1. Spirit Fanfics >
  2. O Hóspede - Tom Hiddleston >
  3. Consequências.

História O Hóspede - Tom Hiddleston - Consequências.


Escrita por: HiddlesLovers

Notas do Autor


Mais um capítulo saído do forno.
Espero que gostem ♥️

Capítulo 4 - Consequências.


Fanfic / Fanfiction O Hóspede - Tom Hiddleston - Consequências.

Abri os olhos e demorei para entender onde estava. 

A cama era mais firme, porém bem mais gostosa do que a minha e o edredom mais pesado. O quarto estava escuro, mas dava pra ver o cômodo. Olhei pela janela e vi um pedaço do céu. Estava amanhecendo. 

Suspirei de alívio por não ter passado da hora. 

Demorei para me mover. Eu sabia que não podia ficar ali, mas era onde eu mais desejava estar pelo resto do dia e noite. Ouvi, atrás de mim uma respiração suave e tranquila quase como uma melodia. 

Engoli em seco, sentindo a garganta arranhar enquanto lembrava da noite anterior. Apertei meus olhos bem forte antes de abrí-los novamente e ver que nada mudou.

Eu ainda era eu.

E ele... Bem..

Ele ainda era ele. 

Havia uma distância enorme entre nós, mesmo que horas antes, ele e eu tivéssemos sido praticamente um só. 

Me levantei com a maior lentidão que pude, encontrei minhas roupas, não​ no chão onde eu havia deixado, mas dobradas cuidadosamente sobre a mesinha de cabeceira. Fiquei olhando as roupas, imaginando que era fofo ele ter tido esse cuidado. 

Eu não olharia para ele. - repeti para mim mesma. Me obrigando a vestir tudo rapidamente e em silêncio. 

Eu deveria tomar um banho, mesmo que tivéssemos despertado de madrugada para isso, mas precisava sair dali. Me lembrei de ontem. O jeito que ele me olhou quando saí do banheiro. Ele estava molhado ainda e me puxou para a cama.

"Fica aqui. Já está tarde pra você andar até em casa. De manhã eu te chamo bem cedo e te acompanho até lá, se você quiser - Tom insistiu depois que eu falei em ir embora. Mesmo assim eu tentei ir. Ele precisava ter sua privacidade.

"Fica comigo - disse ele, com a voz derretidamente suave, me puxando para mais perto. - Não quero ficar sozinho"...

×

Prendi meus cabelos, ajeitei o edredom e o travesseiro que havia dormido. Respirei fundo e caminhei para a porta. 

Eu não olharia para ele... 

Eu não olharia...

Mas fui fraca e olhei, antes de fechar a porta para sair. Ele parecia tranquilo, mesmo vendo de longe. Sorri um pouco, mesmo me sentindo triste. Fechei a porta e fui me arrumar para o dia de trabalho. 

Durante o restante do dia eu fiz o possível para não cruzar com ele, mesmo que tudo em mim quisesse ouvir sua voz. Mesmo sabendo que eu deveria ficar por perto caso ele precisasse de algo eu me mantive afastada e obtive sucesso durante dois longos e angustiantes dias. Havia visto ele no segundo dia, de longe no período da tarde, quando ele chegava de um trabalho. Tom sorriu para mim e diminuiu o passo ao se aproximar. 

- Olá, como você está? - ele perguntou, retirando os fones das orelhas. 

- Estou bem. E quanto a você? - mantive a voz amigável e um sorriso contido nos lábios.  

- Bem, acho - ele franziu a testa e me olhou mais atento. - Tem certeza de que está tudo bem? Antes de ontem você...

- Sim. Eu tenho estado muito ocupada por esses dias - confirmei a mentira, cortando sua fala. Tom não amenizou a expressão e pareceu querer falar mais. 

- Sinto muito - falei baixinho, tentando fazer ele ler meus pensamentos e ver que eu estava em um conflito interno. - tenho que ir. 

Esperei mais um pouco, olhando para ele. Tom assentiu e deu espaço para eu passar. Ele parecia confuso e me obriguei a sair dali o mais rápido que minhas pernas permitiam. 

×

No fim, sempre seria assim. Não havia o que fazer ou pensar. Ele iria embora para o mundo dele e eu o esperaria eternamente, até ele voltar, ficar uma semana e ir novamente embora. Pra ele talvez, eu fosse só uma. E eu não podia me envolver com ele, pois já me sentia diferente. Não ia acabar bem. 

