História O filho do meu padrasto - Parte 2 - Capitulo 59

Lauren on

Na manhã seguinte após Zayn ter me beijado, eu fui surpreendida logo cedo com café da manhã na cama.

-Você dormiu aqui? -perguntei surpresa depois de me sentar e ele colocar a bandeja ao meu lado.

- Na verdade cheguei a pouco. Meu pai disse que não tinha problema em eu bagunçar a cozinha, até me deu uma força.  

-Você cozinhou?

Ele estava mesmo se empenhando.

- Sim, não tinha muita coisa na geladeira, acho que é porque meu pai está responsável por esta parte, ele acabou de sair, disse que ia ao mercado.

- É impressão minha ou vocês estão se entendendo?

Coloquei a bandeira no colo e comecei a comer ovos mexidos com bacon, não estava com muito apetite, mas não queria parecer chata.

- Nem tanto. Mas pela primeira vez na vida estou tentando.

Ele se sentou e eu o olhei.

- Serio? Por que?

- Não sei. Acho que sem querer acabei entendendo algumas coisas.

Assenti com a cabeça, orgulhosa dele.

As pessoas erram, muitas vezes sem ter a consciência de que estão errando. O perdão era um tipo de maturidade que Zayn precisava alcançar, principalmente porque se tratava de seu pai.

- Yaser é uma boa pessoa. – eu disse.

Zayn sacudiu a cabeça de leve e mudou de assunto.

-Como está se sentindo hoje?

 Fisicamente eu me sentia bem, mas psicologicamente confusa. Por um lado, gostava de Zayn estar ali, por outro lado queria mesmo que ele me desse um pouco de espaço. Não conseguia me conectar, me sentia estranha. Por mais que tentasse não pensar em tudo que aconteceu, a minha mente ia contra mim e acabava ficando chateada.

- Bem. – respondi evitando seu olhar. – Não precisava ter vindo.

Ele aparentemente ficou aborrecido pelo que eu disse. E não sei se a minha intensão era exatamente esta, o fato é que ainda estava remoendo as coisas horríveis que ele me disse.

- Só estava preocupado com você.

- Tudo bem, mas não precisa, como pode ver eu estou ótima.

- Até quando vai me tratar assim?

- Assim como? Estou normal.

Ele deu uma risadinha amarga. – Não está, não.

Eu fiquei em silencio, era difícil explicar o que eu estava sentindo quando eu mesma não entendia.

- Certo, não precisa falar nada. Eu disse que te daria o tempo necessário. Marquei meu voo para hoje à noite.

Meu estomago gelou. Acho que a parte que queria ele por perto finalmente reagiu.

- Tudo bem. Você tem que continuar sua vida. – fingi está bem com isto.

- Eu não tenho dado muita atenção para o trabalho. – ele começou. – Tenho deixado tudo para o Liam e ele está um tanto sobrecarregado. Liam está no Canadá agora com a Banda e eu estou aqui... Bom, vamos nos encontrar em Nova York, os garotos vão entrar em estúdio para gravar um novo álbum, eu preciso estar presente nesta fase, mas vou resolver tudo, então me dê um pouco de tempo.

Eu só absorvi a parte que ele disse que iria para Nova York. Onde a mulher que ele estava saindo provavelmente o estava esperando.

- Não se preocupe, já tem um tempo que estou me virando sozinha, posso continuar fazendo isso.

- Não é isso que eu estou dizendo, Lauren. Eu tenho que resolver os problemas com o trabalho para ficar livre para resolver os nossos problemas. Não queria ter que deixar você aqui, mas você é teimosa e se recusa a ir comigo.  

- Não tem porque eu ir com você, nem estamos mais juntos.

Ele fez uma careta. – O que está dizendo?

- Estou dizendo que você pode fazer o que quiser da sua vida, não precisa se prender a mim porque estou gravida, isso é normal, não precisamos ficar juntos porque vou ter filhos seus. –  eu realmente não queria que ele ficasse preso a mim por causa da gravidez.

