1. Spirit Fanfics >
  2. O Futuro em Breve >
  3. Encontre se puder

História O Futuro em Breve - Encontre se puder


Escrita por: ClotsQueen

Notas do Autor


Oieee!!

Com o carnaval e minha casa cheia de gente não tive muito tempo para escrever, mas este capítulo já estava pronto, faltava apenas uma revisão e alguns arremates, só que o quarto capítulo vai demorar um pouquinho mais...

Acredito que aqui a história começa a ganhar mais corpo, e também espero que vocês estejam se divertindo com ela!!

Desculpem ainda não ter respondido aos comentários, vou fazer isso o quanto antes, por favor não me abandonem!!

BOA LEITURA!!

Capítulo 3 - Encontre se puder


Fanfic / Fanfiction O Futuro em Breve - Encontre se puder

Stan estava paralisado, risinhos chegavam aos ouvidos dele, parecia que cada pessoa na sala achou uma atividade rapidamente, enquanto o moreno se questionava o que faria assistindo um dos membros do quarto se aproximar da mulher, quando ela sorriu, o cara depositou o nariz entre os seios e sem cerimônia puxou o tecido da roupa dela com os dentes.

Stan não sabia definir o que sentia enquanto o vestido delicado da mulher estava rasgando e deixando o sutiã branco simples à vista, ela gemeu quando o homem abocanhou a tira do sutiã e tentou abrir, ambos caíram de joelhos na superfície macia, e o moreno desviou os olhos azuis sentindo seu rosto em chamas quando os seios dela ficaram totalmente expostos e abertos aos avanços do homem.

Foi então que Stan deparou-se com o cara que sorriu para ele na entrada, o sorriso dele era tão genuíno e familiar que não havia como não sorrir de volta, imediatamente Stan se sentiu próximo àquele sujeito que se aproximava diretamente do moreno.

Assim que o cara chegou muito perto, Stan pôde perceber que ele era mais baixo, e embora parecesse delicado tinha um sorriso lascivo no rosto.

E a sensação de familiaridade com ele era esmagadora.

— Está com ele, não acha?

O cara apontou com o queixo para ao membro em triagem, e a única coisa que Stan focou foi nas sardas espalhadas em todo o lugar do corpo do sujeito vendado, quando ele se virou.

— Vamos dar boas-vindas apropriadas para ele...? — O “amigo” convidou. — Vamos lá, você parece interessado nele, amiguinho.

O sujeito foi em direção ao cara vendado, Stan paralisou quando o gemido da mulher atrás capturou a atenção dele, o homem tinha o rosto perdido entre os seios aparentes.

O moreno desviou o olhar e deparou-se com seu “amigo” tocando o participante em triagem, lambendo abaixo da clavícula, o elemento em triagem levou um segundo para reagir, ele fez um som muito baixo, muito discreto, como se ainda estivesse avaliando o que sentira, o outro cara fez sinal para Stan se juntar, o moreno parou atrás do membro em triagem, e olhando assim, não havia como ter algo escondido nele, quer dizer, era apenas uma maldita peça de roupa e uma touca, além de uma venda nos olhos... mas, como era essa a ideia da disputa, Stan automaticamente sentiu-se instigado a vencer um jogo, ele era sempre tão competitivo...

Teria de imobilizar o cara para vasculhar seu corpo em busca de qualquer coisa diferente no corpo ou no uniforme de jogo...

Pensando assim, Stan usou seu corpo para derrubar o membro em triagem no chão acolchoado.

— Como esperado de você. — O “amigo” sorriu um momento antes de fechar os lábios na orelha do participante em triagem, o cara nem se moveu, parecia um boneco de cera. — Vamos, amiguinho, me ajude aqui... o short dele...

Stan se ajoelhou entre as pernas deste sujeito, as mãos amarradas não deixavam muito para sua mente trabalhar, assim, Stan usou os dentes para puxar o elástico da única peça de roupa, seus lábios e língua tocaram a pele da cintura do sujeito vendado, e o cara realmente gemeu.

— Hey, não é justo! Quero ouvir seus sons também... — O “amigo” de Stan falou com um beicinho, e se levantou, acariciando com os dedos do pé o pênis ainda flácido do homem vendado, então jogou um olhar travesso para o Stan. — Amiguinho, repita o que você fez antes, ele gostou.

