara de idiota dele. Infelizmente vivemos numa sociedade supostamente civilizada e a única coisa que posso fazer é ser cínico. Então, vamos lá!

- Nossa. Que legal, hein. Peito, bunda, boceta. Maravilha. – Comentei com a voz mais enjoada que eu consegui fazer, resumindo perfeitamente a conversa que o cara estava tentando manter.

- Ah, Baekhyun, você parece viado reclamando dessas coisas. – Arqueei uma sobrancelha e franzi o cenho em sua direção, totalmente desinteressado em qualquer coisa que ele pudesse falar.

- Chanyeol, sendo viado, travesti, assexuado, hétero, qualquer coisa, ouvir você falando de como fode com a sua namorada não é legal. Além de tudo, pra que eu iria querer saber da tua intimidade com os outros? Eu sou virgem e nem um pouco interessado a descobrir como as coisas são pelo os seus relatos nojentinhos. – Fiz careta de nojo e empinei meu narizinho enquanto voltava a ignorá-lo e mexer no meu celular.

- Seu desconhecimento do assunto deveria resultar em curiosidade, porque é isso que garotos virgens têm, Baekhyun: cu-ri-o-si-da-de.

Ele até que estava certo, então calei minha boca, fechei a cara e apenas ignorei sua existência como se aquela conversa nunca houvesse ocorrido.

Chanyeol ainda soltou uma risadinha do meu lado, mas assim que lhe lancei meu olhar mortal de “se você continuar rindo da minha virgindade, eu vou te matar” ele fez o possível para esconder seu crime com a mão sobre a boca. Bom, melhor do que nada.

Tentei prestar atenção na aula que se iniciou assim que o professor entrou na sala, mas não tive muito sucesso com Chanyeol ao meu lado enchendo meu saco enquanto mexia numa no meu cabelo. Dei alguns tapas nele pra ver se o cara desgrudava, mas tinha horas que ele não conseguia ficar sem puxar o meu cabelo, ou apertar minha barriga, ou puxar meu nariz/bochecha ou de me fazer ficar extremamente envergonhado enquanto me encarava fixamente em um dos seus jogos para ver quanto tempo demorava para me irritar.

Sei lá por que, mas ele parecia muito feliz em me ver vermelho de vergonha e ódio, e eu me sentia um completo mané porque acabava romantizando qualquer atitude sua que, claramente, não passava de bagunça de amigo.

Quando o horário de término do período de aulas chegou eu fiquei internamente muito feliz. Poderia enfim ir para casa e ficar pensando no quão babaca eu era por estar todo apaixonadinho pelo meu melhor amigo enquanto ele claramente era um viciado em mulher.

- Eu já vou indo, minha mãe comprou bolo. – Falei já disparando a desculpa esfarrapada para justificar minha pressa porque eu bem conhecia o Park e ele iria perguntar o porquê.

- Sério? – Ele pareceu um pouco desanimado e eu parei de guardar minhas coisas para olhá-lo. – Eu tinha pensado em te levar lá pra casa pra gente fazer alguma coisa juntos. Não nos vemos desde o semestre passado e fiquei com saudades. – Ele falava aquilo com uma naturalidade sem igual e eu nem pensaria nada de mais caso fosse outra pessoa.

Mas não. Era Park Chanyeol ali.

- Sua casa? – Ah, como me esquivaria daquilo de um jeito que não desse muito na cara que estava fugindo?

Já tinha fugido do outro o verão todo, inventei de tudo; foram as viagens para a casa da vovó, acampamento com o papai e até mesmo aniversário de morte do meu cachorro que tive quando tinha só cinco anos de idade.

Um bolo de chocolate era mesmo uma boa desculpa? Principalmente quando ele me encarava com aqueles olhos enormes e brilhantes, perolados e capazes de sugar qualquer resistência da minha parte?

- Ahn... E-eu acho que você... Me deve um bolo. – Murmurei ao sorrir não muito animado, apenas por educação e ele abriu um sorriso bem largo como resposta.

- Isso! – Comemorou. – Sabia que você não resistiria ao meu olhar pidão.

