História O Lado Escuro da Lua - Sterek - Coletando Informações

— Eu queria dizer que isso é uma tremenda loucura, – Stiles começou, seus olhos estavam arregalados. – mas dado a tudo que a gente viveu em menos de um mês, isso é bem possível.

— Eu não estou brincando, Stiles. – John bufou uma risada. – Você realmente pode fazer mágica.

— Como o Harry Potter? – seus olhos brilharam como o de uma criança feliz. – Eu vou ter uma varinha e uma coruja de estimação?

— Stiles, eu vou dar um tiro em você se não levar isso a sério. – o ameaçou, deixando claro a sinceridade em sua voz.

— Eu me curo rápido. – deu de ombros, ignorando a ameaça. – Mas é sério, eu vou mesmo ganhar uma varinha?

— Claro que não, garoto! Magia é mais complexa do que esses filmes bobos de hoje em dia.

— O que? "Filmes bobos de hoje em dia"? – sua voz subiu algumas oitavas. – Harry Potter é a segunda melhor sequência de filmes que existe!

— Stiles, pelo amor de De…

— Como ousa falar isso dessa saga? – Stiles estava indignado. – Eu devia chutar seu traseiro velho e…

— Eu juro por Deus, Stiles. – John o cortou, agora um pouco irritado. – Se não calar a boca e me deixar explicar, eu vou arrancar cada uma das suas garras.

— Okay. Okay. Desculpa. – ergueu as mãos em sinal de rendição, se encolhendo na cadeira. – Pode continuar, vou ficar quietinho. Não vou mais atrapalhar.

— A bruxaria é algo sério. Sem piadas. Precisa aprender a usar seus dons logo. Você vai precisar.

— Eu nem sei como começar a fazer isso, pai. – Stiles respondeu frustado. – Não acho que seja eu só dizer: "bibidi bobidi bu" e a casa pegar fogo.

— Sua mãe guardou os grimórios dela para caso um dia você precisasse usá-los. – contou, vendo a expressão do menor mudar para uma feição abatida.

— O que é um grimório? – perguntou com o cenho franzido, encarando suas mãos.

— Um livro de feitiços. – explicou. – Cláudia era bem organizada quanto a isso e sempre escrevia seus feitiços nele. Está tudo explicado.

— Você… Você os guardou? – o garoto tinha a voz baixa, uma pequena pontada de dor pulsando em seu coração.

— Guardei sim. – John assentiu. – Eu os deixei guardados na delegacia para você achar.

— Essa é a primeira vez que eu fico aliviado em você esconder alguma coisa de mim. – comentou Stiles, rindo fraco.

— Eu estou falando sério, filho. – o mais velho esticou a mão em cima da mesa, alcançando a do filho e entrelaçando seus dedos. – Precisa levar isso a sério. Faz parte de quem você é agora.

— Mas como eu vou fazer isso? – o castanho apertou as mãos unidas, com o olhar perdido. – Não tem nenhuma bruxa em Beacon Hills. E acho que Anne deve estar cansada de ver nossa cara.

— Eu posso falar com ela se você quiser. – sugeriu. – Talvez ela possa te orientar no início. Assim que conseguir pegar o jeito, consegue se virar sozinho.

— É uma boa ideia. – deu de ombros, ainda perdido. Seus pensamentos a mil. – Certo, acho que consigo fazer isso.

— Claro que consegue. – John sorriu, olhando nos olhos do filho. – Stiles, você consegue fazer qualquer coisa. E eu me orgulho disso.

— Por favor, não me faz chorar. – Stiles revirou os olhos sorrindo. Sua voz saiu um pouco trêmula.

— Okay, não precisa. – gargalhou fraco. – Mas eu falei sério. Você é capaz de fazer qualquer coisa. Confie em você mesmo e no seu potencial.

Stiles apenas assentiu, incapaz de dizer alguma coisa devido a suas emoções estarem bagunçadas. Ele iria fazer aquilo. Iria dar o seu melhor. Por ele. Por seu pai. Por seus amigos. Por sua família.

.

.

.

.

No andar de cima da casa, Scott estava sentado em sua cama enquanto encarava o chão com os olhos cerrados. Ouvia cada detalhe da conversa entre os Stilinski, e ficara um pouco surpreso pelo tema do assunto, mas sabia que Stiles poderia praticar magia. Deaton havia os contado dias atrás no meio de toda aquela bagunça.

