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História O Internato Riverhill - Tristezas, sombras e garotas


Escrita por: LanaBanana666

Notas do Autor


Pessoal, resolvi fazer algo "diferente" nesse capítulo, mostrando um pouco do "outro lado da história". Espero que gostem!

Capítulo 16 - Tristezas, sombras e garotas



— Becca, você está bem? — perguntou Mariana, observando a loira com uma expressão de desgosto.


— Eu pareço estar bem pra você? — devolveu ela, ríspida.


— Estúpida. — disse a morena, pronta para se afastar dela e se sentar em outra carteira.


— Não, espere. — suspirou Rebecca — Desculpa.


Mariana a olhou de volta com desconfiança e então desistiu de sair. Não adiantava, Rebecca sempre detinha o controle sobre todas as amigas. Era como se fosse a rainha com suas lacaias. As garotas a admiravam e se sentiam privilegiadas por terem sua amizade, e então se submetiam à caprichos e arrogâncias de Rebecca. Mariana, entretanto, nutria outros tipos de sentimento por ela. Não conseguia esquecer o que houvera entre as duas no passado. Se não fosse por Jessica...


— Sabe que pode conversar comigo, não é? — disse, tocando sua mão por baixo da carteira.


— Sim, sei.


Mariana suspirou.


— Foi a Jessica, não foi? — a garota já sabia que a única pessoa capaz de deixar Rebecca mal era Jessica.


Rebecca estava ficando vermelha pelo esforço que fazia para não chorar. Não poderia demonstrar sua fraqueza na frente das outras. Tinha de ser o exemplo do que era ser uma verdadeira vadia sem sentimentos. 


— Eu não quero falar disso agora. — respondeu, seca.


— Escute, o que acha de dormir no meu quarto hoje? 


— E a Larissa?


— Você sabe que ela não liga. — disse, rindo. — Por favor, você sabe que vai te fazer bem... — tocou sua coxa de leve e sorriu, implorando com os olhos.


A loira não conseguiu achar motivos para negar. Sua colega de quarto era um porre e sua companhia só serviria para deixá-la pior. Precisava se distrair, senão surtaria. Entretanto, sabia no fundo que tudo seria apenas uma ilusão, uma forma de varrer os sentimentos para debaixo do tapete. Mariana era uma garota linda, mas Jessica era insubstituível. Doía muito a ideia de perdê-la, ainda mais por um erro seu, por uma atitude impensada e inconsequente. Doía ainda mais pensar que Jessica estaria interessada em outra garota, uma garota mais nova que ela. O que Ellie teria de tão diferente? Teria a sua arrogância destruído tudo? Não conseguia entender a si mesma, não compreendia como poderia desejar tanto a pessoa que a rejeitou enquanto Mariana estava totalmente disponível e interessada. "A gente sempre acaba escolhendo a pessoa que nos fode melhor. No sentido bom e no ruim.".


— Tudo bem. — respondeu, sorrindo com dificuldade.


— Pegue suas coisas antes do treino, ok? Assim a gente vai direto pro meu quarto depois do vestiário.


Rebecca havia se esquecido completamente do treino. Se sentia exausta demais para qualquer esforço físico, mas isso talvez a ajudasse a aliviar a tensão. 


— Fechado. 


Rebecca sabia muito bem que uma transa fácil não aliviaria sua dor, mas era melhor que nada. Seu lado mais malvado sorriu com tal pensamento. 


***


Quando o último sinal bateu, Rebecca correu para o seu dormitório para pegar seu uniforme de treino, roupas de dormir e escova de dente. O sentimento ruim por ter sofrido uma rejeição ainda era forte, mas ela pretendia afogá-lo. 


— Rebecca, não vai dormir aqui hoje? — questionou Ana, sua colega de quarto.


— Parece que não. — respondeu, insolente — E que nenhuma irmã enxerida fique sabendo disso. — ordenou, com um sorriso cínico.


Ana apenas revirou os olhos e continuou a mexer no celular. Rebecca se lembrou de algo que havia escondido na sua gaveta de calcinhas e sorriu. "Acho que isso será bom.", pensou, pegando-o e saindo do quarto.