O dia seguinte seria meu dia de folga, mas como Tom ainda estava ali, eu deveria ficar. Aquilo piorava as coisas pois ele iria embora logo. Eu devia ser madura o bastante para conversar com ele, mas tudo o que eu queria era repetir aquela noite. 

Senti meu celular vibrar no bolso da saia enquanto estava debruçada no balcão da lanchonete conversando com Luna. Abri o e-mail e levei alguns minutos para entender.

 

Assunto: Convite formal para uma conversa.

Local: área da piscina.

Horário: 16:30 

Att,

Hiddleston,Tom.

..........................................

 

Mesmo me sentindo tensa, não pude deixar de rir. E de imaginar como conseguiu meu e-mail. Verifiquei o relógio e era exatamente o horário marcado no "convite". Suspirei e olhei por sobre o ombro. 

Tom estava sentado em uma das mesinhas olhando-me. Sua face estava tensa. Crispei os lábios e olhei para Luna.

- O que houve? - ela reparou minha cara.

Mostrei o celular para ela, que riu com a mão na boca.

- Ele me pediu seu e-mail hoje de manhã - ela fez uma careta culpada, mas sem deixar de achar graça. 

- Um dia eu vou cobrar - comentei, me levantando e indo até ele. 

Parei do outro lado da mesa com as mãos cruzadas às costas. 

- Pode conversar abertamente comigo ou vai fugir outra vez? - ele perguntou levantando uma sobrancelha.

- Posso até conversar, mas sabe que eu não vou poder me sentar com você. - olhei em volta para ver se era seguro. 

- Não pretendo tomar muito de seu tempo. Se preferir podemos falar em outro lugar.

- Tem que ser aqui - falei, olhando em seus olhos. 

Tom me olhou pensativo por um tempo, depois suspirou forte e se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa.

- Por que está zangada comigo? 

- Eu não estou.

- Então me explique o que está havendo. - ele parecia incomodado com minhas reações diretas. Grunhi internamente odiando ter tido aquela reação. - Naquele dia você sumiu e desde então não nos falamos direito. Não diga que é o trabalho. Eu sei que se escondeu de mim. Eu fiz algo de errado? 

- Não. Você não fez nada de errado - me apressei em confortá-lo. Dei um passo em sua direção, querendo me sentar, mas tudo o que fiz foi apoiar as mãos na mesa. - Eu decidi que seria melhor me afastar. 

- Você não gostou? 

- Essa não é a questão. - mudei de assunto. - Olha pra você e pra mim. - ele franziu ainda mais o cenho - Não é algo compatível. 

- Eu não vejo assim. 

- Por que só agora? - perguntei de repente e ele não entendeu.

- Como?

- Por que só agora você se interessou? - refiz a pergunta - Não é a primeira vez que você vem pra cá.

- Eu... - ele tentava explicar - Eu não analisei como você​ está fazendo. 

Silêncio.

- Você não precisa se esconder de mim, Lia. 

- Tom... - falei, dando a entender que explicaria algo. Mas não sabia o que dizer. Ele esperou e eu suspirei. - É melhor assim. 

Ele abriu a boca para falar algo, mas meu celular vibrou. Era uma mensagem de minha chefe. Mostrei a mensagem a ele, para que ficasse claro que eu não estava fugindo. 

- Tenho que ir.

Ele leu a mensagem e suspirou, se mostrando chateado ao recostar na cadeira. 

- Bom trabalho... - ouvi ele murmurar enquanto eu seguia para o escritório. 

No caminho meu coração martelava no peito, brigando incessantemente com meu cérebro. Eu devia tratar melhor o Tom, mas também devia me afastar. Talvez eu não me importasse comigo por um tempo e aceitasse qualquer proposta que ele me fizesse pelo curto tempo que a gente tinha.

Ele iria embora amanhã...E eu ficaria com toda a consequência disso. 

Cérebro 1 x 0 Coração

Eu ficaria longe dele. 

×

A noite estava quente e eu demorei no banho. Meu banheiro era acolhedor e eu sempre passava tempo demais ali. Senti o cheiro de queijo derretido, indicando que o jantar estava pronto e então a fome deu lugar a vontade de permanecer debaixo da água fria. Saí, jantei, escovei os dentes e fui de volta para a sala ver alguma série. Nenhuma me atraía a atenção, que estava totalmente em outro lugar. Eu olhava a sala escura, banhada apenas pela luz da lua, da luz que vinha dos refletores na rua e da TV.

