História O Filho de Afrodite - Jikook - Espíritos Guerreiros XV

Taehyung P.O.V

Meu corpo estava dolorido, meus pulsos e pernas estavam presos por cordas que tinha um nó apertado. Minha cabeça girava, eu não conseguia reconhecer exatamente onde eu estava só sei que era quente, o ar passava com dificuldade e meu corpo suava em abundância.

Meus olhos começam a focar novamente e então posso ver com mais clareza onde eu estava.

Era um lugar deserto coberto por uma terra vermelha, com vários montes — um deles era onde eu estava encostado — havia também um barulho que ecoava por todo território, era um barulho de gritos desesperados que aparentavam vir de longe, mas ainda podiam ser ouvidos de onde eu estava e parecia que isso se mantinha por todo lugar.

Em minha frente havia as três criaturas que haviam me pegado, mas dessa vez aparentavam ser mais corpóreas do que da ultima vez que eu havia as visto.

— A branca de neve acordou. — Um deles fala. Ele usava uma roupa de soldado antiga que estava rasgada e queimada em uma parte, e sua pele era extremamente branca com olheiras fundas que deixava seus olhos claros escondidos. Seus fios castanhos médio podiam ser vistos pela pequena parte que não era coberta pelo capacete da armadura grega que ele usava.

— Não era pra ser bela adormecida? — O outro comenta. Esse tinha praticamente a mesma aparência do que o outro, porém seus olhos eram um castanho escuro e seus fios apareciam em um loiro natural.

— A branca de neve também acorda sua anta. — O moreno rebate.

— Acontece que todo mundo diz bela adormecida. — O loiro diz impaciente.

— Você ta achando que eu sou todo mundo? — Não era possível ver as sobrancelhas dele por conta do capacete, mas era de se imaginar que uma delas estava arqueada. — E outra, olha o cabelinho dele, ele ta mais pra branca de neve.

— Tem como vocês calarem a merda da boca? Estamos em uma missão aqui. — O terceiro diz. Ele era o único que não havia falado, suas roupas aparentavam estar em melhor estado e sua pele aparentava menos esbranquiçada, e seus olhos verdes aparentavam ter no fundo ainda um brilho. Ele era o único que não usava capacete, então era visível seu rosto com uma simetria invejável. Os fios negros davam um destaque maior já que a pele extremamente branca dava esse efeito. — Filho de Hades. — Ele diz cruzando os braços com um sorriso malicioso brincando no rosto.

— O que vocês querem comigo? — Pergunto receoso. Minha voz saia como um fio.

Eu não sabia ao certo onde estava — imaginava onde poderia ser — e aquelas criaturas não pareciam que tinham me pego pra levar para um passeio.

— Pensei que estivesse claro. — O moreno de olhos verdes cruza os braços. — Te trouxemos aqui porque precisamos de mais tempo. Você e seus amigos vão se afundar cada vez nessa amizade, o filho de Afrodite e o filho de Zeus vão se apaixonar cada vez mais, e o amor irá ser a primeira opção no coraçãozinho de vocês. — ele finge um ar apaixonado — Vocês humanos tem fraquezas, assim como os deuses vocês têm sentimentos, e isso é a pior fraqueza, é a mais fácil de ser atingida. — Abaixo o olhar deixando uma lágrima solitária escorrer. — Não chore. É o destino de vocês, vocês foram criados para isso, nasceram com isso traçado. Vocês são ligados. Um é filho do deus do raio, o raio quando cai na terra pode virar fogo, o fogo simboliza a paixão, o amor, e o amor pode significar a morte. — Aquilo parecia à pura lombra, mas se pensarmos bem poderia ser verdade — Ou seja, vocês estão ligados, um precisa do outro, e é por isso que você está aqui. Você é uma das peças importantes, se temos você, os outros virão atrás de você no Hades. Hum, posso apostar que eles estão tentando encontrar o mapa do Hades, e posso apostar que as criaturas estão fazendo um trabalho bom — ele interrompe a fala por um segundo. Era como se alguém estivesse sussurrando algo para ele e ele parecia ouvir com atenção. — Ora. Temos uma notícia em primeira mão. Você não vai gostar muito filho de Hades. — Ele finge uma cara de pena — Acaba de morrer o filho de Afrodite. — Ele sorri largo. — Pensei que o outro plano das outras criaturas não daria certo, mas pelo visto deu.

Meu peito é preenchido por uma dor enorme, era algo inexplicável, eu havia conhecido Jimin há algumas poucas semanas, mas eu me sentia totalmente conectado a ele, eu não sabia explicar por que, nem muito menos como, mas eu sentia aquela sensação de que ele era uma das pessoas mais importantes da minha vida, eu sentia que eu podia dar minha vida por ele, e algo dentro de mim dizia que ele com certeza faria o mesmo por mim, e receber aquela noticia trouxe uma das piores sensações que eu senti. Um nó se formou em minha garganta, meus olhos ficaram marejados e eu senti um vazio dentro do meu peito, minha garganta queria gritar de forma desesperada, mas eu não conseguia por conta do nó que se havia formado-se nela.

Lágrimas quentes e em abundância começam a descer pelo meu rosto e então o soluço vem alto e sofrido, eu sentia uma mistura de tristeza, raiva, angustia e culpa. Culpa por não estar lá para ajudá-lo.

