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História O jardim - TaeNy - Rain


Escrita por: Kim_Tonks98

Notas do Autor


Olá pessoas do meu coração ! Tudo bem com voces? espero que sim ;)
Essa é uma Fanfic bem simples, com apenas dois capitulos.
Um postarei hoje e o outro logo em seguida. Espero que gostem!
(Essa Fic é baseada em um anime (filme: "O jardim das palavras")

Capítulo 1 - Rain


Fanfic / Fanfiction O jardim - TaeNy - Rain

(Taeyeon)

 

“Até entrar no ensino médio, há dois meses atrás, eu não sabia o que era ter a bainha do meu uniforme sendo encharcado pelo guarda chuva de alguém, o cheiro de naftalina impregnado na roupa de alguém, o calor dos corpos pressionando as minhas costas, a corrente gelada do ar condicionado soprando em meu rosto. Na minha infância o céu estava mais perto, bem mais perto.

É por isso que gosto da chuva, ela traz o cheiro do céu. E, muitas vezes, nas manhãs mais chuvosas, ao invés de ir para o metro, saio pelo guichê da estação. ”

 

Era junho, e como de costume em dias chuvosos, ao invés de pegar o metro para ir à escola, peguei meu guarda-chuva e fui direto para o Parque local, onde havia um enorme jardim com lagos e arvores ao seu redor. Eu gostava de frequentar aquele lugar, pois era um ótimo para desenhar, sempre vazio e tranquilo.

Caminhava tranquilamente até meu destino, afinal, já sabia de cor o caminho, estava olhando a paisagem e os pássaros voando procurando um lugar para também se esconderem, distraída até que, de longe, percebo uma mulher.  Morena e provavelmente um pouca mais alta que eu, sentada em um dos bancos que havia naquela pequena plataforma de madeira. Onde eu costumava me sentar

Me aproximo e sem dizer uma palavra me sento do outro lado da pequena plataforma , o mais distante possível.

Pego meu caderno em minha mochila e começo a desenhar minhas ideias para um futuro sapato que pretendo confeccionar.

Sim, pode parecer estranho, mas minha paixão é desenhar modelos para sapatos, imaginando um dia eles expostos em uma vitrine e sendo apreciados por todos. Meus desenhos são apenas alguns rabiscos e ideias não satisfatórias ao meu ver. 

Com o som da chuva, deixo minha imaginação correr, desenhando e pintando sem parar. Mas, não me esqueço naquela mulher, sentada só alguns metros de distância. Olho de canto de olho e tento ver, discretamente, um pouco mais de suas características.

Ela usava terno com uma sandália de salto, seu guarda-chuva estava ao lado, junto com uma barra de chocolate e uma lata de cerveja nas mãos. Seu rosto estava virado para o lado, olhando a paisagem.

“Acho que já a vi em algum lugar” – penso por apenas alguns segundos antes de voltando minha atenção totalmente para o caderno.

Pego minha borracha e tento apagar um de meus desenhos, mas como coloquei muita força, ela escapa de minhas mãos e vai parar no chão. Me abaixo para pega-la, porém, quando chego perto o suficiente para agarra-la, vejo outra mão dela. Rapidamente levanto minha cabeça e encaro a linda mulher, de cabelos morenos, com minha borracha em mãos.

 

- Aqui está – fala gentilmente, me direcionando um pequeno sorriso de lado.

 

-Obrigada – agradeço da mesma forma, contudo, pateticamente tímida.

 

Aquela proximidade apenas me deixou mais confusa, pois, seu rosto era muito familiar. E esta pergunta ainda não me saia da cabeça... será que eu já a vi em algum lugar?

Tento não pensar sobre isso, mas não consigo, minha curiosidade é mais forte.

 

- Hã... já nos encontramos antes? – pergunto tentando soar o mais gentil possível.

 

 Ela para e pensa um pouco, me analisando antes de responder. Será que estava analisando aquela pergunta como uma possível cantada? 

 

-Acho que não. - Deu de ombros .

 

-Ah-h ...Desculpe, eu me enganei. – falei cabisbaixa e corada pela vergonha. Pelo lado bom, ela encarou aquilo como uma pergunta inocente. 

 

-Tudo bem. - Sua atenção volta para as gotas de chuva pingando no lago enquanto da um gole de sua cerveja.

 

Envergonhada por ter deixado um clima constrangedor, começo a desenhar novamente. Escutando apenas o som da chuva.

