História O Filho do Tempo - O Primeiro Ato - O Aviso da Deusa Inconveniente!

Depois de minhas desventuras com uma certa loira, nos dirigimos para a Starbucks para uma reunião entre o nosso “grupo de busca aos fugitivos”.

Reyna, Rodrick e Bianca estavam sentados confortavelmente num sofá,que foi recentemente adquirido, enquanto tomavam uma deliciosa caneca de chocolate quente, só de imaginar isso com 70% de desconto... Melhor deixar pra comemorar depois de ganhar o prêmio. Assim que chegamos, rapidamente me joguei no sofá entre Reyna e Bianca, vi Rodrick me olhar para mim por meio segundo, mas logo depois voltou a sua expressão normal. Lilian sentou ao lado de Reyna e ficou tomando o chocolate quente da mesma com os olhos, uma garçonete se dirigiu a nós e perguntou:

- Vai querer algo querido? – Ela disse diretamente pra mim, ignorando totalmente Lilian que estava com a boca entreaberta.

- Um cappuccino e um pretzel, por favor. – Eu disse sem me dar conta de quem era. Alguns minutos depois ela voltou com nossos pedidos, Lilian pediu um café com chantilly e uma cereja.

- Gostaria de mais alguma coisa? – Perguntou a garçonete me comendo com os olhos, foi aí que percebi quem era, dei uma olhadela em Reyna que mantinha o olhar fixo para frente e uma cara irritada. Então ela disse:

- Eu também gostaria que você fosse tomar no c-... – Fui forçado a tapar a boca dela com um pedaço do meu pretzel para que não fosse amaldiçoada. Dei um suspiro e simplesmente disse:

- Não, não queremos mais nada. Por favor, se retire e de preferência, não volte. – Eu disse com o sorrido mais amarelo que consegui fazer.

- Com um sorriso desses, eu até consideraria o seu pedido, mas é impossível para mim me afastar do meu Zacky. – Disse Afrodite orgulhosa. Passei o braço pelos ombros de Reyna e disse.

- Não é um pedido, se retire, por gentileza. – Eu disse sorrindo novamente. – Por um segundo, não, um milissegundo, reparei numa veia pulsando na testa da deusa do amor, como aquelas cenas de desenhos quando alguém está irritado. E em outro milissegundo, Afrodite estava sentada ao meu lado com meu braço ao redor dos ombros dela, e Reyna estava em pé segurando uma bandeja vazia.

A expressão no rosto de Reyna foi indescritível, ela simplesmente olhou para mim como se dissesse “conversaremos muito sobre isso depois”. Tirei rapidamente o braço dos ombros de Afrodite que estava agarrada ao meu corpo como se fosse cola. “Eu ainda mato essa deusa”, foi o que pensei naquele momento. Reyna se dirigiu a saída antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa, de alguma forma Afrodite me mantinha preso no sofá, de modo com que eu não pudesse ir atrás de Reyna. Eu já ia gritar para Afrodite me soltar, mas algo me impediu, não sei se foi a expressão da deusa, que não estava sorridente como sempre e sim... Preocupada? Ou talvez tenha sido algo que vi nos olhos multicoloridos dela, eram lágrimas? Eu não sabia dizer, tinham muitas cores rodando nos olhos dela ao mesmo tempo para que eu pudesse descrever alguma coisa.

Alguns segundos de um torturante silêncio depois, Nico chegou acompanhado de Ethan, e assim a reunião se iniciou. Ninguém perguntou a razão da deusa estar conosco, ou onde estava Reyna, o foco era saber como Ethan saiu do Mundo Inferior, a força ou por conta própria. Ethan nos explicou que foi puxado por monstros, desde o Elísio, aos Portões da Morte, conseguiu fugir dos monstros, mas a tentação de voltar à vida foi grande demais para ele, disse também que outras duas pessoas o seguiram, uma garota usando armadura romana e um homem com uma expressão irritada e uma pistola na mão.

Após a reunião, todos voltaram para a Cidade Odisseu, menos eu e uma certa deusa. Após me certificar de que estávamos sozinhos comecei a questionar a mesma:

- Certo, o que diabos foi aquele show que você deu lá dentro? – Perguntei irritado. Dessa vez Afrodite não teve que ir para sua forma romana para parecer séria.

- Zack Hunt, você e seu grupo de busca devem manter a guarda alta, creio que mencionei que o seu próximo alvo é um pouco mais imprevisível, certo? – Concordei com a cabeça. – Pois ele acabou recebendo... Uma ajuda externa.

- Que tipo de ajuda externa? – Eu perguntei me tornando mais sério, não fazia a menor ideia do porque dessa deusa estar me dando um aviso.

- Do tipo de ajuda divina. – Completou a deusa confirmando minhas suspeitas.

- E por que você está me avisando sobre isso? – Eu perguntei receoso. Afrodite permaneceu calada por alguns segundos, como se estivesse ponderando a ideia de me contar ou não.

- Pois é alguém que já lhe fez muito mal.