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História O Grande Príncipe - Jantar


Escrita por: BeurenZC

Notas do Autor


Olá, espero que gostem da história!
A imagem foi achada no google assim como todas as outras que uso nos capítulos.
Beijo para todos vocês <3

Capítulo 4 - Jantar


Fanfic / Fanfiction O Grande Príncipe - Jantar

Robert já estava no carro de Adam, que era um gol prateado. O filho mais velho de Adam não estava presente, o nome dele era John. Só estavam presentes a mulher e os dois filhos mais novos. David que tinha 15 anos e Sarah que tinha 10 anos de idade, ainda uma menininha.

Sarah frequentemente chamava Robert de Bobbie, ou Tio Bob. Robert odiava esse apelido, mas ela era uma criança pequena e não sabia nada da vida. Ela tinha cabelos loiros longos e bem penteados e brilhantes olhos verdes, ela era bem pequenininha para a sua idade.

Já David apesar de ter somente 15 anos já era bem puxado ao pai, brincalhão, mas ao que Robert pode perceber puxara também os defeitos, egoísta e muito ciumento em relação a tudo e todos.

Robert estava na janela ao lado de Sarah que estava ao lado de David. Adam era quem conduzia o carro e Mara estava com uma de suas mãos em uma das cochas de Adam, como forma de carinho. Ela era bem formosa e bem elegante.

E pensar que ela é a mãe de Alastaire... Ele é tão gentil e bondoso. Pensou Robert dando um pequeno sorriso no canto dos lábios e se lembrando de seu lindo aluno.

A cada momento Alastair passava de um aluno normal para um completamente diferente dos outros, ele estava se tornando uma pessoa interessante e peculiar.

“Professor”. A forma como Alastair dizia o cargo tinha tanta conotação sexual na mente de Robert que ele o imaginava dizendo em seu ouvido, sussurrando-o apaixonadamente.

— Pensando sozinho Rob? — perguntou Adam, com certo interesse.

— Perdão? — Robert fingiu-se de desentendido.

— Você está sorrindo para o nada — Explicou Adam.

Robert só deu uma risadinha tímida como resposta e decepcionando amargamente Adam que desejava uma explicação.

O carro parou em uma parte não movimentada de Oxônia, o que seria estranho pois se encontrava diversas lojas, cafés e restaurantes. Adam estacionou o carro em um estacionamento próprio do restaurante em que eles jantariam. O nome do estabelecimento era “Highlander”.

Um restaurante escocês pelo nome... e pelo cheiro forte de bebida, pensou Robert achando a escolha do restaurante um tanto interessante. Quando ele deu uma olhada nas pessoas do restaurante viu que elas estavam vestidas com roupas casuais, outras com roupa social. Realmente uma diversidade de pessoas.

Os garçons estavam usando terno e gravata, as garçonetes usavam um vestido verde escuro na altura do joelho, com sapatos de salto baixo e cabelos presos em coque. Os cabelos dos homens estavam puxados para trás ou para os lados, a maioria dos homens tinha cabelo encaracolado.

Robert por algum motivo colocou a mão no bolso só para verificar se o celular estava lá e graças aos céus estava. Eu acho que vou precisar disso lá dentro... concluiu Robert.

Todos saíram do carro e Robert pode analisar o vestuário de seus acompanhantes. Mara usava um vestido preto na altura do joelho, ela estava com um casaco bege e um colar de pérolas. Sarah estava com um vestido amarelo e com sapatinhos que combinavam com o vestido. David estava usando blusa xadrez vermelha, calça jeans e tênis preto.

Adam estava vestido com roupa casual também, suéter preto, jaqueta de couro marrom, calça jeans azul escuro e sapato de bico marrom. Ele estava com o cabelo bem penteado e com a barba feita.

Entretanto para Robert não se interessava o vestuário das pessoas, mas sim o sentido de Adam ter escolhido, especificamente, um restaurante pouco conhecido e ainda por cima escocês, sendo que Adam abertamente odiava os escoceses e seus hábitos.

Adam puxou Robert para o seu lado de brincadeira, como uma piada para si e para a sua esposa, Mara. Robert também teve suas risadas. Sarah ia na frente, segurando a mão de sua mãe. David ia ao lado de Robert e mexia no celular.

