1. Spirit Fanfics >
  2. O mandaloriano >
  3. O mandaloriano - capítulo único

História O mandaloriano - O mandaloriano - capítulo único


Escrita por: bebe8

Capítulo 1 - O mandaloriano - capítulo único


Fanfic / Fanfiction O mandaloriano - O mandaloriano - capítulo único

Ntah despachou  a última nave da sua pista de aterrissagem. Demorara muito tempo trocando a fiação e regulando as engrenagens da velha Space. Fez o máximo que pôde para manter operando aquela relíquia, que seu amigo Jilblo insistia em manter ativa. A carcaça metálica tremulou e finalmente levantou vôo. Dirigindo-se ao seu galpão, Ntah planejava encerrar as atividades do dia. Havia sempre consertos a serem feitos ali em Corellia, e por um dia Ntah decidiu que valia a pena dar um tempo para sua própria carcaça descansar.

Antes que acionasse o fechamento do portão da pista e  de ouvir qualquer barulho, sentiu que alguém se aproximava. Esperou, e logo o barulho distintinguiu-se e se tornou próximo. A nave que chegou pousou com grande dificuldade, o som claro do motor em agonia fez Ntah dar um longo suspiro, pois percebeu que a folga antecipada não ocorreria como desejava.

O piloto, que ela conhecia bem, saiu da nave e pelo caminhar ele mesmo também precisaria de reparos. A cada passo crescia em Ntah um sentimento de familiaridade, que emanava do recém-chegado. Seu corpo inteiro reconheceu aquele que chegava, derramando-se em saudade.

O homem, de fato, estava ferido, coberto por uma poderosa armadura, que ela sabia muito bem ser beskar. Havia também um capacete, que o piloto não tirara, mesmo estando fora da aeronave. Isto não lhe surpreendeu nem um pouco e antes de qualquer saudação Ntah acionou o fechamento do portão da pista.

__ Quanto tempo, Mandaloriano! – disse Ntah aproximando-se dele – já imagino o que lhe traz aqui.

O homem deu um pequeno resmungo, ou assentindo ou reagindo à dor que talvez estivesse sofrendo. À medida que o portão descia uma escuridão tomava conta do galpão e, ante outro resmungo do homem, Ntah acionou um pequeno botão presente em um bracelete que portava.

___ Me desculpe, sempre esqueço que a escuridão não é tão familiar para outras raças como é para a minha.

Com o ambiente novamente iluminado, o mandaloriano foi reconhecendo sua velha amiga. Uma larga faixa de couro inteiriça cobria seus olhos. Era de estatura média, vestia um grande macacão de lona, com os vestígios do seu trabalho mecânico. O cabelo estava preso num grande coque, de onde caiam alguns fios teimosos. Tinha um sorriso amigável, pelo menos para conhecidos e amigos, e uma presença que logo acalmava qualquer preocupação de perigo que ele tivesse. Sentiu-se aliviado por estar ali.

___ A Razor Crest sentiu sua falta, Ntah – disse finalmente o homem.

___ Ah, Din Djarin – ela disse – meu cliente mais teimoso.  Espero que não tenha pressa em utilizar a Razor tão cedo – ela disse, caminhando em volta da nave – há muito trabalho a ser feito aqui, e também aí – disse-lhe, apontando seu braço esquerdo, que começava a sangrar.

Ntah dirigiu-se a um grande balcão, onde começou a separar ferramentas. Acionou mais um botão em seu bracelete e, rapidamente, um droide apareceu.

__ Posso fazer uma avaliação rápida agora dela, e ver o que consigo fazer ainda esta noite.  MD-15C vai lhe ajudar com os seus ferimentos.

A reação negativa de Din com a aproximação do solícito droide fez Ntah virar-se para Din, as mãos na cadeira fingindo irritação.

__ Ou posso deixar sua nave para amanhã e fazer uma avaliação dos seus danos – disse, cruzando os braços.

Após o resmungo de assentimento dele Ntah fez sinal que não para o droide, que foi se acomodar num canto da oficina. Ela então foi-se dirigindo ao fundo da pista, de onde, por uma escada subterrânea, chegaram a um pequeno espaço. Prateleiras repletas de peças, aparentemente bem catalogadas e organizadas, tornavam a sala um estreito corredor que direcionava a outras portas e a um espaço maior. Este era dividido por uma parede em arco, com portas automáticas. No primeiro espaço havia uma pequena cozinha, com fogareiro e armários e no outro uma grande cama, com uma mesa e estante ladeando-a.

