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História O idiota do irmão do meu melhor amigo - Nem tudo é como planejamos


Escrita por: thayhenriiques

Capítulo 5 - Nem tudo é como planejamos


Fanfic / Fanfiction O idiota do irmão do meu melhor amigo - Nem tudo é como planejamos

 - Caramba! Shakespeare é bem diferente do que eu esperava. A pessoa, não os contos dele claro.

- Interessante. Por que? - ela semicerra os olhos e se aproxima da mesa, não sei como ela consegue demonstrar um interesse tão adorável por isso.

 - Ele não tem descendentes, tipo sua única neta Elizabeth simplesmente morreu, sem filhos, acabando com a linhagem da família dele. 

- Acontece. Vida surpreende todos - ela dá um sorriso como se estivesse sendo irônica - mas muitos pesquisadores acreditam que nem todas as obras são realmente dele.

- O que você acha? - ergo as sobrancelhas.

- Acho que nem na morte as pessoas podem ter paz - ela dá uma curta risada, doce e suave.

- Pois é.

 Presto mais atenção em cada detalhe dela, o modo como o cabelo com algumas partes loiras cai em seus ombros, o sorriso perfeito, os traços delicados no rosto, como se ao toca-lá pudesse se desfazer. 

- Algum problema? 

- An? 

- Você estava me encarando...

- Desculpa - digo envergonhado, voltando minha atenção para os livros espalhados pela mesa. Duas horas se passaram desde que começamos a ler todos aqueles livros, nem percebi.

- As frases dele são profundas -ela me tira dos meus pensamentos. 

- Tipo?

- "Assim que se olharam, amaram-se;
assim que se amaram, suspiraram;
assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo;"

- "Assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio" - terminamos de recitar juntos. Conheço essas frases porque minha mãe recitava elas para mim às vezes, quando era pequeno.

 Nossos olhares estão fixos um no outro, não se desviam nem por um segundo, um sorriso brota em seus lábios e automaticamente nos meus também. Estava lutando contra esses pensamentos desde que a conheci, mas agora deixo eles tomarem conta de mim. Droga. Droga. Droga. Eu estou me apaixonando. E não é porque estou sozinho, ou sem rumo. É porque desde a primeira vez que a vi, quis fazer com que uma pessoa se tornasse permanente em minha vida. Essa pessoa era ninguém menos, ninguém mais, que ela. Um barulho de celular a faz desviar o olhar para a mensagem que começou a ler, e é estranho mas sinto um incômodo a partir do momento que ela parece parar de me notar.

- É algo importante? 

- Não, nada demais. Só o Stefan pedindo para eu dar uma passadinha na casa de vocês. 

- Ah - falo secamente, mesmo sem intenção, será que estou com ciúmes? - Vocês...hm...já tiveram algo? 

- Eu e o Stef?! Não! -ela começa a rir- Ele é realmente como um irmão mais velho para mim, nunca senti nada mais do que amizade por ele, pelo menos até hoje não -vejo ela sorrir, deve estar pensando nele. 

- Se quiser te dou uma carona...

- Não precisa -ela movimenta a cabeça enfatizando o não.

- Faço questão. Você me ajudou, minha vez de retribuir - falo e vejo ela sorrir como agradecimento - podemos ir?

- Hm, claro.

- Ok - me levanto e ela também, guardo o bloco com as anotações importantes de Shakespeare, fechamos os livros e deixamos no lugar onde estavam antes de explorarmos eles.

 Ela me segue até o carro sem dizer uma palavra, quando chegamos nele, abro a porta e ela agradece. Dou a volta e entro, vejo seu rosto esboçando surpresa:

- Você parece surpresa.

- Que carro em! - nós dois rimos.

Entramos e nos aconchegamos, ela coloca o cinto e me lembra de colocar o meu, lanço um olhar repreendedor para ela e, para retribuir, Elena me mostra a língua de uma forma brincalhona. 

- Se quiser ligar o rádio.

- Tanto faz.

- Então vamos conversando, quero saber mais sobre você, garota misteriosa - ela sorri timidamente.

 Ligo o aquecedor, lá fora começou a chover, deve estar fazendo uns 6 graus, sinto um alívio e meu corpo relaxa no assento agora mais aquecido. Começo a notar a simples roupa de Elena, uma calça jeans escura, uma blusa soltinha preta, com um desenho de uma caveira desfocada e para completar uma jaqueta preta.

- O que deseja saber? - ela quebra o silêncio. 

- Vamos começar por coisas simples. Hmm idade? 

- 18 anos.

- Aah que nova.

- Ah meu Deus, e quantos você tem?

- 19.

- Tá bom viu, mestre dos magos - rimos.

- Comida preferida? 

- Não sei... Algo doce, provavelmente. E você? 

- Hoje eu faço as perguntas mocinha.

- Ui, então tá, prossiga. 

- Lugar favorito? 

- Aí é surpresa...

- Eu quero saber! 

- Vamos deixar para depois.

- Algo que ama fazer? 

- Dançar. - me impressiono com a resposta. 

- Cor?

- Preto.

- Que obscura. 

- Você não faz ideia - ela dá uma risada seca, queria perguntar mais porque do comentário, porém ao ver um olhar triste em seu rosto, prefiro deixar de lado. 

- Posso perguntar algo mais pessoal? 

- Pode. Confio em você. - ela me encara.

- E sua família? 

Na mesma hora em que pergunto, me arrependo. Os olhos dela começaram a lacrimejar, seu corpo fica tenso e sua expressão séria. 

- Minha mãe é tudo para mim. Ela sempre foi meu porto seguro, dura como pedra - sorri.

- Fale mais - a incentivo.

- Ela é uma guerreira. Minha guerreira. Me criou do jeito que conseguiu, tentou fazer sempre o melhor para mim, sabe? Às vezes parece que desistiu da felicidade dela para tentar me fazer feliz.

- E deu certo? - ela me olha confusa - Você é feliz? 

- Honestamente? Não. Ainda não. Eu tenho esperança de que algum dia encontrarei alguém que se torne a razão para eu respirar, e então serei feliz. - por um momento desejo ser essa pessoa, mas afasto esse pensamento. 

- Mas e seu pai? 

 Um grito ecoa dentro do carro. Um grito dela. Uma luz branca forte me cega. Tento desviar o carro, virando bruscamente o volante, mas inutilmente. Já era tarde demais. Dizem que em momentos assim vemos a vida passar como um flash em nossa mente. Minha mente só pensava nela e em como eu precisava salvá-la. Com o impacto do outro veículo que imagino ser um caminhão por ter atingido com tanta força, o carro perdeu o controle após a batida, somos lançados para fora da ponte, o carro gira algumas vezes, faço de tudo para me manter acordado. 

Na última batida brusca no chão, o carro para de cabeça para baixo, Elena é bruscamente lançada para fora do dele. Pela janela de vidro. Ao ouvir o choque de seu corpo contra o vidro e ver ele quebrar todo, me arrepio. Como é irônico que a qualquer momentos podemos morrer. Será que ela irá sobreviver? Minha cabeça está sangrando muito, mas tento fazer um grande esforço para me levantar ou mover. Minha visão começa a ficar turva, vejo pontos pretos, antes de meus olhos fecharem contra a minha vontade, última coisa que sussurro é:

- Elena...



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