O restaurante por dentro tinha vários tons de verde e marrom, com móveis de carvalho. Parecia ser uma franquia bem antiga. Uma hostess levou todos para uma mesa em que todos pudessem se sentar. Adam sentou-se ao lado de Mara e Robert por motivos de não querer falar com o seu amigo, sentou ao lado de Mara. Sarah e David ficaram na frente dos três.

Mara estava completamente elegante, com o cabelo bem penteado. Seus ombros estavam nus por causa que ela retirou seu casaco, o ambiente estava quente.

Adam foi o primeiro a pegar o cardápio. Ele escolheu seu prato e bebida, passou para Mara que escolheu para ela e para seus filhos, o último a escolher foi Robert.

O menu era bem diversificado, havia comidas escocesas e inglesas, além de várias bebidas, desde as mais leves até as mais pesadas. Robert escolheu uma coca cola e um filé mignon acompanhado de salada, batatas e cebolas.

O garçom anotou os pedidos de forma muita atenciosa. O restaurante por algum motivo, encheu-se de gente.

O lugar estava bem aglomerado. Muito cheio para o gosto de Robert mas a comida veio rápida mas o que chocou Robert não era a comida e sim o garçom. A pessoa que serviria a mesa era Alastair!

Ele estava devidamente vestido, com os cabelos penteados para trás e trazia os pratos com uma maestria, Alastair estava rígido e sério.

Ele saudou a todos em escocês, possivelmente uma ordem dada pelo dono do restaurante para que todos os clientes fossem recebidos dessa forma. A hostess também fez uma entrada em escocês. Quando Alastair estava dizendo a saudação e servindo os pratos, um por um.

— Nós parecemos escoceses para você, garoto? Inglês, por favor —desdenhou Adam apenas para provocá-lo.

Robert acompanhava a cena e Alastair notou que Rob estava lá. Alastair engoliu a seco, mas, mesmo assim, respondeu, alto e claro.

— O protocolo do restaurante diz para que saudemos nossos clientes em escocês. — Explicou Alastair — O dono do restaurante é bem rigoroso em relação a isso.

— Então traduza pra mim... — exigiu Adam.

Alastair piscou diversas vezes e quando foi responder, Robert interviu.

— Ele disse algo como: Sejam bem-vindos ao Highlander, que vocês tenham uma boa refeição. — respondeu Robert, inconscientemente colocando a mão no braço de Alastair.

Os barulhos de conversas paralelas dentro do restaurante abafavam um pouco a discussão que podia eclodir ali mesmo. Sarah que estava mexendo na toalha de mesa de repente olhou para Alastair e abriu um enorme sorriso.

— Ally! Ally! — Alastair se distraiu com Sarah e ele abriu um enorme sorriso que foi o suficiente para cumprimentá-la.

— Sarah, quieta. — Repreendeu Adam bravo.

— As suas bebidas serão servidas logo — Disse Alastair com uma expressão séria e brava por causa da situação.

Alastair se retirou da mesa e voltou para a cozinha. Robert esperou alguns minutos para se levantar e disse a velha desculpa de que precisava ir ao banheiro.

Ao ver que Adam estava distraído, ele se desviou do caminho do banheiro para o da cozinha. Ele entrou na cozinha sem se importar com o que pensariam dele.

Havia um cheiro muito gostoso de comida lá, bife e coisas do tipo. Uma garçonete que viu Robert entrando na cozinha se aproximou.

— Você está perdido senhor? — perguntou ela confusa.

— Não. Eu queria saber onde está Alastair. — perguntou Robert educadamente.

— Oh, claro. Venha, venha. — Ela guiou Robert para onde estaria Alastair.

Ela levou Robert para a entrada dos fundos e ele viu Alastair sentado em um banquinho.

— Alastair, você tem visita. — anunciou a garçonete.

Ele se levantou, arrumando a sua roupa e quando olhou para Robert, parecia até ser uma surpresa.

— Eu pensei que… a minha mãe estivesse vindo. — Ele limpou a garganta — Não se preocupe comigo, eu estou bem.