Mesmo instigado, Stan estava devidamente nervoso, mas havia uma adrenalina correndo em suas veias que ele desconhecia, seu corpo queimou quando passou os lábios na cintura do sujeito em triagem, ele encarou a pele pálida e experimentou passar a língua, o gosto era bom.

— AHHHH...

O cara gritou e Stan sentiu uma fisgada na virilha, seu pênis latejou quando olhou para o rosto corado do homem vendado, o “amigo” puxou o short para baixo, expondo a cabeça de um pênis rosado que escapava por ali, Stan não tinha certeza se poderia lidar com um pênis adulto e semiereto de outra pessoa quando ele não foi capaz nem de olhar direito para o dele... então focou no rosto do homem, havia algo tão doce e familiar naquele cara vendado... talvez fossem as sardas, talvez fossem as maçãs do rosto, ou os lábios vermelhos...

— UGHHH!!!

O cara gritou e mordeu os lábios em seguida, Stan saiu de sua apreciação para ver que seu “amigo” estava agindo rapidamente.

— O pau dele é muito bom... — O sujeito falou alegre, a boca a milímetros de um pênis corado. — É do tipo que você gosta, amiguinho, circuncidado e...

— UHHHNN...

— ...sensível... vem!

Stan se abaixou encarando a virilha exposta, não tinha certeza se queria um pênis em sua boca, mas estava curioso agora, que tipo de vida adulta ele tinha, indo a um clube privado, jogando jogos estranhos com desconhecidos, tendo uma namorada... noiva, Kenny dissera, e sendo um autor Best Seller, vivendo na fodida Los...?

— Você pode, por favor... me tocar...

O moreno congelou ouvindo a voz clara do sujeito vendado, a voz era estupidamente familiar, sarcástica, arrogante, mandona...

— Toque... maldito... — O cara falou entredentes. — Ughhh...

O “amigo” se postou atrás do sujeito, mordendo o pescoço dele, Stan sentiu a própria ereção contorcer-se, aquela voz definitivamente fez o coração dele acelerar, e sem pensar muito ele desceu os lábios, lambeu e beijou a ponta do membro que gotejava.

— AHHHHH...

— Jesus, isso é bom... — Stan declarou em meio ao gemido do sujeito, mas o cara ficou tenso embaixo dele.

O participante vendado tentou sentar, mas o “amigo” de Stan o empurrou.

— Não vai sair até termos certeza que o tesouro não está com você. — Ele disse e olhou para Stan, os olhos azuis brilhavam maquiavélicos e havia um meio sorriso muito sugestivo pregado no rosto que cada vez mais Stan tinha certeza de conhecer. — Vamos ver atrás...

— Hey, acho que o tesouro está com você... — O outro homem da sala apareceu atrás do “amigo” de Stan, e o empurrou vagamente para o lado oposto.

— Talvez esteja com você? — O “amigo” de Stan rebateu se colocando de pé contra a parede e abandonando totalmente o cara vendado aos cuidados de Stan, o outro homem o pressionou e agora Stan notou bem a diferença de altura, seu “amigo” sendo muito mais baixo, não percebera antes a diferença tão grande, pois mal ficaram de pé nesta sala estranha.

A mulher passou ignorando Stan e o sujeito vendado que se erguia ajoelhando-se, ela caminhou com os cabelos soltos agora, perdera a touca em algum ponto da brincadeira, e vestia apenas uma calcinha branca, ela se juntou ao outro homem, e ambos rodearam e reviravam o “amigo” de Stan, que foi parar no chão, sentado, com um dos participantes na frente, e outro atrás, eles o apertaram e começaram a tentar excluir o short branco que ele vestia.

— Ouch! — Stan sentiu um peso sobre seu peito e o ar foi expulso de seus pulmões.

Aquele que antes era o seu alvo agora estava totalmente sentado sobre ele, Stan começou a pensar que isso era um jogo sobre domínio, um tipo de Twister estranho, onde ao invés de colocar os pés e mãos em lugares marcados, você precisa colocar pés, mãos e boca, no corpo de outra pessoa.

— Deus, você cheira bem.

O cara em triagem sussurrou direto no pescoço de Stan e ele sentiu-se arrepiar e corar por inteiro, sem perceber o cara já estava escorregando a boca em seus ombros e respirando muito rente a sua garganta, o corpo adulto de Stan não tinha a mesma resposta reativa de seu corpo adolescente, e ele sentia-se pesado e lento, também havia essa louca novidade que era o pênis latejando contra o short que ele vestia, a única peça que o separava daquele cara sentado como um Rei diretamente em cima da virilha dele.

