1. Spirit Fanfics >
  2. O Furacão de Fogo e O Lobo Lendário (Hiatos) >
  3. Uma noite. Dois pares.

História O Furacão de Fogo e O Lobo Lendário (Hiatos) - Uma noite. Dois pares.


Escrita por: loveisakarma

Notas do Autor


Aviso inicial: Abelhinhas, a fanfic terá referências mais ocidentais por motivos de: tenho mais contato com isso.
Boa leitura! ❤️

Capítulo 4 - Uma noite. Dois pares.


Fanfic / Fanfiction O Furacão de Fogo e O Lobo Lendário (Hiatos) - Uma noite. Dois pares.

Fubuki piscou os olhos repentinamente e assentiu. Que mal há em uma simples conversa, não é mesmo?

–Bom, eu gostaria de começar com um pedido de desculpas pelo jeito com que Goenji tratou você. –O de óculos explicou– Acredito que você vai ser útil para nosso time em toda essa jornada.

Shirou não entendia muito bem onde o outro queria chegar com conversa, apenas concordava com a cabeça.

–O que quero dizer é que... Quero que se sinta confortável aqui, com seus colegas de equipe e com o seu futebol. Eu já passei por coisas desagradáveis dentro desse meio e daqui pra frente eu não quero que isso aconteça com mais ninguém que entrar no time. Sinta-se parte de nós e qualquer coisa que precisar, estarei aqui pra ajudar.

–Obrigado, Yuto Kidou. –Respondeu, com um sorriso adorável. –Se um dia quiser compartilhar comigo suas experiências, negativas ou positivas, estarei sempre ouvidos. Você é um jogador muito bom e seria extremamente interessante termos essa conversa.

–Ah, com certeza, não é querendo me superestimar, mas sou um dos que você mais vai ouvir a voz nesse time inteiro.–Ambos riram.

De longe, Goenji apenas observava.

--

No outro dia, o time decidiu que ficaria mais um dia no colégio Hakuren. A neve das estradas ainda estava muito perigosa e, felizmente, eles já estavam utilizando novos meios de treinar.

O snowboard, por exemplo, estava ajudando muito no equilíbrio, velocidade e percepção dos jogadores e no humor também. Principalmente no humor de Goenji, que tentou esfriar mais ainda a cabeça, mesmo com a cena de Kidou e Fubuki super próximos.

Aquilo o deixava com uma pulga atrás da orelha. Por que os dois estavam tão próximos? Rindo? O que era aquilo que ele estava sentindo? Era estranho. Muito estranho.

–GOENJI! VEM JOGAR! –Kabeyama chama o amigo, que estava parado em frente a porta principal do colégio que dava acesso ao campo, onde estavam todos se aquecendo para um próximo jogo.

–Tô indo! –Acenou.

O treino de hoje foi mais intenso. Os jogadores estavam mais velozes ainda, a sincronia com o novato também estava começando a se encaixar... Até o momento que Fubuki ficou no ataque. Ele se esguiava dos amigos do próprio time, fazia as jogadas sozinho, não passava a bola pra ninguém. Era uma bagunça.

Shuya achava incrível como o outro mudava de personalidade tão rápido e como era muito evidente. Isso chamava a atenção de todos, mas ele em específico era bem questionador. Se perguntava "Como?", "Quando?", "Onde?", "Por quê?", "Com quem?" e mais 1 milhão de coisas que passavam por sua mente em um curto período de tempo. Aquilo era como um tormento algumas vezes pois os questionamentos não deixavam-no em paz.

E as perguntas só aumentavam com o tempo de treino e o contato com o novato.

O treino foi finalizado ao sol se pôr e todos se dirigiram para seus devidos dormitórios para tomar banho e esperar até a janta. Menos Fubuki.

Ele ficou no campo treinando o ataque até a noite cair, mas não estava dando certo. Ele sabia que precisava do outro, mas às vezes era complicado de aceitar ou lidar com isso.

Se sentia fraco. Inútil. Dispensável. Se não tivesse com o outro dentro de si, com certeza não teria marcado gols ou pelo menos chamado atenção dos lendários Super Onze.