A maioria das garotas já se encontrava no vestiário da quadra quando ela chegou. Muitas a cumprimentaram com sorrisos e palavrinhas bajuladoras, e Becca se limitou a sorrir falsamente de volta. Como estava frio, as alunas usavam o uniforme de inverno: calças vermelhas e camisas de manga comprida também vermelhas, coladas ao corpo e ostentando o orgulhoso brasão do Internato Riverhill. Mariana já estava lá cercada por outras garotas, alta e com o cabelo castanho claro preso. Rebecca não podia negar que vê-la com tal uniforme a animava. Tinha uma forte queda por garotas altas e com porte atlético. 


— Como você está sexy. — disse Rebecca, em tom de brincadeira.


— Becca! — Mariana a abraçou — Melhor se trocar. A treinadora já está chamando.


Todas as garotas se retiraram para a quadra e Rebecca ficou no vestiário sozinha. Estava abafado ali pelo vapor que saíra de chuveiros quentes, algo que deixou todos os espelhos embaçados. Becca se sentou num banco e começou a se trocar, guardando o resto de seus pertences no armário. Quando se virou de volta para os espelhos levou um susto. Alguém havia escrito no espelho embaçado:


PUTA


— Quem escreveu essa merda? — gritou Rebecca, olhando para os lados e caminhando pelo vestiário em busca de uma suspeita. — Anda, apareça!


Mas não encontrou ninguém além do silêncio. "Que se foda.", pensou, indo até o espelho e apagando a mensagem com a palma da mão. Entretanto, quando limpou o embaçado do espelho, uma figura se revelou atrás de si pelo reflexo. Uma sombra alta e negra estava parada dentro de um dos boxes de chuveiro atrás de si. Rebecca deu um grito e se virou de imediato para trás, mas se deparou com o vazio. Não havia nada lá. Tornou a olhar para o espelho mas não viu nada além de seu próprio reflexo. "Que porra foi essa?", pensou, respirando ofegante. "Devo estar muito estressada.", concluiu.


As garotas já estavam se aquecendo na quadra quando ela chegou.


— Muito boa a brincadeirinha de vocês. — disse.


— Brincadeirinha? — perguntou Lisa. Todas as outras também a olharam, confusas.


— Escrever "puta" no espelho? Sério? Se querem me ofender, me chamem de santa. — riu, debochada.


MENINAS, VAMOS COMEÇAR? — gritou Amber, a treinadora.


O grupinho então se desfez e cada uma tomou sua posição na quadra. Rebecca ainda estava assustada com o que pensou ter visto pelo reflexo do espelho, mas se esforçou para acreditar que aquilo não passara de uma pegadinha de sua mente sobrecarregada, um desvairo acometido por seu psicológico abalado. Decidiu descarregar suas frustrações no treino, roubando bolas com violência e ultrapassando as oponentes com ombradas e cotoveladas. Ao final do treino Rebecca suava e ofegava apoiando as mãos nos joelhos, e algumas garotas a olhavam torto. 


— Caralho, Becca, você pegou pesado hoje. — disse Mariana, parando ao seu lado. Estava igualmente suada e cansada, com suor escorrendo pelas têmporas. Isso a deixava de certa forma mais atraente.


Rebecca sorriu e respondeu:


— Nós ainda vamos pegar muito mais pesado hoje.


Mariana sorriu maliciosamente, gostando do que estava imaginando. Voltaram então ao vestiário para tomarem banho mas, ao chegarem lá, Rebecca olhou para os chuveiros e se lembrou da sombra medonha que vira.


— Pensando bem... vamos tomar banho no seu quarto, ok? Não quero correr o risco de tomar uma porrada dessas garotas aqui. — mentiu.


— Gostei da ideia. — respondeu a garota mais alta, sorrindo e a tomando pelo braço.


Sofreram com o choque térmico ao saírem para fora em direção aos blocos, o que as fez andarem mais juntas. A noite já havia caído e não havia uma sequer estrela no céu. Era uma noite negra e sem lua. Como era proibido uma aluna dormir em quartos diferentes, as duas tiveram de ser furtivas, evitando ao máximo passar por perto de alguma das irmãs que fiscalizavam os pátios e corredores. A ventania assoviava pelos vãos das janelas nos corredores, e isso lhes causava uma sensação sinistra.