Aparentemente nesta vida adulta Stan gostava de homens, pelo menos seu pênis definitivamente gostava, e especialmente gostava deste que estava o deixando meio fora de controle, não era uma exata novidade porque se fosse muito sincero, Stan já se sentira assim com Kyle algumas vezes...

O moreno apertou os olhos com a lembrança do beijo que Kyle lhe dera... na verdade sentira-se “assim” pelo ruivo e foram mais vezes do que ele poderia ter contado...

O coração de Stan acelerou, seu corpo começou a tremer quando o cara vendado escorregava os lábios em seu peito nu, depois voltava para a orelha, e mordia ali, Stan gemeu estremecendo, um risinho irônico saiu dos lábios do participante desconhecido.

— Sim, há algo sobre você. — Ele disse e o moreno sentiu que ele se afastava.

Incapaz de dizer o motivo, mas Stan sentiu-se decepcionado quando o cara vendado se distanciou dele, perder aquele calor rente ao seu corpo o fez ansiar por mais, um tipo de sensação que Stan sentira poucas vezes na vida, geralmente, todas elas relacionadas a mesma pessoa.

 

Com um jogo de corpo que Stan não sabia que poderia fazer, ele trocou de posições e colocou o cara de bruços no chão macio, ele automaticamente encarou o alto das nádegas para observar as covinhas lá, eram tão incrivelmente familiares, Stan desceu a boca para tocá-las, quando algo chamou a atenção dele, havia um adesivo metálico brilhante, branco e prateado, era uma imagem de diamante e Stan não sabia como não notara isso antes, era quase imperceptível camuflado e colado na lateral à esquerda do short branco do cara em triagem, Stan aprofundou as sobrancelhas e se aproximou, deslizando com um ângulo estranho pelas costas do sujeito.

O cara abaixo dele gritou, seu corpo inteiro ficou corado quando o nariz de Stan escorregou em sua coluna e alcançou o adesivo, arrancando aquilo com os dentes.

Um apito ecoou na sala, gemidos de indignação foram ouvidos especialmente pelo “amigo” de Stan que estava com o rosto enfiado entre os seios volumosos da mulher que antes o cercara, o monitor da atividade se aproximou de Stan, e tirou dos dentes dele o adesivo.

— O Tesouro foi encontrado, membro 191085SM ganha 500 pontos!

Stan se ergueu de pé ainda um pouco cambaleante, o pênis dele estava totalmente pesado e visível através do short branco, ele sentiu-se corar por isso, a Monitora levou o cara em triagem, e os outros participantes foram orientados a se encaminharem para os vestiários, antes de qualquer outra atividade.

“Outra” Por deus, não...

Ele não achava que pudesse lidar com mais nada, então seguiu os outros e assim que suas algemas foram abertas ele saiu da sala, por último.

 

 

No vestiário, que Stan descobriu ser a sala que ele se trocou antes, estava o seu “amigo” (com a cabeça coberta de espuma) e o outro cara, ambos em cabines de chuveiro diferentes e conversando animadamente através de um tipo de biombo que os separava.

— Então, você acha que conhece aquele cara? Nem tive tempo de brincar com ele, você e o Marsh monopolizaram tudo!

O “amigo” de Stan riu gostosamente.

— Mas, não sei bem quem ele é, mas tenho uma desconfiança sim... Hey, Stan, se divertiu?

Stan observou o cara enxaguando os cabelos, a água do chuveiro revelou cabelos curtos e loiros, o corte militar deixava as orelhas totalmente expostas e o pescoço parecia mais longo, também só agora Stan notou uma pequena tatuagem que descia pelo pescoço, um girassol que perdia suas folhas ao longo da coluna vertebral dele.

Agora Stan conseguia reconhecer todas as características desta pessoa que ele se sentiu tão confortável e familiarizado momentos antes, com alívio e estúpida felicidade, o moreno deu um passo a frente, o coração acelerado.

— Jesus... Butters... É você mesmo?! — Stan balbuciou, o amigo o encarou debaixo da ducha, o olhar de Stan correu pelo peito dele e todo o corpo disponível através da porta que guardava parte da cintura para baixo. — Você... você está ótimo...

