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História O feitiço do gato - O retorno do sonserino Parte II


Escrita por: LiraAckles

Capítulo 11 - O retorno do sonserino Parte II


O retorno do sonserino parte II

 

- Ai, ai – Draco gritou ao ter a orelha puxada até a poltrona da sala de Severo.

- Agora você vai me contar direitinho onde você esteve todo esse tempo. – Severo falou sentando no sofá sendo acompanhado por Lúcio, que olhava para Draco com um sorriso de bem feito.

- Ai, padrinho isso doeu, sabia? – reclamou alisando a orelha judiada.

- Isso foi pouco perto do que você me fez passar. Você tem noção da preocupação que me causou? Das noites insones e de tudo o que eu fiz para acha-lo?

- Desculpa, pensei que não se importava comigo – baixou a cabeça. Depois do que tinha escutado no dia em que fugiu do quarto de Harry, sabia que aqueles homens ali presentes importavam-se com ele, mas não podia contar a verdade. – Só achei que se sumisse seria melhor para todo mundo.

- Como você pode pensar isso de mim? Sempre estive a seu lado, te apoiei sempre que você vinha até mim. Tentei te dar sabedoria, sempre fui a seu favor! Ouvir isso de você me magoa muito Draco.

- Agora eu sei e juro que a partir de agora tudo será diferente – falou com convicção.

- Mesmo? – perguntou olhando para Draco com as sobrancelhas franzida.

- Sim. Esse tempo longe me fez perceber muitas coisas, tive tempo para pensar e refletir sobre minhas atitudes e tudo isso mostrou-se uma verdadeira lição. Percebe que se continuasse no caminho que seguia eu acabaria sozinho e infeliz.

- Fico feliz em ouvir isso, mas acho que a muito tempo eu venho dizendo isso a você.

- Eu sei, mas eu não queria ouvir.

- Onde você esteve todo esse tempo e como ninguém sabia nada sobre você.

- Padrinho sou um sonserino e um Malfoy. Quando quero fazer algo sei fazer bem feito – falou orgulhoso.

- Ao que parece o orgulho ainda continua ai, não? – Lúcio pontuou.

- Apesar de toda as descobertas que fiz, meu orgulho ainda me acompanha, principalmente ao que se refere a minha linhagem. Esse tempo que passei longe eu estava hospedado em uma pousada no interior, antes que perguntem me registrei com nome falso – falou interrompendo Severo que abriu a boca para falar. – Lá era muito tranquilo e uma velhinha me fez notar tudo de errado que eu estava fazendo.

- Uma velhinha? É difícil de acreditar – disse Severo.

- Os mais velhos tem muita sabedoria, padrinho.

 A vontade de Severo era de gargalhar, aquele que falava com certeza não era o Draco que ele conhecia.

- Continuaremos essa conversa depois, Draco. Agora vá para seu dormitório, vista seu uniforme e vá para aula. Quanto a você Lúcio acredito que tenha que falar com o diretor – falou levantado.

- E isso não me traz nenhuma alegria, principalmente depois que meu pedido de afastamento dele da direção da escola foi negado.

- Por que fez isso, pai?

- Por que você sumiu bem debaixo do nariz dele, oras! Ou você pensa que ia deixar isso barato, mas devo dizer que sua reputação não ajudou muito.

- Ele não teve culpa do meu sumiço, pai – falou fazendo Lúcio fechar a cara. – Não fique bravo. Vou me vestir, tenho muita coisa para fazer agora.

- Mais uma coisa – Severo falou fazendo Draco para com a porta aberta. – Você está de castigo por tempo indeterminado.

 Draco revirou os olhos e saiu deixando Lúcio e Severo na sala, com passos rápidos foi para o dormitório da Sonserina. Suas coisas estavam do mesmo jeito que havia deixando ou quase, já que durante as investigações sobre seu sumiço algumas coisas foram levadas. Nada muito importante, no entanto. Vestiu o uniforme da escola, pegou o material, colocou na mochila e saiu apressado.

