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História O Lado Cego do Amor - Norminah - Capítulo 6


Escrita por: Letcia95

Capítulo 6 - Capítulo 6


Normani decidiu que era hora de falar com o irmão e no domingo foi para o Queens, o apartamento de Christian ficava num bairro relativamente agradável. Ele morava com um tipo chamado BJ, a quem ela nunca tinha realmente conhecido.
Teve dúvidas antes de apertar o botão que anunciaria sua chegada. Christian não a aguardava e esperava que não estivesse ocupado.

"Oi?" disse uma voz através do interfone.
Ela não a reconheceu como se fosse a voz de seu irmão, assim supôs que era BJ.

"Uh, olá. Meu nome é Normani. Eu vim ver o Christian."
Teve uma pausa e então um zumbido anunciou que a porta estava aberta. Entrou, assegurando-se de fechar a porta atrás dela. O apartamento de Christian ficava no segundo andar, se dirigiu para lá.
Christian já estava esperando na porta quando ela chegou.

"Manibear" disse, parecendo surpreendido. "Não te esperava."

"Interrompo?" Ela perguntou preocupada por ter chegado sem avisar. "Não, não," lhe assegurou Christian. "Entra."
O apartamento era pequeno. Um dormitório, um banheiro, uma cozinha e sala. Normani encontrou-se perguntando onde dormia o colega de Christian, começou a fazer ideia, olhou a parede por um momento quando notou uma de suas pinturas pendurada e orgulhosamente exibida. Recordava dessa pintura. Tinha dado a ele quando se mudou. Era nossa família de um lado e Christian do outro, com a lua unindo todos.

"Ainda o tem" disse, surpreendida.

Christian sorriu ao lado dela. "É claro" respondeu, "vai valer milhões algum dia." Normani sorriu para seu irmão.
BJ apareceu um momento depois. Sorriu enquanto oferecia-lhe a mão. "BJ Murphy" disse, sorrindo. Ela lhe deu a mão e devolveu-lhe o sorriso.

"Oi" Não era exatamente o que tinha esperado. Para começar, não era portorriquenho. Era bem o típico norte-americano. Cabelo loiro, olhos azuis, bronzeado. E não parecia ser gay, mas Christian também não.

"Quer beber alguma coisa?" ofereceu BJ.

"Não, obrigada" respondeu.
Christian levou-a à sala/cozinha e acabou se sentando num velho sofá que tinha encontrado em algum lugar. Ela observou sentar-se os dois rapazes à mesa da cozinha diante dela. Olharam-na com expectativa e ela decidiu que o melhor seria começar.

"Vim ver como está," disse a Christian. "Realmente não nos falámos desde… Você sabe." Não estava completamente segura de o que falar. Christian encolheu os ombros. "Estou bem," respondeu. "Eu já esperava esse tipo de reação." Olhou-a um momento. "Como estão?"

Normani agitou a cabeça. "Agora você é tema tabu" disse. "Thomas te mencionou no jantar da sexta-feira e Derrick ficou louco. Definitivamente não estão assimilando bem”

"E você?" perguntou Christian.
Normani vacilou, e olhou para o BJ. Sentia-se um pouco incomodada tendo esta conversa com o colega de seu irmão presente.
BJ pareceu dar-se conta disto porque se levantou.

"Acho que vou dar um passeio e deixar vocês conversarem"

Christian pegou a mão dele. "Não vai, fica. Por favor."
BJ sentou-se de novo, lançando um olhar de desculpa para sua irmã.

"Eu te amo, Christian" Normani respondeu finalmente, sorrindo ligeiramente. "Não me importa se é gay, eu só fiquei.. Surpresa? Provavelmente era a última coisa que pensava que dirias. Ally me  ajudou a ver melhor a perspectiva deste assunto. Rompeste o coração dela."

Christian riu, obviamente aliviado. "Tenho certeza que vai superar."
Normani olhou para o BJ. "Bom, BJ, onde você dorme?" perguntou, tentando manter o rosto sereno.

BJ pareceu totalmente surpreso com a pergunta. Abriu a boca para responder mas nada saiu. Olhou para o Christian.

"Comigo," respondeu Christian.

Ela fez o melhor para não rir. Ambos ficaram soados e nervosos. "Ok" disse. "Vou ter que dizer para Derrick."

Os olhos de Christian alargaram. Normani começou a rir no fim, sentindo-se melhor. Há tempos que não se sentia bem. Isto não foi tão mau.

"Odeio você" disse Christian, rindo com ela. Normani sorriu para seu irmão.

"Tem que me amar," disse-lhe. "Bom, quanto tempo estão juntos?" Finalmente, os mistérios da vida de seu irmão revelavam-se. Não lembrava da última vez que tinha sabido de alguma de suas relações. Por um tempo, tinha pensado que Christian era assexuado. Ironicamente, nunca lhe ocorreu que pudesse ser gay.