O cara ergueu uma sobrancelha, mas sorriu de qualquer maneira enquanto seus olhos azuis muito claros brilharam, havia uma suave coloração em seu rosto e ouvidos, mas Stan pensou que era devido ao calor da água, o loiro o observou com um sorriso de lado.

— Ugh... quando você me chama de Butters, me sinto como se tivesse oito anos outra vez. — Ele sorriu e desligou a água, pegou uma toalha e secou-se ainda atrás da porta.

Uma risada fez-se ouvir e Stan desnorteado jogou um olhar para o homem no chuveiro ao lado.

— Sempre me esqueço que vocês cresceram juntos, é tão louco, ainda ter os mesmos amigos da infância, você é tão sortudo, Marsh.

Stan sentou no banco que havia ali, sentindo as pernas fracas e lágrimas picarem seus olhos, ele poderia mesmo se considerar um sortudo, mas ainda não tinha todos seus amigos de infância, e isso estava matando-o.

Precisava encontrar Kyle, e achar um jeito de voltar para sua vida de adolescente... quanto tempo mais poderia lidar com clubes privados onde você caça tesouros nos corpos de outras pessoas...?

Se um dia ele quis ser adulto, acabara de se arrepender.

— Hey... — De repente Butters estava ao lado dele, o rosto inclinado para o lado, olhando-o com preocupação. — Que olhar triste... achei que você tinha se divertido... fazia tempo que não o via corar tanto... Não vai tomar banho?

Stan abriu a boca, mas não sabia bem o que responder, ele atirou o olhar para o armário onde tinha guardado seus pertences, pensando ardorosamente naquele celular desconhecido que deveria ter o número de Kyle.

Mas não tinha.

— Pretende ficar mais um pouco? — Butters virou-se abrindo uma porta de armário. — Eu preciso ir, tenho uma reunião por causa do novo projeto... a editora está com um novo selo e o Ken me indicou para eles.

Stan não poderia ter certeza, pois a porta estava na frente, mas Butters parecia estar vestindo-se, o loiro jogou um olhar expectante para Stan, aguardando que ele dissesse algo, porém o moreno desviou o olhar.

— Ah... ah, isso parece legal.

— É, parece. — A voz de Butters não conseguiu disfarçar a decepção frente a falta de entusiasmo de Stan. — Você?

Stan percebeu que era só os dois ali, o outro homem já havia saído e Stan era o único ainda vestido com o short branco e a touca, ele se pôs de pé soltando os cabelos escuros e caminhou até o armário.

— Eu preciso ir para casa... — O moreno falou urgente já abrindo o armário e se esquivando atrás da porta para trocar de roupa.

Butters o encarou curioso.

— Quer comer alguma coisa? — O loiro perguntou.

Stan sentiu seu estômago dar sinal de vida e Butters sorriu com sobrancelhas erguidas.

— Acho que sim. — O moreno respondeu puxando as calças jeans.

— Vamos pegar algo no Food Truck novo aí na frente! Estou louco para experimentar aqueles doces brasileiros de chocolate... — Butters vestiu uma calça jeans e seu sorriso voltou a brilhar.

Stan acenou com a cabeça, concentrado em não corar por causa do olhar de Butters que não parecia nenhum pouco o tímido amigo de infância que Stan e Kyle várias vezes salvaram das maldades de Cartman.

— Não vai voltar para os jogos com os membros Silver? — O loiro perguntou puxando uma camiseta azul clara pela cabeça. — Nossa, Stan, assim eu não reconheço você...

— Estou... ah... — O moreno começou incerto, também se vestindo atrás da porta do armário, ainda não se sentia muito à vontade com este novo corpo.

  O amigo loiro sorriu indulgente, observando Stan enquanto pegava a própria mochila do armário.

—Já sei, você quer terminar aquele romance, não é? — Butters declarou, então subitamente pareceu que alguma descoberta surgiu em sua mente, ele arregalou os olhos e abriu a boca, quase sem ar. — Ahhh, já sei!! Kenny me falou que você estava com algum projeto secreto... É sobre aquilo que conversamos? Sei que o Ken está pensando em uma trilogia, mas sinceramente Stan, não vou contar nada para ninguém, e acredito de verdade que você precisa escrever o que tem vontade.

Stan não tinha ideia sobre o que Butters falava, mas pela expressão solene de Butters parecia ser algo secreto e talvez vergonhoso, ele resolveu embarcar na ideia.

— Sim... pois é... não diga nada a ninguém, por favor, ainda estou pensando sobre isso.

