História O forte cavaleiro e seu belo príncipe - Capitulo 15

Algumas semanas depois. 

Camus estava preparando os cavalos e a carruagem para a viagem do príncipe Ikki com sua noiva Pandora. 

-Irmão você ficará responsável pelo palácio e pela segurança do príncipe Shun.

-Pode deixar comigo. 

-Ah Hyoga. Eu não sei se é uma boa hora para lhe contar, mas... eu vi a Eiri esses dias. 

-É mesmo? Faz tempo que não a vejo. A última vez que a vi na festa ela foi amigável e compreensiva.Disse que aceitou o fim do nosso rompimento e desejou felicidades. 

-Ela disse isso?

-Sim. Eu acho que ela quer seguir a vida dela assim como eu a minha.

-Tomara que sim. Se bem que... bem, nao é nada, deixa pra lá.

-O que foi? O que você quer me dizer irmão?

-É que... foi de repente... eu vi a Eiri entregando um pacote fechado para o capataz João. 

-O que seria?

-Eu não sei. Mas acho estranho uma donzela ter esse tipo de amizade. Ou, que veio lhe pedir ou cobrar um favor.

João era o capataz quem arrumou o cavalo do príncipe Shun antes dele sofrer aquele acidente que vitimou sua perna. 

-Acho que eu devo me preocupar com isso?

-Bem, talvez não. Mas é bom ficar de olho. Só acho estranho, nada mais. 

-Tudo bem, deixa comigo.

Era sábado a tarde. Estava um lindo dia. Shun está em seu quarto deitado de barriga pra baixo e com os pés levantados pra cima e fazendo movimentos. Ele balançava a caneta enquanto tentava escrever alguma coisa romântica em seu diário. Bem típico de um adolescente apaixonado de que descobriu que papai noel não existe, mas o amor sim. Mas faltava música pra deixar o clima de adolescente apaixonado mais romantico. Então ele se lembrou da música que tocou ontem e que dançou com seu cavaleiro. Hyoga era o príncipe encantado com aqueles cabelos loiros e olhos azuis. Shun foi pra frente do espelho grande que tinha em seu quarto. Olhou para seu corpo e ficou pensando.

"Sou muito magro".

"Como ele pode gostar de um moleque como eu, mal tenho músculos"

"Tudo bem, Shun você está na fase de crescimento, tenha paciência"

"Eu deveria ter entrado na academia de artes marciais, mas eu preferi focar nos meus estudos"

"Bem, ano que vem eu vou para a universidade e vou ser um doutor das leis"

"Mas... agora que tenho Hyoga como vou fazer?"

"Hummm"

"Será que Hyoga me acha bonito?"

"Pensando bem, eu não sou tão feio pra ele".

"Será que ele gosta dos meus cabelos cumpridos e castanhos?"

"Até que eu tenho uma bundinha fofa né? rsrs"

"Eu amo meus cabelos, será que ele gosta também?"

"E meus olhos? O que será que Hyoga gosta mais em mim?"

"Vou perguntar da próxima vez".

De repente um barulho atrás de si fez Shun pular de susto.

-Shun! O que está fazendo?

-Ai! Ikki você me assustou. Não faça mais isso. 

O mais velho ignorou a fala do outro e se aproximou da cama dele. Shun correu e se deitou em sua cama, ficando naquela posição de antes. Ikki se sentou. 

-Eu vou viajar. Vou para a Inglaterra. A mãe de Pandora não está bem de saúde.

-Eu posso ficar?

-Eu pretendia levá-lo, mas vai ser uma viagem cansativa. Eu volto em poucos dias. 

-Tudo bem. 

Ikki levou a mão até o rosto do mais novo, mas Shun se assustou novamente e se encolheu na cama. 

-D-desculpe é que... 

Ikki se levantou e ordenou. 

-Venha cá. Deixa eu ver você. 

Shun teve receio. 

-Eu estou lhe chamando, Shun. Venha aqui, eu não vou te morder. 

O menor hesitou, mas depois se levantou e foi até o irmão, mas Shun só olhava para baixo, mal conseguia encarar o mais velho. 

-Vou trazer roupas novas para você. Não aguento te ver nesses trajes rústicos que só os camponeses usam. 

-Eu não preciso de roupas novas, eu apenas uso aqui dentro do meu quarto, o que tem demais, irmão?

-Hunf! Tudo bem, mas nada de sair assim para fora do palácio, nem mesmo do seu quarto. 

-Tudo bem. 

Ikki tentou acariciar o rosto de Shun, mas este deu um passo para trás. Ele sentia medo do irmão. Ikki não gostou daquilo, mas resolveu não falar do assunto.

-Você está diferente. Está mais corado. Andou pegando sol? Sua pele é branquinha, vai pegar manchas. 

Shun não disse nada. Só olhava pra baixo, igual a um serviçal. Ikki continuou encarando Shun que olhava para baixo. 

-Ok. Então eu estou indo. Hyoga ficará no palácio, ele ficará no comando sob as minhas ordens. Trate de obedecê-lo e sem arrumar confusão. 

Disse Ikki e apenas saiu. Em poucos minutos a carruagem partiu. O general Camus fez a escolta do príncipe Ikki e da princesa Pandora, junto com seus soldados. No Palácio, Hyoga e outros soldados ficaram responsáveis pela segurança do príncipe Shun.