 Teria que dar um jeito de recuperar o tempo perdido. Alguns matérias não seria muito difícil, já que muitas delas dividia com Harry, e sempre que o moreno estudava ficava acompanhado. Durante o trajeto até a sala onde estava acontecendo a aula, atraiu muitos olhares e cochichos, mas sem dar grande importância continuou seu caminho. Sabia que não era muito querido por alguns dos colegas, por essa razão ninguém se aproximou para cumprimenta-lo ou mesmo saber por onde andou por todo aquele tempo.

 Perto do fim do corredor onde ficava a sala ouviu seu nome e virou para ver quem chamava. Com sua característica frieza Severo caminhou até ele.

- Irei com você até a sala.

- Não é necessário, padrinho. Acredito que o professor Lupin não barrara minha entrada.

- Verdade, mas eu preciso trocar uma palavra com ele – falou seguindo a frente. – Professor Lupin – chamou abrindo a porta.

 Ao ouvir seu nome Remo virou dando as costas para o quadro onde escrevia. Assim como ele os alunos viraram e quando viu quem estava atrás do professor de química, cochichos tomou toda sala. Pedindo silêncio Remo foi para porta.

- Senhor Malfoy, fico feliz em vê-lo. – Falou cordial.

- Obrigado professor, posso entrar? – perguntou um tanto acanhado. Lupin sempre fora cordial com ele, mesmo quando ele era inoportuno.

- Claro que sim, seu lugar esteve vago este tempo todo aguardando seu retorno. Vamos entre – deu passagem ao loiro que caminhou para seu lugar ao lado de Goyle, mas antes seu olhar localizou o de Harry, que o olhou sem demostrar nenhuma emoção.

- Draco onde você esteve? – Goyle perguntou assim que sentou-se ao seu lado.

- Agora não. – Respondeu olhando para Harry. – Sentir sua falta, Harry – pensou.

 Cerca de cinco minutos depois Remo voltou para frente da turma. No quadro estava o assunto da aula, o qual Draco rapidamente copiou. Teria que pedir ao professor os assuntos que ele tinha perdido, assim como a oportunidade de refazer os trabalhos. Seria muito trabalho pela frente e ainda tinha que arrumar um modo de se aproximar de Harry. Quando a aula terminou e a maioria da turma saiu da sala Draco caminhou até o professor.

- Professor posso falar com o senhor? – Falou acanhado.

- Não se preocupe, o Severo já falou comigo sobre os trabalhos e assuntos que você perdeu. Na próxima aula te darei o plano que precisara estudar para prova e te darei um trabalho valendo a nota que seus colegas já adquiriram. Agora vá antes que se atrase para próxima aula.

- Obrigado, professor – falou sorrindo.

 Na porta da sala Crabbe e Goyle aguardavam Draco que passou por eles sem falar nada.

- Ei, Draco. Não vai falar com a gente? – Goyle perguntou com jeito infantil.

- Estou atrasado para próxima aula, nos falamos na hora do almoço – andou a passos largos deixando os dois boquiabertos para trás.

 Sabia que não podia culpar os dois por suas desventuras e nem pelo fato de eles o trocarem por Blaise, mas não queria mais nenhuma amizade interesseira, por isso, só falaria com eles o necessário. Ao chegar a aula de matemática e ocupar sua cadeira Draco procurou por Harry que conversava com Rony. Ele estava com uma expressão um tanto abatida e parecia triste.

- Harry tenho certeza que esse gato vai aparecer, de nada vai adiantar você ficar com essa cara – Rony falava tentando animar o amigo.

- Estou preocupado, tenho certeza que algo aconteceu a ele.

- Deixa disso, logo ele volta. Ai, você viu quem está de volta? – falou apontando com o ombro em direção a Draco mudando rápido de assunto.

- Não se fala em outra coisa. Aposto que daqui até a hora do almoço ele vai estar se gabando de algo – falou olhando na direção do loiro.

- Por que será que ele não está acompanhado dos amiguinhos dele?

-  Vai ver eles perceberam o cretino mimado que ele é e resolveram se afastar – disse Harry dando de ombros.

- É pode ser.

 Harry olhou para Draco e notou que ele também o olhava, mas no lugar da tão característica arrogância e superioridade, havia no olhar do loiro apenas curiosidade, coisa que surpreendeu Harry. Afastou o olhar do loiro e voltou a pensar no gato.