— Certo, pode contar comigo! — Butters sorriu amplamente, dando batidinhas muito amigáveis no ombro de Stan.

O moreno terminou de se vestir, apanhou sua mochila, eles seguiram para fora do prédio, e Stan praticamente correu atrás de Butters, que se dirigia cegamente até um caminhão no meio da quadra que antes Stan não tinha notado, porém era muito chamativo, decorado em verde e amarelo, Butters pediu pasteis e um doce em forma de bolinhos para a viagem, eles comeram bem rápido porque não era como hambúrgueres que Stan estava acostumado, no entanto, serviu para aplacar a fome temporária.

Stan tomou de uma lata de refrigerante que Butters pedira sem consultar-lhe, aparentemente essa era a bebida que Stan tomava atualmente, ele sentiu que o gosto não era o mesmo do Sprite que ele estava acostumado.

— Você está de carro? Quer uma carona? — Butters falou quando eles desprezaram as embalagens da comida e as latinhas em uma lixeira.

Stan sorriu ainda mastigando os últimos resquícios de seu lanche e acenou a cabeça agradecido, Butters era como um anjo salvador, ele era simpático e caloroso, mas incomodava Stan o fato de que o loiro o observava cuidadoso, como se Stan fosse algum tipo de louco, o que poderia ser entendido, afinal, não era todos os dias que ele acordava com um corpo e uma vida adulta.

Ele seguiu Butters novamente, o loiro era absurdamente rápido, em menos de dois minutos estavam em um estacionamento do outro lado da rua, onde Butters parou ao lado de uma Harley, ele pegou um capacete e entregou a Stan, colocou o outro na cabeça e montou na moto.

— Nós... vamos...? — Stan perguntou pateticamente apontando para o banco atrás do loiro.

Butters ergueu ainda mais as sobrancelhas.

— Sim, vamos Stan... não me diga que ainda estou de castigo... só tivemos aquele acidente pequeno... — Butters falou já tomando o capacete de Stan e colocando na cabeça do moreno. — Sabe, não tinha como evitar, era derrapar ou atropelar aquele cachorrinho.

Stan suspirou e montou no veículo, assim que ele se segurou atrás, sem abraçar Butters, o que era um pensamento ridículo uma vez que há poucos minutos estiveram praticamente nus um com o outro.

A moto arrancou, com o solavanco Stan sentiu que quase caíra.

— Você se importa de ir um pouco devagar? — Stan pediu. — Nunca se sabe se não vai aparecer algum animalzinho desavisado, não é?

Butters acenou e deitou a moto inclinando em uma curva, a velocidade só parecia aumentar, eles seguiram pelas ruas, não parecia um trânsito pesado, era perto das 17 horas, e Stan não via a hora de ficar sozinho e pensar em algo para sair dessa situação.

Uma forma de achar Kyle e voltar para sua vida normal.

— Butters... você não tem o telefone do Kyle? — Stan gritou para ser ouvido acima do som do vento e do trânsito.

O loiro o encarou através do espelho retrovisor da moto.

— Você está pensando em... — O loiro desviou o olhar e Stan ficou ansioso pela resposta.

O moreno fechou os olhos, o vento no rosto era algo libertador, ele poderia entender porque as pessoas gostavam de motos, e pessoas como Butters que tiveram infâncias enclausuradas, sempre de castigo, sempre tentando agradar alguém, infinitamente maltratado sem mesmo ter perfil para se rebelar... essas pessoas mereciam depois de passarem por tantos percalços em suas vidas.

O Butters adolescente que Stan deixou para trás recentemente passava mais tempo de castigo com permissão apenas para ir à escola do que fazendo qualquer outra atividade.

Eles pararam repentinamente, Stan olhou em volta notando o prédio familiar, Butters desligou a moto e observou Stan colocando os dois pés no chão com cuidado, o moreno sentia-se trêmulo.

— Chegamos...? — Ele perguntou um pouco desnorteado, quando a moto parava era como se a cabeça de Stan ainda estivesse cruzando avenidas.

— Seu prédio... — Butters falou apanhando o capacete de Stan e o guardando no baú da moto. — Você está bem, Stan? Hoje você parecia estranho o dia todo... parecia que... tem outra pessoa no seu corpo.

Stan sentiu-se congelar, ele arregalou os olhos e desviou o olhar encarando o outro lado da rua rapidamente, Butters franziu o cenho e olhou na mesma direção, mas não vendo nada, voltou a encarar o moreno.