Longos minutos se passam, estava quase terminando um esboço quando me surpreendo pelo som de sua voz.

 

-Talvez já nos encontramos. – a encarei surpresa. – “O som leve do trovão, o céu nublado, talvez a chuva venha. Se assim for, você ficará aqui comigo? “ – Citou se levantando e pegando seu guarda-chuva. Ela estava indo embora.

Fiquei a encarando sem entender o que acabará de falar. 

“Qual o significado nessas essas palavras? ” penso.

Não consegui perguntar a tempo, pois ela já tinha partido.

 

 

 

 

(...)

 

 

 

Estava em casa, preparando o jantar, à espera da minha irmã, Yuri.

Escuto a porta sendo aberta e presume ser ela.

 

-Olá, cheguei.

 

-Oi Yul. – cumprimentei sem tirar os olhos da panela.

 

-Comprei croquetes! – anunciou deixando uma sacola em cima da mesa.

 

- Obrigada, o jantar está quase pronto - Anunciei sorrindo enquanto acompanhava com o olhar os seus passos.

 

-Obrigadão. – Yuri pegou uma garrafa de refrigerante na geladeira e foi até a mesa. – Onde está a mamãe?

 

- Fugiu de casa. – dei de ombros.

 

- Que sorte podemos comer mais croquetes. - Brincou afastando a cadeira e se sentando na mesa.

 

-Ela deixou uma carta dizendo pra não procura-lá – Disse apontando com a cabeça a carta no canto da mesa.

 

-Não se preocupe, quando ela enjoar no namorado ela volta para casa.- Bebeu um gole do refrigerante analisando a carta. Yuri amassa o papel e o arremessa na lixeiro. - Uhuul Três pontos - Comemora.

 

-Você está certa. – Desliguei o fogo. – Vamos comer? - Perguntei recebendo um sorriso como resposta.

 

 

(...)

 

-Achei um lugar para morar. – Falou minha irmã dando uma garfada no macarrão.

Era sábado. Estávamos comendo juntas e como de costume, conversando sobre as novidades do dia e assuntos alheios apenas aproveitando a companhia uma da outra.

 

-Então vai morar sozinho? – perguntei com a boca cheia

 

-Não, irei morar com minha namorada. – Yuri pega um guardanapo e limpa minhas bochechas. - Tem que parar com esse hábito de falar com a boca cheia. - Repreende.

 

-Hm, quando ira se mudar? - Dei outra garfada no macarrão. Ela rola os olhos.

 

-Mês que vem, você irá me ajudar na mudança né? – Perguntou em um tom pidão.

 

-Mas é claro – Sorri. - Não vejo a hora de ter a casa só pra mim. - Brinquei. Acho que Yuri se sentiu ofendida pois me lançou um olhar mortal.

-Juizo em! - Repreendeu, mas eu sabia que ela estava apenas entrando na brincadeira.

 

-É o meu nome do meio - Pisquei direcionando um sorriso travesso.

- Eu mereço.

 

 

 

(...)

 

 

Infelizmente hoje é um dia ensolarado.

Nas manhãs de sol, venho até a estação e pego devidamente o metro. Suspiro enquanto olho a paíssagem desaparecendo e se transformando em um grande vulto de cores enquanto o trem ganha velocidade. Mas sinto que isso não é o que eu deveria estar fazendo agora. Porém, os parques ficam cheios em tempos como esse...

Me sinto solitária... mesmo rodeada por dezenas de pessoas

Parece que em dias assim, eu não sou eu mesma.

 

Manhã seguinte:

 

 

Ao acordar, afasto as cortinas. Olho pela janela, chuva!

Caminho alegremente, com um guarda-chuva em mãos, até o jardim.

Será que aquela mulher vai estar lá novamente? Sorrio com o pensamento. Sua companhia não foi desconfortável como eu normalmente ficaria com outras pessoas. Um desses motivos era que, assim como eu, ela preferia se concentrar em seus próprios pensamentos ao invés de ficar puxando assuntos fúteis com pessoas desconhecidas apenas para ser educada ou algo do tipo.

Pulo algumas poças no caminho até chegar na plataforma. E lá está ela, novamente com um terno, cerveja e chocolate em mãos

 

-Olá – me cumprimenta com um sorriso gentil.

 

- Olá! – falo  me sentando no mesmo lugar da outra vez.

 

Abro meu caderno e começo a desenhar. Diferente das outras ocasiões eu me permiti que desta vez, meus sapatos tenham uma modelo. 

