História O melhor amigo da minha ex-namorada - Capítulo 08 - Final

Era meio clichê admitir, mas o mundo havia perdido a intensidade, aquela chama estranha impulsionadora da vida desde quando firmei a impensada promessa.

Certo, eu o espionava durante o jantar em família ou quando estava distraído conversando com os “amigos”. Às vezes, eu o visitava no meio da noite, e ficava contemplando seu rosto adormecido, decepcionado por não poder entrar em seus sonhos.

Tentei visitar alguns consultores desejando superá-lo, os quais diziam baboseiras como se fosse algo fácil esquecê-lo. Isto apenas aumentava minha raiva de modo imensurável. Maldição!

A festa me trouxe uma prima distante com quem passava dias durante a infância. Nunca existiu segredo entre nós, entretanto eu temia falar sobre Marco. Quer dizer, e se...

Alguém me espionava.

Rapidamente percebi, no entanto permaneci em estado de alerta até o tilintar do vaso ao chão. Seguindo a perseguidora de vestido bufante que adentrava o jardim sem rumo... Por que uma espiã se vestiria assim?

Irritando-me, cerquei com chamas seu caminho afrente, impedindo que prosseguisse. Ela não olhou para trás e tentava ultrapassar o fogo, embora retrocedesse segurando a saia, visivelmente nervosa como...

- Você... – A estranha sensação de calma.

Dando um passo pra trás como se engolisse a saliva para criar coragem, a misteriosa pessoa tomava impulso para pular quando avancei, abraçando-a contra mim e impedindo o desastre.

Gelada e extremamente trêmula. Mantinha o rosto cabisbaixo, sem reação... Como...

- Marco...? 

  A respiração pareceu cessar diante a minha palavra, permitindo o silêncio pairar no ar por mais alguns segundos. Apesar de nenhuma resposta ou explicação ser dita, eu sabia. Pelo perfume. Pela pele. Pela maciez dos cabelos. Pelas emoções tão transparentes...

- Você voltou para mim...?

Rendendo-se, ele finalmente se virou, afundando o rosto contra meu peito ao tentar retribuir o abraço de modo saudoso e atrapalhado. Brincando, deferi um beijo em sua bochecha, sussurrando ao seu ouvido para provocá-lo.

- Agora não vou lhe deixar fugir.

O rubor evidente e ele apertou mais forte aquele abraço tão necessitado. Eu sorri. Não poderia deixar minha raiva destruir tudo desta vez, precisava manter a calma... Pelo menos, eu tentava controlar minhas emoções quando ele pronunciou baixinho:

- Eu não quero fugir. Eu te amo, Tom.

Surpreendido, senti minhas bochechas esquentarem, embora não soubesse que isto fosse possível. Fitando os olhos fugitivos sob a baixa luz, nossos lábios se encontraram.

Sim, eu definitivamente não permitiria que ele ficasse com a Star. Não mesmo.