— Só... cansado... sabe como é... — Stan não sabia o que isso poderia significar, mas fosse o que fosse, esperava que funcionasse. — Você não me respondeu... tem o número do Kyle?

Butters mordeu o lábio inferior, ele torceu os lábios, mas puxou de dentro da jaqueta de couro um celular, que Stan julgou tão mordeníssimo quanto o que ele mesmo possuía, e jogou um olhar preocupado para o moreno.

— É estranho você querer entrar em contato com o Kyle... de alguma forma você soube...? — Butters adquiriu um olhar sinistro, algo que não combinava com ele e também deixou Stan em alerta. — Depois de todo esse tempo... vai ter coragem de encontrá-lo?

A voz de Butters era tão pesarosa que Stan começou a se preocupar sobre sua relação neste futuro com Kyle.

Uma música alegre eclodiu no ar e então houve a deixa perfeita, o celular de Butters começou a tocar e o nome na tela, Stan viu mesmo antes de Butters tentar esconder, era de Kyle.

O loiro pressionou a tela do aparelho e ignorou a chamada, ele voltou os olhos para Stan, quando o moreno sorriu forçando uma descontração que ele não sentia.

— Só... pensei em ligar para ele, nada demais. — Stan declarou dando de ombros. — Somos adultos, você sabe como funciona.

O moreno esperava que “ser adulto” fosse uma explicação plausível quando você “é um adulto”, porque definitivamente, ele não sabia porque Kenny desviou-se dos pedidos de Stan, e agora Butters mostrava esta expressão de dúvida.

Mas, Butters ergueu a sobrancelha e guardou o celular dentro da jaqueta, ele esticou a mão, os dedos delicados fizeram sinal para a mochila de Stan.

— Tudo bem, Stan... me dê seu celular, vou colocar o número do Kyle. — Stan rapidamente puxou o celular da mochila, e sentindo-se atrapalhado demais para fazer aquela coisa responder, ele esticou o aparelho para Butters, que rapidamente correu os dedos ali, e ergueu os olhos entregando a Stan. — Só nunca diga a ele que fui eu quem deu a você o número.

Stan sorriu amplamente, mas rápido ele escondeu o sorriso com um olhar desleixado, apanhando o aparelho das mãos de Butters.

— Não vou dizer nada, não se preocupe.

Butters franziu o cenho.

— Por um momento você parecia ter voltado aos seus 16-17 anos, Stan... seu sorriso pareceu tão puro e feliz.... — Butters puxou o capacete e se acomodou na moto novamente. — O dia todo hoje você me fez sentir como se você fosse o mesmo garoto perdido de South Park... aquele garoto que não sabia bem qual era o seu lugar.

Stan ergueu os olhos para Butters, aquelas palavras fizeram algo doer dentro dele, nunca tinha pensado em si mesmo daquela maneira, mas, antes que ele dissesse qualquer coisa, Butters já acelerava a moto acenando com uma mão, distanciando-se dele e sumindo no trânsito.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

Meia hora depois, Stan se jogava na cama, ele precisou de muita criatividade para localizar seu apartamento, aparentemente era fácil sair de um lugar desconhecido, mas sem um endereço em mãos, era simplesmente impossível reencontrar o local.

Por sorte ele tivera a ideia de pedir que o recepcionista o acompanhasse para apanhar uma correspondência que (Stan acabara de inventar) chegara por engano em seu apartamento, o homem alegremente o acompanhou, deixando seu colega mais velho encarregado da recepção, durante a viagem de elevador, Stan permitiu que o homem liderasse o caminho até seu apartamento, tentando guardar os números do andar e apartamento com cuidado.

Stan tirou as meias, e começou a se livrar da calça jeans tentando entender o motivo pelo qual o recepcionista, Mario era seu nome, ficara tão decepcionado quando Stan não tinha nenhuma correspondência errada... mesmo que o moreno tenha pedido milhares de desculpas, o homem parecia encará-lo com olhos castanhos lamentosos, como se Stan tivesse acabado de dizer-lhe que seu gatinho morrera.

Já passava das sete horas da noite quando Stan encarava o celular observando o número que Butters colocara ali, o moreno sentou-se em uma poltrona no quarto e observando o céu azul escuro manchado de vermelho, ele respirou fundo e pressionou na tela, iniciando a ligação.