Como a desenhar como sempre direcionando olhares discretos para os pés da mulher em minha frente. Não percebo o tempo passar até...

 

- Escuta... – Quase pulo do lugar ao escutar sua voz. Meu coração estava acelerado, não somente pelo susto, mas também, pela possibilidade de minhas espiadas não estarem não discretas como eu imaginava – Hoje não tem aula? – perguntou curiosa. Fico em silencio por alguns segundos ainda perdida na pergunta.

Ela chegou mais perto, alguns centímetros apenas. Mas foi o suficiente para que eu voltasse para a terra.

 

- E sua empresa? - Retruquei a pergunta. - Hoje é feriado? – Ela franzi o cenho. Tentei ao máximo soar o menos rude possível. 

Confesso que estava curiosa, mas ao mesmo tempo envergonhada

 

Envergonhada por ela perceber que eu tinha faltado da aula e uma de minhas patéticas defesas contra alguém que consegue desarmar minhas barreiras é ser inconscientemente rude. Minha boca move mais rápido que meu cérebro.

 

- Faltei de novo no trabalho. – Respondeu simplesmente. Ergui a sobrancelha surpresa por sua honestidade. Pelo visto estamos no mesmo barco.

 

- E agora está bebendo no parque de manhã. – Falei em um tom brincalhão, arrancando uma pequena risada dela. Ela se surpreendeu pelo meu comentário audacioso, mas o que posso fazer? Conviver com Yuri me fez desenvolver uma personalidade descontraída. Isolada em 99% dos casos, mas descontraída quando me sinto realmente confortável – Beber cerveja, sem comer nada, faz mal á saúde. Você precisa comer algo.

 

Ela apoiou os cotovelos sobre as perna, chegando mais perto.

 

- Para uma garota do ensino médio, está por dentro, hein? - Brincou, pude ver um sorriso malicioso surgindo em seus lábios.

 

- E-eu não ... n-não é isso - Seu sorriso se alargo com minha total falta compostura. - Olha não sou eu tá! - Tento me defender. - É minha mãe que bebe. – falei essa última parte um pouco mais baixa. Não queria que ela me entendesse errado, mas também não queria ser uma coitada com uma mãe desnaturada.

 

- Não se preocupe, trouxe algo para beliscar. – disse ignorando meu comentário final, pegando algo em sua bolsa.

 

Ela coloca suas duas mão inteiras dentro da bolça e com um certo esforço, tira 5 barras de chocolate do interior.

 

-Quer um pouco? – pergunta alegremente esticando as barras em minha direção, mostrando um lindo e hipnotizante Eyes-Smile.

 

-Argh – recuo um pouco, surpresa pela quantidade de chocolate.

 

-Você acha que eu sou uma mulher perigosa não é? - Pergunta desconfiada estreitando os olhos.

 

-Não, eu... Sabe, não é muito comum ver pessoas dividindo doces por ai, pelo menos não aquelas que não tenham uma segunda intenção. - Sorriu sem graça.

 

-Não esquenta! Aliás, cada ser humano tem suas pequenas peculiaridades. –Falou colocando uma barra no colo e as outras de volta na bolsa.

Ergo a sobrancelha intrigada com aquela mulher. De fato, bem peculiar.

Ficamos em silencio confortável, eu decidi continuar desenhando e ela comendo e bebendo.

Olho do relógio em meu pulso e começo a guardar minhas coisas.

 

-Bom, já está na hora de eu ir. – Anuncio me levantando.

 

-Vai para a escola agora? – Pergunta ela curiosa, mas sem tirar o sorriso malicioso do rosto.

 

- Decidi matar somente as aulas de manhã em duas chuvosos. - Respondi já em pé. - Afinal, não quero repetir meu último ano por causa de falta, seria humilhante demais. É tipo estar em apocalipse zumbi e morrer porque escorregou na banheira.

Ela riu.

- De fato seria bem humilhante. Parece que você gosta de ficção.

- Bem, a realidade é dura as vezes, não é de um tanto ruim esquecer tudo e aproveitar um universo paralelo.

 

-Tem razão - Deu de ombros. - Então podemos nos encontrar novamente. Talvez quando estiver chovendo. - Sorriu, me mostrando novamente seu Eyes-Smile.

- C-claro. - Me condenei por ter gaguejado. - A gente se vê por ai.

 

Nunca esperei tanto por chuva, como agora.


Notas Finais


O que acharam? desculpem qualquer erro!


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