— Eu peço desculpas, eu juro que não sabia… — Robert tentou se desculpar mas Alastair foi mais rápido.

— Eu sei. — Alastair abriu um sorriso — E eu agradeço por isso, apenas finja que não aconteceu. — Pediu Alastair com olhos entristecidos.

— Que horas acaba seu expediente? — perguntou Robert querendo ajudá-lo.

— Eu estou trabalhando até de madrugada, depende do horário em que o restaurante fechar… — revelou Alastair.

— Você precisa dormir, comer e estudar! Acha que vai ser fácil quando o ano letivo realmente começar? — repreendeu Robert impondo na sua voz a autoridade que pessoas mais velhas tinham.

— Eu sei mas… — Alastair tentou se explicar.

— Não tem “mas” nessa questão Alastair! Você tem que cuidar da sua saúde! Daqui a pouco não vai conseguir nem ficar de pé — rebateu Robert, com um acesso de fúria.

Alastair se aproximou de Robert. Ele colocou as duas mãos nos cotovelos de Rob que franziu o cenho, não entendendo nada. Alastair abaixou a cabeça, apertou o braço do Professor. Sua respiração mudou, ficou mais rápida e ele começou a tremer. Alastair abraçou Robert com força e começou a chorar baixinho.

Robert não sabia pelo que Alastair estava passando e jamais poderia passar por ele. Seus sentimentos por Alastair só aumentaram e ele sentiu um desejo enorme de poder ajudar mas não sabia como fazer isso. As vezes uma pessoa só deseja que alguém especial lhe diga que vai ficar tudo bem, outras querem conselhos e alguns abraços… Cada uma é diferente.

Ele também não poderia se meter na vida de Alastair, não havia intimidade para isso e pelo que o Professor havia percebido, o seu aluno precisava realmente de um pouco de privacidade e paz.

— Meu pai está morrendo… — contou Alastair aos soluços — E eu não sei como ajudar, temos bastante dinheiro mas quero deixar tudo para Georgiana e para minha amável madrasta, elas são tão boas, não quero deixá-las na mão.

Tão bom, tão ingênuo, tão… puro pensou Robert que estava quase chorando junto de seu aluno, porém, ele não podia fazer isso, agora não seria a hora.

Alastair parou de soluçar e de se mexer, até mesmo de respirar. Ele fungou e se afastou de Robert, limpando com as costas da mão o choro de seu rosto.

— Eu estou bem. Eu acho que precisava disso. Obrigada, Professor — agradeceu Alastair, fazendo uma pequena reverência.

— Espere. Se você quiser conversar mais… pode ser sobre qualquer assunto… pode ligar pra mim, a hora que quiser… — ofereceu Robert gentilmente.

— Eu vou te cobrar — brincou Alastair que colocou dois dedos no queixo de Robert que conseguiu abrir um pequeno sorriso — Você é uma pessoa muito boa cercada de pessoas ruins… Não sofra.

— Você não é ruim… — disse Robert como gracejo.

— Você não sabe disso. — respondeu Alastair com um sorriso.

Robert não soube dizer se aquele sorriso era uma confirmação ou se era apenas uma brincadeira feita por Alastair. Preferiu deixar essa questão na dúvida.

Eles voltaram para o restaurante e Robert viu que Adam e sua família já tinham ido embora. Ele colocou a mão na testa e seu pensamento foi para a pergunta: Como voltarei para casa? E o que comerei em casa?

Alastair percebeu a frustração de Robert e revirou a sobrancelha.

— Espere aqui.— mandou Alastair e sumiu na cozinha.

Robert esperou e esperou. Ele pediu se podia se sentar em alguma cadeira pois suas pernas estavam doendo e o restaurante não estava tão cheio, disseram que ele podia se sentar, ele escolheu uma que ficava bem no fundo do restaurante. Ele verificou seu celular e viu que já eram dez horas da noite, ou seja, já estava bem tarde.

O Professor já estava bem sonolento e já fechava os olhos quando Alastair chegou com roupas diferentes e um cabelo bagunçado. Ele estava com uma jaqueta preta simples, calça jeans azul escura, tênis esportivo e camisa polo verde.