Há uma semana ele nem lembrava que eu existia e então foi só saber da gravidez e já estava falando em nós, eu estava ficando paranoica.

- Não estou preso a você por causa da gravidez, caralho, dá para parar de dizer isso? – me encarando um pouco irritado ele disse. – Estou preso a você porque te amo, enfia isso na sua cabeça de uma vez por todas. Eu fiquei um pouco confuso quando soube da gravidez, porra, normal, não é? Não sou perfeito. Mas já estou me acostumando com a ideia. E estou acostumando com a ideia porque quero ficar com você e não ao contrário.

Fiquei em silencio, um pouco impactada com a intensidade dele.

Zayn soltou o ar e continuou. – Vamos ter um pouco de maturidade aqui, certo? Sei que você está sensível, sei que eu disse um monte de merda, e eu já pedi desculpas mais de uma vez. Sei que não é o suficiente pra você, e entendo isso, mesmo. Estou disposto a fazer de tudo para que esqueça cada palavra e cada atitude minha que te machucou. A gente se ama, não é? Vamos achar um jeito de consertar as coisas. Mas eu preciso que pare de lutar contra.

De certa forma era bom ouvir tudo aquilo, talvez eu estivesse carente demais, talvez eu só estivesse implorando por atenção. Não conseguia acreditar que Zayn de repente tinha mudado e que iria ser um conto de fadas dali para frente, mas eu tinha que admitir que pelo menos ele estava tentando.

- Não estou lutando contra.

- Não é o que parece.

- Eu só estou um pouco confusa, com muita coisa na cabeça e tal. – admiti. – Eu aprecio o seu esforço. Eu quero mesmo, de verdade que a gente encontre um caminho de volta, mas estou farta de promessas, farta de expectativas frustradas. Vamos deixar acontecer, ok?  Você vai resolver os problemas no seu trabalho, enquanto isso eu resolvo meus problemas por aqui.

- Que garantia eu tenho que quando eu sair daqui você não vai mudar o seu número ou me ignorar?

- Minha palavra. Eu sei que eu já fiz isso antes, mas está na hora de amadurecer certas atitudes.

Ele assentiu com a cabeça, me olhou e disse. – Estamos juntos nessa. Os seus problemas são os meus problemas. Vai dar tudo certo.

O jeito que ele estava olhando para mim, me trazia uma vontade insana de beija-lo. Me lembrei do beijo na noite passada e meu corpo inteiro começou a reagir, mas me contive. Eu já nem sabia mais o que era fazer sexo, meu corpo estava sensível demais ao toque, e eu tinha que me lembrar que eu havia acabado de sair de um hospital e que o médico me indicou repouso absoluto.

Zayn continuava olhando pra mim, me deixando toda desconcertada, ele tinha cortado o cabelo e aparado a barba, estava tão lindo que ficava difícil tirar o foco dele. Tomei um pouco do suco de laranja e perguntei no intuito de que ele parasse. – O que está olhando?

Ele respirou fundo e disse pensativo. – Sentia falta disso, digo, de olhar para você. Queria tanto poder te beijar.

Isso me fez pensar na conexão que tínhamos. Parecia que tinha um imã invisível e gigante nos atraindo um para o outro.  

Sem pensar muito eu coloquei a bandeja de lado, tirei o edredom que cobria minhas pernas e rastejei até ele. Só de camiseta e calcinha montei em seu colo, sentindo toda minha sensualidade aflorada. Eu precisava tanto fazer amor com Zayn, cada parte do meu corpo implorava por isso, mas eu teria que me contentar com apenas uma parte do contato. Meus dedos deslizaram lentamente pelo rosto em direção as orelhas, nossos olhos em um magnetismo surpreendente não se desgrudavam e eu sentia ele crescer embaixo de mim.

- Somente um beijo. – sussurrei, lembrando mais a mim do que a ele.

