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História O Melhor Amigo do Meu Irmão-ABO Universe. - Treze.


Escrita por: TaeTaeMozao e TaeilGermes

Notas do Autor


Quem sumiu mais voltou? Sim! Nós!

Mas temos um bom motivo <3 heuheuheueuheuheuheu Queríamos dar um final bom para "O melhor amigo do meu irmão", então ficamos um tempo pensando sobre eheuheuheuhe <3

Perdoem <3 Amamos vocês e esperamos que gostem do resultado <3
E OBRIGADA PELOS 100+ FAVORITOS PORRAARRR <3 VOCÊS SÃO FODAS <3 SOCORRO <3 HUEHUEHUEH

Lembrando que este é o penúltimo capítulo da estória <3 Mas vão ter especiais? Hmmm... Será? heuheehuehuhe

Capítulo 14 - Treze.


Fanfic / Fanfiction O Melhor Amigo do Meu Irmão-ABO Universe. - Treze.

O corredor parecia tão escuro, mesmo quando o sol brilha lá fora, a casa é triste, escura e sem vida. A beleza do local não é tão alucinante assim, quando se percebe que tudo é vazio. 

Andei pelo piso frio, meus pés descalços, no corpo, só uma camisa longa e minha cueca, cabelos bagunçados e os óculos pendendo acima do nariz.  

Percorri a pequena distância entre meu quarto e a biblioteca da mansão Ahn, abrindo a madeira escura, que rangeu um pouco, me fazendo encolher os ombros, aflito. 

Era por volta das 3 horas da madrugada, o sono não me atingia e Jae me permitiu a visita ilimitada à biblioteca, para que distraísse a mente, não pensando somente no casamento arranjado. 

Por essa semana, descobri várias coisas sobre Ahn Jaehyo, meu noivo. Ele não é a pessoa ruim e maldosa que todos me diziam, ele é doce, gentil, amigo e, pode ser uma ótima companhia para o chá da tarde... 

O cheiro dos livros invadiu meu olfato, dando-me um sorriso espontâneo, involuntário. Amo cada parte de uma biblioteca, cada obra, cada saga. Eu sempre vivi disso, de sonhar com um livro à mão, enquanto meu mundo era regado a regras e conduta. 

Tudo dentro de uma biblioteca tem um jeito mais acolhedor, como o sofá que ficava debaixo da janela larga, a mesa e as cadeiras que estava disposta no lado esquerdo da grande sala e, as almofadas espalhadas estrategicamente pelo local, acolhendo-me ainda mais nesse mundo maravilhoso dos livros.  

Entrei devagar, fechando a porta atrás de mim, cuidando para parecer que ninguém passou por ali. Andei pelo local, vasculhando à procura de algo que me chamasse a atenção, que me prendesse. Os corredores de cada prateleira, cada livro com particulazinhas de poeira, as luminárias espalhadas e nada. Tudo era frio, vazio e triste, sem algo que tirasse minha mente de uma coisa, uma pessoa em específico: Pyo Jihoon. 

Aquele turbilhão de sentimentos que me atormentava e me tirava do sério, que me dava tremores e vontades absurdas de chorar... É tudo dele, posso sentir... Ele se segura, mas sofre em silêncio, sozinho. E consequentemente, tudo é dado à mim, numa maldita bandeja de ouro, todos esses sentimentos confusos e soltos, são jogados em minhas costas, me fazendo sofrer sozinho. 

Parei em frente a uma porta que eu nunca tinha reparado existir. Franzi o cenho e olhei ao redor. Andei até o fim do cômodo pensando, e nem reparei. Suspirei baixinho, sentindo aquele aperto no peito, coisa que sempre sinto, quando a presença de Jihoon me faz falta. 

Sinto tanta vontade de abraçar seu corpo, beijar seus lábios, ver seu sorriso, seus olhos. Sinto saudades de ouvir sua respiração, sentir suas mãos caminharem por meu corpo, sua voz grossa no pé do meu ouvido... Seu corpo nu junto ao meu, enquanto sou embalado num sono bom, depois de receber amor, dar amor e fazer amor.  