Abri a boca totalmente chocado e desacreditado naquilo. Ele estava mesmo me manipulando na cara dura? Fechei os olhos por um momento, tentando controlar a raiva, afinal eu realmente tinha um bolo de chocolate me esperando em casa e que corria o risco de ser devorado pelo maldito do meu irmão.

- Você me deve dois bolos, seu ridículo. – Ditei enquanto jogava minha mochila nas costas largas do outro que logo se puseram à minha frente enquanto ele caminhava para fora da sala comigo ao seu encalço.

Assim que cheguei à casa do Park, deixei minha mochila ao lado da porta do seu quarto e me joguei naquele colchão maravilhoso. Ah, como era bom poder deitar as costas em uma superfície macia e gostosa que, como um extra, trazia o cheirinho amadeirado do perfume único que o meu crush tinha.

O Park entrou algum tempo depois de eu já estar bastante confortável mexendo no celular. Ele tinha ficado para trás para ir buscar comida. Eu poderia até ter ajudado ele, mas não era do meu feitio e eu queria puni-lo por ter me levado até ali através de um jogo sujo como olhos fofos e pedintes.

Ele colocou alguns doces em cima da mesinha de estudos e logo se jogou ao meu lado fazendo a cama balançar. Pelo canto do olho pude vê-lo retirar o celular do bolso traseiro para verificar algo e apenas tentei voltar a focar no nível difícil Candy Crush que eu estava tentando passar.

- Vai ficar jogando enquanto está aqui? – Ouvi sua voz, mas sabia que ele ainda mexia do celular.

- Vou.

- Deveríamos fazer algo legal, não ficar mexendo no celular. – Quando fui olhar pela visão periférica novamente, o peguei me encarando e logo em seguida sua mão já tirava o celular das minhas mãos.

- Hey! – Reclamei ao mesmo tempo em que ele bloqueou a tela do celular. – Eu tava quase passando de nível!

- Não me importo. Você está muito estranho e eu quero conversar com você sobre isso e outras coisas.

O olhei de volta fazendo uma expressão de manha enquanto já moldava um bico na minha boca.

- Eu não estou estranho, pare de dizer essas coisas. – Chanyeol não era idiota, mas eu ia negar até a morte, obviamente.

- Você está se afastando muito, Baekhyun. É porque arrumei outra namorada? Você sempre se afasta quando eu começo a namorar. – Começou a falar sem sequer esperar uma resposta da minha parte.

Revirei os olhos e me sentei na cama, coçando a nuca enquanto pensava em alguma desculpa para aquilo.

- Pare de pensar em desculpas, quero saber a verdade. – Ouvi o Park dizer e o olhei assustado. Será que ele lia pensamentos agora?

- Eu... – Tentei pensar em algo, mas balancei a cabeça em negação, posso ser meio sincero, não é? – Eu não gosto muito do modo como você se afasta quando começa a namorar, então eu prefiro fazer isso primeiro. – Tentei soar tranquilo, apesar de sentir que meu coração acelerava a medida que eu via o sorriso pretensioso e sem mostrar os dentes surgir em seus lábios.

- Tem certeza que é só isso? – Indagou com um quê de dúvida que me fez engolir em seco.

- Cla-claro! – Falei de pressa, ah, droga, gaguejei, agora fodeu tudo, ele sorriu bem mais largo e eu soube que estava fodido.

- Baekhyun... Se eu te falar um segredo, você promete que não surta? – Dirigiu-me sua pergunta do mesmo modo que faria com uma criança pequena.

Não tive coragem para responder e então percebi ele se sentar ao meu lado também e me encarar do mesmo modo que fazia em seus joguinhos para tentar me ver corar.

- Eu te acho muito bonito.

Gelei.

Quê?

Encarei Chanyeol com a maior cara de “hã?” e fora impossível eu não tossir e logo desatar uma risada nervosa onde eu negava com a cabeça e o olhava descrente.

Eu bonito. Ótimo, Park tinha feito uma piada muito boa de volta às aulas.

- Por que você tá rindo? – Ele parecia confuso e eu ri mais ainda,

- Cê tá zoando, não é? Ah, cara, você supera sua idiotice. Eu bonito. Muito boa! – Ri agora realmente achando engraçado, porra da piada boa!