Alguns toques e em seguida uma música calmante, uma voz feminina atendeu, melodiosa e rítmica.

— B&B Publisher, boa noite, em que podemos ajudar? — Stan de repente sobressaltou-se como se estivesse sendo pego fazendo alguma travessura, ele ficou alguns momentos em silêncio, escolhendo as palavras. — Alô?

Uma editora? Por que Butters dera o número de uma editora?

— Oi... digo... hum, boa noite... eu... gostaria de falar com Kyle... Kyle Broflovski?

— Com quem eu falo? — A voz parecia doce, Stan brincou com uma almofada verde e laranja, sentindo o estômago afundar.

— Eu sou... um autor...

— Lamento muito, mas o Senhor Broflovski está em uma reunião agora, gostaria de deixar o seu nome ou contato para que ele retorne sua ligação?

— Poderia, por favor, me dizer o endereço para que eu apareça pessoalmente? — Ele perguntou tentando não soar muito desesperado.

—Gostaria de marcar uma entrevista ou... ah, tenho um horário para a semana que vem... terça-feira às 17?

— Não, não... eu só... só preciso de uma palavrinha rápida.

Um silêncio seguiu-se do outro lado, Stan estava começando a sentir sua cabeça girar.

— Tudo bem, o senhor pode anotar?

 

Cinco minutos depois, Stan já se encontrava entrando no elevador, a mochila jogada nos ombros como se fosse um foragido, ele saiu quase derrapando no saguão, e lá estava o recepcionista que parecia gostar menos de Stan a cada minuto.

— Olá, hm... Mario... bem, olha que situação engraçada, eu estava discutindo com um amigo por telefone, e ele me disse que este endereço é muito longe, veja bem... — Stan mostrou o papel onde escrevera o endereço e deu uma risada que parecia muito seu pai em suas fanfarronices.

Mario o observou criticamente jogando um olhar de lado, mas sorriu no fim.

— De jeito nenhum, algumas quadras para leste, de carro pode chegar lá em oito minutos. — Mario chegou o rosto muito próximo de Stan e o moreno pôde sentir um cheiro cítrico muito suave vindo dele. — Se quiser posso levá-lo...

O recepcionista lambeu os lábios e Stan deu um pulo para trás, como se tivesse levado um choque.

— Ah, não... eu vou... correndo!

Stan se afastou em direção à saída e o outro homem que ficava na recepção surgiu do nada, passando na frente de Stan e descendo as escadas.

— Não ligue para ele, Senhor Marsh... o senhor sabe como o Mario é tão... sensível... — O sujeito falou já mexendo no celular. — Já teremos um Uber aqui para o senhor... só um minuto.

E como por mágica um carro preto estacionou ao lado de Stan, ele entrou e entregou o endereço à motorista, que era uma mulher, e ficou momentaneamente encantado com a beleza dela, era ruiva como Kyle.

Isso podia ser um bom prenúncio.

Quando parou na frente de um prédio, Stan não tinha certeza de como proceder, ele caminhou até a recepção, ainda tentando pensar em algo, mas tropeçou no tapete de entrada e suas costas bateram no chão.

Desajeitado, ele viu uma mão esticada para ele e apanhou-a, era grande e quente, Stan ergueu os olhos para agradecer, quando se deparou com olhos verdes o observando, lábios vermelhos e esses cachos curtos e... ruivos...

— Kye...?

O outro franziu o cenho e lá estava a expressão irritada que Stan jamais confundiria, ele abriu a boca para dizer algo, alguma coisa espirituosa sobre os cabelos muito curtos, ou sobre a camisa verde clara sem estampa, mas sua cabeça rodopiou e Stan sentiu-se perdendo o equilíbrio outra vez, foi como se todas suas forças fossem drenadas ao deparar-se com esta presença, um par de braços apanhou-o antes que batesse no chão novamente.

E ele perdeu a consciência, cercado por um calor e rodeado por um cheiro que pela primeira vez neste longo e ingrato dia, fizeram com que Stan se sentisse em casa.

 


Notas Finais


Oieeeee!!

Mais alguns personagens e um vislumbre da vida adulta do Stan, aguardo os comentários para vocês me dizerem o que acharam de tudo... qualquer coisa que vocês tenham achado relevante não deixem de me contar!!

O próximo capítulo vai demorar um pouquinho, mas aguardem com paciência... rs...

AGUARDO SEUS COMENTÁRIOS!!

Mil Bjs,
Vivi


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...