"Documentos, mapas, notas." 

Mapas... Eu poderia pegar um mapa desta casa gigante e estuda-lo, já que vou morar aqui, precisarei saber onde ficam as coisas, certo? E... Parece que esta porta esconde mais coisas, talvez, a seção adulta? Com os livros mais interessantes. Aqueles que contém todo o suspense e sexo. Ah, qual é? Eles são bons... 

Segurei a maçaneta e um arrepio estranho correu meu corpo, tudo tenso. A expectativa gritava dentro de mim e eu sentia meu estômago dar voltas e voltas, com aquela maldita apreensão. 

Abri a porta com cuidado, escorregando a madeira pelo chão com toda a calma e paciência que eu tinha, vendo um cômodo comum, com algumas prateleiras e um rolos amontoados numa mesa no canto. Tudo lembra muito um escritório, até as pastas estranhas em cima da mesa principal. 

Entrei e fechei a porta, olhando para o amontoado na mesa de madeira escura, acendi a luz, vendo tudo ficar mais nítido. Me aproximei da única coisa que realmente chamou minha atenção, um caderno preto, jogado no canto da sala. 

Peguei o objeto e abri com cuidado, a letra redonda e cuidadosa, pintada em caneta lilás. 

"Diário de Ahn Jaehyo." 

Era errado eu ler, certo? Mas por que diabos eu estava com tanta vontade? Por que minhas mãos folhearam o caderninho, vendo datas e notas fofas, coisas tão pessoais e fotos. 

" Dia 15 de Fevereiro de 2013" 

"Hoje papai me apresentou o meu guarda costas novo. Ele é bem bonito, olhos azuis, cabelos loiros, corpo ideal, nem sarado e nem magrela. O garoto tem um sorriso bonito e gosta de conversar sobre xadrez, acho que vou me apaixonar... 

Eu não sei por quanto tempo ele vai durar aqui, mas eu espero que dure muito, pois ele é uma das melhores pessoas que eu conheci..." 

Ele gosta de xadrez? Ele me disse que odiava... Folheando ainda mais, lendo coisas soltas e nada mais sobre o guarda costas, não coisas nítidas, mas muitas indiretas... Coisas sobre cabelos loiros e sorrisos marcantes. 

"Dia 23 de maio de 2013" 

"Minha primeira vez. Eu nunca pensei que fosse realmente acontecer, mas aconteceu... Aqui na ilha, não tem muitas atividades interessantes, e o Ben, estava mais romântico que nunca... Não posso negar que ele é o amor da minha vida.  

E então rolou... Foi noite passada e foi incrível! Ele foi tão cuidadoso comigo... Me amou como um cavalheiro. Nunca pensei que alfas seriam tão gentis com ômegas como ele foi comigo... Ainda existe amor de verdade, e é desse amor que compartilhamos..." 

O que? Ahn Jaehyo... Ômega? Meu coração batia acelerado e minha mente entrou em curto. Mas ele vai se casar comigo... E eu também sou um ômega... Olhei para a mesa, meio perdido. Vi as pastas e algo me chocou, uma foto. A foto de meu pai. 

Levantei-me abraçado ao diário, andando vacilante em direção a mesa, parando sob o monte de arquivo. 

Abri o primeiro e li tudo com calma. Contas secundárias em bancos internacionais... Suíça, Rússia, Brasil... O segundo era um tanto sem sentido, nomes e fotos de criminosos, com carimbos de quantos anos de prisão cada um está sujeito. 

Enfim o arquivo que continha a foto de meu pai. "Mortes confirmadas em nome de Ahn Jeremy, por Jaehyo." 

Cada foto, nome e data de serviço prestado, foi como uma facada em meu peito. Minhyuk, Yukwon, papai, mamãe, Jiho e Jihoon... Todos eles estão mortos para esses arquivos, entre vários outros nomes citados na extensa lista. E o que mais me dói é que o de Jihoon está datado no dia de hoje. Um bolo se formou em minha garganta e eu levei as mãos ao rosto, sentindo a mente pesar e um grito querer sair.  