"Dois anos e meio" falou BJ, orgulhosamente. Uau. Deve ter sido arduo ocultá-lo todo esse tempo. De repente ela sentiu-se mal por seu irmão, dois anos e meio era muito tempo para manter algo assim em segredo. Não foi fácil.

"O que aconteceu na sexta-feira?” perguntou Christian de repente. "Ally ligou. Queria saber se tinha te visto."

Normani com um suspiro, disse. "Thomas estava me aborrecendo" respondeu. "Derrick, também. Simplesmente precisava ficar um tempo sozinha.”

"Por que te aborreceram?" perguntou Christian.

"Porque querem dirigir a minha vida" respondeu simplesmente. "Thomas estava falando para eu me transferir para Harvard e nos casar e ter filhos e Derrick estava a favor da ideia."

BJ agitou a cabeça. "Que disse a eles?"

"Nada," admitiu. "Explodi depois com a Ally."

Christian inclinou-se. "Mani, não tens que fazer o que te dizem” disse. "Não vai ser feliz a não ser que faça exatamente o que quer, mas não tem que abandonar tua felicidade pela deles, já viveram suas vidas viva a sua."

Normani sorriu a seu irmão. "Obrigada queria ser tão valente como tu."

BJ riu. "Ele? Valente? Por favor, deveria ter visto ele fugindo do apartamento no outro dia porque tinha um rato no banheiro."

"Ficou com medo de um ratinho?" caçoou ela.

Christian olhou com frieza para BJ. "Tem algum problema eu ter medo?"

BJ lhe mostrou a língua. "Estou tão assustado."
Normani sorriu. Já gostava de BJ, parecia uma criança, ele tinha quase a mesma idade de Christian, estimou que teria vinte e cinco ou vinte e seis anos ainda que parecesse mais jovem.

"Bom, como vai o seu negócio?" perguntou Christian. "Vendeste mais algum quadro desde a última vez que conversamos?"

Ela negou com a cabeça. "Ontem fui vender mas parecia que ia chover, então não fiquei muito." Animou-se. "recebi meu primeiro e-mail de um fã."

Christian pareceu interessado. "Conta."

"Esta pessoa, J. Amasio" explicou. "Ainda não sei se é um cara ou uma garota, vou perguntar... Bom, tanto faz, queria saber se eu expunha em uma galeria meu trabalho." Riu "Estamos trocando e-mails desde a semana passada."

Christian aplaudiu ligeiramente. "Bom trabalho."

Normani respondeu “Que isto, obrigada."

“Como estão às coisas contigo e Thomas?" O sorriso dela desapareceu. "Estão bem."

"Não parecem bem," comentou BJ.

Normani suspirou. "É mau sinal quando não pode esperar que seu namorado mude?" perguntou inutilmente.
Christian e BJ trocaram um olhar.

"Estou segura que só estamos passando por uma crise" continuou. "Estou segura que as coisas vão ficar bem." Ainda que não estava segura se desejava realmente isto.

*

Querida Mani,
Faça sim sua coleção, gostaria de comprar não importa o custo, pagarei o que for. Posso entender o que sentes por sua arte, é difícil despir a sua alma para o mundo e dias depois se sentir rejeitada, fico feliz que não vá desistir de seu talento pode confiar em mim quando digo que, é melhor ser rejeitada por ser quem é que aceita por ser quem não é. Parece que nos vemos no mesmo quadro, como se estivéssemos em lados opostos de um espelho e só podemos ver nosso reflexo. Talvez se virássemos o espelho, poderíamos no ver mutuamente. Sua semana deve realmente ter sido muito ruim para que meus e-mails te animem tanto. Se quiser conversar sobre qualquer coisa, estou aqui.
Se cuida!
J. Amasio.

*

Estimado J. Amasio,
É sério que quer comprar minha coleção? Vou começar a fazer.
Obrigado pelo que disse, com respeito a minha arte. Suponho que tenha razão sobre que é melhor ser aceita por ser eu mesma, mas a maioria das vezes, não é bem como queremos desejaria ser valente para mudar minha vida e vivê-la da forma que quero, mas não estou segura de ser forte o bastante. Às vezes ser aceita por quem é não é o melhor… Ao menos te aceitam.
Se cuida,
Mani.
PS: O Que significa J.?

*

Os apresentadores do show se apresentaram sorrindo tão amplamente que Dinah estava segura que suas caras estavam paralisadas nesse gesto, falaram com a atriz enquanto sua equipe preparava o fundo e a iluminação Dinah brincava com o microfone preso em sua camisa. Seguia raspando em sua garganta ou ao menos, é do que se queixava aos que lhe faziam a entrevista. Parecia desconcertar-lhes. Como se não soubessem manejar a situação, isso a divertia. Por fim, tudo estava resolvido e Dinah rezou uma silenciosa oração para que a tortura acabasse tão rápido e indolor como se fosse possível, a luz da câmera foi acesa e Dinah transformou-se em sua pessoa publica.