Então, ele chutava a bola. Toda vez que se sentia mal, que se sentia insuficiente, ele descontava naquela esfera cheia de ar e feita de couro. 

Enquanto isso, ali perto caminhava Goenji. Estava frio, mas como sempre, estava imerso em suas perguntas sem respostas e suas respostas que se tornavam perguntas a medida que pensava sobre elas, o que era suficiente para esquentar sua mente e seu corpo.

Ouviu um barulho. Parou.

Um choro? Não, um murmúrio.

Um soluço.

O choro vinha do campo de futebol. Ao aproximar-se devagar e lentamente e deparou-se com uma cena um tanto triste.

Shirou Fubuki estava ajoelhado no chão, com uma bola de futebol suja entre as pernas e chorando baixinho. Ele não estava em completa dor, mas escorriam algumas lágrimas que eram perceptíveis a luz da lua. Ele ofegava e alguns soluços soltava de vez em quando. Um menino tão lindo, tão gentil e amoroso em sofrimento, era de quebrar qualquer coração de gelo que existe pelo mundo.

Fubuki percebeu alguém atrás de si e limpou as lágrimas antes de se virar. Respirou, tentou conter os soluços, respirou de novo. Não queria atrair atenção, perguntas ou pessoas curiosas para si, não gostava de modo algum de atrair as pessoas para perto e muito menos de compartilhar o que se passava em sua cabeça.

Tomou coragem e virou. Viu Goenji parado encarando-o com uma expressão confusa, curiosa e um tanto preocupada. A primeira reação que pensou foi sair correndo. Não queria trazer problemas ao time, preocupações e o que quer que seja. Precisava manter a compostura e ver um jogador importante o encarando com certa inquietude no olhar, era desconfortável.

Assim, correu para dentro como se a vida dependesse disso. Enquanto isso, o outro garoto permaneceu estático com a cabeça fervilhando de perguntas e apenas conseguiu acompanhar com os olhos o pequeno atacante correndo para dentro.

Fubuki foi direto para o banho. Estava envergonhado e se sentia exposto, não queria conversar com nada nem ninguém sobre o que havia ocorrido. Não gostava de falar sobre ele, sobre o que aconteceu e deixou cicatrizes.

Na janta, foi uma porcaria ter que descer ao refeitório e olhar para Goenji. Sem contar que hoje sentaria na mesma mesa que eles, afinal, era parte da equipe (e porque Kidou foi até seu quarto insistir que ele se sentasse com o resto dos jogadores).

Foi melhor do que esperava. O resto do time foi muito receptivo, principalmente Kazemaru. Era um garoto engraçado e simpático, assim como Endo, inclusive os dois aparentavam estar bem próximos. Eles conversavam, brincavam e até mesmo trocavam bastante afeto físico.

–Tem como largar o namoradinho aí e ir me ajudar a levar o restos de comida das bandejas até o lixo, seu tapado? –Domon brincou com Kazemaru, que apenas riu, estando corado por baixo dos cabelos.

–Apenas se Vossa Senhoria se der a honra de voltar ao seu lugar.

–Meu lugar? –Domon perguntou confuso.

–Sim, o latão de lixo precisa ficar parado pra gente jogar o lixo, né? –Ele respondeu e em troca todos riram, inclusive o próprio Domon, que tacou uma semente de Damasco no amigo. Erroneamente, a semente foi parar em Fubuki.

–Ei! O lixo aqui é você! –Shirou brincou com Domon. O outro, mostrando a língua, tacou mais uma semente e assim começou uma guerrinha de sementes entre os garotos da mesa.

Fubuki rindo gostosamente, se sentiu acolhido dentro do grupo de amigos. Ele ficou extremamente feliz de saber que poderia formar uma amizade sendo Shirou Fubuki e não Atsuya.

--

Fubuki não conseguia pegar no sono. Estava pensando sobre toda a situação que está passando: o instituto Alien, os jogos, as decisões da treinadora e os jogadores. Sua mente passava por cada um, refletindo sobre eles.