Minhas pernas fraquejaram e eu cai ao chão, as lágrimas escorrendo por meu rosto e aquela sensação de vazio em mim, a insegurança e o medo me rondando... Me invadindo... Chorei, solucei e despejei tudo o que estava entalado na garganta. 

-Taeil?-Levantei o olhar, encontrando Jaehyo parado a porta, a expressão confusa e a cara amassada. 

-Me desculpe, eu não deveria...-Falei engolindo o choro, mas ele aumentou quando os braços gélidos circularam meu corpo, metendo-me em seu corpo, agarrando-lhe de volta. 

Suas mãos acariciaram meus cabelos e ele me consolou em silêncio, deixando-me lamentar a morte do meu amor.  

-Você leu meu diário?-Perguntou, depois de secar minhas lágrimas e beijar a ponta do meu nariz, na sua mania de cuidado para comigo. 

-Só algumas páginas...-Respondi meio atordoado, com as mãos metidas em sua cintura. 

-Está chorando por causa do Stalker, né?-Perguntou, assenti cansado de esconder sentimentos. Dane-se as condutas. 

-Quem é Ben?-Tentei mudar de assunto, ele me olhou, seu rosto tomando uma coloração avermelhada e os lábios comprimidos. -Você é um ômega?-Perguntei e ele desviou o olhar, focando o chão ao meu lado. 

-Preciso que você me escute...-Começou, segurando meu rosto com as duas mãos.-Eu te conto qualquer coisa sobre mim, mas eu quero que ligue agora para o Stalker, e diga para ele vir aqui. Ele precisa ver todos esses arquivos, precisa mesmo!-Falou apontando para as pastas agora abertas.-Elas contém informação suficiente para provar minha inocência, para pegar o verdadeiro culpado e pode te dar a liberdade Tae... Nos dar a liberdade. 

Assenti sem pensar duas vezes, vendo-o retirar o celular do bolso, entregando na minha mão. 

-Ligue...-Falou, apontando o aparelho à mim. 

Peguei e olhei para ele, engolindo seco após alguns segundos encarando a tela de discagem. 

-Eu não sei o número.-Murmurei e ele mordeu o lábio, pegando a pasta da mesa e folheando rapidamente. 

Ele pegou o aparelho da minha mão e digitou os números, me dando o celular novamente, encarei a tela de chamada, levando o aparelho para meu ouvido. 

Um toque, dois, três, quatro e cinco... Ele não vai atender... 

-"Alô?"-Ah, ouvir sua voz... Como senti saudades. 

-Jihoon? É você?-Perguntei, contendo toda a gratidão que surgia em meu peito, o coração acelerado. Ele não morreu... 

-"Taeil?"-Perguntou, sorri. 

-Amor, preciso que escute.-Falei, vendo Jaehyo olhar pela porta, policiando a passagem de algum guarda. 

-"Taeil, você está bem?"-Sua voz aflita me congelou. Não posso bambear, não agora. 

-Jihoon, eu estou na mansão dos Ahn, aqui em Seul... Preciso que venha aqui, sozinho!-Despejei, olhando apreensivo para Jae, que me olhava mordendo os lábios em nervosismo. 

-"Taeil, alguém te machucou?"-Aquela pergunta preocupada me fez rir, como ele consegue pensar nisso? 

-Amor, você precisa vir aqui... Me prometa que vai vir.-Reforcei, vendo Jaehyo fechar a porta devagar e me olhar de olhos arregalados. 

-"Eu vou."-Falou e eu suspirei aliviado.-"Alguém te machucou?" 

Jaehyo  colocou as mãos na boca, assustado. 

-Jihoon, eu preciso desligar... Jaehyo... 

Suas mãos tomaram meu corpo e ele me colocou sentado na mesa, seus braços me apertaram contra a madeira, deitando-me. Desliguei a ligação, jogando o celular no chão. Os lábios cheios apertaram os meus, suas mãos apalpando meu corpo. Minhas pernas abertas, abrigando seu corpo entre as mesmas. Meu coração saltitava nervoso. 