Ele cutucou Robert de leve para ver se estava acordado. O Professor olhou-o meio zonzo por causa do sono. Alastair sorriu e pegou a mão de Rob guiando-o para fora do restaurante. Robert começou a retomar os sentidos e percebeu que Alastair o estava guiando para o estacionamento.

— Onde vamos? — perguntou Robert sonolento, bocejando logo em seguida.

— Vou te dar uma carona para a sua casa, essas ruas são perigosas quando anoitecem… Mas você não precisa temê-las desde que esteja comigo — brincou Alastair fazendo uma pose corajosa.

— Sério? Quero dizer, sobre a carona… — perguntou Robert querendo a confirmação.

— Sim. Mas você não me disse o seu endereço então iremos para a minha casa, tenho um quarto de hóspedes e temos que agradecer, pois, hoje é sexta. Você pode dormir e acordar bem tarde… — comentou Robert.

— Eu não quero ser um incomodo para você, posso te dizer o meu endereço. — Disse Robert preocupado com o que Alastair pensaria dele se ele aceitasse simplesmente o convite.

— Você jamais seria um incomodo, Professor. Entretanto, se te deixar mais confortável repousar em sua residência, atenderei o seu pedido. — respondeu formalmente Alastair com gentileza e bondade em sua voz.

— Com esse jeito todo formal, você é uma figura… — comentou Rob, brincando.

— Apenas você tem esse tratamento especial… — confessou Alastair, parecia um flerte.

— Que mimo, vou ficar acostumado… Hahahaha — Robert se divertiu e ficou um pouco mais acordado.

— Eu gosto de mimar as pessoas que gosto — afirmou Alastair sorrindo como um bobo.

Uma música de outro restaurante começou a tocar, era valsa, algo romântico. Robert começou a cantarolar a música. Alastair observou-o, confuso e se divertindo às custas de seu Professor querido.

— É a valsa do Quebra-Nozes. Está tendo um baile de debutante no restaurante ao lado. — explicou Alastair.

— Como você sabe? — riu Robert.

— Por quê a debutante me convidou para ser par dela, pois, o suposto pretendente tinha feito… coisas promíscuas com outras damas… — Alastair fez aquela cara e Robert tinha sacado o que havia acontecido.

— Eu tomo que você não tenha aceitado o pedido da debutante… — Robert falou o óbvio.

— Sim, há uma pessoa com quem quero ter a minha primeira dança. Eu quero que seja essa pessoa, nenhuma mais. Assim como quero me casar só com aquela pessoa. — explicou Alastair, praticamente confessando o seu amor por alguém desconhecido o que deixou Robert mordido de ciúmes.

— Deve ser uma mulher de sorte… — comentou Robert.

— Eu nunca disse que era uma mulher — Essa frase fez com que Robert virasse o rosto diretamente para Alastair para vê-lo olhando para a frente e sorrindo.

Robert por algum momento achou que ele tomaria seu rosto com as mãos, apertar seu quadril e beijar-lhe os lábios. Que uma chuva aconteceria e eles ficariam completamente molhados mas ainda sim se beijando. Uma cena digna de filme.

Alastair olhou-o confuso e para disfarçar a confusão, utilizou um sorriso e Robert retribuiu. Finalmente eles chegaram no carro de Alastair, um mustang verde.

Ele abriu a porta do carro para que Robert entrasse. Quando ele entrou viu que o carro era bem-arrumado e cheiroso. O seu aluno realmente cuidava de suas coisas pessoais apesar de ligar muito mais para coisas do que para si mesmo.

Alastair adentrou o carro, fechou a porta com cuidado mas de forma rápida. Ele pegou a chave e ligou o carro. Robert ouviu o barulho do motor sendo ligado e o carro começava por algum motivo, a ficar quentinho e aconchegante.

— Qual o seu endereço? — perguntou Alastair olhando nos olhos do Professor. Robert falou o seu endereço em Oxônia e Alastair franziu as sobrancelhas. — Esse é mesmo o seu endereço? Sério? — Robert assentiu e Alastair deu de ombros — Ok então…

Robert encostou a cabeça no banco do carro e na porta. Achando uma forma confortável de repousar e descansar os olhos. Alastair estava com um olho no volante e outro em Robert, sempre olhando, parecia que ele analisava o Professor de cima a baixo.