— Esse lugar às vezes me assusta. — comentou Mariana.


— Esse lugar sempre me assusta. — rebateu Rebecca, fazendo a outra rir. 


Chegaram no quarto de Mariana com sucesso e encontraram Larissa deitada em sua cama.


— Hmm, noite das garotas? — perguntou Larissa, animada.


Larissa era também melhor amiga de Mariana, tinha o cabelo liso até a altura dos ombros e um rosto lindo. Era mais baixa que as outras duas e bastante amigável. Rebecca não sabia porquê elas não eram tão próximas. 


— Noite das garotas. — concordou Mariana, fechando a porta atrás de si e trancando. — Vamos tomar banho?


— Por favor, argh. — respondeu Rebecca, seguindo-a até o banheiro e fechando a porta.


Larissa apenas riu e balançou a cabeça. Aquilo tudo já era muito natural pra ela. 


— Já te falei o quanto você fica gostosa com esse uniforme? — perguntou Mariana, baixinho, puxando Rebecca pela cintura. 


— Engraçado... — respondeu a outra, sorrindo enquanto tirava sua blusa, deixando Mariana de sutiã — eu também penso a mesma coisa de você.


Rapidamente começaram a se beijar ao mesmo tempo em que se despiam completamente. Entraram debaixo do chuveiro e permaneceram abraçadas, se beijando e se tocando. Rebecca preferia que fosse Jessica, mas aquilo bastava. Precisava deixar com que a água lavasse toda a sua tristeza e mágoa, embora estas fossem fortes demais. Ao menos não estava sozinha, e pretendia se distrair com o que tinha em mãos.
Rebecca saiu do banho antes e colocou sua roupa de dormir enquanto Mariana finalizava seu banho: uma calça de moletom cinza colada ao corpo e uma blusa de moletom larga. Larissa ainda estava na cama quando ela saiu.


— E aí. — cumprimentou Rebecca. 


— Becca, como foi o treino hoje? — perguntou a garota, amigável.


— Agh... intenso, eu diria. — respondeu, sorrindo enquanto se lembrava das porradas que dera propositalmente. "Eu realmente sou uma garota má.", concluiu, gostando da ideia.


— Vocês realmente quebram tudo. — disse, se levantando da cama — Tenho algo aqui que acho que vai relaxar vocês. 


Larissa abriu o armário e tirou do fundo uma garrafa de vodka. Rebecca abriu a boca em sinal de surpresa.


— Garota, ainda é segunda-feira! — disse, rindo.


— Mais um motivo pra beber. 


Mariana saiu do banheiro e riu ao ver a situação.


— Lari, vamos afogar as mágoas da Becca. Ela está precisando. — riu.


— Afogar as mágoas? — perguntou Larissa, curiosa.


— Jessica. — se limitou a dizer Mariana, mas Larissa entendeu tudo de imediato.


— Ah, entendi, entendi. Tudo bem. Hoje você vai esquecer essa garota.


Rebecca não estava esperando uma recepção tão calorosa, mas adorou. As três se sentaram na cama e conversaram sobre desilusões amorosas enquanto passavam a garrafa de boca em boca. Era muito forte para tomar pura, mas Rebecca tinha muito mais que incentivo para isso: tinha motivo, e precisava se esquecer dele. Ela se surpreendeu ao ver o tanto de salgadinhos e outras besteiras que as duas guardavam nos armários.


— A Larissa é a mafiosa dos contrabandos aqui no Internato. — brincou Mariana, rindo. 


Elas comeram e beberam até que ficassem tontas e alegres. Pouco a pouco a vodka parecia mais fácil de beber. Larissa havia colocado sua playlist para tocar no celular, e as músicas variavam desde rock até Lana del Rey. 


— Caralho, eu tava quase me esquecendo de uma coisa. — disse Rebecca, indo pegar sua mochila. Tirou dela um baseado que estava pela metade.


— Sua vadia! Me dá isso. — falou Mariana, pegando-o de sua mão. — Me dá um isqueiro, Laris.