Os lábios carnudos desceram para meu pescoço, mordiscando-o. Gemi assustado, sentindo sua mão apertar minhas coxas. Segurei seus bíceps, apertando-os e fechando os olhos com força, me sentindo mal, assustado e com raiva. 

-Se solte baby...-A frase soou tão suja e maquinada, que eu entendi mais ou menos. Alguém estava vindo. 

-Eu não posso Jae...-Fiz teatro, e no mesmo instante, a porta foi aberta. 

Jaehyo gemeu arrastado contra meu pescoço, saindo de cima de mim, me olhando meio orgulhoso, fechando a expressão. 

-O que está acontecendo aqui?-O senhor Jeremy perguntou, engoli seco, ainda deitado, vendo o alfa parado à porta, nos olhando. 

-Estávamos lendo, mas resolvemos ficar mais tranquilos, não é mesmo, Querido Taeil?-Jaehyo respondeu, tentando falsamente arrumar os cabelos com os dedos, assenti com a cabeça, com os olhos de Jeremy grudados em mim. 

-Recomponham-se e vão dormir, vocês ainda são noivos, não deveriam fazer esse tipo de coisa, principalmente num lugar como o seu escritório!-Repreendeu e assentimos.-Jaehyo! Cuide de seu ômega, não está vendo que ele está seminu na frente de outro alfa? 

Jaehyo rapidamente me sentou, arrumando minhas roupas, enquanto meu futuro sogro saia do cômodo. O olhar cúmplice de Jae para mim me fez sorrir baixinho, enquanto o outro ria contido, segurando minhas mãos. 

-Bom trabalho, Coelho Branco. 

Flash Back Off 

Passei um pouco mais de pó facial, cobrindo parcialmente aquela marca no pescoço. Não deveria ter respondido. Suspirei e me olhei no espelho. Impecável... como um verdadeiro noivo no dia do casamento deveria estar, e como um futuro Ahn deveria ser. 

Depois daquele dia em que liguei para Jihoon e ele veio buscar os documentos, nada mais aconteceu. Já fazem 3 meses, e ele não veio me buscar, não veio me libertar e não veio desmascarar o verdadeiro culpado por tudo. E o pior, é que eu agora sei de tudo. 

O terno branco estava perfeitamente posto em meu corpo, na medida perfeita. Estou perfeito por fora, mas aos cacos por dentro. A noticia do meu casamento está nos jornais, todos sabem que é hoje, mas Jihoon não apareceu para impedir, ele não vai impedir... Ele não quer mais saber de mim. 

-Senhor, o carro já está aguardando lá fora. -A empregada avisou, assenti e me olhei mais uma vez no espelho, tudo parecia em câmera lenta, parecia que eu estava sonhando, o corpo entorpecido e a mente não funcionando direito. 

Segui em silêncio pela grande casa vazia. Há mais ou menos 15 dias, Ahn Jaehyo saiu e, não voltou mais. Meu futuro sogro disse que ele estava resolvendo assuntos pendentes e que no dia do nosso casamento estaria me esperando no altar. Me confortou e permaneceu comigo por todo esse tempo. 

Desci as escadas e caminhei até a entrada da casa, em passos robóticos, calculados. Queria que fosse diferente, que nada desse pesadelo maquiado estivesse acontecendo e que tudo voltasse a cor normal, que os dias passassem a ser coloridos novamente. 

Um dos seguranças abriu a porta, me permitindo a passagem. Um carro branco, de aparência cara, estava parado à frente, com um motorista disposto, vestido em terno preto, quepe, e esbanjando sua postura alfa. Encolhi-me. 

Andei até o veículo, tendo a porta aberta pelo alfa, me acomodo no banco assim que entro, sentindo a textura do couro do banco em contato com as minhas mãos, o gélido do ar condicionado, apoiei minha cabeça no vidro, fechando os olhos, pedindo forças.  