O som de uma chave sendo girada na maçaneta chamou a atenção do Alpha, que ergueu a cabeça e olhou na direção que o barulho vinha. Segundos depois, Isaac apareceu na porta usando uma calça de moletom enquanto secava seus cabelos com uma toalha. Mas, era para outro lugar que Scott olhava.

Isaac estava sem camisa.

Scott arregalou levemente os olhos e abriu a boca, parando por alguns segundos de respirar. Um formigamento passou por sua pele, logo se concentrando em uma parte que estava começando a se animar.

— Scott! – a voz do loiro preencheu seus ouvidos, fazendo-o encará-lo. – Tá no mundo da Lua?

— Ah, o que foi? – balançou a cabeça, tossindo de leve. – Estava me chamando?

— Um milhão de vezes! – dramatizou, deixando a toalha no banheiro e saindo em seguida. – No que estava pensando?

— Nada. Eu só estava meio aéreo. – sorriu fraco. – Mas o que você queria falar?

— Você estava ouvindo a conversa de John e Stiles, não estava? – um sorriso brincalhão surgiu em seus lábios.

— N-Não, claro que eu não!

— Tsc, tsc, tsc, Scott. Que coisa feia ficar ouvindo a conversa dos outros.

— Não é como se você não fosse fazer o mesmo. – encolheu os ombros levemente.

— A única diferença é que eu sempre fiz isso. – apontou. – Pensei que você fosse o Verdadeiro Alpha. Que nunca mentia e nem espionava ninguém.

— Eu só queria me informar. – deu de ombros. – E Stiles iria dizer pra mim no minuto em que viesse para o quarto.

— Acho que eu realmente estou te influenciando. – Isaac sorriu, fazendo seu abdômen tremer.

— Talvez até demais. – brincou, não perdendo os movimentos daquele tanquinho criado por Deus.

— Não aja como se eu fosse o único vilão. – o beta cruzou os braços, fazendo seus músculos se contrairem.

— Mas eu sou a vítima aqui. – Scott apontou o dedo para si. – Você é quem está me transformando nesse monstro curioso.

— Ouch! Eu estou me sentindo profundamente ofendido nesse momento.

— Mas eu não estou mentindo. – gargalhou alto, vendo o loiro revirar os olhos.

— Não vou brigar com você, porque você está certo. – Isaac também riu, começando a se aproximar lentamente do Alpha.

— Eu sempre estou certo. – se vangloriou. – Já deveria saber disso.

— Desculpa te informar, mas essa função é do Stiles. – revirou os olhos. – De um jeito ou de outro, as paranóias dele levam a gente para algum lugar.

— Tem razão. Ele esteve certo em várias ocasiões, a gente que nunca deu ouvidos. Pelo menos não na hora certa.

— Chega de falar do Stiles. É capaz dele sair lá debaixo só para vir aqui se gabar.

— E do que você quer falar? – ergueu as sobrancelhas, mordendo o lábio inferior.

Isaac não respondeu. Caminhou a passos lentos e precisos na direção do moreno, olhando no bem nos seus olhos. Estava determinado a sair da zona de amizade e subir o nível com Scott, e teria que ser bastante convincente para ele entender.

Por outro lado, Scott ansiava para o que estava por vir. Também estava determinado a sair da zona de amizade com o loiro, mas não sabia como dar o primeiro passo. E agora, vendo Isaac vir em sua direção com um olhar predatório, fazia sua sanidade se esvair a casa segundo.

Assim que Isaac que parou de andar, estava a poucos centímetros de distância do Alpha. Suas respirações estavam irregulares enquanto se misturavam. Seus corações batiam acelerados em seus peitos, bombeando sangue em alta velocidade. Uma gota de suor manchava a testa de Scott, que tremia levemente por antecipação.

— Isaac… – grunhiu, alternando o olhar entre os olhos do beta e seus lábios super convidativos.

— Sim…? – Isaac respondeu em voz baixa, um tom provocador. Passou a língua pelos lábios.

— Eu… – Scott parou de falar, sua mente ficando nublada e seus sentidos focando somente no loiro.

— Você… – incentivou o Alpha a continuar, chegando ainda mais perto dele.

Curvou seu tronco um pouco para baixo, apoiando suas mãos nos joelhos do menor, que não conseguiu contar um suspiro.

— Que se dane! – jogou toda maldita insegurança pro alto e puxou o rosto de Isaac para perto, selando seus lábios.