Ouvi meu celular vibrar na mesinha ao lado do sofá, o peguei e vi o e-mail.

 

 

Assunto: Aqui embaixo.

No seu portão.

Att,

 Hiddleston, Tom.

..................................

 

Olhei para a janela, pensando em espiar, vi a hora. 

23:56.

Abotoei minha blusa de pijama e desci. Não precisei pensar muito para chegar a conclusão de quem poderia ter dado meu endereço a ele.

Abri o portão. 

- Tom? Aconteceu alguma coisa? - Perguntei preocupada.

- Não. - sua voz era tensa - Eu realmente sinto muito se te acordei...

- Sem problemas. Eu estava vendo TV.

- Menos mal, então. - ele ajeitou a alça da mochila. Notei um carro parado mais a frente. Estava a sua espera. Fitei Tom sem entender. 

- Você deve ter achado que eu ia embora amanhã de noite. Na verdade estou indo agora. Encerrei meus compromissos aqui e já tenho outros para amanhã de tarde... 

Meu olhar se voltou a ele, ao carro e ao redor, quando me dei conta.

- Ah... V... você já vai. - comentei sem ainda olhar para ele.

- Não poderia ir sem me despedir de você. - ouvi a voz suave e o olhei. Minhas mãos revelavam o tanto que eu estava sem jeito em sua frente. Os dedos se embrenhavam no tecido da camisa e se ocupavam em torcer as pontas inquietamente. 

- É muito gentil de sua parte - respondi com a mesma suavidade. Ele era incrível e eu nunca poderia negar isso. No mesmo momento em que parei de falar, foi possível ouvir o mar, o som dos carros na rua de trás e talvez até do meu coração. Eu olhava para tudo menos para ele, mas Tom olhava para mim, também sem dizer nada e ainda estava em uma proximidade que me deixava abalada. 

- Você é um ótimo amigo, Tom - suspirei, cansada de fingir que tudo estava bem - eu sinto muito por... Por ter estragado tudo. 

- O que? - ele perguntou, confuso. - Você não estragou nada, Liana.

- Não é o que parece - olhei para ele com uma sobrancelha erguida. - era tão mais natural trocar algumas palavras com você e agora... - gesticulei de mim para ele e ergui as mãos em um gesto confuso. 

- Isso não foi sua culpa. Se alguém aqui vai se culpar, esse alguém deve ser eu. Eu investi e beijei voc...

- Shh, não - o interrompi. - eu quis! - falei firme. Ele me olhou, pensativo. Ambos tentavam achar um jeito de levar a culpa para si. E mesmo com aquele probleminha, me senti corar sob seus olhos. Por deixar mais claro que eu tinha interesse nele.

Tom suspirou e sorriu um pouco constrangido.

- Não vou sugerir que a gente aja como se não tivesse acontecido. Você disse que quis, e eu quis. Eu queria fazer aquilo desde muito antes. - sua expressão ia mudando conforme ele explicava. Sua face era tão expressiva. Todo fragmento do que ele sentia passava ali. Mesmo que eu não soubesse captar tudo. 

- Você me perguntou por que só agora... Mas eu simplesmente não sei. - ele deu de ombros - só me deixei levar. Eu quis você. E não vou dizer também que me arrependo, ou que eu deixei de querer...

Seu olhar me sugeriu que ele esperava a réplica.

- É tão complicado. - suspirei. - Não adianta em nada eu confirmar o que você acabou de dizer. 

- Por que não? - ele se mostrou mortalmente interessado na resposta.

- Tom - falei suavemente, como se estivesse explicando pela quinta vez a uma criança. Pra mim ele era delicado e nem que eu quisesse magoaria ele. Eu só tentava explicar o óbvio da forma que ele merecia ouvir. - Eu não sou importante pra você. Sua vida é tão corrida e atarefada. E mesmo assim é tudo muito interessante. Não vai ser eu que vou atrapalhar ela. 

- Você não está atrapalhando. E pare de dizer que não é importante. - Ele se aproximou um pouco, apoiando uma mão no batente do portão. 

- Vai ser mais saudável a gente fingir que nada aconteceu. Ou assumir, tudo bem. Mas deixar pra lá. Afinal de contas. Você já está indo embora...

Fiz o esforço de não demonstrar que estava abalada por me despedir. Olhei para o chão. 

- Eu não queria deixar pra lá.

Fechei os olhos com força. 

- Não tem nada que eu possa fazer. 