No caminho, eu pensava em como minha vida mudou, desde que saí do colégio, reencontrei meu irmão, conheci seu marido e tive o prazer de rever meu noivo, meu verdadeiro e único noivo, vivi aventuras malucas e inimagináveis por mim e me entreguei de verdade a alguém, livre de culpa, receio ou qualquer outro tipo de restrição, eu simplesmente me dei de corpo e alma para a pessoa que eu amo, e não me arrependo nem um pouco. Talvez fosse para ser assim, viver esse amor proibido e maluco, em meio à coisas proibidas e malucas. 

Ahn Jaehyo também é contra a nossa união. Mas é tão incapaz quanto eu para cancelar esse matrimônio, essa farsa e toda essa loucura. Nós simplesmente não temos voz, estamos sozinhos e descalços, em meio à esses espinhos todos. 

Suspirei cansado, exausto. Jihoon poderia simplesmente aparecer e reivindicar-me como seu, não poderia? Seria egoísmo desejar algo assim? Da maneira desesperada em que desejo? Pedir que ele apareça na minha vida ao menos uma última vez, que segurasse minhas mãos e que beijasse meus lábios, uma última vez, antes da tragédia se concretizar? Eu posso ser egoísta por desejar que ele me sequestre, suma comigo para um lugar só nosso, para fazermos o nosso mundo, nossa família e nossa história? Às vezes sinto que sonho demais... 

A porta do carro se abriu, sai de dentro do automóvel e suspirei, estava em frente ao salão, iria mesmo me casar. Não sei porquê, mas me bateu uma vontade absurda de sair correndo, de gritar por socorro e chorar, até que alguém me tirasse dessa escuridão horrível em que me encontro. Olho ao redor e, guardas, lobos e mais guardas, todos armados e com escutas, encarando-me e calculando cada passo meu, me dissecando com seus olhos alertas. Respiro fundo. Vai dar tudo certo Taeil, calma... 

Caminhei pelo tapete vermelho, subindo os degraus de entrada da grande construção. As portas abertas, com um hall de entrada de tirar o fôlego. Um chafariz lindo, com anjinhos, tudo em branco e dourado, com aquele ar acolhedor, sofisticado, caro. Estava vazio, todos devem estar na sala cerimonial. Dei três passos, e vi um loiro se aproximar sorrindo, vestido com uma roupa social de cor clara, seus olhos eram claros e expressivos, seu corpo alto e esguio parou em minha frente, em suas mãos, um buquê de rosas vermelhas e nos ouvidos, um fone maluco, onde provavelmente ele ouvia os comandos, chuto que ele seja um dos organizadores. 

-Olá!-Sua voz era um tanto calma, melodiosa.-Isso é seu.-Apontou-me o arranjo, que eu peguei com as mãos trêmulas, meus olhos se encheram e eu tive que respirar fundo mais uma vez. 

-Obrigado...-Disse com a voz vacilando, estava quase chorando. 

-Se acalme, está tão lindo e hoje é seu dia! Tudo está perfeito!-Tentou me animar, acariciando minha bochecha esquerda, segurando meus ombros em seguida, me guiando para um corredor. 

O loiro caminhava ao meu lado, pelo corredor que parecia não ter fim. Segurei sua mão com força, apertando a carne macia e quentinha, sentindo ele apertar de volta, olhei para si e ele me olhava com um olhar tão ameno, que eu me senti anestesiado, a mente desfocando aos poucos do que estava para acontecer. 

Os nossos passos ecoavam no local, minhas mãos presas na do loiro e aquelas vibrações estranhas, eu me sentia viajando, vivendo um sonho estranho. E chegamos ao fim do corredor. Meu coração pareceu falhar, assim que eu olhei para a madeira branca fechada, ouvindo burburinhos do outro lado. Meu corpo estava travado, minha mente entrava em colapso e o medo me corroendo, as mãos macias apertaram a minha. 

-Estamos na porta, preparem todos.-Sua voz soou calma.-Eu vou entrar agora, assim que a marcha começar, as portas vão se abrir, você deve andar devagar até seu noivo, onde ele estará reunido com o juiz , para assinarem os papéis de matrimônio e fazerem todo aquele discurso, tudo bem?-Olhei em seus olhos, engoli seco e pisquei diversas vezes, abaixei o olhar. 

