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História O Lobo Siberiano - Então você veio - Parte 1


Escrita por: AnaLothbrok

Notas do Autor


Oiii gente!
Td bom com vocês?
Capítulo ficou um pouco grande, por isso dividi em duas partes.
Links nas notas finais
Boa leitura
:D

Capítulo 15 - Então você veio - Parte 1


Fanfic / Fanfiction O Lobo Siberiano - Então você veio - Parte 1

Oleg estava parado junto a porta olhando impaciente para dentro do abrigo. Nadine dava uma última olhada no local, como se estivesse despedindo-se mentalmente. Olhava as paredes cinza que tinham sido testemunhas do que acontecera e provavelmente, enclausurariam esse segredo. Passou os olhos pelas velhas poltronas e pelo local em que até poucas horas estivera o rifle de precisão, estopim, de uma certa forma, para a chama que ardeu entre ambos e cuja cama pequena havia sido o sustentáculo para a pira de paixão e desejo que haviam acendido.

Suspirou longamente, ele lhe havia dito que ficariam juntos, mas o distanciamento dele nos últimos dias a fazia temer voltar para a cidade. Estava aflita, pois sabia estar apaixonada e por mais que talvez fosse exagerado, não conseguia mais ficar longe daquele siberiano tão introspectivo. E por essa característica mesma, era muito difícil supor o que se passava pela mente dele, ainda mais que ele era tão capaz de suprimir seus desejos e agir racionalmente. Nadine estava quase certa de que talvez, não ficassem mais juntos, de que tudo que viveram, ficaria ali.

─ “Vamos Nadine. O que faz tanto aí dentrro?” – a chamou irritado.

Ela virou-se triste e respondeu.

─ “Estava me despedindo”. – ele franziu o cenho e chamou com um gesto.

Ela finalmente saiu e ele trancou a porta em seguida. No estacionamento, Nadine viu que o tanque ainda estava lá e enquanto ele arrumava as mochilas no porta malas do Mustang, ela o chamou.

─ “Oleg”. – ele levantou a cabeça e perguntou.

─ “O quê?”

─ “Podemos dar uma volta no Terminator?”

Oleg terminou o que estava fazendo, fechou o porta malas e a olhou com uma expressão admirada. Nadine se assustou e quis saber.

─ “O que foi? Por que tá me olhando assim?” – ele aproximou-se e disse.

─ “Não podemos”. – Nadine se chateou e decidiu argumentar.

─ “Você disse que já andou, não quer é me levar, né?” – cruzou os braços como uma criança birrenta.

Dmitróvski quase revirou os olhos, no entanto, aproximou-se dela e falou.

─ “Quando andei em um tanque, tinha autorização, agora não tenho, por isso não posso. Vamos embora, já estamos atrrasados”. – ela continuou séria, mas como ele entrasse no carro, percebeu que era fim de papo.

Nadine deu uma última olhada para o tanque e soltando um suspiro, deu a volta e tomou seu lugar no lado do passageiro. O ronco do Mustang encheu o ar matinal e logo estavam saindo da estação de treinamento, cruzando o portão, o soldado da guarita dava a última continência ao siberiano que deu pouca atenção e acelerou.

...

A viagem de volta à cidade deu-se em um silêncio ensurdecedor, pelo menos para Nadine que tinha a cabeça povoada por pensamentos e dúvidas, olhava o tempo todo a paisagem que passava cada vez mais rápido pela janela, até que estranhando, resolveu olhar para o velocímetro e percebeu que Oleg, totalmente concentrado na estrada, parecia estar com pressa de chegar em seu apartamento. Pelo canto do olho, ele percebeu que ela olhava de rosto franzido, virou-se para encará-la, mas ela desviou o olhar. Voltou a atenção para a estrada, confuso, então a ouviu perguntar.

─ “E esse carro?” – Franziu o cenho e falou.

─ “Como assim?” – Nadine estava recostada no banco de couro e olhava para o volante e painel que pareciam brilhar e se explicou.

─ “Não imaginei que você tivesse um carro. E ainda mais, que fosse um desses. É tão bonito e bem conservado!”.

─ “Era desejo de meu pai ter um desses”. - ele disse apenas.

Nadine olhou emocionada, ele mantinha os olhos à frente, ela comentou.

─ “Ele tinha muito bom gosto”. – Dmitróvski a olhou e ela sorria.

Ele apenas meneou a cabeça, concordando. 

Nadine ajeitou-se no banco, finalmente disposta a puxar papo.