__ Bem vindo de volta ao meu reino. Sente-se – ela disse, apontando para a cama e dirigindo-se a uma das portas pelas quais passaram.

Din não se moveu. O sangue de seu ferimento, sabia muito bem, não se originava no braço. Embora provavelmente este estivesse fraturado, o sangue que agora respingava no chão vinha de cima, de um corte pulsante e dolorido que ele sentia sob o capacete.

__ Não poderei retirar meu capacete – ele disse, quando ela retornou trazendo uma caixa com apetrechos médicos.

__ O orgulho ou a morte, então – ela disse.

__ Nenhum ser vivo, em nenhuma circunstância, pode ver o rosto de um mandaloriano depois de aceitar a doutrina.

__ Então retirar o capacete será meio perjúrio – disse ela, sentando-se na cama e organizando ali os  aparelhos que utilizaria – pois, apesar de ser uma criatura viva, nem se quisesse poderia ver o seu rosto, como bem sabe.

Então ela levou as mãos até a faixa de couro sobre seus olhos, abaixando-a brevemente. Apesar de todos os traços dela lembrarem um ser humano, onde deveriam haver olhos surgiam duas tênues aberturas, através das quais seria impossível qualquer visão.

__ Posso chamar o droide também – disse, subindo a faixa e dando um leve sorriso.

Depois de um momento de breve hesitação Din sentou-se na cama. Ntah aguardou pacientemente enquanto o mandaloriano lutava consigo mesmo, analisando a situação. Após um longo intervalo de silêncio o capacete foi posto na cama, sob o suspiro agoniado de Din. Ntah não esboçou nenhuma reação. Molhou com um líquido desinfetante uma gaze que tinha separado e, gentilmente, foi limpando o ferimento na cabeça dele. Quando o sangramento finalmente foi estancado ela suturou o corte e protegeu o local com uma gaze limpa, envolvendo a cabeça de Din com uma faixa.

__ Vamos deixar a faixa por enquanto, caso a sutura não funcione. Agora tire a armadura e sua camisa.

Após novo momento de indecisão ele foi despindo-se aos poucos dos braceletes, ombreiras, peitoral, camisa. Ntah o ajudava a cada etapa, pois o braço esquerdo  dele estava completamente paralisado.

Nu do torso para cima e sem capacete Din sentiu-se exposto como nunca antes. Entretanto a proximidade com ela foi despertando algo novo dentro dele. O toque de Ntah era agradável e delicado, as mãos ágeis e precisas. Há muito tempo estivera intimo de outra, quando era mais jovem e podia ser visto sem restrições. Começou a notar em Ntah os pequenos detalhes de seu rosto que antes não percebera, o ritmo de sua respiração, o calor que a presença dela emanava ali, a centímetros dele. A sensação era tão boa que ficou perdido em devaneios até ser trazido de volta por uma dor dilacerante, quando ela repôs no lugar algum osso de seu braço.

__ Pronto, era só uma articulação. Daqui a pouco nem sentirá nada.

Ela guardou a caixa com seus apetrechos, deixando-a  numa mesa ao canto, de forma acessível caso fosse necessário. Dirigiu-se à cozinha, e de lá ele ouviu o barulho de fogo sendo aceso, água despejada e um cheiro de ervas desconhecidas. Depois de um tempo ela lhe trouxe uma caneca fumegante, com um líquido esverdeado e com um cheiro agradável.

__ Tome e descanse. Agora vou avaliar meu outro paciente.

Ela saiu e, logo a seguir, ele começou a ouvir barulhos de ferramentas no galpão acima dele. Tomou o líquido e foi, aos poucos, entrando num estado de torpor. A cada gole pedaços da dor no braço e na cabeça eram retirados, até não sobrarem nenhum, nem do seu corpo que estava agora leve, pairando sobre galáxias, voando cada vez mais longe.