-Tudo bem... Obrigado.-Respondi, soltando sua mão, segurando o buquê com força, apertando minhas mãos na fita enrolada sob os caules das flores. 

-Sorria, porque agora, é a hora do show.-Falou, franzi o cenho, levantando meu olhar para o loiro de costas à mim, seus cabelos absurdamente cumpridos em suas costas, e um cheiro de lírio emanando de si. 

Ele abriu a porta e se foi, me deixando sozinho. Respirei fundo e ajeitei a postura, Ahn Jeremy odiava quando eu estava com os ombros relaxados, cheguei a tomar reguadas por isso... 

Ouvi o falatório do lado de dentro cessar, e um silêncio se alastrou. Meu coração batia um tanto frenético dentro do peito, as mãos suando e a gravata apertando meu pescoço. Os violinos começaram, logo um piano foi seguindo o ritmo. Será que Jaehyo está bem? Como ele deve estar depois desses dias?  

As duas portas se abriram, respirei fundo e dei dois passos à frente, olhando para o buquê em minha mão. Engoli seco, eu deveria olhar para frente, certo? Forcei a minha melhor expressão serena, ao menos assim eu não iria precisar sorrir, certo? Levantei os olhos lentamente, olhando para frente, vendo o juiz e, Ahn Jeremy? Pisquei forte, vacilando um passo, olhei ao redor e todos estavam em pé, me olhando. 

Pessoas de diversas classes, alfas, betas e ômegas, todos com os olhos vidrados em mim, mas nenhuma que eu de fato conhecesse. Não é hora de fraquejar, não agora. Levantei o queixo, impinando o nariz e respirando sôfrego, pisquei mais uma vez, tirando uma mão do buquê, e ajeitando os óculos. Sorri leve, tentando contornar a minha titubeada, olhei para a frente, analisando Jeremy, que estava vestido num impecável terno roxo escuro, com um broxe de ametista em seu peito, a carranca estava suave e ele me sorria. 

Caminhei até ele, sentindo cada parte do meu coração despedaçado e os cacos mais despedaçados ainda. Fraquejei quando toquei sua mão, que estava estendida à mim e tive que me segurar para não gritar e jogar as flores em sua face, enquanto gritava desesperado por socorro.  

Tudo permaneceu em silêncio por um tempo, enquanto eu encarava a expressão fácil e medíocre do meu "noivo", sentindo náuseas por aqueles lábios curvados num sorriso, direcionados livremente à mim, naquela típica falsa bondade sua. Coloquei o buquê em cima da mesa de vidro, soltando a mão de Ahn Jeremy e cruzando as minhas próprias, juntas e pendendo à frente de meu corpo.  

-Estamos aqui reunidos, nesta linda manhã, para unir em matrimônio os senhores Ahn Jeremy e Lee Taeil.-O juiz começou, e como um estalo, minha mente voltou a funcionar direito e eu me permiti olhar para os lados, procurando Jaehyo com decência. 

-Eu posso olhar o contrato de casamento?-Pergunto baixinho, olhando para o juiz, que me olhou e permaneceu sério, inexpressivo.-No contrato constava que eu me casaria com Ahn Jaehyo, não Ahn Jeremy. 

-No contrato constava que você se casaria com um alfa da família Ahn, Ahn Jaehyo não é um alfa, é um ômega, o Senhor Ahn Jeremy é o único alfa vivo da linhagem, e está viúvo.-O juiz explicou rapidamente, me fazendo congelar e encarar a face de meu ex-futuro-sogro, que agora é meu futuro marido. 

-Eu não sabia que Jaehyo é ômega...-Menti, olhando nos olhos do perigo, brincando de ser inocente. 

-Tudo bem querido, agora vamos prosseguir, sim?-Assinto e ele olha para o juiz, que pigarreia. 

-Bom, continuando... Alguém se opõe a essa união?-Pergunta e eu fecho os olhos.-Bom, vamos para os votos. 