"Sou Michael Jacobs."

"E eu Susan Clark. Estamos aqui com Dinah Hansen, a estrela da arrasadora série, Guardian. Encanta-nos que pode nos receber, Dinah" Dinah sorriu.

"Alegra-me estarem aqui, Susan." Michael inclinou-se. "Bom, Dinah, estamos aqui no set de Guardian. Mas isto não é para a série, verdade?"
Realmente achavam que o público era estúpido?

"Não, Michael, tem razão. Na verdade aqui e o set de Guardian: A Second Chance, que deve estrear no cinema no começo da próxima temporada."

"Vamos falar um pouco de tua personagem" disse Susan. "Fala-nos de Kiara."

"Kiara é um anjo guardião que está tentando compensar a vida que viveu quando foi humana. Tenta isentar-se ajudando a outros na Terra."

"Ela foi tão má" disse Michael, "como conseguiu virar um anjo?"

"Bom," explicou Dinah "Morreu enquanto salvava a vida de alguém, o garoto que salvou rezou por sua alma assim Deus a fez anjo, vaga pela Terra, ajudando as pessoas em apuros."

"Bom, como conseguirá a redenção?"

A atriz sorriu. "É disso que fala o filme. É reunida com o garoto que a salvou e, de novo, sua vida está em perigo. Tem que encontrar uma forma de ajudar ele. Se tiver sucesso, terá a opção de continuar sua vida como Guardiã ou de voltar à Terra como humana, uma segunda chance na vida, trata dessas coisas."

Michael assentiu. "Bom, consegue?"

Dinah riu. "Suponho que terás que ver o filme para saber."

Susan também riu. "Assim que, basicamente, a série continuará com o desfecho do filme?" perguntou. "Se Kiara continua como anjo, na série ou se volta a ser humana, a série mostra sua vida como ser humano?"

"O filme vai estrear antes da série de TV, para não estragar o final do filme." Riu. "Isso é, contando que veja o filme antes da estréia da nova temporada."

Susan assentiu. "É muito diferente trabalhar num filme do que na série?" Dinah considerou a pergunta.

"Bom, o filme tem outro diretor. Para a série, praticamente tínhamos alguém diferente para cada episódio, mas Kris Morena, é a diretora da Second Chance, ela é excelente, é agradável ter essa consistência. Também trabalhar com equipe e orçamento maiores tudo é o mesmo, só que em maior escala."

Michael sorriu. "Bom, obrigado por receber-nos, Dinah. Desejámos-te sorte com o filme. Parece que vai ser um campeão de bilheteria."

Susan ficou de costas para câmera. "Obrigada por nos presentear com esta entrevista exclusiva, aqui no set de Guardian: A Second Chance, que vai estrear no outono. Sou Susan Clark do Entertainment TV. Tenha uma boa noite."
Dinah tirou o microfone e deu a uma pessoa da produção.

"Foi um prazer te conhecer, Dinah" disse estendendo-lhe sua mão recém manicurada.

"Igualmente" respondeu a atriz segurando a mão da mulher. Também deu a mão para Michael. Então, tão educadamente, se despediu e se foi. Uma vez a salvo, se jogou no sofá. Ao fim livre. Sentando-se, agarrou o seu notebook. Tinham passado dias desde que revisou seus e-mails queria saber se Mani tinha respondido.
Leu o e-mail algumas vezes, pensando o que ia responder.

 

Querida Mani,
Definitivamente quero comprar a coleção. Definitivamente!
Entendo o que quer dizer sobre não ser valente para mudar sua vida, eu tenho um problema similar. O que passa comigo, é que sinto que quando as pessoas me olham, não vêem quem realmente sou. Tenho perfeccionado a arte de ser alguém melhor até o ponto que me sinto uma mentira, simplesmente quero ser eu mesma suponho que para fazer isso, primeiro teria que mudar a pessoa que me transformei, chegou um momento em que me olho no espelho, vejo um reflexo que não sou eu sou um bilhão de minúsculos fragmentos refletindo diferentes partes de mim almejo ver-me por inteira. Assim é a vida, não? Espero que um dia eu possa e depois seguir em frente.
Mas sabe, a mudança não tem que ser uma completa revolução, só um passo pode fazer tanto bem sem derrubar as barreiras protetoras. Quem sabe se fizer algo que te faça feliz cada dia, os aspectos infelizes da vida não parecerão tão significativos dizem que são as coisas pequenas que importam.
Fique bem,
Jane Amasio.


Dinah olhou seu nome. Fazia tempo que não o escrevia e as únicas pessoas que a chamavam assim eram sua falecida avó e Ucker que era seu melhor amigo desde sempre. Que estranho que essa completa honestidade começasse a parecer uma mentira, enquanto enviava o e-mail, perguntou-se o que era realidade. "Isto é o que dá ver Matrix muitas vezes" murmurou.

 



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