Nossos lábios se tocaram lentamente e eu recebi uma descarga elétrica em meu corpo. O nosso beijo era tão bom que eu poderia ficar fazendo aquilo por horas se a mente não nos obrigasse a parti para a próxima fase que era ainda melhor. Então o beijo tinha um prazo para acabar e nada mais a fazer do que aproveitar. Eu já tinha beijado tantos caras na vida, mas ninguém beijava como o Zayn. Ele tinha uma sensualidade nata, me pegava firme, tocava exatamente onde eu queria ser tocada. O beijo continuou delicado, acho que era uma forma de demonstrar os nossos sentimentos acima da necessidade sexual. Eu adorava ver como sua respiração se alterava com meu toque, como eu o deixava ouriçado e com desejo. Ah, já fazia tanto tempo, eu não conseguia me afastar. Zayn beijou meu pescoço, suas mãos me agarraram por debaixo da camiseta e eu só pude delirar enquanto rebolava em seu colo.

Será que teria algum problema se ele me fizesse gozar? O médico não disse nada sobre isto. Isso quer dizer que se ele não disse talvez eu possa tentar.

Pensamentos como estes invadiram minha mente enquanto imaginava a boca dele em mim.

Então toda a magnetismo foi interrompido quando bateram na porta. Zayn e eu nos afastamos vermelhos, ofegantes e confusos. Parecíamos recém acordados de um transe. Eu arrumando meus cabelos e Zayn tentando esconder a ereção.

Ok, faz parte.

Era a Molly. Zayn saiu logo depois de cumprimenta-la. Se ela percebeu como estávamos desconcertados não comentou nada. Eu estava meio que agradecida por ela ter nos parado, mesmo que sem saber.

Molly disse que não iria se demorar pois deixou o Josh com sua mãe e teria que voltar logo para a próxima mamada.  Molly era minha terapeuta gratuita, eu conseguia me entender um pouco melhor enquanto despejava meus problemas sobre ela. Depois de umas duas horas a sessão acabou, ela teria que voltar para o seu bebê. E eu teria que me despedir do Zayn que estaria mais uma vez partindo para longe de mim.

Tomei um banho assim que a Molly se foi, vesti uma roupa confortável, desci na cozinha pra comer alguma coisa e fui no quarto ver a minha mãe. Ela estava na cama assistindo TV. Eu sentia orgulho de vê-la se recuperar tão rápido. Sua fala já estava quase como antes, já estava andando, não tinha voltado para suas rotinas, mas isto era só uma questão de tempo.  Era uma mulher forte e eu tinha herdado isso dela.

Deitei ao seu lado e a abracei. Eu havia contado para ela sobre a gravidez no dia anterior, pois ela tinha ficado muito preocupada quando soube que tinha ido para o hospital, e Yaser gentilmente achou melhor que eu contasse.  Sua reação não podia ter sido melhor, ela ficou tão feliz e emocionada quanto o Yaser. Eu não podia ter uma família melhor e estava muito grata por isto.

Ficamos deitadas, assistimos um pouco de TV e conversando.

Voltei para o meu quarto e não demorou até que Zayn batesse na porta.

- Fui no hotel pegar minha mala, passei para me despedi, já estou indo para o aeroporto. – ele anunciou.

Mesmo que eu achasse que precisava de um tempo, só conseguia sentir um aperto no peito.

  Sentada na cama encarando ele em pé perto do porta, eu disse baixinho. - Tá bom.

- Vou te ligar. – ele disse e eu assenti. – Todos os dias. Vai atender?

- Vou.

Ainda estávamos em um clima estranho, mas o que me confortava era que aparentemente Zayn estava tão arrasado quanto eu.

Ele veio até mim me puxou pela mão e me fez levantar. Segurou meu queixo, me beijou suavemente, me olhou nos olhos e disse  – Eu te amo. Não se esqueça. – acariciou minha barriga de leve, selou meus lábios mais algumas vezes e saiu sem dizer uma palavra quando nossos olhos se encheram de lagrimas.  

Continuo??