As três foram até a janela e enfrentaram o ar gelado enquanto davam uns tragos e ouviam música. Não fumaram muito pois não queriam ficar muito chapadas, e então logo fecharam a janela e apagaram o baseado. Foi o suficiente para deixá-las mais animadas e achando graça em pequenas coisas. O efeito também lhes deixou sensíveis a emoções mais íntimas. Rebecca agora se sentia completamente atraída por Mariana e observava cada detalhe perfeito de seu rosto. O olhar era retribuído com intensidade, era como se houvesse uma conexão forte entre elas. Larissa apenas observou enquanto as outras duas começaram a se beijar na cama e, além disso, começou a desejar estar entre elas. Já havia ficado com Mariana antes, mas nunca com Rebecca, e estava extremamente empolgada para fazê-lo. Decidiu arriscar, e então se aproximou das duas e tocou seus rostos. Quando pararam de se beijar para encará-la, ela olhou para Rebecca e disse:


— Eu também quero você essa noite.


Rebecca mesmo bêbada se surpreendeu com o pedido, e de súbito observou como Larissa era linda. Como nunca havia reparado nela dessa forma antes? Simplesmente levou uma mão à parte de trás de sua cabeça e a trouxe para perto de si, beijando-a. Mariana sorriu enquanto observava, se sentindo surpresa e ao mesmo tempo excitada. Rebecca gostou de beijá-la, e alguns segundos depois Mariana puxou Larissa e a beijou também, e segundos depois Rebecca entrou no beijo.


— O que você acha da gente consolar ela? — perguntou Mariana à Larissa, sorrindo com malícia.


— Acho uma ótima idéia. — respondeu Larissa, voltando a beijar Rebecca.


Mariana tirou a própria blusa e depois a calça, ajudando as outras duas a fazê-lo também. Não sentiam mais frio e seus corpos estavam quentes como brasa. Mariana agora beijava Rebecca enquanto Larissa beijava seu pescoço, descendo até a altura de seus seios. Tirou então o sutiã da loira e voltou para cima para beijar sua boca, fazendo com que Mariana descesse para chupar seus seios. Rebecca revirou os olhos enquanto as duas a deitaram na cama e tiraram o resto de suas roupas íntimas. Ela sorria como se estivesse no paraíso, e a única coisa que queria era mandar seus sentimentos à merda. 


— Me beija. — ordenou Rebecca à Larissa.


Enquanto as duas se beijavam, Mariana chupava seus peitos e a masturbava devagar, deixando-a cada vez mais molhada e arrancando suspiros de seus lábios. Larissa também quis fazer parte, e então penetrou dois dedos nela enquanto Mariana acariciava seu clítoris. Ficaram assim por longos minutos até que Rebecca estivesse quase explodindo de prazer, quando Mariana por fim começou a chupá-la até finalmente fazê-la gozar. As três continuaram até que cada uma delas tivesse sentido cada centímetro do corpo da outra com as mãos e com a língua, terminando apenas cerca de duas horas depois, exaustas e em êxtase. Se beijaram pela última vez e então Larissa resolveu voltar para a sua cama, deixando as duas abraçadas em meio a risinhos. 


Rebecca foi a última a conseguir dormir. Apesar da bebida e do sexo, algo a incomodava profundamente e a deixava inquieta. Algumas lacunas simplesmente não podiam ser preenchidas, não importava o que fizesse. Seu coração doía e se enfurecia ao imaginar o que Jessica poderia estar fazendo naquele momento. Estaria dormindo com Ellie? Ouvindo sua respiração, acolhendo-a em seu ombro? Será que estaria pensando nela, ou sequer lembrando de sua existência? Todos esses questionamentos a machucavam ainda mais. Quis chorar mas não tinha forças, então simplesmente fechou os olhos e aos poucos adormeceu, sonhando então com Jessica e com a medonha sombra que vira no vestiário, imponente e atormentadora.
 


Notas Finais


Não pensem que eu esqueci da noite da Ellie com a Jessica, o próximo capítulo será sobre isso, acontecendo ao mesmo tempo em que este capítulo aconteceu, ok?

OBS: Não esqueçam de favoritar a história pra dar aquela força <3


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