Arthur I
Chegamos ao local de onde a luz era emitida e achamos a Corsa no chão, ao lado dela havia uma garota vestida de caçadora, olhei para o lado e vi Sávio se aproximar, perguntando para a garota:
- Me diga seu nome e como matou a Corsa, por favor.
Como era o mais desconfiado entre nós Sávio puxou a adaga de dentro da manga e a observou.
- Não lhes interessa, vocês homens são tão incompetentes que demoram uma semana para matar uma simples Corsa!
- É uma caçadora de Artemis, certeza.
Indaguei logo depois do comentário da moça.
- Muito esperto, pelo seu cabelo loiro e a cara de tonto deve ser filho de Apolo.
- Tá, pouco importa o que você acha de mim, só queremos saber do motivo de estar aqui sozinha e caçando a Corsa de Céos.
- Simples, Artemis assim como eu, achou vocês um bando de incompetentes, por isso me mandou aqui.
- Sozinha?
- Claro, ta vendo mais alguém aqui?! Eu sou uma caçadora de elite e sou melhor sozinha que os três juntos.
A caçadora falava num tom debochado, sempre respondendo como se fosse superior.
- Mas que garotinha metida...
Sussurrou Eduardo enquanto a encarava.
- Eu ouvi isso, meu nome é Jennifer e eu não sou uma garotinha, passar bem!
A caçadora saltou de arvore em arvore e logo desapareceu da visão dos rapazes.
- Eu hein... Vamos vazar?
Sávio e Eduardo concordaram e me seguiram até o fim do bosque, Sávio pegou o mapa de sua mochila e nos apontou o próximo ponto mágico enquanto todos nos acomodávamos nos bancos do carro.
- O mais próximo é uns dois Km daqui...
Alguns minutos se passaram e eles finalmente chegaram ao local, o cenário se resumia á um templo branco e subterrâneo com cobras pintadas nas paredes.
- Vocês acham que é uma Medusa?
Perguntou Sávio, um pouco preocupado.
- Eu acho que não, se fosse veríamos estatuas de pessoas petrificadas por aqui.
Adentramos o templo (que era bem escuro por sinal) enquanto Arthur iluminava o local com uma lanterna, logo começamos a ouvir barulhos de chocalhos e o som de ferro se chocando contra ferro, rapidamente eles correm até o local e dão de cara com Jennifer enfrentando um Basilisco, uma espécie de cobra gigante com 30 metros e veneno poderoso, caso alguém olhasse diretamente em seus olhos poderia morrer instantaneamente.
- Olhem isso! Que irado.
Eduardo apontou para a cobra gigante e Arthur lhes alertou de não olhar diretamente nos olhos da criatura.
- Vamos, temos que ajudar!
Arthur pegou seu arco e retirou da aljava uma flecha explosiva, lançando na criatura para chamar atenção, ele conseguiu, porém agora a cobra o perseguia enquanto ele corria pelos corredores do templo junto a Jennifer.
- Seu idiota! Eu tinha tudo sob controle.
- Aham, e eu sou o Jô Soares.
- Quem é Jô Soares?
- Ah, esquece!
Corremos por uma ponte de cimento que logo começa a se despedaçar quando a cobra nos acompanha, Arthur e Jennifer saltaram pro outro lado e deixaram o Basilisco cair, assim ganhando tempo.
- Ufa, achei que ela não ia parar nunca...
- Ainda não acabou, cadê seus amigos imbecis?
- Eu sei la, vamos procurar.
Os dois correram novamente pelos corredores do templo e acharam Eduardo e Sávio sendo praticamente 'soterrados' por pequenas serpentes.
- Caralho! O que vamos fazer?
Arthur adentrou a sala e tentou conjurar alguma magia, porém sem sucesso, a luz do sol no local era praticamente zero.
- Tenta falar com elas, o Basilisco ja deve ter saído do buraco, vai logo!
- Falar com elas? Tá zuando né?
- Você é filho de Apolo, todos os filhos de Apolo são ofidioglotas, não são?
- É melhor que sejam.
Arthur fecha os olhos e se concentra, tentando fazê-las parar o ataque, ele acaba balbusiando algumas palavras na língua das serpentes e elas rapidamente vem em sua direção.
- Funcionou, o que fazemos agora?
- Corre!
Jennifer empurrou Arthur e adentrou a sala, o Basilisco ja havia saido do buraco e estava vindo em suas direções.
- Será que eu consigo controlar esse Basilisco?
Questionou Arthur a si mesmo enquanto ajudava Sávio e Eduardo a se levantarem.
- Não custa nada tentar.
Ele suspirou e foi de encontro a criatura, ordenando que a mesma parasse o ataque, no primeiro momento a cobra obedeceu, aproximando a cabeça abaixada para o rapaz. (o que a deixava bem menos imponente). Ele sorriu e ergueu seu braço esquerdo, aproximando-o do topo da cabeça da cobra.
- Cuidado!
Tarde demais, antes que Jennifer pudesse avisá-lo a cobra deu um bote certeiro no braço do rapaz, injetando seu veneno mortifero no mesmo.
- Vamos, ataquem imbecis!
A caçadora correu e puxou Arthur para longe da cobra, Eduardo despertou uma nova magia ao ver o amigo sofrer de dor pelo ferimento, os musculos do jovem se contrairam e suas veias saltaram para fora, ele havia recebido o vigor de Hefesto, ele e Sávio começaram um ataque combinado, com o encapuzado golpeando e fatiando o rabo do Basilisco enquanto Eduardo a prendia num mata leão.
- Continuem assim.
A caçadora pegou sua balestra nas costas e atirou na cabeça da cobra uma flecha com ponta em forma de lua crescente, a flecha continha uma luz prateada e acabou explodindo completamente a cobra, Jennifer parecia exausta, enquanto o clarão se acendia no local, Sávio e Eduardo pegaram os dois e os levaram para fora do lugar, onde Arthur começou a reagir, sendo curado pela luz do sol.
- Vai Arthur, precisa pedir forças ao seu pai.
Falou Sávio ao ver que o veneno ainda agia no corpo do amigo.
- N-Não... Eu não vou me rebaixar a isso de novo.
- Então precisamos chegar rápido na feira.
Eduardo colocou Arthur no banco de trás do carro e esperou até que Sávio e Jennifer entrassem também. A caçadora insistiu em os acompanhar, se dizendo culpada pelo ocorrido.
Continua!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.