O sinal fechou às poucas esquinas da casa de Robert. Alastair ficou esperando o sinal abrir e seu olho percorreu toda a rua… que estava vazia. Ele encarou por muito tempo a escuridão, tentando encontrar alguma coisa nela, algum perigo ou até uma saída caso ele fosse encurralado.

Robert estava cochilando tranquilamente no carro de Alastair, seus sonhos estavam bons e com finais felizes. Ele provavelmente teria uma dor no pescoço no outro dia ou ficaria com ele dormente por algumas horas.

O sinal abriu. Alastair acelerou o carro e continuou a seguir viagem. Eles passaram ao lado de um hospital, Alastair sentiu um arrepio vindo pela espinha e acelerou o carro para tirar o hospital de sua vista.

Robert se assustou com a aceleração repentina e acordou amedrontado. Ele olhou assustado para Alastair enquanto se ajeitava no banco do carro.

— Desculpe. Não acontecerá de novo. — respondeu Alastair sério e ríspido.

— Não, tudo bem. Nossa, ainda bem que amanhã é sábado… Vou dormir até tarde… — comentou Robert tentando puxar algum assunto para quebrar a tensão que havia se formado.

— Pois é. — Alastair foi rápido na sua resposta, parecia nervoso.

Um sinal se fechou e Alastair quando teve que parar, bateu no volante do carro com força. Robert apenas encarou a cena e o ouviu dizer, com raiva, algumas palavras em escocês. O Professor conseguiu traduzir algumas como “idiota” e “diabo”.

Robert olhou pela janela e viu uma sombra se aproximando, ele colocou sua mão na coxa de Alastair para alertá-lo. Alguém bateu na janela do carro.

Alastair respirou fundo e abriu o vitro do carro.

— Pois não? — Perguntou ele tomando uma postura gentil, mudando até mesmo sua voz.

— E aí docinho — uma voz feminina respondeu sensualmente — O que vai querer?

Alastair olhou bem para a moça que estava parada ao lado do carro. Ela tinha longos cabelos marrons bem penteados, usava uma blusa vermelha bem decotada, utilizava jaqueta de couro preto e vários brincos nas orelhas e dois colares no pescoço. Robert não pôde ver o que ela usava nas pernas se é que usava alguma coisa.

Robert começou a se sentir incomodado com aquilo, a moça estava passando a mão no peito de seu aluno predileto, ele pôde jurar que ela estava pegando no zíper de sua calça.

O sinal abriu.

— Alastair vamos… O sinal abriu, você vai ser multado se ficar aqui — alertou Robert.

— Qual o seu nome? — perguntou Alastair para a moça enquanto ele revirava os bolsos da calça e jaqueta, procurando alguma coisa.

— Meu nome é Laonaire, qual o seu? — Ela parecia estar muito convidativa e alegre.

— O meu é Alastair… Prazer em conhecê-la — Ele retirou um papel do bolso e pegou uma caneta que estava no porta-luvas — Por favor, seu telefone…

A moça habilmente pegou a caneta e começou a anotar seu telefone e mais algumas coisas a respeito de sua profissão…

— Você também quer? — perguntou ela à Robert.

Alastair franziu a sobrancelha e encarou o Professor.

— Não, obrigada, muito gentil de sua parte. — respondeu Robert, dando um sorriso falso.

— Oooh, ele é tímido… — A moça deu a volta no carro para que ficasse do lado da janela de Robert que a abriu. — Eu tenho amigas tímidas também, elas têm muito amor para dar… — comentou ela aos risinhos.

— Não, não é nada disso é que… — Robert tentou explicar mas Laonaire era mais rápida.

— Aaaaaah agora sim vi qual a sua preferência — Ela parecia muito feliz de ter descoberto algo e quando Robert seguiu o olhar da moça viu do que se tratava… A sua mão em cima da coxa de Alastair.

Robert tirou a mão da coxa dele rapidamente e encarou os dois.