Shun correu para sua cama e voltou sua atenção para seu diário. Ele mordeu os lábios e fechou os olhos só de pensar o que faria com seu príncipe encantado a sós, no castelo. Sim, tirando os empregados, serviçais e soldados, que dava para despistar, eles estavam sozinhos sem ninguém para interromper. June e Seiya já sabiam que Shun e Hyoga estavam juntos. Mas o príncipe precisava convocar os dois primos novamente para passar o final de semana com ele e seu príncipe Hyoga. Ele fazia questão de apresentar o capitão Hyoga como seu cavaleiro e seu príncipe. De repente ele ouve um barulho vindo do lado de fora da janela do seu quarto. Shun foi verificar, parecia o som de um pássaro. De repente ele foi agarrado e prensado contra a parede.

-Oga! Como você entrou aqui?

-Oi pra você também, meu príncipe. 

Hyoga começou a beijá-lo e Shun pulou em cima dele, o envolvendo pelo pescoço e obrigando o cavaleiro a segurar suas pernas uma de cada lado enquanto se beiijavam freneticamente. 

-Me leva para meu quarto. 

-Shun, eu... 

Hyoga obedeceu, estava possuído de desejo. Ele deitou Shun na cama, mas logo separou os beijos. 

-Meu amor, vamos com calma. 

-Eu sei. Só queria ter assim, bem apertado como um ursinho de pelúcia gigante. 

O loiro sorriu. Seu mais novo namorado.Ele ainda era um neném.

-Eu vou te trazer um ursinho bem gigante da cidade. 

-Depois que você me pediu em namoro você me prometeu e... como assim? Cidade?

Hyoga se afastou e se levantou. Shun se sentou no meio da cama e olhou para o namorado. 

-Eu preciso ir até a cidade, meu amor. É coisa rápida. 

-Mas Hyoga... você não pode me deixar sozinho aqui. 

-Não se preocupe, Shiryu será responsável na minha ausência. 

-Então me leva com você... _o príncipe engatinhou até a cama e ficou de joelhos com os braços estendidos pedindo um abraço.

-Meu amor, meu anjo, a viagem será cansativa, eu vou à cavalo, vou e volto o mais rápido que pensar. 

Hyoga o abraçou de volta e se despediram num beijo longo, bem demorado. 

-Eu e te amo. _disse Shun quase que chorando pela despedida. 

O loiro não permitiu isso e o beijou de novo. 

-Não fique triste, assim você me deixa preocupado. Vem, eu preciso descer por onde eu subi já que não dá pra entrar pela porta sempre rsrs.

-Não quero mais esconder de ninguém que estamos juntos.Digo, meu irmão tem o direito de saber e todo mundo. 

-Já conversamos sobre isso, meu amor, não é tão simples assim. Olha, quando eu voltar a gente conversa mais sobre isso, tudo bem?

-Hyoga, espera!

-O que foi?

-Me diz uma coisa. Você me acha bonito?

-Bonito, você? A beleza tem inveja de você, meu amor. Bonito é para os fracos. Shun, é para os fortes. 

Hyoga quis dizer que a beleza de Shun é para os fortes. O sorriso de Shun era tão grande. 

-Vai com Deus. E volte com ele em paz. 

-E você, nada de sair do palácio sozinho. Sonhe comigo esta noite que eu verei te visitar. 

Se despediram e Hyoga partiu também. Agora Shun ficou com o coração partido por estar mais sozinho do palácio. Quando a noite chega o inesperado. Um bilhete com o nome do seu amado príncipe, Hyoga: "estou esperando por você no campo meu amor, venha com uma lanterna e seu coração aberto para juntos termos uma noite estrelada sob o luar, te amo meu príncipe". O coração de Shun só falou sair pela boca. Ele se preparou a noite toda para encontrar com seu amado. Então era isso que Hyoga estava preparando, uma surpresa, com uma desculpa de viagem para a capital. 

Shun estava usando uma roupa elegante. Perfumado e com os cabelos soltos, ele parecia um modelo de vitrine. Hyoga ficaria encantado com o poder de encantamento que Shun tinha. Levando apenas a lanterna, ele saiu do palácio de noite, às escondidas. Caminhou para fora do palácio. O bilhete dizia para encontrar-se no campo, perto dos rochedos, onde era bem arborizado. Mas estava ficando muito escuro e Shun sentiu um calafrio na espinha. Precisava encontrar uma luz além da sua que indicasse que seu amado estava ali, lhe esperando. A luz acendeu e piscou várias vezes. Shun sorriu de alívio e se aproximou da luz. 

-Aqui estou, meu cavaleiro. 

Disse Shun com o sorriso apaixonante, mesmo sem ouvir nenhuma resposta. 

-Hyoga, diz alguma coisa. 

Nenhuma resposta. 

-Você quer brincar comigo, é?

-Quero. 

De repente a voz não era a de seu cavaleiro. 

-Hyoga...?

O homem com mais de 2 metros de altura usou a sua lanterna para jogar a luz em seu rosto e Shun viu o rosto do homem estranho e o medo que ele sentia se resumiu em apenas um olhar completamente desesperado.