  A aula decorreu sem nenhuma novidade, exceto o retorno de Draco que foi o principal assunto do dia. Quando a hora do almoço chegou Draco sentou-se à mesa de frente para Grifinória, queria poder observar Harry sem levantar suspeita e foi com grande desgosto que viu Gina sentar-se ao lado dele acompanhada por Hermione. Ignorando as perguntas que lhes eram feitas, ficou olhando para outra mesa segurando com força desnecessária o talher sempre que Gina se inclinava na direção do moreno para pegar algo na mesa.

- Draco estou falando com você – Pansy chamou atenção do loiro, que virou para ela com cara de poucos amigos.

- O que você quer? Não ver que não estou afim de conversa – falou ríspido.

- Desculpe não quis irrita-lo – a voz chorosa da garota chamou Draco para realidade. Estava sendo grosseiro.

- Não, eu que peço desculpa. Não estava prestando atenção pode repetir o que disse? – falou gentil.

 Pansy levou a mão aos lábios com os olhos arregalados. Nunca imaginou que veria Draco sendo gentil.

- Quem é você e o que fez com o Draco – Zabini falou brincalhão, fazendo todos da mesa rir.

- Eu apenas amadurece, Zabini – falou levantando da mesa. Estava cansado de todo aquele falatório.

- Olha lá parece que o Malfoy cansou da companhia dos amigos – Rony falou com a boca cheia.

- Você parece muito preocupado com isso Rony. De cada dez coisas que você fala nove tem a ver com o Malfoy – Hermione reclamou. Rony tinha passado a manhã toda tecendo comentários sobre o que tinha acontecido com o loiro.

- Não estou, só estou curioso para saber onde ele se meteu esse tempo todo.

- Ninguém sabe, ao que parece ele não falou a ninguém onde estava – Gina se meteu na conversa. – E você Harry o que acha.

- ... – Harry não estava prestando atenção, estava tão envolto em seus pensamentos que não ouvia nada do que era dito na mesa.

- Harry, Harry! – Hermione chamou sacudindo ele pelos ombros.

- Desculpe, estava distraído – ajeitou os óculos sobre o nariz olhando em volta envergonhado.

- Como sempre – sorriu.

- Desculpe, eu perdi a fome vou para o dormitório – levantou levando a mochila que estava a seu lado.

 Estava sozinho novamente. Alguma coisa dizia que o Senhor gato não voltaria e que ele ficaria novamente jogado num canto sem ter com quem conversar. Aquele frio que o atormentava voltaria trazendo os pesadelos e o enorme vazio em seu peito. De modo automático seus olhos procuravam em vão sinal do gato, mas sem nada encontrar.

- Harry – ouviu alguém chamar as suas costas e virou. – Você parece tão triste, posso ajudar em alguma coisa? – Gina tinha ido atrás dele, o encontrado no corredor.

- Não, obrigado. Ficarei bem – respondeu tentando não prolongar o assunto.

- A Hermione falou que conversou com você, então pensei que talvez você tivesse algo a me dizer – falou insegura, antes que ele fosse embora.

Harry suspirou e se aproximou da ruiva.

- Tinha prometido a Hermione que ia pensar e pensei. Sinto muito, Gina. Mas como tinha dito não posso corresponder ao que você sente e nem posso engana-la fingido que quero tentar algo que sei que não vai dar certo. Você é uma garota legal e vai encontrar alguém que a mereça.

- Mas eu quero você, Harry. Só você – falou triste.

- Eu já gosto de uma pessoa, Gina – mentiu.

- Quem é ela?

- Isso não importa, o que importa é que para mim você vai sempre ser como uma irmã – Harry foi até ela e a abraçou deixando que ela fizesse o mesmo.

 Ficaram abraços por um tempo até que um pigarro fez os dois se afastar.

- Espero não está atrapalhando – Draco falou com ironia, os olhos faiscando de raiva.

- Você sempre atrapalha, Malfoy.

- Devo dizer que sinto muito? – continuou irônico olhando para Gina com olhar assassino.

 Involuntariamente Gina se encolheu diante do olhar que recebia e sem falar nada se afastou de Harry indo para a saída do castelo.