— Não, não e não. Eu não quis dizer isso… Quero dizer… — Laonaire estava com a caneta de Alastair na mão. Com a outra ela passou por trás do pescoço de Robert fazendo carinho e brincando com o cabelo.

Ela pegou a caneta e anotou o número na testa de Robert. Para terminar ela pegou e beijou Robert nos lábios.

Ele nem teve tempo de raciocinar mas não queria ser rude e rejeitar Laonaire. Robert fechou os olhos e viu que ela lutava para tentar abrir sua boca com a língua, ele percebeu e abriu voluntariamente. A língua dela enrolou na dele até um momento em que ela para finalizar o ato chupou a língua de Robert que olhava assustado para a moçoila.

— Sua boca é gostosa… — comentou Laonaire — Você devia provar — disse ela à Alastair que… não tinha reação. Robert não sabia deduzir a reação de Alastair.

Ele encarou-a com um sorriso. Robert se ajeitou no banco e encarou Laonaire. Seus peitos pareciam naturais e eram fartos, por um momento Robert desejou abocanhá-los com suas mãos e chupá-los.

Alastair desejou boa noite para Laonaire e pediu para que ela tomasse cuidado pois já estava bem escuro. Laonaire se afastou mandando beijinhos para ambos e sumiu na escuridão da esquina.

Alastair pisou fundo no pedal e nem viu que o semáforo estava vermelho. Robert estava desconcertado e confuso com o que havia acontecido.

— Desculpa. — disse Robert à Alastair envergonhado.

— Não precisa. O tipo dela é assim mesmo… — Alastair parecia a estar comparando a um objeto. — É como elas atraem clientes ou problemas.

— Problemas? — perguntou Robert.

— Sim, numa dessas ela pode desejar nunca ter saído da esquina. Não se sabe que tipo de pessoa passa por essas bandas à noite. — explicou Alastair com os olhos concentrados no trânsito porém Robert achava que os pequenos olhos azuis o encaravam, avaliando e deduzindo qual seria a sua resposta.

— Você quer dizer assassinos em série? — brincou Robert — Nunca ouvi falar de algum deles perambulando por aqui… A não ser… Jack O Estripador mas ele, provavelmente, já morreu… Faz anos...

— Na verdade tinha um… Eu tinha dezesseis na época, ou seja à quatro anos atrás. Meu pai tinha me trazido pra cá, sabe, férias escolares… O nome dele estava por todo o lugar, o The Guardian o apelidou de “O Cavalheiro”, ele nunca foi pego pela Scotland Yard assim como o Jack, era como tentar pegar fumaça, só que pegar fumaça com as mãos.

— O que ele fez para ficar tão famoso? Acho que me recordo de ter visto o nome dele em algum tabloide… — comentou Robert.

— Ele matava brutalmente mas dentre suas vítimas não estavam idosos, mulheres grávidas e crianças. Ele tinha uma preferência por homens apesar de também ter matado mulheres… Algumas vítimas que se destacaram eram… — Alastair estava tentando se lembrar — Alayne Bruggs, nunca conseguiram reconstituir sua face ou seu corpo; Rick Holloway, o assassino decepou o… o… aquele lugar… completamente — Robert percebeu que Alastair se referia às partes genitais do homem — e ele parecia ter sido estuprado algo que não ocorreu com Alayne; Simon Hitcock, este era diferente, era alguém rico, um empresário de sucesso e assumidamente gay, sei dele por causa da Empresa da minha família, ele ocasionalmente vinha à nossa casa tomar chá, ele era bem legal, chamei ele de Tio uma vez, meu pai me deu um enorme tabefe… O Cavalheiro o matou, ninguém sabe o que aconteceu mas ele bebeu algo chamado… droga… esqueci… merda…. Lembrei! — Alastair gritou a última palavra — Formaldeído, é um ácido que é usado por farmacêuticos, digo, remédios, você entendeu… E teve Beatrix Highway, era uma garçonete de bar e melhor amiga da minha irmã mais nova, os seios dela desapareceram, pelo que a Sctoland Yard dizia, pareciam ter sido arrancados com as mãos. Em nenhum dos casos a polícia soube dizer qual seria o padrão do assassino, foram contratados grandes detetives, até a Interpol e FBI se envolveram. Nunca foi pego. Duvido que seja….