— Mentira. —  Digo em meio às lágrimas que encharcavam meu rosto. —   Diga-me que é mentira. — O olho por um segundo e confesso que seu sorriso debochado fez nascer uma raiva inexplicável em mim.

— Pois digo que é verdade. Saiba que agora nada pode nos impedir. Agora não vamos depender mais da escolha do semideus mais poderoso. — Ele diz debochado.

— Oba! Oba! Vamos vencer! — O loiro comemora batendo palmas e abraçando o moreno ao seu lado que corresponde à comemoração com a mesma intensidade.

— Parem de ser imbecis. — O de olhos verdes comenta revirando os olhos e os outros dois guerreiros param com a comemoração. — Quando Jimin morre, ele vira um de nós — Abre os braços com um sorriso debochado — Alguns chamam de demônio, mas eu acho esse termo não muito legal. Prefiro chamar de espírito maligno, mas no caso de Jimin, ele vira algo corpóreo, tanto aqui no Hades quanto no mundo, e isso lhe torna ainda mais forte, e a bondade que tem naquele coraçãozinho dele vai toda desaparecer, ou melhor, vai se transformar no o mais puro ódio. E isso vai facilitar na escolha, pois quando a escolha for feita por — A fala do espírito é interrompida por uma outra voz.

— Interessante Bacco, sua traição para comigo não me surpreendeu nem um pouco — Olho para a pessoa que estava atrás do fantasma e posso ver Hades com uma expressão tranquila — Diga as noticias corretas, saiba que o filho de Afrodite está mais vivo do que nunca.

Aquilo fez meu coração retomar suas batidas com um tanto mais de tranquilidade, era como se eu finalmente pudesse respirar novamente.

— Vai fazer o que Hades? Matar-me? — Ele diz com um pouco de humor, mas claro, com um tanto quanto receio já que ele estava falando com o deus do mundo inferior, ou melhor, estava desafiando-o.

—  Eu? — O deus aponta para si com uma expressão debochada e depois ri. — Não, meu filho quem vai fazer isso.

Sério que ele confiou aquilo a mim? Mesmo? Custava torturar aquele cara ou mandá-lo pra não sei onde para ser massacrado?

—  Eu?! — Pronuncio surpreso.

— Você. — ele afirma — Vamos filho, liberte sua fúria. — A voz de Hades saia com confiança que era a coisa que eu queria ter naquele momento.

Respiro fundo e tento concentrar todas minha fúria e focar nela de uma forma que me fez sentir meu corpo esquentar de tal modo que as cordas que me seguravam começaram a derreter e então meus pulsos e pernas são soltos. Caminho com lentidão até Bacco que me encarava com um olhar assustado e eu podia sentir de longe seu medo, e aquilo me fez sorrir.

  — Está com medo? —Minha voz saia de uma maneira grossa e sussurrada então agarro seu pescoço com minha destra fazendo-o desencostar do chão. — Que bom que está. — Ouço um ranger vindo atrás de mim e então deduzo na hora do que se tratava. — Meu cachorrinho vai levar você — Posso sentir meus olhos serem preenchidos por uma fúria que eu nunca havia sentido, os olhos verdes dele aparentavam agora com mais brilho, um brilho de medo, que me fazia quase que ver com claridade meu reflexo e então percebo que minhas córneas cobertas por um preto forte. — E quando vencermos os titãs, e nós vamos vencê-los. Saiba que seu lugar e dos seus colegas — olho para os outros dois que me encaram com medo aparente. — vai ser ao lado deles no Tártaro. — Sorrio malicioso divertindo-me com o desespero alheio. — Vamos ver se os titãs serão uma boa companhia para você durante toda a eternidade. — O solto e então meu cão vai em direção aos três fazendo um movimento rápido e os agarrando com a boca.

— Leve-os para minha prisão. Você e meu cachorrinho podem se divertir com ele até o dia que meu filho vai jogá-los para o Tártaro. — Hades diz e o animal sai correndo. — Eu tenho orgulho de você — Sua voz dirige-se a mim sem autoridade alguma, e o mais impressionante, sem sarcasmo. Aquilo chegava a meus ouvidos de forma tão verdadeira que chegava a ser de um modo que palavra nenhuma poderia explicar.

Meu corpo parece voltar a sua forma normal.

  — Onde os meninos estão? — Pergunto preocupado.

  — Eles chegaram ao Olimpo, acredita? Vocês me surpreendem cada vez mais. Atena está conversando com Jimin, pelo visto, algo mudou ou ela pensou em algo que não tínhamos pensado antes.  — O olho confuso.  — Coisa da deusa da sabedoria  — ele revira os olhos  — Mas vamos encontrar seus amigos, eles estão preocupados com você, tanto que quase se mataram pra encontrar o "mapa de Hades" fala sério que eu ia deixar meu mapa naquele muquifo de trem? Eu hein. Quem gosta de coisa antiga e relíquia é Zeus, tanto que deixou a porta do Olimpo lá.  — ele revira os olhos.

  — Você pelo visto não gosta nada dele.  — Comento.

  — Eu gosto dele. Eu o amo, afinal, somos irmãos. Mas ele não precisa saber disso certo? — Ele me olha com um sorriso cúmplice qual eu retribuo.  — Vamos logo para o Olimpo antes que seus amigos tenham um infarto.