História O garoto - Uma rainha miserável

Era o inicio de uma noite de sexta feira, outra noite como todas desde que casou se, suas sextas feiras eram interminável, chata, frustrante, rodeada por pessoas que não lhe diziam ou traziam nada, mais uma vez pensou que podia ter dito que estava cansada, com dor de cabeça, qualquer coisa para não ter que passar por mais uma daquelas festas intermináveis, suspirou frustrada, correndo seus grandes olhos negros para a rua do lado de fora, tentou se consolar:

“Vamos Boa você precisa deixar seu marido orgulhoso de você, anime se!”

Pensou isso abrindo a pequena bolsa que carregava tirando da mesma um espelho olhando se com atenção precisa estar linda para que todos cumprimentassem seu marido pela linda mulher com quem havia se casado, pela sua simpatia, pelo bom gosto desse em escolhe lá, pela sorte que teve em fisga lá. Mais um suspiro de frustração escapou de sua garganta lembrou se das mulheres dos parceiros de negocio do marido falando sempre dos mesmos assuntos, das viajem, das joias, das grandes marcas da moda e claro sempre vinha à mesma questão quando chegariam os tão desejados herdeiros, aquela possibilidade fazia seu estomago embrulhar, se em algum momento engravidasse estaria presa a ele para sempre, não permitiria que isso acontecesse nunca, jamais deixaria se engravidar pelo marido, uma frase de desprezo escapou de sua garganta enquanto voltava a olhar para a rua:

- Porco nojento.

Havia se casado com Crocodile muito jovem, assim que ela e as irmãs ficaram órfãs após uma tempestade ter virado o barco de pesca de seus pais, as três jovens não poderiam se manter sozinhas, apenas uma de suas tias se dispôs a cuidar das garotas, Preciosa irmã da mãe das garotas, por mais que essa quisesse não possuía condições de cria lás, possuía uma família numerosa e pouco dinheiro, muitas vezes nem tinham o que comer para todas aquelas pessoas, por mais que os vizinhos e os moradores da vila tentassem ajudar todos eram muito pobres.

As coisas só pioraram quando uma grande fabrica se instalou próxima ao vilarejo envenenando a faixa de agua do mar próxima à vila, fazendo com que os pescadores tivessem de navegar muito mais para conseguir alguma pesca, foi naquela época que os moradores da vila começara a ir para outros locais.

Preciosa não podia se dar ao luxo de deixar aquele local não tinha para onde ir, não possuía mais nenhum parente vivo que pudesse lhe auxiliar, e ainda tinha os filhos e as sobrinhas, essa se perguntava todos os dias que sorte haveria de ter aquelas jovens, principalmente Boa, que estava crescendo rápido e se tornando uma linda jovem, rezava para que achasse um futuro bom, longe daquela miséria e tristeza.

Foi quando Boa completou quinze anos e já era uma das mulheres mais belas do vilarejo e dos arredores que sua fama chamou a atenção do rico empresário Crocodile, este desejava uma bela e provinciana esposa a qual pudesse comprar e controlar usando seu dinheiro e influencia e foi exatamente o que fez. Assim que pôs os olhos na garota ficou fascinado por ela, pelas curvas, pelo cabelo negro longo cobrindo lhe as costas, os olhos misteriosos e hipnóticos.

Prontamente descobriu sua origem, foi conversar com Preciosa queria e teria aquela mulher para si, sem que Boa soubesse de nada a tia lhe arranjou um casamento que salvaria a situação de todos para sempre, a garota se casaria com o empresário em troca de uma casa na capital, uma boa mesada para ajudar a criar e educar as crianças e um emprego estável para o marido de Preciosa.

Não demorou três meses para que a jovem estivesse casada com o poderoso empresário, em uma cerimonia de casamento dos sonhos para qualquer mocinha romântica, foi uma sensação em todos os jornais e revistas, todo o mundo encantado com tão bela história de amor entre o poderoso empresário e a bela jovem humilde de uma vila a beira do mar.

Jamais o amou, não teria como amar quem a desprezava por sua origem pobre, quem lhe deixava claro que só via valor nessa por sua beleza e que sempre a humilhava e a rebaixava, entre os dois não havia romance, nunca nenhum tipo de carinho ou desejo, cada vez que conversava com a tia, não conseguia entender a felicidade que essa sentia em ter filhos e como podia ser feliz sendo casada, não entendia como podia amar alguém, nunca havia se sentido desejada de verdade, era uma linda e infeliz mulher em sua gaiola de cristal.

Estava perdida em seus pensamentos e em sua infelicidade foi só naquele momento que percebeu o enorme engarrafamento que se encontravam, o transito daquela cidade estava cada vez pior, abriu um pouco a janela do carro se sentia sufocada queria um pouco de ar, recostou sua cabeça ao lado da janela para poder sentir a temperatura e ver as cores do mundo real, mas uma vez sentia vontade de fugir daquele carro mesmo sabendo que não poderia fazer isso, as irmãs dependiam dela, uma voz animada lhe tirou de sua apatia:

- Olá moça bonita, quer comprar balas?

- Balas?

Pergunta ela perdida em seus pensamentos quando levantou seus olhos viu o sorriso mais lindo que já havia visto em sua vida sentiu seu coração acelerar, para sua surpresa era um jovem pouco mais que um garoto, estava sujo e sua roupa estava rasgada, mesmo assim Boa não conseguiu tirar os olhos daquele jovem, ele refez a pergunta:

- Então moça linda, vai me ajudar comprando balas?

- Quem é você?

- Não acredito que uma moça tão linda como um anjo quer saber meu nome, ganhei meu dia! Eu me chamo Luffy.

- Como é gentil, você trabalha sempre aqui?

- Sim moça, eu meu irmãos moramos ali na vila.

- Vou comprar suas balas.

- Serio moça, são quatro por dois.

- Quero todas!

Disse Boa sorrindo dando ao garoto duas notas de cem, Luffy gritou de animação nunca tinha visto tanto dinheiro na vida, antes que a mulher  pudesse dizer mais alguma coisa o rapaz apanhou sua mão, a surpreendendo, beijando lhe a mão agradecido dizendo:

- Além de linda é boa como um anjo, que Deus a abençoe.

- Se estiver aqui amanhã eu comprarei suas balas novamente.

Diz a mulher percebendo que o transito estava se movimentando e logo o perderia de vista, o rapaz lhe deu um sorriso mais lindo ainda do que o anterior dizendo lhe:

- Eu vejo você amanhã moça linda.

Enquanto o carro se afastava o jovem abanava para ela despedindo se agradecido por aquele gesto tão generoso, deixando no carro uma mulher surpresa e ansiosa por revelo queria ajuda ló, queria saber mais sobre aquele gentil garoto que passa seus dias com os irmãos nas ruas vendendo balas, foi só naquele momento que Boa percebeu a caixa de balas em seu colo, começou a rir quando se deu conta que havia comprado aquela quantidade absurda de doces, lembrou se que o motorista possuía quatro filhos pequenos estendeu a caixa de bala colocando a no banco da frente dizendo ao homem que lhe sorriu:

- Para suas crianças.

- Obrigada senhora, os meus pequenos irão gostar.

Disse o motorista ajeitando a caixa sobre o banco do carona enquanto voltava a dirigir com pressa, o engarrafamento já os havia atrasado com certeza o patrão iria brigar por aquilo. Enquanto a morena olhava para rua sorrindo sonhando em rever aquele lindo sorriso.