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História O louco ciumento - Lentamente


Escrita por: Moonroe

Capítulo 30 - Lentamente


Sakura estava trazendo consigo vários modelos daqueles envelopes que tinha escolhido com Ino pela tarde, de noite faria finalmente a lista de convidados.

Internamente a rosada estava agradecendo por aquilo estar acabando e finalmente estar dando certo.

Era de noite, a volta para casa nunca foi tão desejada como agora. A Haruno trazia ramen em outra sacola, não estava afim de cozinhar e também não tinha como saírem por causa de Emy.

Comer em casa, quentinhos com um monte de cobertas seria a coisa mais satisfatória da face da terra ou apenas estava cedendo ao seu lado preguiçoso, seja lá qual for a opção Sakura estava decidida a acabar parte de seus problemas com o casamento hoje.

As velhas fofoqueiras sempre frequentam esquinas em uma posição muito privilegiada, afinal de contas como elas veriam tudo o que acontece em Konoha? Essas por sinal já sabia do casamento de Sakura e Sasuke. Não ficaria também se caso soubessem que Ino estava grávida, apesar de que nem barriga direito a loira tinha.

Por Deus tinha se esquecido de perguntar se a loira tinha falado sobre o assunto com Sai. Qual seria a reação dele? Perguntava pra si mesma enquanto andava com passos frenéticos de volta para casa.

Nunca ficou tão agradecida por morar próximo do hospital, assim que viu o portão de casa também não pode evitar sorrir largamente, logo estaria deitada na cama comendo ramen bem quentinha.

Por já ser tarde Emy estaria dormindo, então Sasuke e Sakura ficaram sozinhos pelo resto da noite.

Sozinhos, aquela palavra tinha tantos significados para a Haruno e a maioria deles depravados.

Fazer o que? Não se tocavam fazia uns quatros dias.

Abriu o portão com rapidez colocando seu corpo para dentro da casa, passos e movimentos mais que apressados para fechar o portão. 

— Sasuke-kun - murmurou ao ter a casa sobre seu campo de visão, aquela porta nunca pareceu tão longe ao mesmo tempo tão perto.

Bastou que desse alguns poucos passos para passar uma das chaves sobre a fechadura e por fim a mão tocar a maçaneta fria abrindo a porta.

Seus olhos olhavam tudo com plena curiosidade. Queria ver Emy e ainda mais Sasuke.

Só que a cada estava em repleto silêncio além de muito organizadinha. Tinha realmente entrado na casa certa? Sempre quando chegava os poucos brinquedos que Emy tinha estavam espalhados pelos chão, as bonecas sobre o sofá de três lugares da sala junto a outras roupinhas da menor e também sapatos.

Isso se juntando a bagunça habitual que o casal fazia, era até normal.

Suspirou ao fechar a porta atrás de si, ela esperou alguns segundos para que uma mão surgisse do além e a puxasse em direção ao quarto então fariam um sexo selvagem.

Mas isso infelizmente não aconteceu. Sakura se viu suspirando mais uma vez, decepcionada por nada acontecer.

Onde estavam as pessoas daquela casa? Pensou a rosada assim que foi dando passos para dentro do local. 

Escuridão e silêncio eram duas coisas que dominavam tudo ali. Deu passos rápidos até a cozinha deixando o ramen sobre a mesa de forma circular, agora ia atrás das respostas que não deixariam a sua mente em paz enquanto não obtiver.

 Sua pergunta sobre onde estava às pessoas daquela casa logo veio quando seu corpo se colocou no quarto principal.

Sakura via o corpo masculino de Sasuke Uchiha deitado de lado, ele parecia pensativo, em pleno silêncio ela calculou que Emy estaria dormindo, pois não tinha nenhum corpo pequeno habitando aquela cama o que deu a ela a oportunidade de subir nesta bem devagar e abraçar o moreno por trás.

— Sasuke-kun - chamou.

Não obteve resposta, será que ele dormia? Não era muito cedo para isso e normalmente o Uchiha sempre a esperava para comerem juntos ou fazer algo junto, mas desta vez o homem nem se quer estava mexendo se na cama.

Por causa disso a rosada levou a mão esquerda até as costas do outro, futucando o com certa força.

— Sasuke-kun - chamou novamente pelo Uchiha.

Ele nem estava dormindo, antes de Sakura chegar tinha colocado Emy para dormir no quarto ao lado agora estava quieto ali na paz, isso até a irritante da sua esposa chegar e perturbar o silêncio que estava a casa toda.

Sasuke virou seu corpo a contragosto, não queria virar para olha lá. Na verdade não queria conversar naquela noite, mas fazer o que se a rosada em questão tinha uma força fora do normal e poderia facilmente perfurar a pele com um daqueles dedos finos e calejados.