Me virei de frente à Jeremy, como eu poderia me casar com esse alfa? Ele deve beirar aos 50 anos, e eu ainda tenho 18, pois é, completei há 4 dias... Ele não é acabado, muito pelo contrário, é bem conservado e sabe ser galanteador, mas eu não caio nessa, eu já vi tudo o que eu poderia conhecer de ruim nele e quer saber? Esses foram os piores 3 meses da minha vida. E nem imagino como foi a vida de Jaehyo, que viveu todo esse tempo com o pai, que é um carrasco. 

Suas mãos tomaram as minhas e eu senti meu corpo gelado, a garganta seca e tudo estava contribuindo para que eu tivesse um ataque epilético, mas eu me segurei. Ele sorriu, retribui e abaixei a cabeça, molhando os lábios e tomando coragem para o que viria a seguir.  

-Lee Taeil, eu, Ahn Jeremy, aceito você como meu legítimo esposo, para amar, cuidar e respeitar, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, em todos os dias da minha vida, até que a morte no separe.-Falou perfeitamente, sem pausas, sem receio, sem rodeios. 

-Agora é você.-O juiz falou e eu levantei meu olhar, olhando para o rosto de expressão despreocupada, o sorriso pequeno nos lábios levemente vermelhos e todo aquele ar de superioridade que sua postura mantinha. 

-Ahn Jeremy, eu, Lee Taeil... Aceito, você... Como... 

-Aaaah! Eu sempre choro em casamentos!-Uma voz gritou em falsa tristeza, interrompendo minhas palavras. Olhei para o lado e lá estava, uma enxurrada de pessoas armadas e de roupas pretas, sorrindo para nós.-Principalmente quando o casamento é do meu cunhado! 

Park Kyung estava falando sentado numa das cadeiras, como um convidado. Ele estava vestido com um terno rosa bebê, um xale nos ombros, envolvendo seu cabelo, como numa proteção a seu rosto e cabelos, um lenço nas mãos, enquanto ele fingia secar as lágrimas. 

Suspirei aliviado, respirando fundo e sentindo aquele cheiro... Só ele tem aquele cheiro. Guiei meus olhos até o amontoado de fardados e vi ele ali, parado, com uma arma absurdamente grande na mão, óculos escuros e um sorriso sacana nos lábios, olhando tudo com um deboche palpável, só faltava ele rir até chorar com o que via. 

Soltei as mãos que seguravam as minhas, sentindo meu peito se inundar de alegria e aquela sensação de finalmente estar sendo salvo. Até Minhyuk está aqui. Estou aliviado e esse casamento estava sendo um verdadeiro fiasco, e eu estou adorando cada parte disso. 

Me virei completamente, parando de frente ao amontoado de pessoas, que observavam tudo em silêncio, com a surpresa estampada em suas faces. A porta se abriu mais uma vez, e meu cunhado surgiu, com um volume gritante em sua barriga, suas vestes praianas, bermuda verde pastel, camisa de botões de magas curtas, com estampa de coqueiros, chinelos de couro, em seu cabelo, um chapéu e uma caixinha de água de coco nas mãos. 

-Esse casamento não pode acontecer!-Ele falou, depois de sugar o liquido da caixinha por um canudo, sorrindo aberto depois. -Ahn Jeremy é casado, com quatro mulheres. 

Suas palavras não me atingiram de forma alguma, mas pareceu atingir aos convidados. Continuei na mesma, vendo Jae e quatro garotas entrarem no espaço, todas com estilos bem diferentes e me lembrei delas, no colégio. Ricas... Desaparecidas e dadas como mortas...

-Ele se casou com quatro filhas de ricos que morreram em acidentes, as ômegas são herdeiras únicas da fortuna e casaram por meio de contrato com Ahn Jeremy, depois de uma variável de até 2 anos de casamento com cada uma delas, as meninas foram dadas como desaparecidas e mortas, mas o paradeiro de cada uma era desconhecido, bom... Até hoje. -Meu cunhado falou e as meninas concordaram, meio hesitantes. -Até mesmo Ahn Jaehyo, seu filho, sofreu golpes e armadilhas do pai, que usava o nome do filho para cometer crimes gravíssimos, e tarjava-o como alfa, sendo que o próprio é ômega. Ahn Jeremy comparecia à eventos, e tentava os pais a oferecerem suas filhas e filhos ômegas à seu filho, fazendo contratos fajutos, cobrando que o ômega se casasse com o único alfa da linhagem, que por coincidência é ele. -Proferiu debochado, Ahn Jeremy estava parado, estático, ouvindo as acusações. 