- Quem diria em Potter. Você se aproveitando da fragilidade de uma garota – sorriu maldoso.

 Draco estava voltando para o refeitório para pegar a mochila que tinha esquecido quando viu o que acontecia, seu primeiro pensamento foi voar em cima da garota e afasta-la do seu moreno, mas no final a razão prevaleceu e ele aguardou ouvindo tudo o que os dois diziam.

- Eu não preciso disso. Diferente de outras pessoas aqui presente eu não sou mal caráter.

- Essa doeu, mas você verá que eu mudei, Potter.

 Deu as costas ao moreno e entrou no refeitório. Harry ficou olhando ele se afastar, a última frase do loiro foi dita sem nenhuma arrogância, o que era estranho vindo dele. Afastando da mente o loiro voltou a seguir seu caminho, só esperava que depois do que disse Gina desistisse dele. Naquele momento ele só queria uma coisa: seu gato de volta.

***

 Velhos hábitos nunca morrem. Implicar com Harry ainda era algo muito bom. Ver a face dele corada de raiva era no mínimo fofo. Foi com essas ideias na cabeça que Draco passou o resto da tarde. Nenhuma aula daquele período era com Harry, o que permitiu que ele se concentrasse mais. Quando as aulas terminaram voltou para o dormitório encontrado Blaise jogado sobre a cama.

 O loiro largou a mochila no chão e andou até o armário, abriu as portas e ficou olhando para as roupas penduradas no cabide. A maioria era roupas no estilo social que o pai usava, poucas peças tinha um estilo despojado. Com certo interesse Blaise sentou e ficou observando a atitude estranha do loiro. Draco escolheu uma calça, uma blusa e jogou sobre a cama. Precisarei fazer algumas compras, pensou.

- Você não vai se vestir para o jantar? – perguntou a Blaise que ainda o olhava.

- O que ouve com você, hein? – perguntou levantando.

- Nada que possa abalar a sua vida – respondeu com um sorriso seco. – Vou tomar banho.

- Onde você andou todo esse tempo? Deixou todo mundo preocupado – falou encostando-se a porta do banheiro que Draco deixou aberta. Eram colegas de quarto não precisavam de tanta formalidade, sem contar que já tinham visto um ao outro sem roupas várias vezes.

- Menos você eu aposto.

- Claro que fiquei preocupado. Num dia você estava aqui e no outro tinha sumido sem deixar rastro. Sou seu amigo tinha que estar preocupado.

- É mesmo? Sendo assim fico grato – falou com ironia.

- Você sabe de algo que eu não sei, Draco? – perguntou em dúvida. O loiro o estava tratando muito mal. – Se tem algo a dizer, diga de uma vez!

- Eu, nada. E você tem?

- Não.

- Ótimo.

 Draco saiu do banheiro de banho tomado. Vestiu-se e foi sozinho para o refeitório. Não queria a companhia falsa do amigo. Durante o caminho alguns alunos da Sonserina o pararam para fazer preguntas, as quais ele respondeu com certa cordialidade. No salão sentou ao lado de duas Sonserina, sendo bombardeado de perguntas. Tentando não se irritar respondeu da melhor forma possível tendo que inventar vária desculpas, mas sem se gabar de nada. Quando terminou de jantar pediu licença as garotas e saiu da mesa. Dirigindo o olhar para mesa da Grifinória, onde Harry brincava com a comida, saiu do salão e foi para o lugar onde podia ficar um pouco sozinho e de certa forma mais perto do moreno.

 Harry estava cansado de todo aquele falatório a sua volta. De ninguém se importa com sua tristeza. Quando não aguentou mais levantou da mesa e saiu do refeitório deixando os amigos com olhar questionador. Queria ficar sozinho, então foi para o lugar que sabia que não seria incomodado. Andou silencioso pelo corredor, tentando não chamar atenção, se fosse pego ficaria em detenção. Com cuidado abriu a porta da torre de astronomia e entrou fechando a porta atrás de si. Ajeitando os óculos sobre o nariz caminhou para varanda, onde poderia olhar as estrela, mas foi com grande surpresa que percebeu que não estava sozinho. Parado na sacada do observatório estava ninguém menos que Draco Malfoy.

 



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