 

--

Ntah ficou ali muito tempo, ao pé da cama. Avaliara com calma os estragos na nave e, para seu alívio, o conserto não demoraria tanto quanto pensara. Dedicou-se com afinco ao trabalho, embora mantivesse a atenção dirigida para o hóspede que repousava em sua cama. Conhecia-o há alguns anos, sempre levando ali a Razor Crest em estados diferentes, muitas vezes deploráveis. O trabalho da mecânica era excepcional e o mandaloriano pagava bem, aos poucos foram desenvolvendo laços de amizade, embora Din não fosse muito afeito à conversas.  Mas Ntah era insistente, curiosa sobre os assuntos que ocorriam fora do planeta e, mesmo contra sua vontade, ele acabava conversando com ela muito mais do que o normal. Finalmente terminara os reparos no motor, guardara suas ferramentas e retirara o pesado macacão de serviço, ficando apenas com as roupas leves que usava para descansar. Fora verificar como estava Din e o encontrara adormecido, meio sentado, meio deitado sobre a cama, a mão ainda segurando a caneca com o remédio. E desde este momento, não lembrava há quanto tempo, estivera ali em pé o sentindo. O barulho contínuo da respiração dele eram um mantra que ecoava por todas as paredes e móveis do quarto, e também por ela mesma. Ficou ali imóvel, extasiada com a sensação que a presença lhe provocava. Já tivera outros companheiros nesta e em outras camas, mas aquela atração que Din lhe despertara ali parecia superar o físico. Tivera uma queda pelo mandaloriano no primeiro momento em que entrara em sua oficina e, agora, tendo-o ali tão exposto, todo o desejo voltara.

Sentou-se perto dele, retirando a caneca de sua mão. Num reflexo automático ele acordou, surpreso pela posição em que estava. Da cabeça vinha apenas uma leve ardência e o braço paralisado agora retomava seus movimentos. Ela estava ali ao seu lado, já sem o pesado macacão. Vestia uma camisa justa e uma calça de trabalho. Pensou em falar algo, mas pressentiu que não era preciso.

Ela chegou-se mais perto e ele arrepiou-se com o contato de sua pele. Ntah pousou a mão sobre o peito dele, bem sobre seu coração. Ficou ali sentindo ao mesmo tempo o toque e a vida que pulsava nele. Acostumou-se a percebê-lo sempre tão paramentado que esquecera, depois de tantos anos, que Din era um homem sob todo aquele beskar. Desceu a mão, descobrindo em cada detalhe e cicatriz a história daquele corpo ali ao seu lado. A respiração dele foi se acelerando, à medida que ela ia cada vez mais baixo. A mão dela escorregou por dentro da calça, acariciou o pênis que já começava a se enrijecer. Os gemidos que ele começou a dar, baixinhos, foram excitando-a. Aproximou-se mais dele, beijando-o longamente, enquanto mantinha a mão a lhe excitar cada vez mais. Ele respondeu ao beijo com vigor, puxando-a mais para perto de si. Enfiou a mão sob sua camisa e lhe apalpou os seios. Ela então retirou a mão de sua calça, levantou-se da cama e despiu-se completamente.

Din olhou extasiado o corpo dela, as curvas da cintura, os seios. Ela o empurrou para a cama, deitando-o novamente. Puxou sua calça e subiu sobre ele. Segurou firmemente seu pênis e fez com que a penetrasse. Embora ainda não estivesse totalmente lubrificada, a passagem dele para dentro dela foi tão prazerosa quanto imaginava. Começou a se movimentar, primeiro em círculos, rebolando, depois subindo e descendo. Era indescritível o prazer que sentia quando a cabeça do pênis dele acariciava a entrada de sua vagina, depois quando estava totalmente dentro dela, seu assoalho pélvico em contato direto com a pelve dele. Din percorria com as mãos o corpo dela, que em movimentos contínuos, parecia lhe colocar em chamas. Sentia também os movimentos dentro dela, as paredes da vagina apertando, soltando, apertando, soltando... quando ela se inclinou e o beijou novamente todo o mundo ao redor pareceu não mais existir. Queria estar ali para sempre, sendo devorado por ela. Ntah sentiu toda sua vulva em alerta, um prazer brotando de um lugar que ela bem conhecia, para depois arrebentar numa onda sobre todo seu corpo. Din sentiu-a se retrair toda, o corpo em grande tensão, para depois relaxar, num grande suspiro que ela deu, parando os movimentos da cintura e saindo de cima dele.