- Mas eu to falando sério. – Ele me encarou sem rir e eu fui parando aos poucos, encarando seu rosto que não compartilhava do meu bom humor. – Eu te acho muito bonito, na verdade. E eu sei também que você gosta de mim, já sei a um bom tempo pra ser sincero. – Saiu dizendo tudo de uma só vez e eu senti meu queixo cair,

Quem tinha sido o filho da mãe que contou pra ele sobre isso?!

Senti meu sangue se reunir completamente nas minhas bochechas e orelhas, minhas mãos estavam tremendo, eu sentia elas assim sobre minhas coxas. Desviei os olhos do rosto de Chanyeol e forcei minha cabeça a pensar em alguma resposta que me tirasse daquela situação idiota, mas, porra, ele tava ali me encarando e dizendo que sabia da minha paixãozinha por ele!

- Baekhyun... – Não, eu não ia olhar. – A gente precisa conversar, só isso. Você pode olhar pra mim?

Neguei com a cabeça e ouvi o seu suspiro cansado.

- Eu descobri faz um tempo já e eu não me importo. – Seu tom era penoso e eu comecei a sentir meu coração falhar.

Chanyeol estava com pena de mim? Eu queria apenas me enterrar. Aquilo era tão humilhante... O garoto feio e gordo, amigo de infância do cara mais legal do mundo todo, apaixonado por ele e sendo digno de pena do próprio. Que merda.

Ele estalou a língua no céu da boca e eu senti meu coração apertar de novo. Por que ele só não calava a boca e fingia que não tinha acontecido nada?

- Baek, eu não me importo com isso, sério. Eu te acho incrível e lindo. – Murmurou ao esbarrar o ombro gentilmente contra o meu, me fazendo olhá-lo com a cara tomada pelo início de um choro vergonhoso. – É por isso que eu também gosto de você.

Eu abri meus olhos o máximo que pude e minha boca também. Encarei o Park sem saber o que fazer ou como reagir. Do que ele estava falando?

- O quê? – Perguntei num fio de voz, eu estava uma confusão só. Eu senti uma lágrima escapar e cortar minha bochecha, mas logo a limpei com meu punho.

- Eu gosto de você. – Chanyeol murmurou sorrindo. Ele estava corado mesmo ou era só impressão?

Mesmo assim, sentindo que ele estava sendo sincero e sabendo que Chanyeol jamais seria cruel ao ponto de brincar com algo daquela magnitude, eu não consegui acreditar em nada do que ele disse.

- Como você pode gostar de alguém como eu? – Murmurei ainda confuso. – Eu sou feio, gordo, mal vestido e sou chato, irritado, arrogante e mimado! Eu sou uma pessoa horrível e você... Você é o cara que todo mundo gosta, o cara que eu gosto! Você tem uma namorada nova toda semana, tem todos aos seus pés... Por que iria gostar logo de mim?

Chanyeol me encarou com aquela sua expressão preocupada que de vez em quando surgia quando via alguém machucado. Ele levou as mãos até meu rosto, mas eu o afastei assustado. Não queria toques, eu não tinha que ficar com Chanyeol daquele jeito, ele não merecia ser visto com Byun Baekhyun, o cara mais zoado da universidade e de todos os locais que frequentava.

- Baekhyun... – Ele murmurou meu nome repleto de carinho e preocupação e eu mais uma vez quis me enterrar.

- Para! – Gritei já exausto. Me levantei da cama de supetão e caminhei até a porta. – Para de ter pena de mim! Eu não quero mais te ver! – Uma parte de mim realmente nunca mais queria ver Chanyeol por causa da vergonha que eu sentia, e outra por medo de todas as coisas boas que eu atribuía a ele serem fruto de uma mente doente de amor.

Sai do quarto do Park batendo a porta e sumi dali o mais rápido possível.

Aquela tinha sido a gota d’água e eu precisava me reconstruir antes de voltar a encarar meu amigo de novo.


Notas Finais


espero que tenham gostado, a fic será narrada tanto pelo Baekhyun quanto pelo Chanyeol, espero que curtam essa visão dupla, não sei ao certo quantos capítulos serão, mas não é a ideia passar de quatro.
Sem mais delongas, obrigada por ler até aqui <333


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