Os olhos dele estavam cansados, parecia querer dormir. Sakura se sentiu mal no instante em que o fitava.

— Me desculpe - falou a dona dos cabelos róseos.

Sasuke quis rir daquele comportamento, mas ele não fez isso e sim colocou uma de suas mãos sobre as costas da mulher a sua frente, deixando que o corpo pequeno se colasse mais ao seu.

O Uchiha a abraçava com força. Abaixou um pouco a cabeça para beijar a testa da outra e murmurou baixo, - Emy está morrendo.

Não era novidade isso ela sabia, mas ao  a avaliar o tom de voz do Uchiha a rosada conseguiu interpretar entre as entrelinhas. Aquela não era a melhor notícia, foi a pior notícia que teve em dias. Sabia do caso de Emy, tinha conhecimento sobre isso e mais ainda sobre não conseguir retroceder o processo. Que ela queria ajudar e queria ajudar muito, mas não podia. Não podia, não dava certo nenhuma tentativa que fazia.

Sakura deixou que uma das mãos agarrasse o tecido negro da blusa do maior, puxando o um pouco. Ela sabia que estava chegando, não só o casamento como a morte de uma pessoa querida.

As coisas tinham que realmente serem desse jeito? Emy tinha que morrer? Por que não podia ser outra pessoa? Se sua mente estava uma bagunça antes agora nem precisava comentar sobre a grande baderna que ali morava.

Sakura queria chorar, Sasuke percebeu isso e como uma resposta silenciosa para incentivar a rosada a liberar o que sentia o moreno raspou o pouco de unha que tinha sobre as costas dela chegando bem de mansinho aos cabelos onde começou a afagar.

— Você pode chorar - murmurou o Uchiha.

Nada era como planejamos. Sakura sabia muito bem disso, não adianta em nada você fazer tantos planos para serem massacrados por outra coisa chamada destino.

Ela se sentia muito inútil por não poder ajudar, mas o que fazer com algo que nada que foi tentado deu certo? 

Sakura acabou se derramando em lágrimas depois de alguns segundos após as palavras de Sasuke. Ela parecia mais uma criança assustada depois de uma bela bronca dos pais e o moreno era seu porto seguro.

Ele não parou nenhum instante de afagar os cabelos de Sakura, aquele carinho sutil a acalmava permitindo que o pouco de sanidade ainda morasse dentro de si.

Sasuke percebeu isso com o passar dos dias e das horas, o corpo infantil parecia mais de uma velha de oitenta anos. O sorriso que gostava tanto de ver ainda morava lá, mas por quanto tempo? Emy sempre clamava daquele jeito silencioso que estava com sono ou cansada. 

A temperatura dela já não oscilava mais ficava sempre fria por isso o Uchiha trancou se em casa com a criança, mantendo a sempre quente o máximo possível o engraçado era que nem mesmo assim o corpo pequeno de Emy ficava quente. Permanecia na pura frieza, foi assim que ele descobriu que o tempo que tinham com ela era pouco, um pouco quase nada.

Os dias pareciam apenas pareciam demorar a passar, mas não era isso. Eles estavam passando bem rápidos e agora estava chegando a hora, quanto tempo mais tinha com a pequena? Nenhum dos dois sabia responder aquela pergunta que aos poucos comia ambos por dentro.

Sakura colocou suas mãos sobre a cintura masculina, sem dizer muita coisa. Caso falasse algo suas falas sairiam todas embaralhadas com o barulho do choro.

O Uchiha apenas abraçou o corpo pequeno um pouco mais forte.

— Vai ficar tudo bem - disse enquanto misturava os fios de cabelo da menor, deixando os ainda mais bagunçados.

Sakura aos poucos foi se livrando dos braços do Uchiha para enfim levantar se da cama e ir com passos devagar para o quarto ao lado, enquanto andava a rosada mordiscava seus lábios inferiores tentando conter o choro ou pelo menos o seu barulho.

Ela abriu a porta com cuidado, foi invadindo o cômodo aos poucos não demorando para ter a visão de Emy aos seus olhos.

A menor dormia tranquilamente no berço improvisado de madeira, parecia estar bem quentinha ali em meio aquele monte de cobertas e o pijama de mangas compridas.

Sakura deu alguns passos na direção do berço, ainda segurando os lábios com força. Colocou suas mãos sobre a madeira deste e observei a expressão serena no corpo infantil, Emy morreu dormindo.

Se existisse uma forma melhor de morrer, por favor, me diga.

Teimosa como era a Haruno colocou uma das mãos sobre o rosto pequeno, acariciou e pode sentir o quanto estava gelado. Não estava acontecendo, não podia estar.