- Não consigo esquecer... Por mais que eu tente - ele murmurou seriamente. 

- Você logo vai achar algo com que se ocupar. E daí esquecerá - afirmei, tentando soar bem humorada.

- E você? - eu o olhei, pensando que nunca o esqueceria. 

- Provavelmente, eu também - tentei parecer distante ou desinteressada, mas logo assim que me ouvi, me achei ridícula. - Mas vai ser difícil, vendo você na tv o tempo todo. 

- Eu não estou na tv o tempo todo - ele sorriu de lado. E depois amenizou o rosto.- Eu gostaria de ver você o tempo todo e não perder o contato.

- Você tem meu e-mail... - Falei.

Olhei para ele e senti o clima mais amigável. Sem aquela coisa estranha entre a gente. Tudo nele me chamava e eu lutava contra meus impulsos, segurando a barra da camisa que provavelmente estava totalmente amassada. 

- Será que posso pedir um abraço? - o jeito como me olhou blindava qualquer ordem que o meu cérebro dava para ficar longe dele. 

- Claro que pode - falei vendo ele abrir os braços e dando um passo para mim. Envolvi meus braços ao redor de sua cintura e deixei meu rosto deitado em seu peito por alguns minutos. Ele me apertava com força e eu também, aproveitando para sentir seu cheiro bom. Tom arrastou o rosto por meu cabelo, descendo e eu ergui meu rosto, tentando tocar em sua pele com meus lábios. Nossa respiração era forte e alta no silêncio da noite. Meus braços subiram e as mãos tocaram suas costas, afagando. Tom apertou os braços agora em minha cintura e como era bem mais alto, envolvi seu pescoço. Isso me deixava na ponta dos pés e um pouco curvada para trás. De qualquer forma eu estava toda colada nele e isso desmanchou qualquer juízo que eu mantive até ali. Meus lábios tocaram seu ombro sob o tecido e virei o rosto, ainda em busca de sua pele quente. Toquei os lábios em seu pescoço de leve, sem beijar, apenas tocando. Meu corpo vibrou e senti ele me apertando mais. Seu rosto afagou o meu, nossas bochechas se tocaram e continuamos em busca de mais contato. Eu sentia os batimentos cardíacos dele contra meu peito também descompassado. Seus lábios chegaram ao canto de minha boca e ele arrastou pela minha. Me olhou intensamente, respirando fundo. Toquei em seu rosto, alisando as linhas perfeitas e o vi fechar os olhos com desejo. Em mim...

Cérebro 0x1 Coração.

Não resisti mais. Soltando um gemido baixo e contido, ofereci meus lábios e o beijei, sendo recebida com fervor por ele, que me apertou mais firme. Uma de suas mãos amassava minha cintura enquanto a outra segurava meus cabelos, me mantendo ali, unida a ele por pele, roupas, lingua, saliva e vontade de mais. Murmurei dentro de sua boca, um gemido baixo. Meu corpo o chamava, eu queria fazê-lo entrar em casa. Mas não podia. 

Diminuí a intensidade do beijo, prolongando a hora de me afastar. Sua barba começava a crescer e arranhava meu rosto, deixando-o quente. Tom selou seus lábios nos meus longamente antes de se afastar. Seus olhos demoraram a abrir, suas mãos demoraram a me soltar e eu me senti sozinha quando o fez. Nos olhamos até recuperarmos razoavelmente a respiração. 

- Vamos nos encontrar de novo. - ele falou. 

- Talvez. - ofeguei. 

- Posso me comunicar com você por e-mail? - ele acariciou meu rosto com o indicador, esperando a resposta.

- Não sempre. E não seja romântico ou algo do tipo. - pedi.

- Por que?

- Pra eu não criar expectativas.

- Faz sentido - ele respondeu, rindo de lado. 

Tom suspirou e ajeitou a mochila.

- Tenho que ir agora.

- Faça uma boa viagem.- desejei. Minha garganta começava a fechar. 

Tom assentiu e se afastou, indo para o carro. Fiquei ali, olhando ele se afastar até sumir de vista. 

Eu estava só. E com um buraco no peito. 

Suspirei e me contive, enquanto voltava para dentro de casa.

Eu não ia chorar.

Não que fosse saudável, mas eu tentaria internalizar tudo aquilo que eu vim nutrindo essa semana. E sempre repetiria comigo, foi bom enquanto durou.

 

 


 


Notas Finais


Ainda não é o fim.
É tudo o que eu vou dizer, além de...
Gostaram?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...