Levantou da cama e olhou para a janela, a lua estava linda e iluminava aquele campo gigante de neve. Lá fora, em cima da caravana relâmpago estava Endo e Kazemaru, conversando e enrolados em um cobertor. Já são 23:00 da noite, o que diabos eles fazem lá fora?

Interrompendo seus pensamentos, algo lhe chamou a atenção: um barulho de passos no corredor. Resolveu espionar e viu um ser de cabelos espetados andando pelo corredor em direção ao refeitório. Curioso como só ele, foi atrás.

Devagarinho e em passos silenciosos, foi seguindo o ser, parou num pilar onde dava pra se esconder, e deu uma espiada no que estava acontecendo. Não acreditou no que viu: O garoto estava revirando o armário da escola.

Era cômico. Todo enroladinho em suas roupas quentinhas, olhando para todos os lados vendo se alguém estava vindo.

Devagarinho e sem fazer barulho, Fubuki acendeu as luzes da cozinha, onde Goenji deu um salto quase batendo a porta do armário e soltando um gritinho agudo.

–Boa noite, Sr. Shuya Goenji. –Falou erguendo uma das sobrancelhas, mas com um tom de brincadeira –Posso ajudar? 

–Merda! Você me assustou. –Corou por ter sido pego em flagrante.– Eu estava procurando só... Um remédio.

-Remédio sei. –A barriga de Goenji roncou e Shirou riu– Acho que alguém aí dentro discordou disso.

–Tá bom, você venceu. Bateu a fome da madrugada porque eu não conseguia dormir e agora estou aqui procurando qualquer-coisa-comestível para me alimentar. Feliz? –Deu de ombros.

–Não vai ter nada aí. É mais fácil você fazer ovos mexidos pra saciar logo essa solitária que você tem na barriga. –Brincou

Goenji revirou os olhos, mas se deu por vencido. Por alguns minutos, enquanto  ele e Shirou pegavam os ingredientes, os dois se esqueceram do momento constrangedor no campo e da briga na hora do jogo. Estavam apenas ali com a melhor companhia que a noite podia proporcionar. Se bem que, na verdade, era a ÚNICA companhia porque o resto dos jogadores estavam dormindo.

Fubuki sentou-se na ponta bancada que usa-se para cortar os alimentos. Ao seu lado direito, havia uma pia e depois o fogão, onde Goenji estava colocando os ingredientes na panela.

–Então... –O de olhos castanhos arriscou uma conversa, fingindo que não tinha surtado com o outro menino durante o treino. –Há quanto tempo você joga?

–Desde quando descobri que era gente. Eu sempre gostei muito de ver minha mãe jogando com as amigas dela. O que pra maioria das pessoas soava estranho por ela ser mulher e essas coisas. –Comentou nostálgico.– Uma vez então eu comecei a treinar com meu... Amigo e nunca mais parei. E você?

–Eu comecei pequeno também. Fazia uma escolinha de futebol e eu adorava jogar. –Suspirou enquanto mexia os ingredientes na frigideira. –Mas meus colegas de equipe não eram tão legais assim, então eu saí e continuei jogando nas aulas de educação física da escola e em casa. Nunca gostei muito de realmente jogar com muitas pessoas.

–Entendi. –Pairou um silêncio na cozinha, apenas os estalos dos ovos na frigideira eram ouvidos. –Bem legal.

–Olha, eu acho que... –Goenji pestanejou, fazendo uma pausa. Parecia estar pensando no que diria e como diria. –Não deveria ter te tratado daquela maneira. Eu estava tão irritado com tudo isso de Instituto e com essa nova treinadora e suas decisões que acabei deixando me levar por isso...

Não completou a frase, mas também não deixou claro o que queria dizer. Os dois estavam se encarando, Fubuki esperando pelo complemento da linha de raciocínio e Goenji estava em um dilema interno sobre pedir desculpas ou não. Ele sabia que era necessário, mas depois de tantos anos convivendo com seu pai que era frio e rígido, acabou ficando um pouco assim também.

–Goenji, os ovos vão queimar.