Respirando ofegante, como quem encerra uma longa corrida, ela ficou ali a seu lado, o corpo agora mais leve. Din, ainda excitado, ficou-a observando enquanto sua respiração se acalmava. Lentamente acariciava seu rosto, que foi pouco a pouco se iluminando com um belo sorriso.

Ntah virou-se para ele, o corpo ainda indolente mas com a respiração recuperada. Envolveu o rosto dele com suas mãos. Não poderia, pelo tato, perceber suas feições, pois nunca vira nenhum rosto para lhe servir de parâmetro. Percorreu os dedos por cada pedaço, como se tentasse adivinhar como seria. Das narinas e da boca Din exalava um hálito quente, impregnado ainda de desejo. O puxou então sobre si, abrindo as pernas para recebê-lo novamente. Ele se apoiou sobre os cotovelos, ao mesmo tempo que a penetrava. Agora mais perto dela a sensação era melhor ainda. Todo o seu corpo, a cada movimentação dele, se contorcia. Eles entraram então num mesmo ritmo, variando a profundidade e a velocidade da penetração. Ela o abraçava, puxando seu corpo mais para perto dela, a respiração novamente agitada. Aos poucos foi se deixando entregar ao ritmo dele, cada vez mais rápido. Quando ele finalmente gozou o apertou com força, envolvendo-o num longo abraço, que nenhum dos dois desejava que acabasse.

Ntah e Din ficaram lado a lado por um tempo. A sensação de estarem juntos num só corpo, que ela sentira tão fortemente na hora do orgasmo, foi aos poucos se desvanecendo. Nenhum dos dois sabia o que dizer naquele momento, ou se algo realmente precisava ser dito.  O sexo fora tão bom e tão inesperado que Din agora tentava entender e se dar conta do que acontecera, pois de repente no lugar da conhecida mecânica que lhe recuperava a Razor surgira uma mulher desejável, cuja companhia ele agora sentia mais vontade ainda de desfrutar. E onde ela se encaixaria na sua vida, ele pensou, vivendo de trabalho em trabalho, cada vez mais perigosos? Haveria amor destinado aos mercenários?

Ntah se apoiou sobre o peito dele e, como se lesse seus pensamentos, disse

___ Não vamos nos preocupar com o que há de ser, mandaloriano, apenas com o que existe agora.

Ela então adormeceu, Din a envolveu num abraço e ficou ali escutando o silêncio, até que o sono também chegou para ele.

----------------------

Ntah acordou, o corpo ainda ressoando as sensações passadas. A luz que entrava de uma pequena claraboia no teto indicava que há muito era dia. Movimentou-se na cama e sentiu a presença dele ali ao lado, sentado. Todo o beskar o envolvia novamente e ela pressentiu que o momento do adeus chegara.

__ Minha nave está perfeita. Aquele seu dróide estava lá a minha espera, e já cobrou o serviço.

___ Espero que ele não tenha sido muito rude, ás vezes ele leva muito sério essa tarefa – ela sorriu, espreguiçando-se.

Ela o sentiu inclinar-se em sua direção, a respiração cada vez mais próxima. Ele apoiou-se na cama sobre ela, e Ntah sentiu sobre os seios nus o frio do peitoral de sua armadura. Os lábios dele ainda tinham gosto de paixão, embora o beijo tivesse mais carinho que desejo. As mãos dela gentilmente acariciaram sua testa, quando ele se afastou.

__ E acho que você também está em ótimo estado – ela disse, se levantando da cama.

Ntah se vestiu com a roupa da noite anterior, enquanto Din colocava seu capacete. Dirigiram-se a pista e o sol envolveu todo o galpão e a nave quando o portão foi totalmente aberto. Ficaram lado a lado um momento e por fim ele se dirigiu à Razor Crest.

__ Se cuide – ela disse.

Din continuou o caminho, sem dizer nada. Parou, mexeu por um momento em algo na sua armadura e então retornou.

__ Para quando você quis... precisar me encontrar – disse, lhe entregando um pequeno dispositivo. Ela pegou o aparelho e, sorrindo, assentiu com a cabeça.

Quando a nave levantou voo e se distanciou, Ntah acionou novamente o portão para ser fechado, o serviço poderia esperar um dia.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...