— Por quê você duvida que ele seja pego algum dia? — A conversa chamou a atenção de Robert.

— Os legistas dizem que apesar de o Cavalheiro aparentar ser uma pessoa muito desorganizada em relação a como matar suas vítimas, ele, aparentemente, fazia uma grande higienização e era muito inteligente. Ninguém sabe dizer se todas as vítimas foram obras dele mesmo, todas apareceram em locais diferentes, circunstâncias diferentes, basicamente, não havia como perfilar o assassino, não tinha como. — explicou Alastair — É como disse, eles estavam tentando pegar fumaça só que com as mãos…

— Como assim inteligente? Tipo o Zodíaco? — perguntou Robert com curiosidade.

— Ele marcava letras nos corpos de algumas vítimas, muitos pensavam que podia ser um anagrama… Eu penso diferente, acho que eram uma nomenclatura. — Comentou Alastair.

— Uma nomenclatura para quê? Provar que ele passou por aqui? — perguntou Robert com um pouco de ignorância na voz.

— Não… Eu acho que as vítimas eram praticamente tubos de ensaio, sabe, onde em cada uma foi testada um tipo de ingrediente. Tubo de ensaio A, B, C, por aí vai… — Explicou Alastair que pareceu não ligar para a ignorância de Robert.

— Houve testemunhas? — Robert perguntou.

— Não. Ninguém nunca soube descrever seu rosto ou modus operandi… — respondeu Alastair enquanto estacionava o carro na porta da casa de Robert.

— Eu certamente não pretendo encontrá-lo por aí… — Robert falou aliviado por nunca ter tido esse azar.

— Quem sabe… — comentou Alastair enquanto encarava Rob.

Robert encarou Alastair de volta. Ele não podia ver suas feições no escuro, apenas seus olhos que pareciam brilhar na noite, como diamantes ou estrelas. Rob se desfez do cinto e por algum motivo não conseguia abrir a porta do carro.

Alastair se aproximou, esticando suas mãos para alcançar Robert que estava desesperado para abrir a porta.

— Calma… — falou Alastair meigo — Estava só brincando — ele deu alguns risinhos e Robert se acalmou — É só puxar aqui, Professor.

— Certo — Robert viu Alastair puxar a alavanca e a porta do carro se abrir.

— Eu poderia te pedir um favor? — perguntou Alastiar retirando o cinto do carro.

— Claro… O que quiser… — falou Robert fingindo tranquilidade.

— Eu poderia averiguar se sua boca é realmente gostosa? Como Laonaire disse. — Pediu Alastair com um sorriso no canto dos lábios.

— Perdão? Espere… Você quer me beijar? — perguntou Robert confuso e atordoado.

— Sim. — responde Alastair com a maior naturalidade.

— Eu… Quer dizer… Não sei…

— Prometo que serei gentil e não passarei dos limites. — avisou Alastair.

— Eu quero dizer… A maioria das pessoas que quer me beijar me convida pra sair primeiro… ou pra jantar… Sei lá… — disse Robert com vergonha.

— Você pode vir na minha casa amanhã, tomar chá. — convidou Alastair.

— Só tomar chá? — ironizou Robert aos risinhos.

— Se você quiser dessa forma — Sorriu Alastair — mas eu não serei um bom aluno desse jeito.

— Hahaha… Certo, eu vou tomar chá com você… — Robert aceitou o convite.

Robert saiu do carro sendo acompanhado pelos olhos de Alastair. O Professor se dirigiu à porta da sua casa, abriu-a e acenou para Alastair em forma de despedida que apenas assentiu com a cabeça. Depois do carro desaparecer de vista. Robert entrou em casa e trancou a porta, fechando todas as fechaduras, certificando-se que todas as janelas estariam fechadas. Só depois de fazer tudo isso ele foi dormir, perdendo a fome no processo.

Os sonhos de Robert estavam escuros e O Cavalheiro apareceu em diversos deles, como um homem que só vestia preto e branco. 


Notas Finais


*música tensa no ar*
Espero que tenham gostado desse capítulo!


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