História O Lar dos Peculiares - "Na Trilha"

Ansiosos, nós sentamos ao chão para ouvir o que tio Millard tinha a dizer.
  - Eram centenas, monstros armados em bando entraram pelas janelas e quebraram tudo ao alcance - ele fiz uma pausa - Jacob, Hugh, Horace e Emma começaram a lutar, os Gêmeos faziam o possível para manter todos a salvo. Ao expulsamos todos daqui chegaram mais e, parecia que se multiplicavam, assim, eles nos cercaram, tentamos resistir mas parece que não foi o bastante.
  - Foi o que eu previ - disse  Bella
  - Obrigado por me poupar disso, Bella - respondeu Nicolas
  - Crianças! Precisamos salva - los. Eles correm um grande perigo nas mãos dos acólitos
  - Sabia que eram acólitos!- falei
  - Sim, eles são, porém, estes são mais perigosos, estão com vingança correndo por suas veias!- disse Millard
  Planejamos um plano: iríamos naquele momento procura - los pois a trilha estaria fresca por conta das camionetes, mas também teríamos que descobrir informações sobre os acólitos e seus motivos.
   Pegamos bolsas, mapas, comida, água e tudo o que nos ajudasse na jornada. Foi aí que eu me lembrei, eu tinha um exército de soldadinhos! Podíamos leva - los e teríamos êxito.
  Mostrei os homenzinhos dentro do saco para tio Millard, ele ficou surpreso e feliz:
  -Acho que esse soldados poderão nos ajudar muito!
                  ****
  Não sabendo se voltaríamos para aquela casa um dia, nos despedimos dela e partimos para fora dela.
  Lá fora estava frio, mesmo com roupas apropriadas o jato de vento era intenso. Como chovera recentemente, a trilha ainda estava molhada e lamacenta , mas não ligamos, só queríamos buscar nossos familiares.
  Fazia tempo que eu não andava por ali, meus pais me proíbiam.
  Os soldadinhos se batiam dentro do saco em que eu levava nas mãos.
  Exaustos com o tempo, decidimos descansa até amanhecer, afinal não adiantaria nada ficar andando ao meio do breu.
  Todos já estavam acomodados, decidimos dormir em árvores pois caso acontecece algo, estaríamos ao topo, e ninguém poderia nos ver. Eu estava errada.
  Eu sonhava coisas bestas e fáceis de esquecer, estava relaxada até que acordei com o barulho de um motor.
  Levantei bruscamente e me sentei para ouvir melhor, chequei os outros e todos estavam dormindo, menos Charlie.
  - Charlie - sussurreu
  - Você também ouviu? - perguntou em outro sussurro
  Fiz com que sim e ele desceu alguns galhos abaixo para sentar ao meu lado.
  -Precisamos avisar os outros, aqui não é seguro - ele disse
  Fiz com que sim. Subíamos os galhos depressa, sem olhar para baixo.
  Quando fomos chamar tio Millard algo tão inesperado e rápido aconteceu que eu não tive tempo nem de pensar.
  Duas mãos me agarraram pela cintura e me puxaram para cima, o barulho do motor estava atrás de mim.
  - Lira! - Charlie berrou
  - Socorro, avise os outros!- berrei
   Tio Millard levantou em um susto com os olhos arregalados, por conta dos berros, mas já era tarde de mais, eu estava muito longe para ser salva.
   Virei para trás e vi um menino, parecia ter a minha idade, cabelos encaracolados, utilizava um capacete e tinha olhos vazios, brancos. Ele me segurava em seus braços e quando percebeu que eu estava olhando disse:
  - Parece que a princesinha acordou
  - Como ousa? Você me sequestrou! Olhos brancos, com certeza um acólito.
  - Parabéns, parece que sua mamãe e seu papai te ensinaram sobre nossa raça poderosa.
  - Eles me ensinaram a verdade, um bando de ladrões, assassinos!
  - Não brinque comigo, Lira!
  - Como sabe meu nome?- perguntei assustada
  - Ora, o caçador tem que saber tudo sobre sua presa - ele disse sorrindo
   - Escuta aqui garoto, eu sou muito capaz do que você pensa, então é melhor você dar meia volta e me deixar onde eu estava, além de soltar meus familiares
  -Sinto muito princesinha, mas isso não será possível, tenho ordens a cumprir.
  Deu um soco em seu braço.
  -Ai! Você não é nada inteligente, se eu fosse um fracote por conta do seu murro eu teria te soltado, mas como eu não sou...
  -Estou avisando, se você não me levar para lá eu vou fazer coisa pior!
  - Princesinha, este equipamento que está atrás de nós não vai aguentar por muito tempo, eu tenho que chegar na caverna.
  Percebi que aquela engenhoca era o que emitia o barulho do motor.
  - O que é isso? Que caverna você está falando?
  - Esquece.
  - Fala.
  - Não.