Passou a mão para o pulso, só ali ela conseguiria ter certeza, não adiantava Sasuke falar ou qualquer um dizer para Sakura que Emy estava morta, pois não acreditava não queria que a sua menininha tivesse ido com tão pouco tempo de vida.

Eles seriam uma família grande se ela não tivesse esse problema. Sakura já a tratava como filha e seria a mesma coisa quando tivesse outra criança circulando por aquela casa ou a casa futura deles.

Sasuke sabia para onde a noiva tinha ido, a Haruno queria ver com seus próprios olhos a figura da menor morta.

Ele a observava com o corpo sobre o batente da porta. Também não estava gostando da ideia de ter que dizer adeus, mas fazer o que se não comandava nem a vida e muito menos a morte?

Por poucos segundos viu a Haruno colocar as duas mãos sobre o rosto, ocultando um grito.

Neste tempo ele já não ficou mais parado. Não tinha como só ficar observando a mulher cair aos prantos Sakura tinha acabado de chegar do trabalho, uma rotina cansativa como um dos membros do hospital de Konoha, o que ela queria era paz.

Paz que só encontraria no seu lar, mas agora não estava tendo isso.

Sasuke novamente a envolvia entre os braços, fez com que um deles passasse para as pernas e outro ficasse nas costas agora retirava o corpo dela do chão a trazendo consigo novamente para o quarto deles.

Sakura deixou suas mãos grudadas ao abdômen do outro, o rosto tratava de se esconder. Era mesmo a hora de dizer adeus?

Sua mãe sempre disse que as pessoas vêm e vão na vida da gente, sempre tem aqueles que ficam e permanecem ao seu lado mas ate as melhores pessoas, aquelas que duraram tão pouco tempo consigo são capazes de deixar lembranças muito boas com você. 

Não se lembre dos momentos tristes, se lembra dos momentos felizes. Não insista em lembrar-se dos dias que chorou com ela permaneça lembrando dos sorrisos que trocaram juntos e dos risos.

Emy faleceu naquela noite fria, deixou não só uma Sakura abalada como um Sasuke Uchiha também. Nenhum e nem outro queria dizer adeus a pequena, queriam te la como filha.

Sasuke aos poucos foi retirando a roupa de Sakura, era uma camiseta de mangas longas com as cores azul bebê e branco sendo bem presentes em seu tecido. Tirou também a calça clara e os sapatos, as vezes de baixo ele as retirou mas sem malícia agora. Não estavam no clima para uma transa, o Uchiha a ergueu do chão novamente agora nua, guiando seu corpo até o banheiro.

Nem se importou em entrar de roupa e tudo naquele box apertado que mal cabia os dois. Em outras situações aquela cena teria outras formas, outras falas e sons agora eles não faziam nada além de se olhar.

O moreno ligou o chuveiro no quente, deixando que a água não atingisse somente o rosto da amada como também os seus. Os fios de cabelo dos dois começaram a se abaixar e grudar na testa, ele levou ambas as mãos a cada parte do rosto dela é acariciou com leveza.

Sakura ainda tinha aquele olhar assustado que ele tanto odiava ver.

Sentiu por poucos segundos o coração apertar, mas reuniu força o suficiente para dizer assim que os olhos esmeraldinos se viraram para os seus.

— Vai ficar tudo bem Sakura.

Ela não sabia se acreditava ou não nas palavras do Uchiha, sabia da segurança que o homem a sua frente passava para si. Sabia que com ele poderia contar nos momentos difíceis, esse era um deles.

Sakura sorriu, um sorriso meio apagado surgiu nos lábios da mulher. Sasuke se sentiu muito melhor assim que viu no rosto da mulher aquele sorriso, liberando sua respiração por poucos instantes. Aquele era um começo, digo um recomeço para os dois.

Ambos tomaram banho e vestiram roupas limpas.

Naquela noite, foram até onde todos os outros Uchihas estavam enterrados, arrumaram tudo para que fosse perfeito, além disso, contaram com a presença de Ino, Suigetsu e Naruto naquele funeral.

Eles estavam dizendo adeus para um anjo que sempre olharia por eles, lá de cima.

A volta para casa foi silenciosa. Sakura já tinha chorado o suficiente e estava convencida em acreditar nas palavras do Uchiha.

Tudo iria ficar bem a partir de agora.

Ao chegar em casa ambos preferiram comer primeiro, o ramen que estava em cima da mesa mesmo que morno conseguiram devorar a refeição.

Depois de terem feito isso, Sasuke e Sakura seguiram de volta para o quarto sem dizer nenhuma palavra. Não precisava fizeram ambos sabiam o que pensavam. 

Sakura se enfiou no meio dos cobertos e buscou o corpo do marido para aquece lá ainda mais.

Lentamente aquilo aconteceu sem que ambos percebessem.



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