-Sabemos tudo o que você fez, Ahn Jeremy...-Kyung começou, levantando e sorrindo grande. -Não tem escapatória .-Falou e eu senti meu braço ser puxado com força. 

Senti meu pescoço ser apertado por seu braço, enquanto ele me mantinha preso em si, apertando meu corpo. Travei, sentindo medo. Gemi de dor, quando sua mão forte correu por meu rosto, jogando meu óculos no chão e dando tapas estalados na minha face, mostrando-me para todos, expondo as marcas de sofrimento que eu carregava por de baixo da maquiagem no rosto e pescoço. 

-Claro que tenho. -Falou confiante. -Se vocês não me deixarem sair, eu mato esse garotinho inútil. 

Senti meu sangue congelar nas veias, sua respiração quente batendo nos meus cabelos e eu quase nem respirava, de tanto medo. Engoli seco, sentindo sua mão ficar mais áspera e suas unhas começarem a arranhar minha pele, quase como garras. Fechei os olhos com força, sentindo-as escorregar por minha tez, marcando meu rosto com vergões. 

-Vocês não sabem o quanto eu me divirto com esse garoto. -Falou rindo baixo. -Ele é bem arisco, e por isso, sofre bastante... Adoro dar uns bons tapas nesse rostinho lindo, apertar esse pescoço com minhas mãos, amarrá-lo, humilhá-lo e educá-lo, porquê... Já não fazem mais ômegas como antigamente. -Sua voz era amarga e amedrontadora, contando tudo. -O melhor é que ele é todo tatuado, por mais que essa cara de criança esconda tudo, eu me sinto na necessidade de puni-lo por isso, como seu alfa, tenho esse poder. 

-Ele não é seu ômega!-A voz de Jaehyo bradou e eu engoli seco, os braços reforçando o aperto em meu pescoço. 

-Ele é o que eu quiser, afinal, que vadiazinha perde a virgindade com um alfa mal encarado como esse Stalker de merda?-Esbravejou e uma lágrima escorreu de meus olhos, sentia meu rosto em chamas, não sabia o que fazer de tanta vergonha, mas o que mais de doeu foi como ele se referiu à Jihoon. 

-Eu amo o Jihoon...-Murmurei e ele riu falso, puxando meu cabelo, enquanto cerrava os dentes. 

-Cala a boca, ômega inútil...-Murmurou de volta e eu senti o aperto se firmar em meu pescoço, eu já quase nem respirava. 

-Quantos anos eu pego por atirar na testa desse imbecil?-A voz de Jihoon perguntou calma, enquanto Minhyuk rosnava enfurecido, os meus pelos se eriçaram todos, ao ouvir aquela voz grossa soar tão calma. 

-Você não pode acabar com as nossas esperanças assim P.J. contenha-se!-A voz melodiosa soou e eu liguei à aquele loiro. 

-O papo tá muito bom, mas...-Algo bateu tão forte no pescoço de Jeremy, que ele me soltou num solavanco, me fazendo cair no chão, buscando ar para os pulmões necessitados e piscando confuso. -Ahn Jeremy, você está preso por... Eu preciso mesmo falar todos os crimes? Eu acho que não! Você tem o direito de permanecer em silêncio, qualquer coisa que disser, pode ser utilizado contra você no tribunal, você tem direito à um advogado, se o senhor não puder pagar, o governo disponibilizara um para sua proteção. -A voz de Kyung falava, enquanto eu via suas mãos algemarem o corpo de Jeremy. 

Até que enfim, tudo estava começando a dar certo. 


Notas Finais


Reviso logo mais.~


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