Isaac gemeu em aprovação, entre-abrindo os lábios e dando espaço para a língua do menor se chocar com a sua. Foi uma sensação extasiante para ambos os lobisomens. Scott enterrou os dedos nos cabelos do beta, trazendo-o ainda mais para perto. Levou suas mão até a cintura do loiro, acariciando a pele por debaixo da camiseta.

Isaac foi forçado, com cuidado, o corpo de Scott para baixo até que os dois estavam deitados no colchão, com o beta por cima do Alpha. O beijo prosseguiu por mais alguns segundos antes da falta de ar começar a falar mais alto que o desejo pulsante em seus corpos. Os lobos afastaram os lábios devagar, os olhos estavam fechados e um filete de saliva os unia.

O primeiro a abrir os olhos foi Scott, encarando o rosto sereno de Isaac em cima de si. Ainda não conseguia acreditar que finalmente havia o beijado. Sem dúvidas, esse tinha sido o melhor beijo que tivera em sua vida. E quando Isaac o encarou, foi impossível segurar o sorriso que deu.

— Fazia um bom tempo que eu queria fazer isso. – o moreno confessou, ainda com as mãos na cintura do beta.

— Eu também. – sorriu. – Na verdade, eu estava quase para te beijar sem te avisar nada. Você é muito lerdo.

— Eu estava com medo, okay? – se justificou, invertendo as posições e ficando por cima do loiro. – Não sabia se iria ser rejeitado ou não.

— Scott, eu literalmente deixei claro que gostava de você. – gargalhou alto, passando os braços ao redor de seu pescoço. – Muitas Vezes.

— Eu sei. – encolheu os ombros, rindo também. – Mas eu não sabia se era sério ou não.

— O que quer dizer? – Isaac o encarou confuso, franzindo o cenho.

— Bom, você parece ser do tipo que flerta com qualquer um. – respondeu o Alpha. – Não sabia se era só mais um flerte ou se era pra valer.

— Está me chamando de atirado? – o Lahey emburrou a face, fazendo um biquinho com os lábios.

— Não! Claro que não! – Scott se apressou em negar, dando um selinho no beta em seguida. – Só… esquece isso, vai.

— Olha só, nós nem namoramos ainda e nosso relacionamento já está sendo tóxico. – Isaac lamentou, arrancando uma risada do McCall.

Scott grunhiu, enterrando o rosto na curvatura do pescoço de Isaac, escondendo suas bochechas vermelhas devido a frase que o mesmo dissera.

— Cala a boca, Isaac.

.

.

.

.

O anoitecer chegou mais rápido do que esperado, ou talvez nenhum deles estivessem prestando muita atenção na passagem do tempo já que pareciam estar bem mais ocupados com outras coisas.

Stiles e John permaneceram na cozinha por mais de algumas horas. O Stilinski mais velho tentava o explicar da maneira que conseguia sobre a magia que herdara de sua mãe e tudo o que sabia sobre o mundo das bruxas, graças a sua falecida e tão amada esposa a qual ele sentia imensa falta.

Vez ou outra, Stiles soltava alguns comentários repletos de sarcasmo e gracinhas, mas estava sempre atento as explicações de seu pai. Ainda era um pouco difícil de acreditar em tudo aquilo ser real. Stiles podia, literalmente, fazer magia. Nunca imaginou que algo assim seria possível, mesmo no mundo sobrenatural onde vivia. E ele não podia estar mais animado em treinar isso.

Scott e Isaac continuaram deitados no quarto e não desceram por nada. Agora que finalmente os dois haviam se entregado de vez ao seus desejos, estavam correndo atrás do tempo perdido. E eles estavam aproveitando do modo mais prazeroso possível. Não, eles não estavam transando ainda, não era o momento. Mas, isso não os impedia de se beijarem por horas e horas.

As coisas estavam começando a se ajeitar pouco a pouco em suas vidas conforme o tempo seguia. Ainda teriam que ir atrás de informações sobre as Irmãs e aquele cara estranho que sequestrara Stiles, mas não precisavam ter pressa quanto a isso. Teriam tempo para poderem descansar um pouco depois de todo esse tumulto.

Ou eles pensavam que iriam ter.

A profecia ainda era algo que existia. Ela era real. Muito real. Eles não sabiam naquele momento, mas depois de Stiles despertar sua magia outra vez isso enviou ondas de energias que somente os seres sobrenaturais poderiam senti-las. E isso era um problema.

A corda estava começando a se apertar nos pescoços do pack de Scott McCall. Principalmente no de Stiles Stilinski.

O destruidor do mundo sobrenatural.