─ “E aquela comida enlatada? Comi sem decifrar no que consistia”. – sorriu e o olhou.

Ele franziu um pouco o rosto em seguida aliviou a expressão e falou.

─ “É uma ração para soldados, consiste em uma mistura de carne, legumes e feijão”.

─ “Não acredito que até hoje, os soldados comam aquilo. É tão século XX”. – ele a olhou de canto e suspirando, se explicou.

─ “Claro que hoje em dia, existem novas tecnologias para alimentar os soldados, frrutas desidrratadas são as prrincipais”. – Nadine fez cara de asco e ele revirou os olhos, prosseguindo.

─ “Mas, para algumas coisas, prrefiro o jeito antigo”. – Nadine o olhou por longos minutos, em seguida olhou para o interior do Mustang e refletiu que Oleg bem poderia ser uma figura atemporal, teve a sensação que ele se adaptaria a tudo.

─ “Mas, você não estranhou, quando comeu aquela ração pela primeira vez? Não é tão ruim, mas, sei lá, pra quem não está acostumado, é estranho”. – questionou o olhando.

Dmitróvski virou o rosto para ela, com uma expressão de estranheza e disse.

─ “Como desde pequeno”- Nadine olhou admirada e perguntou.

─ “Como assim?” – ele respondeu.

─ ”Meu pai era militar”. – Nadine fez uma expressão de quem lembra algo.

─ “Ah! sim. É você comentou na Interpol. Ele era sniper também?” – perguntou, ligeiramente curiosa sobre a vida dele na Sibéria.

─ “Não. Mas tinha uma mira acima da média”. – ele respondeu olhando a estrada.

─ “Então está no seu sangue?” – ela perguntou.

Dmitróvski deu de ombros. Nadine o olhou pensando que ele deveria guardar muitas coisas dentro de si. Então, decidiu perguntar.

─ “Você não gosta muito de falar dos seus pais não é?”– o olhou compreensiva.

Oleg estreitou um pouco os olhos que miravam à frente, em seguida respondeu naturalmente.

─ “Não gosto é de falar mesmo”. – Nadine abriu a boca em formato de “o”, chocada com a resposta dele.

Dmitróvski a olhou e seu rosto estava quase presunçoso, ela, no entanto, lhe dirigiu um olhar fulminante e virou o rosto para olhar pela janela. Ele ligou o rádio e enquanto passava as músicas, Nadine reconheceu que era um daqueles CDs de flashback, admirada, ela olhou para o aparelho de som. Quando finalmente ele apertou o “play”, a música que tocou era conhecida por Nadine.

─ “Red Flag?” – questionou mais para si mesma.

Ele a olhou de testa franzida e perguntou.

─ “Você conhece?”

─ “Claro. Adoro músicas dos anos 80. O que me surpreende é você conhecer e gostar”. – ela comentou o olhando com desconfiança.

Oleg bateu os dedos no volante e respondeu.

─ “Ouvi muito essas músicas”. – Nadine levantou as duas sobrancelhas, realmente admirada com o russo e comentou.

─ “É, a Rússia, tem mesmo me impressionado”. – a resposta de Dmitróvski foi aumentar o volume do som bem na hora do refrão de Russian Radio.

...

Chegaram na cidade e entraram no estacionamento do prédio do siberiano. Ele tirou as mochilas do carro e entregou uma a Nadine; subiram as escadas até o apartamento. Ao entrarem, ele seguiu pelo corredor, Nadine o acompanhou e para sua surpresa, não pararam no quarto de hóspedes. Ele os guiou até seu quarto e virando para Nadine, falou um pouco incomodado.

─ “Você pode colocar suas coisas aqui”. - sem querer acreditar no que ouvia, a ruiva questionou.

─ “E você vai ficar no outro quarto?” – Dmitróvski a olhou com raiva e vociferou.

─ “Claro que não. Esse é o meu quarto”. – Nadine arfou.

─ “Então está me chamando para dividi-lo com você?” – o olhou ansiosa.

Ele virou o rosto um pouco de lado, visivelmente tímido e falou.

─ “Se não se incomodar”. – Nadine sorriu largamente e o abraçou.

Ele correspondeu meio sem jeito, estava com vergonha. Ela se afastou um pouco para encará-lo e disse.

─ “Jamais me incomodaria dividir a cama com você”. – Oleg engoliu em seco.

Afastou-se e a convidou.

─ “Você quer dar um passeio?” – Nadine sobressaltou-se.