–Ah, merda! –Desligou o fogão na hora e deu uma leve mexida com a espátula. Alguns estavam queimados na parte inferior, mas nada que não desse para comer. –Enfim, sobre o que eu estava dizendo... Penso que isso foi bem implicante de minha parte. Se você quiser, podemos começar novamente como dois garotos normais...

–Relaxa, isso fica no passado. É totalmente compreensível o que você esteja passando, não é fácil pra ninguém. –Deu um sorriso meigo. –Mas, enfim...

E, ambos se dirigindo à uma das mesas do refeitório continuaram a conversar e chegaram a conclusão de que iriam começar de novo. Sem brigas, sem intrigas, sem bolada na cara ou agressividade. Com isso, foi fluindo o diálogo, Fubuki tagarelava enquanto Goenji fazia pequenos comentários, observações ou apenas assentia com a cabeça, o que não significa propriamente desinteresse, mas ele sempre preferiu ouvir.

Em contrapartida, o outro falava pelos cotovelos. Não de maneira exaltada, mas ainda falava bastante ainda mais quando se trata do que uniu os dois: Futebol. Ou será que essa união tivesse outro motivo que está guardado lá no fundinho da alma de cada um? Um motivo que talvez seja maior que dribles, chutes, passes, gols, perdas e vitórias?

–Você acha MESMO que eu deixaria de comentar sobre a Seleção Brasileira? Cara, pra mim é uma ofensa deixar de falar deles. –Fubuki dizia com brilho nos olhos, era evidente seu amor pelo futebol.

–Ainda acho que a Orpheus tem uma ofensiva muito melhor. –Goenji respondeu.

Os dois debatiam sobre diversos jogadores e times, incluindo o Torneio de Futebol Fronteira Internacional.

–É meu sonho jogar num campeonato tão grande assim. Imagina só? Nós do atual Inazuma Eleven competindo contra o The Kingdom? Seria demais! – Quanto mais falava, mais ele soava como um anjo. Aos olhos de Goenji, poderia conversar com aquele outro garoto por bastante tempo que o diálogo fluiria suavemente.

A companhia era agradável e, se não fosse pelo sono, eles sentiram que poderiam ficar o resto da noite ali conhecendo o melhor que o outro tinha há oferecer naquele instante: Uma boa e pacífica conversa.

--

Endo adormeceu. Kazemaru sentia a respiração do outro esquentando seu pescoço, a perna dele jogada por cima da sua, o braço rodeando sua cintura e pequenos murmúrios de um sono profundo sendo ouvidos.

Mordia os lábios violentamente, não conseguia pregar os olhos. Ele se preocupava com o futuro de time, com o futuro de futebol, com o futuro de Endo, com o seu próprio futuro, com o futuro deles juntos.

O que poderia acontecer se eles fossem descobertos? Acabaria em algum tipo de escândalo, certeza! Mas e se... Mas nada! Sabe o quão errado isso é? Será que vale mesmo a pena correr esse risco? Eles estavam numa situação complicada, expostos em cima da caravana relâmpago. Se alguém acordasse e por alguma ventura resolvesse dar uma olhadinha pra janela... Pronto! Estavam empanados, dobrados e fritos!

Os pensamentos foram interrompidos por um ronco do goleiro que estava em seus braços. Segurando o riso, Kazemaru apenas expulsou suas paranóias. Ele estava com o garoto que sempre quis estar, deitado, quentinho, embaixo de um mar de estrelas, uma bela lua de guardiã e testemunha daquele amor e era como se nada pudesse afetar aquele momento único. Então, em todos os seus devaneios, deu-se início a uma série de sonhos maravilhosos onde se passava ele e o seu menino felizes e assumidos, sem aliens, sem preconceito, sem se preocupar com mais nada.


Notas Finais


Cara, que capítulo INCRÍVEL

Eu gostei muito de escrever sobre os meninos, tanto Goenji e Fubuki quanto Kaze e Endo. Ah, eu tô apaixonada nos meus bebês juntinhos🤤😍

Então, fora Goufubu, quais casais vocês apoiam super em Inazuma Eleven? E fora do anime, vcs gostam de quê?

Até o próximo, beijinhos, abelhudos! 🐝🌻


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...