Percebeu que o siberiano parecia visivelmente sem jeito com o que tinha dito, não conseguia acreditar que ele a estivesse convidando formalmente para sair. Sorrindo, decidiu saber.

─ “E para onde vamos?”

─ “Bem, não dá para ver tudo assim tão rápido, então pensei que podíamos dar um passeio pelo canal. Já vai dar pra ver algumas coisas.” – Ela sorriu ainda mais e disse.

─ “Ótimo. Eu vou me arrumar, não demoro”.

Se olharam intensamente, porém, ele pegou suas roupas e disse que se trocaria no outro quarto para deixá-la mais à vontade. Em poucos minutos, ela estava pronta e eles saíram. Foram caminhando, afinal, o canal passava em frente ao apartamento. Desceram uma escadinha de pedra e um barqueiro aproximou-se. Dmitróvski falou em russo com ele, acertando o itinerário que fariam. O homem deu a mão para que Nadine subisse, em seguida ajudou o compatriota, os dois acomodaram-se e logo estavam navegando suavemente pelo canal.

A ruiva sorria maravilhada, é claro que nada deveria superar um passeio de gôndola em Veneza, ela pensou, mas era inegável o charme de São Petersburgo, assim como de seu acompanhante, que olhava para a paisagem quieto. Seus olhares se encontraram e Nadine lhe sorriu, ele suavizou a expressão e passou um braço ao redor do pescoço dela, que se aninhou no ombro dele, enquanto olhava os raios dourados do sol banhar o canal. O barqueiro olhou para os dois e sorriu, Nadine ficou levemente corada, mas sorriu de volta para o simpático russo. Já Oleg, retirou o braço e observou os outros barcos que passavam. Nadine tirou seu Blackberry do bolso do casaco e tirou algumas fotos da paisagem, que iluminada pelo sol, era encantadora e romântica.

Olhou para o siberiano e sorriu cheia de amor, agradecida pelo passeio tão bonito que ele lhe proporcionava. Agarrou o braço dele e ele a olhou.

─ “Posso tirar uma foto com você?” – ele a olhou confuso por alguns segundos.

Depois, vendo o celular na mão dela, assentiu com a cabeça. Aproximou-se mais dela que virou a câmera para eles e apertou o botão para capturar a imagem. Nadine olhou a foto e tinha uma imagem muito bonita: ela sorria e Oleg, apesar de não estar sorrindo, era possível perceber que estava contente, atrás deles, via-se algumas construções no estilo barroco e o efeito da luz do sol tão dourada, proporcionava um brilho deveras fascinante ao registro.

 Nadine sorriu para ele enquanto mostrava a foto, ele balançou a cabeça aprovando, ao devolver o celular para ela, se olharam e beijaram-se apaixonadamente. O que fez o barqueiro dar um sorriso largo em aprovação ao jovem casal. Depois de chegar até bem perto do mar, o passeio acabou, saltaram na plataforma, Dmitróvski pagou o homem, que acenou alegremente para eles. Nadine viu um grupo grande dirigindo-se a um barco que faria um passeio pelo mar, tirava várias fotos dos pontos mais famosos, como o palácio Peterhof, com seus jardins, a Grande Cascata e as estátuas douradas, que mesmo de longe, e com a ajuda do sol, revelavam toda a sua grandeza.

Oleg viu o que fazia a inglesa abrir a boca e disse.

─ “Gostou do Versailles russo?”

─ “Hã?”

─ “É como Peterhof é conhecido.” – Nadine o olhou curiosa.

─ “Você já foi lá?”

─ “Só até as escadas, é muito grrande, é passeio para um dia inteiro, como o Hermitage. Não tenho paciência”. - Nadine revirou os olhos para o russo, mas aproximou-se e comentou.

─ “Então, está fazendo isso só por mim?” – ele virou o rosto e admitiu.

─ “Confesso que não faria sozinho, mas estou gostando”. – Nadine sorriu.

Ele segurou seu braço e chamou.

─ “Vamos almoçar”. – ela sorriu concordando.


Notas Finais


https://www.youtube.com/watch?v=ZKCuoRhROjE Red Flag - Russian Radio (música que eles escutam no carro)
Particularmente, uma das minhas preferidas de flashback *-*
https://www.insider-tour.com/img/plase_to_see/detail/10/tour-places-to-see-grand-palace-fountains-peterhof-1.jpg PeterHof, o Versailles russo.
É isso gente, até o próximo.
xoxo


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